Interrompidos escrita por MaNa


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Atrasei um mês, mas tenho uma ótima desculpa: adoeci. Foi gripe atrás de gripe, depois quebrei o dedo do pé, e etc. Sério, foi um inicio de ano conturbado. Mas voltei!!! E tenho uma notícia: esse é o penúltimo capítulo! Isso mesmo. E como eu estou atrasada, vou tentar produzir o último e o epílogo ainda esse mês. É, já vai acabar. Sentirei falta de vocês, então comentem! NINGUÉM deu opinião no especial de Natal. Gente, eu queria saber, mesmo que vocês não tenham gostado. Bem, sem mais delongas: o penúltimo capítulo! ♥

P.s: algum de vocês sabe mexer com edição e etc? Gostaria de ter uma capa decente para essa história. Inclusive porque vou revisá-la, deixar sem erros de português, sinalizar quando mudar as vozes dos personagens e etc, e deixar aqui, lindinha, para todos que quiserem ler. Se puderem me ajudar ♥



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Narrador: Onisciente

—E eu vou com ele.

Anna havia escutado tudo quieta. Quando Elsa chegou em seu quarto, no meio da noite, a jovem princesa soube que algo estava errado. Principalmente quando a mais velha se sentou em sua cama e disse a frase “precisamos conversar”. Essa sentença nunca significa coisas boas.

 No início pensou que a irmã estava louca, mas, à medida que o relato continuava, chegou à conclusão de que tudo era verdade. Já tinham passado por tantas coisas difíceis de explicar... acreditava na mais velha. O que não conseguia aceitar era que ela estava se despedindo assim, subitamente, e agora para sempre.

—Elsa você vai deixar tudo, todos, por um homem?

Elsa a abraçou.

— Eu preciso ir. Não é por ele, é por mim! Anna, essa é a chance de eu ser livre de verdade... a chance de poder ser mais do que a Rainha do gelo, a Rainha de Arendelle. É a chance de ser a Elsa.

Anna respirou fundo.

—Eu tive de dedicar toda a minha vida a esse reino. Parte dela me escondendo, parte dela tendo que governar. Eu nunca pude fazer o que quero, nuca pude me deixar ir.

—Não achava que era tão infeliz assim. – Anna olhou para as próprias mãos, não queria encarar a irmã. Seu semblante estava abalado e a Rainha percebeu o quanto tudo aquilo afetaria a mais nova.

—Eu a amo Anna, mas está na hora de seguir a minha vida, a minha vontade.

As duas se abraçaram. Quando as lágrimas cessaram Anna a afastou e segurou suas mãos.

—E o que pretende fazer? Jack aceitou que vá com ele?

Elsa suspirou.

—Na verdade não. Ele está preocupado com algumas coisas e não quer me levar.

—Que coisas? - Anna a fitou desconfiada.

—Teorias de espaço-tempo, nada que faça sentido já que eu não existo na época dele. – Elsa não pretendia dizer a verdade a irmã. Sabia que Anna a tentaria impedir se soubesse que a Rainha estaria correndo risco de vida nessa empreitada.

—Tem certeza de que ele está errado nessas tais teorias?

Elsa respirou fundo. Ela era mais forte do que Jack pensava, ela tinha poderes, ora!

—Sim, tenho.

— Se tem tanta certeza que ele está errado, porque não o convence a levá-la com ele? Tem certeza que ele quer que vá? – A irmã não sabia se estava inventando desculpas para impedir a mais velha ou se não estava realmente convencida sobre essa história toda.

— Anna, eu sei que ele quer. Ele já me disse, Jack só receia que algo dê errado. Mas eu sei que não vai dar.

—Como sabe?

—Eu apenas sei. - Elsa a encarou, mostrando toda a certeza que tinha refletida em seus olhos.

Anna assentiu, precisava deixar a irmã seguir seu próprio caminho.

—Então qual é o plano?

A Rainha sorriu e começou a contar os detalhes. Era bem simples: Jack explicou que portal se abriria e o sugaria, ela só precisava o estar segurando nesse momento. Ele tinha mais força física e poderia afastá-la, isso era verdade, mas ele também não esperaria que Elsa o abraçasse e congelasse as próprias mãos nas costas dele. Seria rápido, mesmo que Jack pudesse desfazer a magia, com sorte, estaria atordoado o suficiente e não daria tempo de deixa-la para trás.

O plano tinha suas falhas, mas era o único que tinham.

(...)

Elsa voltara para seu próprio quarto o mais discretamente possível e deitou novamente ao lado de Jack que, ainda inconsciente, enlaçou a cintura dela, a aproximando de seu corpo. Quando entrou, o viu se remexendo na cama, em um sono inquieto. Tinha quase certeza que estava tendo um pesadelo, mas foi apenas deixar que a puxasse para perto que o rosto do rapaz se tornou sereno.

No dia seguinte os dois acordaram cedo. Jack estava determinado a fazer do último dia juntos o dia mais feliz da vida de Elsa. Por isso, assim que tomaram banho e se arrumaram, ele a convenceu a tirar o dia de folga. A Rainha, por sua vez, disse que queria apresenta-lo a uma pessoa e contou sobre ter revelado tudo a Anna.

Jack estava perplexo e nem um pouco convencido de que a princesa de fato o veria. Isso até Anna escancarar a porta e o encarar de boca aberta.

—Ele existe!- Saiu dando pulinhos pelo quarto e gesticulando loucamente. Falava tão depressa que Jack mal tinha tempo de acompanhar. Quando finalmente conseguiram ter uma conversa decente, ele respondeu a todas as milhares de perguntas de Anna: como se conheceram? Como ela nunca tinha visto Jack brincar com a irmã mais velha? Como voltou no tempo? Entre outras.

Somente quando percebeu que Jack já não aguentava mais responder foi que Elsa interferiu, os convidando a ter uma tarde de patinação de gelo. Os rosto de Jack se iluminou com a oportunidade.

Antes, no entanto, Elsa pegou discretamente seu diário e fingiu que precisava ir ao banheiro. Lá, com a porta trancada, abriu o caderno e escreveu em suas páginas, em letras garrafais, aquilo que fizera Jack vir até ela. A Rainha também deixou um bilhete em sua capa “Para Papai Noel”.

Pronto, agora Jack voltaria e tudo aquilo iria realmente acontecer.

Quando saiu do banheiro, guardou o caderno na mesa e disse que estava pronta para ir. Jack a olhou desconfiado, mas não perguntou nada. Todos seguiram para o lago mais próximo, enquanto a Rainha foi notificar ao duque que passaria a tarde fora.

—A senhora não pode!

—Por que não? Posso sim. Acabei de decidir.

—Mas e seus deveres?

—Aguentam até amanhã- Internamente ela sorria, pois, se tudo desse certo, sabia que seu amanhã não seria o dele.

O duque suspirou.

—Tudo bem, mas pode ao menos levar o príncipe Diego com vocês?

Elsa respirou fundo.

—Não, é um dia com meus amigos e parentes. Não quero ser a anfitriã.

—Ele será seu marido!

—Ainda não decidimos isso... olhe, apenas faça as honras hoje, está bem?

O duque concordou, apesar de estar irritado.

Elsa deu um aceno formal com a cabeça e virou. Quando julgou que já estava longe o suficiente do duque, tirou os sapatos e começou a correr.  Ela seria livre. Em breve, poderia correr sempre, e nunca mais ter de somente fazer o que os outros esperavam dela.

(...)

A tarde seguiu animada. Elsa congelou um lago próximo ao castelo, mas relativamente isolado. Anna, Olaf, Jack e ela passaram a tarde juntos patinando. Aparentemente o boneco também era capaz de ver o guardião. Anna descobriu isso quando passavam pelo portão e esbarraram nele.

O boneco, desnorteado, apenas apresentara-se.

—Oi, eu sou o Olaf e gosto de abraços quentinhos.

Jack o amou à primeira vista.

—Posso ficar com ele? - Pediu a Elsa que nem teve a chance de responder, pois Anna gritou:

—Claro que não! Você o destruiria em três tempos com esse seu jeito estabanado.

Jack sorriu.

—Olha quem fala: a princesinha espevitada.

Anna ficou vermelha e Elsa resolveu interromper a discussão, antes que se empolgassem, com uma bola de neve na cara de Jack.

—Ninguém fala assim da minha irmã!

Uma guerra se iniciou, mas os vencedores não reivindicaram a vitória, pois não conseguiam interromper a diversão para fazer isso.

(...)

O fim do dia foi reservado para Jack e Elsa. Eles se amaram, e se amaram de novo e de novo. Jack a abraçava forte. Seu peito ardia com a certeza de que nunca mais poderia toca-la novamente, cuidar dela.

Elsa também estava incomodada, nervosa. Jack achava que era pelas mesmas razões que ele, mas a Rainha apenas duvidava de seu plano e também começava a questionar-se se estaria tomando a decisão certa.

Na dúvida, ergueu-se sobre Jack, sentando em seu colo, e o beijando como nunca o beijou na vida.

—Eu te amo. - Sussurrou.

—Eu também te amo, minha Rainha.

(...)

Já estava na hora. Anna entrou no quarto com a desculpa de se despedir de Jack, mas a verdade é que queria dizer adeus a irmã querida. Olaf também estava presente e parecia sentir que algo estava estranho com Elsa.

—Elsa, você sabe que sempre terá a nós, não é? Somos sua família. - Sussurrou para Rainha enquanto lhe abraçava as pernas. Elsa teve que segurar as lágrimas que o gesto inocente provocou.

Ela olhou para Jack, seus olhos desesperados pareciam refletir o sentimento dos dois.

—Elsa...- quando ele ia se aproximar para beija-la uma última vez o portal se abriu.

—Não! – A Rainha gritou e segurou as mãos de Jack antes que ele fosse puxado para sempre. Jack a ajudou, fincando o cajado no chão e o congelando. Precisava dizer adeus. - Jack, eu te amo. Eu te amo muito!

—E eu amo você minha Rainha do gelo. – Com uma força que jamais saberia de onde tirou, ele conseguiu a abraçar, apesar do redemoinho que o puxava, e beija-la.

“É agora”, pensou Elsa, mas antes que concretizasse seus planos, olhou uma última vez para sua irmã e o boneco que os observavam. Estavam aflitos. E foram os olhos azuis de Anna, aqueles olhos marejados e preocupados, que a fizeram soltar Jack.

—Adeus meu amor. Vou sempre acreditar em você. - Ela prometeu.

Sem mais forças, o guardião foi sugado e o portal se fechou. Elsa caiu de joelhos e começou a chorar.

(...)

Jack desabou bem na sala de Norte. Estava exausto, derrotado.

—Jack? -Chamou o senhor do natal, mas o garoto não respondeu, apenas se deixou caído no aposento, sem controlar as lágrimas. Ele a perdera de novo e dessa vez para sempre.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Aguardo ansiosa! Bjos