Interrompidos escrita por MaNa


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Então, preparados?
O capítulo de novembro já está aqui!! Haha. Até que fui rápida. Espero que gostem.
E, se estiverem gostando, confiram também "O Pássaro do Gelo", minha história original aqui no Nyah.

Aguardo os comentários.

P.s: existe um treta na minha cabeça e eu quero que vocês me ajudem a resolver. Eu tenho 4 finais para essa fic. Exatamente 4 FINAIS. E ela já está chegando ao fim e eu não consigo me decidir. Então tenho 2 opções para vocês.
1- Vocês votam pelo final. O mais votado será escrito, mas só abro a votação no penúltimo capítulo. ( Nesse caso, se vocês não contarem os comentários, ainda não vão saber qual é o capítulo, só votarão e eu contarei e escrevo em seguida). (( se souberem de outro jeito legal de votar, podem sugerir, queria que o voto fosse secreto, mas...))
2- Eu escolho o final ( lembrando que eu tenho uma tendencia a finais tristes... se quiserem deixar nas minhas mãos, vai depender do meu humor no dia que for escrever muahahaha)

Então, deixem a opinião de vocês nos comentários ( isso mesmo, fantasminhas, melhor se manifestarem, porque a opção escolhida será através dos comentários de vocês).

Pronto, é isso, aproveitem o capítulo!



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Narrador: Elsa

—Eu... eu não sei o que dizer, Diego.

—Não diga nada, por favor, apenas pense a respeito. Estarei aguardando sua resposta.

Ele se levantou e seguiu para o aposento que lhe foi conferido durante sua estadia no palácio. Eu não sabia o que fazer. Prometi ao duque que tentaria, caso houvesse a mínima chance de ficarmos juntos, mas essa chance não existia. Eu já tinha entregue meu coração há muito tempo, mesmo que o príncipe fosse charmoso, bonito e divertido, ele jamais seria o meu Jack.

Sim, meu Jack,  que voltou para mim após tanto tempo. Ele era quem eu amava e agora que o tinha em minha vida novamente nunca mais abriria mão.  Levantei, caminhando para o meu próprio quarto. No meio do caminho encontrei Gerda e pedi que mandasse me preparar um banho. Precisava, urgentemente, afogar o corpo cansado para relaxar e, quem sabe, pensar melhor. Precisava pensar melhor.

Verdade seja dita: eu odiava ser Rainha. Sempre fui cobrada em tudo, e, apesar de ter assumido meus poderes, ainda existem exigências, ainda preciso pensar em um reino inteiro antes de mim mesma. O duque sempre fazia questão de me lembrar isso. 

Assim que cheguei, encontrei a criada responsável pelos meus aposentos aprontando o banho requisitado. Não demorou muito e cinco minutos depois estava pronto. Dispensei a ajuda da moça e entrei sozinha na banheira. Nem bem sentei, começando a descansar, quando Jack abriu uma frestinha da porta e perguntou se podia me acompanhar. Apesar de me sentir envergonhada pela obvia nudez, lembrei da noite anterior e assenti. Sem demora, ele juntou-se a mim e logo estávamos abraçados dentro da banheira.

Contudo, algo estava errado. Jack esfregava minhas costas e sua respiração cadenciada demais parecia tentar esconder alguma coisa.

—Jack?

—Sim?

—Você está bem?

Ele suspirou.

—Como foi seu passeio hoje com o príncipe?

Ah, claro que era isso.

—Foi... agradável.

—Agradável? Parecia mais do que agradável naquela varanda.

Silêncio.

—Você estava me espionando Jack Overland Frost? - Virei para encará-lo, irritada. Ele não tinha esse direito.

Jack pareceu tomar ar antes de falar.

—Eu não estava lhe espionando, passei o dia trancado em seu quarto, pensando, e finalmente precisei de um pouco de ar. Simplesmente ocorreu de estar passando por ali e acabar presenciando a cena inteira: ele de joelhos, jurando amor eterno.

Foi a minha vez de respirar fundo.

—Ele veio para conhecer a noiva prometida. O que você esperava, meu amor?

Silêncio.

—O que foi que disse?

—Que ele veio pedir minha mão...

—Não, não, depois disso, o que foi que disse?

Ele parecia estar se segurando para não sorrir.

Pensei.

—Meu amor?

Ele me beijou. Foi assim, de surpresa, mas muito, muito, gostoso e acabei me entregando ao momento. Quando nossos lábios se separaram, estávamos ambos ofegantes. Ele encostou sua testa na minha e sussurrou:

—Eu te amo, minha Rainha do gelo.

Senti minhas bochechas esquentarem. Sorri.

—Eu também, Jack, me amo bastante, sou incrível!

Ele jogou água no meu rosto, indignado.

—Ei, engraçadinha.

Revidei a água e ri alto.

—Eu também lhe amo, muito, muito...

Logo nossas línguas dançavam, e nossos corpos não demoraram a seguir o ritmo.

(...)

Narrador: Jack Frost

Quando já estávamos secos e deitados, ela com a cabeça apoiada em meu peito, tomei forças para dizer o que precisava dito.

—Elsa, eu tenho algo para lhe contar.

Ela segurou a cabeça em uma das mãos e me olhou.

—Diga, mas antes, quero que saiba que eu jamais casaria com Diego. Não tendo você em minha vida.

—Já o chama tão intimamente? -  Não consegui evitar.

—Viramos amigos.

Respirei fundo. É, talvez fosse melhor acabar logo com aquilo.

—Elsa, eu lhe amo muito...

—Também lhe amo muito, meu Jack.

—Mas não posso ficar com você.

Silêncio.

Minutos se passaram antes que ela conseguisse sentar e me encarar, agora completamente séria, por vários outros minutos.

Até que finalmente falou.

—Por quê?

Eu sabia que não poderia adiar aquela conversa, de modo que resolvi dizer tudo de uma vez. Contei a ela sobre o tempo que se esgotava, que o Jack dessa época estava lá fora em algum lugar, perdido e sozinho, e que eu e ele não poderíamos coexistir numa mesma realidade. Expliquei que eu a estaria deixando em breve e que nunca mais a veria de novo.  Cada palavra que saia de minha boca parecia que levava junto uma lufada de ar dos meus pulmões.

Elsa ficou pálida. Quando consegui fita-la nos olhos, percebi que se esforçava em manter as lágrimas longe. Um longo silêncio se instalou após a minha explicação. Estiquei meus braços para a Rainha que, devagar, deitou novamente em meu peito.

—Não.

Foram essas três letras que quebraram o momento.

—O quê?

Elsa levantou-se e me encarou decidida. Já não haviam lágrimas.

—Eu não vou me separar de você. Eu não vou casar com o príncipe Diego e muito menos deixar o meu melhor amigo e amante ir embora mais uma vez.

A observei começar a pensar em mil possibilidades de como poderíamos ficar juntos, e eu acabando com cada uma delas.

—Eu posso ir atrás de você, em sua versão desse tempo.

—Perigoso, você poderia mudar o curso da história e eu preciso ser um guardião no futuro.

—Podemos ir atrás dos Trolls! Eles saberão o que fazer.

—Antes de encontrá-la, eu já fiz isso. Eles não tinham nenhuma resposta para nós.

—...

—Elsa, pare. Noel me disse que não tem jeito. Se não tem jeito, não tem jeito...

—Eu posso ir.

Silêncio.

—Ir?

—Sim, eu posso ir com você. Eu não existo no seu tempo, eu posso ir com você. - Ela parecia estar tramando tudo em sua cabeça. – Eu sei que tenho um compromisso com o meu reino, mas nesses últimos anos venho ensinando a Anna tudo que ela precisa saber para governar, caso algo me aconteça. Não raro os reis e rainhas morrem ou sofrem golpes, você sabe...- estremeci com a possibilidade de alguém fazer mal a Elsa, tratei de afastar logo o pensamento. -  De certo, eu sentirei muita saudade da minha irmã...- ela parecia estar lutando consigo mesma- mas Anna vai entender. Eu escolhi passar o resto da minha vida com você, Jack, há muitos anos atrás. Sua morte pôs fim a esse desejo, mas agora tenho a chance de estar com você novamente. Não posso abrir mão disso. Eu passaria o resto dos meus dias pensando em como teria sido...

Ela estava tirando forças de algum lugar que eu não podia ver e aquilo era a prova de amor que eu jamais teria pedido: Elsa estava disposta a construir uma outra vida comigo, mesmo que isso significasse deixar tudo que conhecia e amava para trás.

—Mas vai ter de abrir, Rainha do gelo. – Suspirei.

—Por que? Por que não posso ir com você?

—Porque, como você mesma disse, tem um compromisso com seu reino, finalmente está ao lado de sua irmã, situação que desejou mais do que estar comigo, também se perguntaria como teria sido se tivesse ficado e...

—Mas tão pouco quero lhe perder novamente... Jack, eu nunca quis ser Rainha de verdade. Eu só queria ser eu. Ser livre e viver com as pessoas livremente. Deixar tudo ir... mas não posso. Mesmo quando finalmente mostrei quem sou, com os anos, percebi que continuo engaiolada, mesmo quando acho que estou voando: presa em um casamento arranjado, presa com responsabilidades pelas quais nunca pedi, presa em compromissos que não quero. Jack, eu não quero ir somente por você. Na verdade, meu querido, você é um bônus! Eu quero ir por mim mesma.

—  ...e se você tentar viajar no tempo, não resistirá.

Silêncio.

— O quê?

— Você morreria, Elsa. E eu não serei culpado por levar a mulher que amo até o túmulo.


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Notas finais do capítulo

E ai? Eu gosto da Elsa assim, independente, querendo ir para se construir por ela mesma e não pelo Jack ( mas que bônus maravilhoso, não?).