Interrompidos escrita por MaNa


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Oie!! Mês do meu aniversário e eu não poderia ficar sem postar! ( Parabéns para mim!!!)
Mais uma vez: perdão pela demora. Acontece que eu vou sempre demorar por causa dos trabalhos da vida mesmo. Mas, como já disse antes, eu prometo que essa história terá um fim. E ele tá bem próximo se vocês pararem para pensar que Jack só tem mais UM DIA com a Elsa. Hahaha O que será que vai acontecer?

Bem, antes de inciarem o próximo capítulo, eu gostaria de pedir que, se puderem, confiram uma história original que eu escrevo aqui no Nyah "O Pássaro do Gelo". Eu quero muito opiniões sinceras por lá.
O link: https://fanfiction.com.br/historia/539097/O_Passaro_do_Gelo
Fora isso, aguardo os comentários sobre esse capítulo.
Aproveitem!



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Narrador: Onisciente

O Coelho resolveu visitar a Fada.

— E como vão os dentes?

Ela estava dando pequenas ordens as fadinhas enquanto repousava em uma janela de seu castelo, e o Coelhão resolveu sentar ao seu lado.

—Tudo na mesma.

—Parece desanimada Fada, o que houve?

Ela suspirou.

—Nada, nada...

—Deixe-me adivinhar: Jack Frost e o verdadeiro amor dele? - O Coelho da páscoa fez uma careta e a Fada dos dentes virou o rosto evitando o seu olhar.

—E se for?

—Achei que você tinha superado essa paixão infantil.

Silêncio.

—Por que gosta tanto dele, Fada?

Ela o encarou por um longo momento antes de responder.

—Porque ele é incrível, Coelhão. Os dentes dele são lindos, aquele sorriso...

Foi a vez do Coelhão suspirar desanimado. Em seguida levantou-se, pronto para ir embora.

—Aonde vai? - Inqueriu a guardiã.

—Para qualquer lugar.

—Não quer ficar mais um pouco? Falei algo errado?

Ele virou para encará-la.

—Eu gostaria muito, minha Fada, que você pudesse enxergar além da sua paixão infantil.

Ela empinou o nariz e  cruzou  os braços.

— O que quer dizer com isso? Está me chamando de tola? Veio até minha casa para me ofender, Coelhão?

—Não, lógico que não.

—Então o que significa tudo isso?

Ele suspirou.

— Eu espero que um dia você possa olhar além dos dentes. Enquanto isso, outros corações estão quebrando.

Antes que a Fada pudesse entender o coelho abriu um buraco no chão e desapareceu.

“O que raios ele quis dizer com isso? ”, pensou. O Coelhão não era chegado em metáforas. Respirou fundo e voltou a olhar para a janela.

Enquanto isso o Coelho da páscoa corria para sua toca tentando insistentemente impedir as tão raras lágrimas de escorrerem pelo seu rosto peludo.

(...)

“Ele é um rapaz bonito”.  Essa foi a primeira coisa que veio a mente da Rainha de Arendelle quando fitou o possível “noivo”.  O príncipe a encarava de volta em expectativa. Elsa ajeitou seu vestido amassado e seguiu para o lado da mesa oposto ao rapaz , enquanto Anna dava uma desculpa meio enrolada, dizendo que precisava acertar um assunto pessoal com Kristoff, e saia rapidamente.

—Olá.

—Majestade. - Ele levantou-se e a cumprimentou com um aceno formal. Ela assentiu e ambos sentaram.

Na hora o duque e o general também estavam presentes, fora a governanta que observava ansiosa o desenrolar da cena.

—Como foi a viajem? Não sabia que chegaria tão cedo. - Comentou a Rainha.

—Os ventos foram bons. - Ele sorriu.

Durante toda a refeição conversas amenas foram trocadas. Ao final, Elsa pediu licença ao convidado para falar com o duque a sós em uma sala privada.

—E então, majestade, o que achou de seu futuro noivo?

—Ele não é meu futuro noivo. - Respirou fundo, estava indignada- Mas é um rapaz muito educado. Olhe, preciso lhe falar, não aceito esse compromisso. Quero arrumar uma forma de rompê-lo sem maiores problemas.

—Mas, minha Rainha, ele veio de tão longe para conhecê-la. Ao menos dê-lhe uma chance.

—Não quero ser forçada a isso.

O duque ficou vermelho, tentava controlar os próprios nervos.

—Foi uma decisão de seus pais!

— Sim, mas eu sou a Rainha agora!

Os dois se encararam.

—Olhe, você terá de casar de todo jeito, Elsa, precisa de um herdeiro.

—Isso cabe apenas a mim decidir.

O velho respirou fundo.

— Se você romper esse compromisso, sem ao menos tentar, causará uma grande intriga entre nossos reinos.

Elsa ficou pensativa.

—E o que sugere?

—Tente.

—O quê?

— Fique ao lado dele durante o dia de hoje. Se, ao final do dia, a senhora me disser que não existe a menor forma de se relacionarem, trabalharei com o conselho em uma jeito para livrá-la do compromisso. Temos um acordo, majestade?

A Rainha do gelo respirou fundo. Sim, ela poderia passar uma tarde com o príncipe, era só isso que precisava fazer. Logo poderia dispensá-lo e correr para os braços de Jack. Do seu irritante e amado Jack.

—Temos um acordo, duque.

E o velho rezou para que o príncipe fosse charmoso o suficiente para dobrar a rainha.

(...)

Durante toda a tarde os dois se divertiram muito. Elsa não podia imaginar que Diego ( sim, ela já o chamava apenas pelo primeiro nome) fosse uma pessoa tão incrível!

Logo que ela retomou para a companhia do príncipe e eles tiveram de dividir a sala com os velhos do conselho, ele sussurrou em seu ouvido (quando todos estavam distraídos) perguntando se ela não gostaria de dar uma “escapulida” daquele momento tão formal. Inicialmente, Elsa teve receio de aceitar, mas logo a conversa entediante da sala a convenceu a pedir licença e esperar o príncipe no jardim.

Então conversaram bastante enquanto caminhavam.  O príncipe era alegre, e tinha os olhos mais castanhos que ela já havia visto na vida, mais castanhos até que os de Jack quando ainda era humano.

Eles trocaram histórias. Logo ele a fizera rir com as trabalhadas de seu criado mais fiel e a Rainha não pode resistir em falar-lhe das travessuras de Anna.

—Quer dar uma volta na vila, majestade?

—Por favor, me chame de Elsa.

Sorriram.

Enquanto eles andavam pelas ruas da cidadela e todos os cumprimentavam, a Rainha respirou fundo. Ainda se surpreendia sempre que a liberdade de ver e conviver com outras pessoas a tocavam.

—Parece tão feliz. O que pensa?

—Que eu amo ser livre.

O príncipe sorriu.

—Sua infância foi bem difícil. Eu me lembro...

—Lembra? Lembra do que?

—Não se recorda de mim, Elsa?

Ela parou de andar e observou bem o rosto do rapaz. Tinha feições belas e delineadas, o corpo era esguio apesar de deixar claro que já passara por bastante esforço, talvez em seus treinamentos de combate.  Os lábios eram bem feitos e os dentes levemente amarelados. Elsa procurava em tudo algo que a remetesse ao passado, mas as únicas coisas que a fizeram realmente lembrar foram os olhos.

—Oh meu Deus, príncipe Diego! Eu quase lhe congelei no meu aniversário de 15 anos!

Ele gargalhou.

—Sim, sim, eu fui seu parceiro de dança no pequeno baile, que acabou muito cedo, por sinal.

Elsa abriu um meio sorriso.

— Fiz apenas por insistência da minha mãe, mas quando eu quase o congelei, enquanto dançávamos, ela resolveu terminar tudo.

—Sim, eu lembro que demorou muito para esquentar minhas mãos.

Ela o fitou.

—Faz tanto tempo, quase tinha esquecido disso.

Silêncio.

—Você lembra o que aconteceu depois?

Elsa abriu um sorriso.

—Ah, eu lembro sim.

Depois que a dança terminou e a Rainha resolvera dar a festa da filha por encerrada, Elsa tinha corrido para o jardim, com raiva e medo de si mesma. Na época, Diego a seguiu e ela mandou que se afastasse. Ele esticou as mãos e disse que não tinha problema, que sabia seu segredo e que não tinha medo.

—Como sabe? - Ela perguntou.

—Seus pais me contaram antes de dançar com você. Por que achou que não me afastei quando senti minhas mãos esfriarem?

Elsa estava muto nervosa.

—Não pode contar a ninguém!

O príncipe assentiu.

—Eu sei, tive de assinar um termo me comprometendo a não falar. Se eu abrir a boca estarei bastante encrencado.

Sorriu.

— Que raro, meus pais contarem a alguém.

O resto da noite os dois passaram conversando. Elsa lembrava de ter rido muito e de ter sido um dos poucos aniversários em que realmente se divertiu, tudo por causa de Diego. Também lembrava de que, na verdade, havia desejado dançar com Jack, mas como ele era um criado seus pais não deixaram.

“Uma princesa deve debutar com um príncipe. ” Eles disseram.

E, deixando-a ainda mais sozinha, Jack teve de viajar com os pais para resolver algo em outra vila próxima. Se não fosse Diego, o aniversário teria sido uma tragédia. O rapaz, no entanto, teve de partir pela amanhã e Elsa o esqueceu quase completamente ao longo dos anos. A única coisa que realmente ficou em sua mente foram os belos olhos castanhos, talvez por serem os mais castanhos que ela já tenha visto.

—Naquela noite eu lhe contei sobre as cobranças que meus pais faziam em eu ser o que eles queriam que eu fosse, em ser o rei que eles sonhavam e você me disse algo que eu nunca esqueci, Elsa.

Ela o observou intrigada, não lembrava de ter dito nada demais.

—Disse? O quê?

—Que eu nunca tivesse medo de ir atrás do que eu desejava. Que a minha liberdade em escolher o que eu queria e o que seria é que fariam de mim um bom rei.

A Rainha do gelo riu alto.

—Eu disse mesmo isso?

Ele a olhava com uma expressão divertida e intrigada.

—Disse sim, mas qual é a graça?

Elsa o fitou ainda com um sorriso nos lábios.

—Eu deveria aprender a seguir meus próprios conselhos.

(...)

Durante todo o resto do dia os dois passearam e trocaram ideias. Elsa se sentia perfeitamente a vontade ao lado de Diego e ele ao dela. Ao final da tarde, se sentaram em uma das várias varandas do palácio.

— Gostei de nosso passeio, podemos repetir amanhã?

Elsa riu.

—Não sei, deixemos amanhã para amanhã, sim?

Ele assentiu.

—Sábias palavras.

Observavam o pôr do sol em silêncio quando Diego, que parecia meio ansioso, resolveu falar.

—Elsa, você sabe porque vim aqui, não é?

A Rainha ficou séria. A tarde foi tão boa que ela tinha se permitido esquecer o que na verdade estava em jogo: seu próprio coração.

—Sim, eu sei.

—E o que tem a dizer?

Silêncio. O príncipe parecia extremamente ansioso e Elsa resolveu que ele não merecia ser magoado.

—Diego, eu não quero assumir um compromisso que meus pais fizeram sem meu consentimento. Eu nunca fui consultada sobre o assunto.

Ele assentiu.

—Eu entendo.

Elsa estava prestes a se levantar quando ele a interrompeu.

— Mas se eu conquistar seu coração, poderei pedir a sua mão?

— O quê?

O rapaz tomou fôlego e se ajoelhou perto das cadeiras onde a jovem Rainha estava sentada.

—Elsa de Arendelle, desde aquele dia no jardim eu descobri que não só cumpriria o acordo que meus pais fizeram com os seus por um dever real, mas também por vontade própria.

—O que está dizendo?

—Você me disse para ser livre e correr atrás do que preciso: Elsa, essas palavras me regeram desde então, eu as segui e aprendi com elas. Com elas eu ganhei minha independência. Vim a Arendelle na expectativa de saber se o que senti naquele dia no jardim foi mais do que uma breve paixão adolescente.

Ela o encarava perplexa.

—E o que descobriu?

—Eu descobri nessa tarde que, mais do que nunca, eu quero conhecê-la melhor Elsa, quero ver seu sorriso mais vezes e, se você permitir, deixar que a pequena semente que plantou em meu coração naquele dia cresça e floresça.

—Diego...

—Eu sei que não nos amamos. Não sou tolo, mas sinto que o que temos pode sim virar amor. Eu me sinto atraído por você e sinto que também gostou de mim, majestade.

Silêncio.

—Eu quero apenas uma chance, Elsa, de ser o homem que a fará feliz pelo resto de nossas vidas.

Ao longe o duque observava a cena com muito gosto, existia a chance de maiores transtornos não serem causados e dois reinos serem unificados afinal.

E, em uma árvore próxima, um guardião escondido sentia que seu coração, uma das poucas partes calorosas que mantinha, estava sendo partido em pequenos blocos de gelo. Aquele príncipe poderia dar a Elsa tudo que ele não conseguiria: uma vida juntos. Assistir a mulher que amava indo embora para sempre era, de fato, uma das piores sensações do universo.

Jack fechou os olhos e chorou.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam?
Bjos