Interrompidos escrita por MaNa


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Então, eu tenho passado por um péssimo momento dentro da escrita e estou atolada de trabalho. Não os culpo se quiserem abandonar a leitura da fic, mas realmente não tenho estado muito bem e nem com tempo. A minha promessa de que vou terminar a fic continua. Agora, e sempre, eu termino minhas histórias, mas quando isso vai acontecer é imprevisível. Desculpem mesmo. Espero que gostem do capítulo.



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Narrador: Jack Frost

—É isso mesmo o que eu ouvi, Elsa? Você tem um noivo?

A Rainha de Arendelle parecia nervosa enquanto fitava meu reflexo pelo espelho. Mas, nervosa ou não, ela teria que se explicar: aquilo estava muito mal contado e eu não me lembrava de nenhum noivo ter sido citado durante a noite que passamos juntos. Observei Elsa respirar fundo antes de se virar para me encarar.

—Aparentemente, sim.

—O que quer dizer com “aparentemente”? Ou tem ou não tem, Elsa.

Ela cruzou os braços antes de responder, agora com uma expressão séria e uma leve pontada de raiva estampada nos olhos.

—Não queria ter um “noivo”, Jack. Fui informada que meus pais arranjaram esse casamento quando eu ainda era bebê. Não é uma opção.

Estava difícil engolir o que escutei. Um lado meu se sentia traído pela mulher que amava. Como ela poderia estar noiva de outro? Aquele sentimento ruim começou a esquentar em meu peito  e a raiva a permear minhas palavras.

—Claro, Elsa, e claro que você como Rainha não pôde desfazer esse compromisso, não é? Não, você só aceitou de bom grado o primeiro homem que colocaram na sua frente. Me diga, ao menos conhece o sujeito?

Os ombros dela caíram, assim como os braços e os dedos se fecharam em punhos. Seu rosto evitava encarar o meu. Percebi que a magoava mais do que poderia imaginar e minha ira começou a ceder diante do olhar baixo e decepcionado dela. O que estava fazendo? Guardião da diversão, nesse momento, era a última coisa com que me parecia.

—Elsa, eu...- mas a rainha me interrompeu bruscamente.

—Quem você pensa que é Jack?

—O quê? - Perguntei atordoado.  Ela falava em um tom baixo, seus olhos agora pareciam extremamente congelantes, não abrigavam a tristeza ou ternura que eu descobrira minutos atrás. Elsa me fitava de forma firme e decidida. Respirando fundo, empinou o nariz e soltou os dedos do aperto em que estavam para poder gesticular melhor.

—Eu não lhe devo satisfações nenhuma! Você sumiu da minha vida, deixou de ser meu namorado há muitos anos, me abandonou. Se eu resolvesse me deitar com 500 homens não seria, nem sequer minimamente, da sua conta!

—Elsa...- Senti como se fosse apunhalado pelas palavras que saiam de sua boca.

—Chega. Você já falou demais, senhor Frost. Passei tempo demais sendo obediente, fazendo tudo que todos mandavam, sendo uma boa menina! Com medo de machucar os outros. Finalmente estou livre!

—Eu não quis dizer...

—Não me importa o que você quis dizer ou deixar de dizer. Tem razão Jack. Eu sou a Rainha, eu faço o que eu quiser, com quem quiser e como quiser. Já não tenho medo de machucar ninguém, controlei meus poderes e com isso assumi o controle da minha própria vida e não vou deixar um garoto, que me abandonou anos atrás, achar que tem qualquer controle sobre mim ou que pode chegar do nada e questionar a forma como lido com meu reino, e com os compromissos que me foram dados como responsabilidade.

Um misto de vergonha e tristeza tomaram meus pensamentos. Eu já não queria mais falar, porém, me forcei a proferir algumas coisas que precisavam ser ditas mesmo que ferissem meu orgulho.

—Elsa, me perdoe. Eu fui um idiota. Você tem toda razão, não tinha o direito de questionar nada.- Se ela seguira a vida depois de mim, eu deveria ser grato por isso. Quem eu pensava que era? Que direito eu tinha de exigir que Elsa me esperasse? E se eu tivesse morrido mesmo, ela deveria passar o resto da vida chorando minha morte? Claro que não. Eu não queria isso, eu queria que ela fosse feliz. —Fui infantil e imaturo. Me perdoe, eu não queria lhe ofender. – Baixei minha cabeça completamente arrependido.

Ela parecia estar mais calma e se aproximou, tocando em meu rosto. Sentamos na cama, as mãos de Elsa permaneceram em minhas bochechas.

—Eu estou muito, muito, muito agradecida por você estar aqui, Jack Frost.- Sorriu- Você não sabe o quão feliz estou. Mas não pense que vou atenuar nada para você. Se for um idiota comigo, irei trata-lo como um idiota.

Eu também sorri, mesmo que de forma mais triste.

—O que foi? – Perguntou Elsa. Algo na minha expressão denunciava minhas angustias.

Respirei fundo.

—Elsa, eu vou entender caso queira ficar noiva de outra pessoa. Você tem todo o direito de seguir sem mim e...

Antes que eu tivesse a chance de terminar o que estava dizendo a Rainha do gelo encostou seus lábios nos meus. O beijo foi doce, cheio de promessas e meu coração aquietou diante do gesto.

—Ouça aqui, guardião, eu não quero mais ninguém. Já não gostava dessa história de casamento arranjado antes. Agora eu tenho certeza que não quero isso. A única pessoa que desejo para ser meu companheiro pelo resto dos meus dias, está bem na minha frente.

Ambos sorrimos.

—Então o que vai fazer? – Perguntei aliviado.

—Vou agora mesmo recepcionar esse príncipe que querem me empurrar e procurar uma brecha entre os conselheiros, uma forma de quebrar o compromisso sem demais problemas.- Afirmou.

—Certo.- Respondi enquanto ela levantava e seguia para a saída do quarto.

—Ah, Jack?- Elsa parou ao lado da porta e virou para mim.

—O que foi?

—Acho que você deveria ir beliscar algo na cozinha ou dar uma voltar por Arendelle. Provavelmente passarei o resto do dia ocupada com essa história.

Assenti enquanto a observava sair. Um frio, nenhum pouco bom como o do inverno que eu carregava, percorreu minha espinha com as últimas palavras da Rainha.

 Ela passaria o dia todo ocupada. Então isso significava que eu só teria mais essa noite e o dia de amanhã para estar com o amor da minha existência. E depois a deixaria de novo.

Caí na cama frustrado. Eu precisava contar a ela. De repente o peso do que tinha acabado de fazer desabou sobre minha cabeça.

— Ah, não Homem da Lua, ah não...- Falei em voz alta, sem conseguir conter o enjoo que me acometia. Eu acabara de confirmar a Rainha da neve que eu passaria o resto da vida dela com ela. Eu fizera isso, sabendo que não aconteceria e pior: fizera com que ela fosse dispensar alguém que, de fato, poderia lhe acompanhar durante a vida inteira. Alguém que poderia estar sempre presente e a amar.

—Ai Homem da Lua.

Eu, definitivamente, era um guardião melhor do que namorado.

(...)

Narrador: Elsa

Eu deixei o quarto preocupada. Sim, precisaria me livrar desse príncipe que inventaram, isso era um fato. O problema é que não seria tão simples quanto tentei fingir para Jack. O rompimento de um compromisso feito há muitos anos poderia levar a problemas de negócios entre os reinos ou pior: uma guerra.

Desci as escadas em direção a sala de jantar ansiosa por resolver tudo da melhor forma possível. Antes de entrar no aposento, no entanto, encontrei Anna andando de um lado para o outro no corredor e ela parecia extremamente agitada.

—Elsa!- Gritou assim que me viu.

—Oi Anna.- Respondi calmamente, e dei um sorriso. Adorava o jeito afobado de minha irmã.

A princesa começou a dar aqueles pulinhos típicos de Anna e correu para um abraço.

—Finalmente você voltou! Eu estava tão preocupada, onde se meteu?

—Precisei dar uma volta, só isso. – Ela fez um bico, demonstrando que não estava convencida, porém, não insistiu no assunto. Em vez disso os olhinhos azuis começaram a brilhar e algo começou a apitar em minha cabeça: isso nunca era um bom sinal.

—O que foi Anna? O que você está pensando?

Ela deu uma risadinha de quem sabia de algo e acreditava que eu gostaria, mas que na realidade, provavelmente, eu não seria feliz em saber.

—Acho que você deve alisar mais esse vestido amassado antes de entrar na sala.

—O que quer dizer? - Perguntei curiosa.

Anna riu mais um pouco, me puxando pelo braço e abrindo a porta.

—Acho que talvez você não odeie tanto os planos dos nossos pais.

Quando eu ia perguntar novamente o que ela queria dizer, a senti puxar meu braço com mais força e quase caí dentro da sala.

—Anna o que pensa que está fazendo...- Comecei a reclamar, contudo, parei assim que  o vi. O rapaz estava em uma das cabeceiras da mesa e os seus olhos encontram os meus. Eram realmente belos e familiares olhos castanhos.

A animação de Anna estava explicada.


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Notas finais do capítulo

Se comentarem vão me ajudar muito a continuar escrevendo, sério! Obrigada de qualquer forma.

Bjs