Interrompidos escrita por MaNa


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas estou aqui!! Novamente quero agradecer aos comentários e as recomendações. Vocês são maravilhosas (os)! Estou tentando produzir mais, porém são muitos trabalhos da faculdade e as minhas histórias originais consomem a maior parte do meu tempo. Mas sim, vou terminar essa fic, não se preocupem, estou me programando para postar, ao menos, um capítulo por mês. Desculpem minha demora... Em minha defesa, eu avisei que iria demorar. kkkkk

Aproveitem a leitura
P.s: desculpem, mas não consigo fazer capítulos grandes para essa fic. :/
P.p.s: visitem minha outra história que está sendo postada aqui no Nyah! Gostaria muito das opiniões de vocês: https://fanfiction.com.br/historia/539097/O_Passaro_do_Gelo



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Narrador: Jack Frost

Quando terminei de contar tudo para Elsa esperei que a Rainha demonstrasse algo mais do que uma sobrancelha franzida. Não foi o que aconteceu.

—Então... papai Noel existe?

—Eu não costumo me referir a ele como “papai”, mas sim, existe.-  Infelizmente ela não riu do comentário e continuou me encarando.

—E o Coelho da páscoa também?

—Sim, e ele pode ser bem irritante quando quer.- Sorri.

Elsa ficou em silêncio, parecia perdida em pensamentos. Comecei a balançar os pés, minha paciência já estava acabando, precisava saber se seria perdoado ou não.

—E você é um guardião. Você, de fato, morreu e voltou do futuro para me ver...

—Sim! - Respondi ansioso. A forma como falava fazia tudo parecer tão surreal...

Mais silêncio, até que, após muito ponderar, ela finalmente declarou em voz alta:

—Não acredito.

—O... o quê?-  Como assim não acredita? Eu passei horas falando para nada?

—Jack, por favor, papai Noel? Guardiões? Em que mundo você acha que eu vivo?

—Em um onde bonecos de neve falam e Rainhas congelam reinos! - Era a minha vez de ficar revoltado. Aquilo já estava ficando ridículo.

—É diferente, Jack, eu nasci com esses poderes, sempre fui assim. Você está me dizendo que ressuscitou! Não acha que é um pouco demais não?

Suspirei e ela segurou as minhas mãos, entrelaçando nossos dedos e fazendo movimentos circulares com o polegar.

—Sabe, eu não estou com muita raiva no momento. E-e-eu, na verdade...- seu tom de voz insinuava um nervosismo controlado- estou, um pouco, feliz que esteja aqui.- A face dela ficou levemente avermelhada ou foi apenas impressão minha? - Mas preciso compreender o que aconteceu para podermos seguir em frente, entende? Me conte a verdade Jack.

—Mas é a verdade.- Sussurrei.

Elsa tomou fôlego e se afastou, indo até a varanda. Seu rosto apresentava uma expressão cansada e os olhos ainda estavam vermelhos por causa das várias lágrimas recentes. Ela abraçou o próprio corpo, como se quisesse se proteger do vento que balançava seus cabelos loiros, mas não era essa a verdadeira razão. Eu sabia do que realmente estava tentando se defender. Não queria acreditar em uma história tão fantasiosa só para ter seu coração partido de novo. Afinal, eu quebrei uma promessa.

Mas nunca mais quebraria outra.

Me levantei, indo ao encontro dela, e enlacei sua cintura por trás, a encostando em mim. Inicialmente Elsa ficou tensa, mas não demorou a relaxar apoiando a cabeça em meu pescoço.

—Nada do que eu disser vai lhe fazer acreditar no que contei, não é?

Ela pensou um pouco, contudo, não tardou a responder.

—É muito, hã, “criativo” para mim, Jack.

Respirei fundo.

—É, então acho que não tem outro jeito.-  Libertei nossos corpos do abraço para me posicionar em frente a Elsa. Em seguida subi em cima da sacada e a puxei pela cintura,  acomodando-a em meus braços.

—O que pensa que está fazendo? Coloque-me no chão agora mesmo, Jack Frost!

—Mais tarde, majestade, antes preciso provar a você que sou o Guardião da neve e da diversão.- Sorri- Não gosto que não acreditem em mim.

—Jack, o que vai fazer? - Olhei para a lua cheia, brilhando intensamente no céu, e, em seguida, para a o reino de Elsa.  Aquilo seria divertido.- J-Ja-Jack? Jack? Você não vai pular, vai? Me coloque no chão!

Elsa começou a tentar me empurrar de volta para o quarto, porém, fisicamente, sou mais forte e repeli facilmente as tentativas da Rainha. Percebi que ela estava prestes a usar os poderes quando pequenos flocos de neve começaram a cair a nossa volta (e eu não era o culpado dessa vez). Tinha de agir rápido.

—Ah, majestade, você vai adorar isso.- Pisquei para ela- Vento, nos dê uma carona!

Os olhos de Elsa se esbugalharam.

— Vento? Que vent...-  meu amigo de viagens não tardou responder e, finalmente, pulei da sacada.

(...)

Narrador: Onisciente

"As águas estão calmas", pensou o príncipe enquanto mirava o infinito azul. Logo ele estaria em Arendelle e encontraria sua futura Rainha. Só havia passado um verão ao lado dela, mas jamais esquecera aqueles olhos.  Nem as palavras que lhe dissera antes que o rapaz retornasse ao reino natal. Foi por causa daquelas palavras que ele jamais pôde esquecê-la e prometeu ama-la pela eternidade. Diego queria se perder no infinito azul que eram os belos olhos de Elsa.

—Eu a amo, Elsa,  e estou chegando...- Sussurrou, rezando para que o sentimento fosse reciproco ou, ao menos, que ela se recordasse dele. 

Se não fosse o caso, a conquistaria novamente. Estava decidido. E como se o vento ouvisse suas preces, uma forte rajada de ar alavancou o navio em direção a Arendelle. Logo ele chegaria ao tão sonhado destino.

Logo estaria com sua noiva.

(...)

Narrador: Noel

 -Ele não pode trazer a Elsa para o nosso tempo.

—Por quê, Norte? -  Eu já estava ficando irritado. O Coelhão passara a tarde toda insistindo nessa história. Jack voltaria em alguns dias, ele não poderia me deixar em paz nesse meio tempo?

— Por que ela não sobreviveria, Coelhão, já disse! Não têm nenhum ovo para pintar, não?

—A páscoa ainda está distante. Ora, vamos Norte, como sabe que ela não sobreviveria? Ninguém nunca fez isso.- Ele se encostou na parede enquanto eu me sentava ao birô. Resmunguei baixinho, lembranças começaram a voltar, coisas há muito enterradas. Os olhos de meu amigo brilharam por um instante e percebi que notara algo em minha postura.- Ou já fizeram...?

Silêncio.

—Norte?

Suspirei.

—Eu nunca contei essa história para ninguém, companheiro, e prefiro manter assim. Por favor, vá embora. Está tarde.

Ele parecia curioso, mas o encarei, em um pedido silencioso para que não insistisse e, novamente, algo na minha postura o fez assentir. Bateu um pé no chão e pulou dentro de um de seus buracos, deixando a sala em completo (e raro) silêncio.

Finalmente estava sozinho.

 Permiti que meu corpo afundasse na poltrona e recostei minha cabeça, fechando os olhos.  Não consegui evitar a enxurrada de memorias que começaram a aflorar. Talvez ficar sozinho não tenha sido uma boa ideia, afinal.

Os fantasmas preferem as noites e assombram, principalmente, as almas dos que não conseguem esquecer.

—Ah, Homem da Lua, tudo que eu queria era esquecer...

Mas esse desejo jamais seria atendido.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam?