Guerreiros escrita por L M


Capítulo 74
Trevas


Notas iniciais do capítulo

Olá, Guerreiros! Tudo bem?
Sei que dessa vez eu demorei um pouco mais, né?! (envergonhada rss) Mas foi porque tive bastante trabalho da faculdade para ser entregue e meu mouse quebrou e só agora consegui comprar outro kkkkk
Bom, sem mais delongas... Boa leitura!



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Há momentos que escolhas são requeridas em meio a ação iminente e pensar em momentos que o ideal seria o ataque, não era algo desejável, menos ainda fácil, para se exercer. Há vários contras, muitas dúvidas, sendo o único sentimento que se permiti sentir nessas horas é a tênue insegurança de morrer, ato este, que está se tornando tão, terrivelmente, comum na vida dos guerreiro, que é quase uma piada quando se fala a eles, que "há risco de morte". Nestes casos, eles já aprenderam a rir na cara do perigo e desafiar a morte sempre que desejam, porque quando se perde o medo há apenas o improvável, e pra quem não teme, não precisa de pensar. E estes, quase sempre, morrem.

O medo é o sentimento mais traiçoeiro, para este simples autor solitário. Sentindo-o você corre o risco de morrer, e não sentindo-o você corre o risco de morrer. A explicação nada simples, veria ao caso de que tal sentimento muito intenso não te deixa pensar em suas ações, o que resulta em atos considerados estúpidos e que terminam ao óbito. Caso você não o sinta, torna-se um inconsequente e nem sempre terminará respirando. Então, caro leitor, não temas sentir medo, contudo, reconheça temor em não senti-lo. Uma teoria louca, mas qual teoria não é, correto?!

Jin nunca fora muito adepto a pensar antes de agir, talvez esse fosse o que mais lhe incomodava em Daisuke. O Wurochiha de cabelos brancos apenas agia, por instinto, por saber e confiar em si mesmo de que a decisão para determinada ação estava certa; tanto que tomou a decisão de espionar se próprio pai no exército inimigo sem nem levantar algumas objeções do que prega a falha da missão. Neste momento, enquanto sentia as chamas da fênix queimarem seu peito, após deixar inconsciente seu oponente, ele se encontrava em um dilema de difícil solução.

Parado com os braços caídos ao lado do corpo suado e manchado da briga de outrora, ele visualizava o teto do subterrâneo começar a ruir e para seu total desespero ínfimo a princesa Aiko gritava de dor aos prantos, enquanto se segurava em uma barra de ferro e com a outra mão, fazia o esforço, quase impossível, de não deixar Hotaru cair direto para a morte certa dentro do líquido borbulhante que se encontrava abaixo deles. O loiro gritava pálido tentando, em um pânico escrito em seus olhos verdes, retirar a flecha que atravessara seu braço e se alojara na maldita jaula. O garoto pudia ver o sangue deslizar em abundância do braço do loiro com as veias saltadas e pálido. Tinham que sair logo dali, o que estava em jogo eram suas vidas, mas quando não estava?! Dane-se o momento, Jin pensava, apenas tentava manter-se calmo para arquitetar algo para tirar Aiko e Hotaru daquela situação, caso conseguisse, preocuparia-se em sair dali antes de desmoronar tudo. Um coisa de cada vez.

Riki ao seu lado era o exemplo perfeito de um ataque de pânico, ao passo que o garoto berrava andando de um lado para o outro com ambas as mãos na cabeça, sem saber ao certo o que fazer para salvar Hotaru e a princesa, temendo ainda morrer ali embaixo. Só podia ser,com toda certeza, alguma provação divina, em menos de duas horas era a segunda vez que estava a um passo de morrer e temia que seu coração sofresse um infarto antes mesmo de conseguir fazer algo a respeito de se salvar e salvar a todos:

—O que fazemos? O que fazemos? Jin, pelo amor de Deus, diga-me que tem um plano! Porque precisamos de um plano cuidadosamente executado e ESSE LUGAR ESTÁ DESMORONANDO!-gritava Riki agora segurando nos ombros e Jin:-Deus! Isso não é hora de se perder em pensamentos, Wurchiha maldito! O que nó vamos fazer?!

—Kuso, ochitsuite!-grito Jin voltando a si e batendo os dois braços quentes, em ambos ombros de Riki que se retesou um pouco ao toque:-Acalme-se, porra!

—Dono yō ni watashi wa ochitsuku koto ga dekimasu ka? ! Anata wa mawari o yoku mite satsuei shimashita ka?-gritou Riki apertando os cabelo com força:-Como posso me acalmar?! Já deu uma boa olhada ao redor?

—Agora não é a hora para pânico! Até parece que não se acostumou!-gritou Jin:

—Acostumou com o que, exatamente?!-indagou Riki ofegante:-Em quase morrer?!

—Sono koto o watashi ga ima made ni narete inaideshou! Do no yōna fumeiyo, kono Meda wa watashi no te ni oemasen! Nanika o, baka!-berrou Hotaru chamando a atenção de ambos os garotos, enquanto tentava puxar a mão que estava no meio da flech, ao passo que a jaula caía a cada instante mais para baixo, forçando ainda mais a pequena Aiko:-Com isso não irei me acostumar nunca! Que desgraça, essa merda não sai da minha mão! Façam alguma coisa, seus idiotas!

—... Watashitachi o tasuketekudasai!-murmurou a princesa em um soluço baixo em meio as lágrimas:-Por favor... Ajudem-nos!

—Muito bem, Nohara! Eu tenho um plano... Maluco, mas um plano!-falou Jin e o sorriso de Riki começava a se desfazer:

—Maluco... Será que ninguém mais vai ter um plano saudável e prático?!-indagou Riki:

—FAÇO MINHAS AS SUAS PALAVRAS!-berrou Hotaru e Jin revirou os olhos:

—Watashi wa anata ga watashi o shinrai shite dōsa suru yō ni ten ni inoru hitsuyō ga arimasu!-falou Jin começando a correr com Riki atrás:-Preciso que confie em mim e rogue aos céus para dar certo!

—Ai, cara...-murmurava Riki, enquanto Jin começava a lhe contar o plano ainda correndo na direção de Hotaru e Aiko:-Nunca é um bom sinal, quando se tem que rogar aos céus. É como se você falasse "reza para que dê certo, caso contrário vamos todos morrer"!

—É exatamente isso!-falou Jin.

Enquanto ambos corriam para executar tal plano, Hotaru sentia seus sentidos a cada instante mais bagunçados, estava mais calado do que o normal, a julgar sua experiências em situações de alto risco de vida, porém ele desconfiava de que se começasse a berrar perderia os sentidos, e era a última coisa que queria que Aiko presenciasse. Sentir as pequenas gotas de água contra seus cabelos e testa, ao passo que ela tentava segurar os soluços de dor e desespero sem muito sucesso. Seu coração apertava, não estava nem aí para si mesmo, contanto que Aiko parasse de sentir dor, contanto que ela parasse com aquele choro sofrido que mais pareciam facas e suas entranhas, conforme ele a escutava, tentando sem mito sucesso fazê-lo baixo.

Era a pior noite de sua vida, ele repetia em sua mente. Mas em momento nenhum durante todo o longínquo tempo em que se encontrava treinando para aquilo, ele achava que seria diferente. Não podia fraquejar, nem ao menos diante da morte:

—Aiko shite kudasai! Ochitsuite, watashi wa kanojo. Wa subete no kenri o owara mi ni tatsu koto ga dekinai, anata ga hyōji sa remasuto... Kami o... Soshite, wareware wa subete no oiwai ni okashi o tabemasu yo.-Hotaru tentava distraí-la, e por Deus, suplicava para conseguir ao menos isso:-Por favor, Aiko! Acalme-se, não suporto vê-la chorando. Vai acabar tudo bem, você vai ver e... Deus... E depois vamos todos comer doce em comemoração.

—Vai acabar... Tu-u.. T-Tudo be-em...-ela falou pausadamente pelo esforço:

—Purinsesu... Tokorode, denka!-chamou Hotaru fechando o olhos:-Princesa... Aliás, alteza!

—Y - hai...-murmurou Aiko rouca e trêmula, o braços que segurava o ferro com as dobras dos dedos brancas e o sangue mal circulando:-S-Sim...

—Há sérios riscos disso aqui não acabar nada bem, então eu não vou nem ao menos te perguntar se aceita... Aiko, caso não dê certo, você vai me soltar.-falou Hotaru sentindo algo amargo na boa ao proferir tais palavras, o medo estava começando a importuná-lo e sua cabeça apenas o xingava de nomes diversos pelo que estava dizendo, porém em seu coração sabia estar fazendo o que era certo, mesmo que não gostasse nenhum pouco disso.

Ora veja, caro leitor, ninguém quer morrer, mas caso for preciso e não haverem escolhas, claro que farão isso. As vezes fazer o certo é altamente doloroso, mas consegue ser melhor do que fazer o errado; já que o preço a se pagar será menor. Dependendo da escolha apenas você sofrerá, mas eu e você sabemos que quem amamos consegue ter mais importância do que nós mesmos. Quem falou que os altruístas não sofrem?! É a qualidade mais dolorosa de se possuir e somente quem é forte o suficiente detém desta grandeza.

Jin e Riki corriam e direção a ambos, o garoto de cabelos brancos sentia o fogo ainda ardendo contra seu peito, mas dane-se no momento. Precisava se concentra em salvar todos ali, caso perdesse alguém... Não, ele não poderia se dar ao luxo de perder alguém:

—Anata wa shinsetsu ni watashi ni oshiete kuremasu ka, do no yōna dame ya keikaku ga arimasu ka?-berrou Riki atrás de si com voz totalmente descontrolada:-Poderia fazer a gentileza de me dizer, qual porcaria e plano você tem?!

—Ochitsuite! Watashi wa anata ga takusan hitsuyōdesuga, watashi wa anata ga kiki ni ochīru no o nozonde imasen... Sore wa koko no kiki ni kakatte imasu!-Jin gritou segurando garoto de olhos verde musgo pelos ombros e o apertando com força, em um sinal claro de impaciência e de um tom desesperado para fazê-lo se acalmar, em sucesso:-Acalme-se! Vou precisar muito de você e não o quero em uma crise... São nossas vidas em jogo nesse caralho!

—Mattaku! Koko ni wa ōku no hito ga kiki ni hin shite imasu.-gritou Hotaru rouco:-Exatamente! Têm vidas em jogo aqui, muitas!

—Oh, Deus! Tudo bem! Fala de uma vez o que quer que eu faça?-perguntou Riki com a voz mais baixa porém Jin ainda conseguia sentir o temor vindo dele:

—Preciso que detenha o desmoronamento. Faça qualquer coisa, mas não deixe este lugar vir abaixo até que todos saiam daqui.-falou Jin sério e Riki rezou internamente enquanto seus olhos arregalados e a boca escancarada encarando o Wurchiha, em busca de algum sinal de piada:

—Você... Ta falando sério?-perguntou Riki meio abobado:

—Acha que estou de brincadeira, Nohara?!-indagou Jin soando raivoso e pouco propício a brincadeiras:

—Sinceramente, estou pedindo internamente que sim.-falou Riki colocando ambas as mãos na cintura.

O som mais alto da paredes rachando com riscos grandes e cheios, arrepiava Jin em um desespero contido. A poeira caía ainda mais, enquanto tudo parecia se mover à medida que se aproximava mais do desmoronamento:

—AHH!-gritava Aiko com os braço tremendo já perdendo as forças:

—Kami no tame ni! AHH! Kuikku!-berrou Hotaru tentando puxar sua mão mais uma vez:-Pelo amor de Deus! AHH! Rápido!

—Jin...-sussurrou em posse do medo Riki com as mãos tremendo pelo peso da responsabilidade em seus ombros:

—Anata wa sentakushi ga arimasen, nohara! Watashitachi ni wa hoka no hōhō wa arimasen... Shūchū shite imasu! Soshite, mottomo shinseina mono wa, anata ga dekiru subete o ubai nasai, kokode wa koko de shinu koto wa mattaku mondaide wa arimasen!-berrou Jin começando a correr, deixando um Riki pálido e trêmulo para trás:-Você não tem escolha, Nohara! Não temos outra saída... Concentre-se porra! E por tudo que é mais sagrado aguenta o quanto der, morrer aqui embaixo está totalmente fora de cogitação!

—Nani ga fakku, Jin! Watashi wa anata no rokudenashi o kizetsu sa seyou to shite imasu... Watashi wa kore o dō yatte yaru nodesu ka?-berrou Jin nem ao menos tendo pernas para correr até Jin e socá-lo a cara:-Que merda, Jin! Eu tô a ponto de desmaiar seu desgraçado... Como vou fazer isso?!

—RIKI!-gritou Jin sentindo o fogo arder e alastra-se pelo seu corpo, conforme ficava mais irritado e nervoso:

—Kizetsu no mondai wa, sōgo ni, otokodesu!-falou Hotau alto o suficiente para fazer ambos os garotos encará-lo. Hotaru lutava para permanecer consciente:-A questão do desmaio tá sendo mútua, cara!

—HOTARU!-gritou Aiko chorando:

—Deus..-murmurou Riki com ambas as mãos nos cabelos e encarou Jin que já corria em direção aos dois:

—Anata wa sentakushi ga arimasen, Rikkī!-gritou Jin:-Você não tem escolha, Riki!

Riki estava a ponto de chorar. Sabe os momentos de medos absurdos de fracasso, misturados ao embrulho no estômago causado pelo peso incessante em seus ombros? Eram exatamente as sensações que povoavam o interior de Riki. A garganta estava com uma bola que fazia os olhos marejarem, porém ao notar a situação de Hotaru e Aiko ele via que Jin estava cero, não havia escolha. E somente esta frase e a remota possibilidade estava o corroendo por dentro, seu coração triplicou a batida e seu sangue gelou nas veias, enquanto suas pernas tremiam mais do que ele próprio era capaz de pôr em palavras. Era a pior sensação que ele já vivera depois de ter visto Hana quase desfalecendo em meio a guerra nas montanha de neve.

Riki nunca fora o mais corajoso, que dirá o mais inteligente. Nunca fora explosivo ou de agir sem pensar, menos ainda pensando. Riki não era tão poderoso, meno ainda cauteloso ao fazer algo, não... Ele era somente ele. Repleto de defeitos e brigas chulas, ciúmes controversos, raiva ao extremo, bondade elevada e sentimentos conflitantes, porém o que ele se orgulhava de ser era um bom amigo que defendia seus companheiros. Não... Ele não deixaria Hotaru e a princesa naquela situação; se Jin o havia mandado não deixar aquele lugar vir abaixo ainda, era o que aconteceria e dane-se o resto. Não havia tempo, pensamento e estrutura para se pensar na questão. Era agir ou morrer.

Riki respirou fundo saiu correndo da onde algumas pedras começavam a despencar do teto em um tamanho mais considerado. O garoto pulou em uma pedra que ele fez surgir e pulou em outra que o levitava até estar próximo o suficiente do teto:

—Mais que maldição!-berrou Riki fechando as mãos em punho, pondo-aspara baixo de seu corpo:-AH!

Riki ergueu as mãos e dois blocos de pedra pura marrom enorme saiu da terra e foi em linha reta em direção ao teto do local que desmoronava. Riki sentiu seu ar esvai-se de seus pulmões quando seus músculos entraram em contato pelo chakra com o peso que vina de cima e tinha que contê-lo. Eram massas e massas de terra que estavam para cair em cima de suas cabeças e ele agora as cotinha, literalmente em seus próprios ombros:

—Jin... Watashi wa sore ga yoi to omou... Migi ni aruku... Jigoku!-berrou Riki sentindo o sor escorrer da testa e seus olhos fechados cerrados, ajoelhado em cima da rocha que ainda tinha que levitar e caso perdesse o controle cairia de uma altura considerável:-Jin... Acho bom... Andar logo aí... Puta que pariu!

Jin correu até os dois que estavam presos no teto. O garoto de cabelos brancos pulou em uma das rochas e olhando ao redor via até onde podia ir, tendo, para sua felicidade, visto Riki elevar pilhas de pedras a fim de conter o desmoronamento, fazendo-o sorrir um pouco mais aliviado:

—Riki! Ajude-me aqui!-gritou Jin:

—O que...?-indagou o garoto suado abrindo uma fresta os olhos encarando Jin em cima de uma pedra e em seguia o garoto encarou até onde Aiko estava:-Caralho, Wrochiha! Para... De me dar... Trabalho!

Jin sorriu ao sentir a pedra levitando vagarosamente até Aiko que chorava. O garoto abaixou-se para não correr o risco de cair dali, já que estava pedindo muito a Riki e sabia disso, mas não havia outra alternativa em uma situação como essa. Jin chegou próximo de Aiko e viu as lágrimas banhando o rosto infantil cortado, ambos os pulsos, tanto que a mantinha presa, quanto o que impedia Hotaru de cair para mote, estavam roxos. Os nós dos dedinhos finos da criança estavam brancos, enquanto ela forçava a manter-se sã em meio a do do corpo e o desespero:

—Jin! Anata... Anata ga kita... Watashi o tasukete!-murmurou ela com a voz rouca e se permitindo sorrir minimamente, algo que Jin sentiu no fundo do coração foi a raiva que fez a ardência em seu peito aumentar. Como, ousaram, fazer mal a uma criança?!:-Vo...Você veio... Salvar-me!

—Osorete, ōjo! Subete ga umaku owarimasu.-falou Jin acaiciand o rosto vermelho da menina e os cortes que ali tinham, tendo certeza que ardiam conforme as lágrimas da garota os lavava:-Não se preocupe, princesa! Tudo vai acabar bem.

Jin olhou a mão da garota sendo esmagada pela maior de Hotaru, que mantinha os nós dos dedos tão brancos quanto os da menina, o pulso também roxo e o mesmo tremia. O corpo do garoto estava em espasmos, enquanto Jin via-o fazer vômito porém nada expelia do mesmo, Jin saiu da pedra e se agarrou em uma pilastra de madeira, enquanto a pedra despencava no chão. O Wuochiha chegou até Hotaru e o viu suando, os olhos fechados, porém permanecendo consciente, as pernas dobradas para achar uma posição mais confortável e a mão no meio da flecha que se encontrava alojada no ferro da jaula que estava sendo sustentada pelo mesmo. Jin viu que o loiro matinha-a ali por levitação do ar, e tinha ideia de como estava difícil para o mesmo, já que se desconcentrasse a mesma cairia e Aiko não teria foras para sustentar tamanho peso. O sangue pingava e o furo se abria consideravelmente por conta dos puxões de Hotaru para se livrar:

—Hotaru..-murmurou Jin chegando próximo ao garoto que apenas abriu os olhos verdes um pouco, visualizando a figura do -Hotaru..-murmurou Jin chegando próximo ao garoto que apenas abriu os olhos verdes um pouco, visualizando a figura de Jin Wurochiha:

—Cara... Nunca estive tão feliz... Em ver essa sua ara horrorosa.-falou Hotaru sorrindo minimamente:

—Kamisama... Daijōbudesuka?-perguntou Jin passando a mão pela testa quente suada de Hotaru:-Deus... Você está bem?

—Watashi wa subarashīdesu, Jin! Watashi no tenohira ni anawoakete yorokonde, airon o kake, futtō shita ekitai no ue ni kanari no taka-sa de burasagatte, watashi wa mada sore ga nan'na no ka wakarimasen! Sore wa, IT' S FINE, FUCK no yō ni miemasu!-berrou Hotaru irônico e Jin revirou os olhos. Nem ferido e correndo um alto risco de vida ele perdia a pose:-Estou ótimo, Jin! É uma delícia estar com um buraco na mão enterrado em ferro, estando suspenso a uma altura considerável acima de um líquido fervendo que eu ainda não consegui identificar o que, demônios, é essa merda! Olha como ESTÁ TUDO BEM, PORRA!

—Claro que não está bem.-falou Jin rouco subindo em cima da jaula, o que fez Hotaru gritar ao sentir o peso e o objeto chacoalhar:

—Como você conclui isso e sobe em cima dessa desgraça?! Quer nos matar mais rápido?!-berrou Hotaru se concentrando em mantê-la mais acima no ar e poupar Aiko:

—Vou derreter essa flecha.-falou Jin emanando fogo de sua mão:

—Tem certeza de que não fará merda?!-indagou Hotaru revirando os olhos e balançando a cabeça pela tontura:

—Anata wa dōiu imidesu ka? Watashi wa anata o koko kara oidashite, onshirazu!-bradou Jin com raiva e fogo em sua mão aumentou e ele rapidamente tirou-o próximo do rosto de Hotaru:-Como assim, fazer merda?! Vou te tirar daqui, ingrato!

—Não é nada pessoal... Só que descobri agora que tu tem um passarinho xamã e que possui muito fogo. E vi também você descontrolado.-falou Hotaru encarando o peito de Jin, visualizando a tatuagem de fogo e sangue que ali continha a forma da fênix:-Pensa bem... Caso você não controlar essa merda direito, vai assar todo mundo aqui.

—Acontece que não tenho um plano melhor do que esse, Huyata! E menos inda temos tempo de pensar em outro melhor.-falou Jin com raiva:

—Sore wa hontōni... Jigoku no kono basho wa dō yatte hōkai shite inai no?-perguntou Hotaru, olhando em confusão para Jin que apenas elevou os olhos azuis claros até onde Riki estava suado e respirando bufando pela força que fazia. As veias saltando de seus braços e pescoço, o cabelo grudado na testa suada:-É mesmo... Como esse lugar do inferno não desmoronou ainda?

—O Nohara está cuidando disso.-falou Jin dando de ombros simplesmente:

—Como assim?!-perguntou Hotaru e Jin elevou a cabeça para mostrá-lo.

Hotaru virou-e deparando em Riki, arregalando os olhos verdes logo em seguida. Nohara estava vermelho, os olhos cerrados de seu corpo pingava suor, tendo as veias saltadas, tendo vez ou outra gritos de aflição que poderiam ser comparados facilmente com dor:

—Meu Deus... O que deve ser pior, morrer esmagado por pedras ou incinerado?!-perguntou Hotaru retoricamente:

—O QUE?!-gritou Aiko lá de cima e Jin socou a cabeça de Hotaru que o xingou alto, pedindo perdão a princesa em seguida:

—EU POSSO TE OUVIR HOTARU MALDITO!-gritou Riki sem nem ao menos abrir o olhos.

                                                                     ***

https://www.youtube.com/watch?v=wFi_YdRxKD4

Hideo nunca foi um cara religioso.

Sempre fora apegado as tradições de seu clã exigente e nunca havia rezado em sua via, apesar de sua mãe ter lhe ensinado como o fazer, a acender os incensos ou escrever em papéis para o templo que tinha em sua aldeia. Porém o garotinho crescera vidrado em como seus olhos raros e albinos que continham chakra da dobra d'água, e em como pessoas de dentro do mesmo morriam por conta desses mesmos olhos.

Tanto poder, vem também grande perigo. Esse era o ditado que seu falecido pai lhe contava, ditado este que Hideo o levou para vida toda, sempre vidrado em ser o mais forte e de coragem sublime para proteger seu clã, esse era seu grande objetivo e de qualquer maneira ele conquistaria este triunfo.

Viver era a prova convicta de coragem, pois permanecer de pé em um mundo de fogo eram para poucos, frase que povoava a mente de Hideo desde que recebera a maldita carta de convocação para o exército Imperial. Ele não sabia onde estava se metendo, temia não voltar e temia mais ainda o que aconteceria com sua família durante sua ausência... Seria muito tempo sem poder protegê-los e por isso ele compreendia tão bem o sacrifício que Hana fez e o quanto a admirava por isso. Ser frio, distante e mais ainda apegado a regras e planos, eram da natureza de Hideo, ele não podia evitar não ser assim; porém ignorando todas as suas índoles conforme o tempo passava e se via cada vez mais próximo ao combate final de sua vida, o temor se fazia presente em seu peito.

Sentir medo não era algo fácil de se admitir, menos ainda convencer si mesmo de que estava em pânico. Enquanto encostava as costas na parede fria e mantinha os braços apoiados nos joelhos levantados, a cabeça baixa e os olhos fechados apenas esperando o momento de atacar. Temia por sua vida, assim como qualquer outro homem, sentia medo assim como qualquer outro ser humano, porém sentia a necessidade de vingança contra seus companheiros mortos, sentia o dever de proteger seu país, sentia que morrer protegendo quem ama seria uma boa maneira de partir, ao mesmo tempo que em controvérsia sua mente insistia em fazê-lo se lembrar da família em perigo. Cada qual tinha uma cruz para carregar, um dever a cumprir, mas que mantinha trancafiado dentro do peito, lugar este que um homem somente abria para aquela que, na qual, dividiria sua cama:

—Karera wa amarini mo nagai jikan o totte imasen ka?-perguntou Goenji depois de um longo período de silêncio:-Não estão demorando demais, não?!

—Qual deles?-perguntou Norio encostado na parede de frente a janela aberta de braços cruzados. Os cabelos azuis descendo em cascata por suas costas largas:

—Watashi wa, kyūjo to konran no ryōhō ga nagai jikan o toru to shinjite imasu.-falou Ran sentado com uma perna esticada, outra erguendo o joelho, no qual apoiava seu braço repleto de arranhões:-Acredito que tanto o salvamento, quanto os amassos demoram um tempo considerado.

—Kamisama no tame ni... Darekaga okasarete, dareka ni osowa reru jikan wa arimasu ka?-bradou Hide erguendo ambos os braços para cima:-Pelo amor de Deus... Isso lá é hora para se "dar amassos" e alguém?!

—Para nós que estamos sozinhos, claro que não... Mas pra quem tem alguém para se dar uns beijos, te garanto que é a hora ideal.-falou Kyo endireitando-separa sentar sorrindo de lado:-Afinal, podem ser os últimos beijos... Isso é, se estão realmente só nos beijos.

Goenji socou a cabeça de Kyo,ao passo que os demais garotos também prendiam um riso malicioso:

—Hana no hanashi o mite! Takeshi wa jūyōde wanai, kanojo wa sōde wanai.-falou Goenji segurando uma risada:-Olha como fala da Hana! Takeshi é um inconsequente, ela não.

—De qualquer jeito, deixe-os Hideo.-falou Norio respirando fundo e soltando o ar pelos lábios finos:-Eu iria fazer a mesma coisa.

—Nagaiai ai no kishi-tachi ni ikite imasu.-falou Ran sorrindo de lado fino, porém em seus olhos via-se a falta de sentir amado por uma mulher fazia consigo. A falta de se perder em uma, a falta de sentir um mero homem novamente:-E viva o amor, cavaleiros.

—Amor...-murmurou Daisuke perdido em pensamentos.

O garoto de franjas sabia ser o mais inteligente dali, porém o menos habilidoso no resto, seja com armas, lutas, ou amor... Desde pequeno sempre ofuscado pelo irmão mais velho, tomando a liderança do clã e ser um cara que todos os pais pediram a Deus; e ele, era apenas o Daisuke. O que ficava horas sentado no jardim de sua casa, próximo ao pequeno lago que sua mãe fazia questão de cuidar, lendo os montes de livros que seu avô o dava; afinal como ele mesmo aprendeu, não era somente os músculos que davam vitória, o cérebro fazia toda a diferença em uma luta. A infância de Daisuke fora repleta de momentos constrangedores e até ruins para uma criança, desde novo sendo comparado ao irmão e ele apenas sabia na teoria tudo o que Daiki executava, mas nunca sabia fazer como o mesmo.

Ir para o exército Imperial era a tarefa nobre de Daiki, mas que seu pai a designou para si. Chame do que quiser, acaso, destino, maldade, reconhecimento, mas Daisuke sabia que o velho temia a morte do primogênito perfeito e como ensinar melhor a um fracassado como lutar, o encaminhando para o exército do Imperado?! Daisuke não tinha um motivo concreto para se estar lutando, ou ali ainda resistindo de pé contra tudo e todos que, ele sabia, não acreditavam que obteria êxito. Não... O garoto de óculos e dono da franja que caía sobre seus olhos, apenas estava ali pelos amigos que ele fizera ali naquele inferno. As vezes encontra-se o motivo de permanecer lutando nos lugares mais improváveis.

Daisuke não sabia como seria o seu amanhecer do dia seguinte, apenas que ele não era mais um garoto e sim um guerreiro:

—Será que Riki, Jin e Hotaru conseguiram salvar a princesa?-perguntou Goenji:

—Acredite neles, Sasori! Jin de inimigo passou a ser amigo novamente, Riki nunca falhou e Hotaru é o cara mais difícil de morrer que já conheci. Tenha fé, homem.-falou Ran passando uma mão cansada e repleta de hematomas pelos cabelos arrepiados.

Ran era filho único.

De uma pequena família humilde que morava pelas partes próxima da floresta da aldeia da areia, ele cresceu ensinado pelos valores do pai; um homem vivido e machucado pelas dores da guerra. As vezes tarde da noite, enquanto ele tentava dormir, ainda garoto, em sua cama com ambas as mãos envoltas da barriga para aplacar a dor da fome, tentava em vão não escutar os choros de sua mãe, pelo filho estar com fome e ela não poder fazer nada. Seu pai era orgulhoso demais para demonstrar qualquer emoção, porém Ran sabia que quando não se alimentava o velho saía para caminhar voltava cheirando a vegetação e de olhos estranhamente vermelhos.

Ran tinha motivo para voltar para a casa como um guerreiro. Ajudar a família e dar um vida confortável a seus pais, temia se eles estavam bem e sempre recordava dos gritos sôfregos e apelos da mãe para que ele não fosse para guerra. Ran tinha o poder da escolha que muitos ali queriam ter, a de não ir; afinal o clã de Ran não era conhecido e seu avô morreu em guerra falindo ainda mais a família que se viu sem nada. Para ele era a única forma de dar nome a seu clã e ajudar sua família; claro que sua mãe tinha razão ao dizer que dinheiro nenhum substituiria a vida de um filho, a dor de enterrar um filho, porém era um risco que ele correria pelas duas pessoas que ele mais amava em sua vida. Kohaku sabia de suas condições e prometera a si que se o pior acontecesse consigo, sua família receberia uma assistência pelo próprio sensei, o que acalmava o coração temeroso do garoto que agora era homem:

—Shōjikina tokoro, daremoga koko ni iru toki, watashi wa tada ochitsukudeshou.-falou Goenji colocando as mãos nas têmporas:-Sinceramente só vou me acalmar quando todos estiverem aqui.

—Até irmos combater Kabuto e seu exército desgraçado!-falou Kyo revirando os olhos.

Kyo era o filho perfeito.

O irmã mais velho de três, o mais forte, o mais ágil, ele sempre tinha que ser o melhor. Pelo menos era isso que seu pai o fazia acreditar, Kyo sempre viveu sobre muita pressão, as vezes ser o filho favorito não era tão bom quanto se imagina, junto da admiração vem a cobrança. Para Kyo lhe eram permitidas várias coisas, apenas uma única ele não poderia fazer jamais, que era errar. Ele não poderia se dar ao luxo de decepcionar o pai, porque tudo o que ele fazia e faz eram para admiração de seu pai exigente e carrasco.

Kyo não se lembrava de um momento em que o pai sentava para conversar com o mesmo, consolar, brincar, botar para dormir, não... Seu pai apenas lhe direcionava um único olhar sério sempre, até que o garoto começou a ver que os olhares vinham carregados de brilho quando ele acertava algum golpe ou algo que lhe propusessem a fazer, desde então Kyo vivia para ver este olhar e com isso veio os ensinamentos; "você tem que ser o melhor", era o que seu pai lhe dizia e Kyo cresceu arrogante com esse pensamento. E agora, quando se via na situação de quase morte, perguntava-se do que valeu ser sempre o melhor, se na hora da morte todos são iguais?!

Nem sempre ser o melhor, era a melhor coisa para se escolher ser:

—Kōtei-tekina kangaekata, min'na... Kore wa ima watashitachi ga motte iru yuiitsu no monodesu.-falou Norio passando as mãos pelas têmporas tensas:-Pensamento positivo, caras... É a única coisa que temos no momento.

—Bah... Quem liga para o modo de como vamos pensar! Dane-se se será positivo ou negativo, não mudará nosso destino.-falou Goenji irritado e nervoso ao mesmo tempo em que esfregava ambas as mãos frias umas nas outras:

—Īe, sore wa anata no kao o naguranai yō ni watashi o tasukerudeshou!-falou Norio rouco e Goenji apenas deu de ombros:-Não, mas vai me ajudar a não socar a sua cara!

Norio não tinha a melhor das vidas, escondido pela calma e serenidade eixadas a mostra elo seu sorriso bondoso, o garoto de longos cabelos azuis escondia suas cicatrizes e segredos obscuros. O filho bastardo de um guerreiro importante de exóticos cabelos azuis, no qual apenas teve em seu casamento três filhas e Norio nasceu prematuro em uma cabana escondida na floresta, onde sua mãe tentou fugir para que o pai não soubesse de seu nascimento. Ora veja, um filho bastardo iria ser um escândalo, tanto para a jovem empregada de longos cabelos negros que engravidara do patrão, quanto para o guerreiro que não escondia a admiração ao vê-la passar.

Sua mãe não resistira ao parto, claro... Norio entendeu depois de um tempo; ela era muio nova e não sabia o que fazer e não conseguiu lutar mais depois que a hemorragia piorou. Seu pai o encontrou mais tarde quase morrendo de frio ainda unido pelo cordão umbilical em sua falecida mãe. O garoto nunca fora tratado bem, nem pelos "avós" paternos, a madrasta detestável e suas duas filhas mais velhas que faziam de sua vida um verdadeiro inferno. Porém havia Nolee, a sua meia irmã que possuía a mesma idade que ele, a menininha que sempre levava bolinhos e brincava com o garotinho que vivia chorando pelos cantos da casa; era a menina/mulher que Norio aprendeu o significado da palavra família.

Desde pequeno, como o único filho varão do guerreiro, dane-se sendo bastardo ou não, o homem se viu na obrigação de treiná-lo para que o mesmo fosse um guerreiro tão bom quanto ele. Descendendo de seus traços genéticos, os longos cabelos azuis logo seriam associados a seu nome, e o orgulhoso guerreiro jamais passaria a humilhação de ter um filho fraco. Ainda novo Norio aprendera a se defender, com uma jornada longa de treinamentos intensos, nos quais sempre acabava quase sem foças para voltar ao quarto e o pai pouco mostrava arrependimento, assim como pouco mostrava afeto. Nolee sempre o ajudava voltar pra o quarto e lhe contava histórias, para que o fizesse parar de chorar, mesmo depois de novos, quando descobriram a adolescência, nunca se afastaram e Norio se castigava todos os dias por um dia ter amado a meia-irmã como mulher e rogava as céus clemência e perdão por tamanho pecado. A dor de partir quando recebera a carta e convocação só não fora maior do que a dor de descobrir que, provavelmente ao retornar, se retornasse, Nolee estaria casada com um filho de um amigo de seu pai.

Sua consciência insistia em lhe dize que isso era o melhor, cada um seguindo seu próprio caminho, porém convencer ao coração que parecia rasgado dentro de seu corpo era outra história. Então Norio, nada fez... Apenas afogou suas mágoas na festa de despedia que seu "pai" promovera para o mesmo, uma noite antes de partir para o exército; e beijou cetenas de bocas voluptuosas e erradas a fim de afugentar as imagens da irmã com o outro homem que dentre alguns meses a teria para si e ele, com sorte, voltaria da guerra com as duas pernas.

Uma dor que ele aprendera a suportar, as lembranças que ele insistia em tentar esquecer:

—Anata wa amarini mo ochitsuite imasu, anata wa Norio o omoimasen ka?-perguntou irônico Goenji estalando os dedos pela tensão:-Está calmo demais, não acha Norio?!

—Soredokoroka, akage... Watashi wa totemo kinchō shita koto wa arimasen, watashi wa yoku shitte imasu.-falou Norio voltando os olhos em direção ao companheiro:-Pelo contrário, ruivo... Nunca estive tão nervoso, apenas sei guardar melhor para mim.

—Bobagem! É a hora excelente para se entrar em pânico, não concordam?!-indagou Goenji se erguendo trêmulo e sorrindo nervoso:-Daqui a alguns instantes iremos batalhar contra o exército shibio e não sabemos se quando o raiar do dia chegar estaremos inteiros ou que dirá... Com vida?!

—Akage o otosu... Kore wa anata no kishō o ushinau jikande wa arimasen, tsumetaku shite mite kudasai. Watashi wa jōkyō no kinchō ga tsuyo sugiru koto o shitte imasuga, anata wa kore dakede wa arimasen.-falou Hideo notando o pânico do ruivo, enquanto observava o mesmo quase chorando pelo medo. Não o culpava, estava controlando a si mesmo no momento para que não fizesse o mesmo:-Acalme-se ruivo... Não é hora para se perder a cabeça, tenta ficar frio. Eu sei que a tensão da situação está forte demais, mas você não está sozinho nessa.

—Konkai no hotāru senshuken no uchi no 1tsu o chanpionshippu ni ataenaide kudasai. Kuso ̄ , sore wa nani mo yoi koto wa shimasen, soshite, anata wa sore o shitte imasu. Shizukani shite matte, enerugī o setsuyaku shite kudasai.-falou Kyo massageando a nuca com as duas mãos e encarando firme Goenji:-Não dê uma de Hotaru nesta altura do campeonato. Porra, não vai adiantar de nada cara, e tu sabe muito bem disso. Apenas fique quieto e espere, guarde suas energias.

—Watashi wa genki ippai! Subete no damatte iru maifun watashi no kuso no atama wa, watashi ga sugu ni okoru osoroshī koto o mite kangae saseru dakedesu!-exclamou Goenji colando a testa contra a parede e socando a mesma:-Eu não consigo, que merda! A cada minuto em silêncio a porra da minha cabeça só me faz ver e pensar em coisas terríveis que podem acontecer daqui a pouco!

—Goenji...-murmurou Daisuke:

—Cara, calma...-falou Norio colocando uma mão no ombro trêmulo do ruivo:

—Ā... Sore wa anata dakeda to omou? Watashi no atama wa, watashi ni misete kureru hodo hidoi koto o shite iru utsukushī Mabi mo shite imasu. Watashi wa chōdo mushi shi, jikan o watasu tame ni, watashi wa sorera o arufabetto jun ni, matawa saiaku kara saiaku ni oku.-falou Ran cruzando os braços e encostando na parede em que Goenji apoiou a testa:-Ah... Acha que é só com você?! Minha cabeça também tá sendo uma bela filha da puta com tanta coisa terrível que tá me fazendo ver. Eu tô apenas ignorando e pra passar o tempo, coloco-as por ordem alfabética ou da mais piores para as mais brandas.

—Ran, anata wa mattaku tasukete inai!-falou Kyo revirando os olhos:-Ran, você não tá ajudando em nada!

—O que quer que eu faça, então?! Não é hora para um marmanjo desse ficar com medo e se borrar!-falou Ran com raiva:

—Damare! Watashi wa nagusameru hitsuyō wa arimasen. Soshite, watashi wa kore dake de taisho dekimasu! Soshite, watashi wa anata ga rande wa arimasen... Anata no jinsei o sewa shite kudasai.-falou Goenji com raiva encarando firme Ran, que nem ao menos se moveu ou desviou o olhar calmo do nervoso e raivoso o ruivo:-Cale-se! Não preciso que me consolem. E posso lidar com isso sozinho! E eu não sou você Ran... Cuida da sua vida.

Goenji nunca foi calmo.

Desde a infância morando na mansão de sua família, um clã importante na aldeia do leste da cascata e fogo. O pequeno garotinho cresceu olhado pelos avós, já que seus pais faleceram quando ele era menor e apenas tinha os anciãos que eram tudo para ele, assim como tinha sua irmã mais velha que nunca lhe deixou faltar amor ou qualquer coisa. Nunca fora obrigado a treinar, nunca teve algo proibido, nunca precisou chorar por nada, todavia o garotinho sentia falta da presença de seus pais mesmo nunca os conhecendo, mas sempre tentava pensar no lado positivo da coisa. Já que chorar e o medo, eram os dois sentimentos que a criança de cabelos vermelhos odiava sentir.

Izumi lhe contava histórias sobre seus pais, ele amava a irmã e a admirava por ser forte com uma espada e demonstrar não ligar muito para etiquetas ou modas de garotas, algo que o fez sentir tanto afeto por Hana era em como o fazia se lembrar de Izumi. Recordava-se que seus problemas começaram desde aquele fatídico passeio em que fazia com ela, no qual foram atacados por inimigos do clã e ele viu, escondido debaixo de um tronco de árvore, sua irmã lutando. Os cabelos ruivos e longos voando ao passo que ela lutava com todos; lembrava-se também no pânico que sentiu ao ver um corte fundo na garganta da garota que arregalou os olhos caindo de joelhos e lhe encarando. Um líquido escuro saiu da fenda grande e aberta na garganta da irmã e o mesmo líquido escorria pelos lábios da mesma, que se forçou a sorrir fraco pra ele em meio as lágrimas, antes de outra espada atravessar a testa da menina por trás. Ele gritou muito, tanto que perdera a voz naquele dia.

Goenji nunca mais foi calmo, sempre ficava nervoso, sempre tentava esconder o que sentia, sempre tentava se manter calmo brigando. Nunca mais ele queria ver aquela cena novamente e quando Cho morreu, ele achou que teria outra crise ali na frente de todos, porém se controlou, porém nada se comparava a temer que tal coisa ocorresse a si mesmo. Temer a morte.

Medo de morrer todos têm, mas quem teme a morte não vive.

                                                                                   ***

 

Hana sentia-se fervendo.

Os beijos de Takeshi estavam fazendo com que não sentisse mais nada ao seu redor, o lábios famintos do amado a puxavam em um êxtase infinito, enquanto ofegava o senti-los em um rastro de chamas pelo seu pescoço, arrepiando-a. Nem ao menos percebeu suas mãos repletas de chamas tando o corpo dele, ou as mãos grandes repletas de fogo consumindo-a; não se sentia dor quando as chamas entravam em contato com sua pele, porque ali não era um fogo de raiva u dor, era amor.

Takeshi a segurava com foça, como se temesse que a qualquer momento fosse tirá-la de si. A beijava com volúpia querendo mais e mais da garota, viciava-se lenta e prazerosamente nos lábios e nos beijos dela. Deus, ela seria sua perdição:

—Takeshi...-Hana ofegou segurando o rosto do amado:

—Amo você!-ele pronunciou antes de iniciar outro beijo, nem dando chance da garota responder a tal declaração que acelerava de um maneira abrupta seu coração:

—Takeshi, por favor pare... N-Nós precisamos... Voltar.-ela dizia vagarosamente enquanto os lábios de Takeshi insistiam em mantê-la concentrada em correspondê-lo.

O garoto foi desacelerando dando meros beijos nos lábios inchados da amada, feliz constatando que ela havia gostado tanto quanto ele, feliz ao vê-la em seus braços, unicamente para si. Segurou-a mais firme ainda contra seu copo encostando ambas as testas, sorrindo sentindo-a mordendo seus lábios, sorrindo por senti-la entregue para si. Maldita seja esta guera, sua mente rosnava:

—Dono yō ni watashi wa anata o shutoku suru tsumori de, watashitachi wa koko kara dete iku no ka wakaranai! Shinu koto naku, namida no nai watashi-tachi jishin no basho ni... Watashi o ubawa reru koto o osoreru koto naku watashi ga kanojo o aisuru koto ga dekiru basho.-murmurou Takeshi baixo, porém o suficiente para fazer Hana abrir um sorriso triste e encarar as safiras ainda mais escuras de Takeshi, fitando-a com amor sem nem ao menos piscar:-Não sabe a vontade que estou tendo de te pegar e ambos fugirmos daqui! Para um lugar só nosso, sem guerra, sem morte, sem lágrimas... Um lugar onde eu possa amá-la sem temer que a tirem de mim.

—Watashi wa anata to dokoni demo iku koto ga dekimasu, watashi no ai... Shikashi, watashitachiha tatakau tame ni subete o akirameru koto wa dekimasen! Karera wa amarini mo ōku no jinsei o kiken ni sara shite iru...-Hana respondeu acariciando os cabelos negros de Takeshi, sentindo a respiação dele pesar a cada palavra proferida por ela:-Eu iria pra qualquer lugar com você, meu amor... Porém,não podemos largar tudo que lutamos e almejamos! São vidas demais em jogo...

—Maldita guerra!-falou Takeshi se afastando um pouco e encarando o rosto corado de Hana:-O que acontecerá lá?! Não poderei protegê-la, ou mantê-la próxima a mim, não sabe como temo por você Hana! Você... É tudo o que me resta nesta vida miserável, se algo acontecer com você sou capaz de incinerar meu próprio coração.

—Pare... Vai dar tudo certo! Venceremos e acabará com toda essa guerra, as mortes não serão em vão e eu poderei ficar com você!-falou Han sorrindo e Takeshi respirou sorrido de lado:-Ficarei com você, Takeshi.

—Watashi to kekkon suru?-pergunto Takeshi sorrindo Han sentiu o coração falhar uma batida e se afastar um pouco do garoto que sorria e sua direção, enquanto ela permanecia com a boca escancarada:-Casa comigo?

—Como é?! V-Você está falando sério?! Takeshi, não brinca com isso.-falou Hana com a mão no coração acelerado:-Takeshi...

—Nunca falei tão sério n minha vida.-falou Takeshi a puxado novamente par seus braços:-Eu amo você. E quero que seja minha para toda a vida, quero que fique comigo...

—Meu Deus, Takeshi...-Hana ofegou com os olhos lacrimejando, com a mão ainda posta no peito:

—Hana, watashi to kekkon shimasu ka?-perguntou Takeshi sério pousando sua mão em cima da mão da menina posta peito:-Você aceita se casar comigo, minha Hana?

—Watashi wa ukeire, watashi no ai!-sussurrou Hana para ele sorrindo com algumas lagrimas escapando de seus olhos emocionados:-Aceito, meu amor!

Takeshi sorriu beijando-a. Em seguida rasgou um pedaço de sua blusa e depois outro mais fino, queimando ao lado do mesmo e amarrando no dedo da mão esquerda da menina como se fosse sua aliança. Ela sorriu abertamente pegando o outro pedaço de tecido e o queimando com seu fogo nas laterais, assim como fizera o garoto, e em seguida amarrou no dedo da mão esquerda do garoto. A aliança de ambos:

—Watashi... Eien ni!-murmurou Takeshi limpando as lágrimas do rosto de Hana:-Minha... Para sempre!

—Anata ga watashi ni sore o yarou to sureba, watashi to nakoudo no naka de okotta koto o anata ni tsutaenakereba narimasen.-falou Hana sem graça e Takeshi gargalhou alto, fazendo a garota olhá-lo em dúvida:-Tenho que te contar uma coisa que aconteceu na casamenteira comigo, se vamos firmar isso mesmo.

—Não se preocupe, meu bem... Eu já sei!-falou Takeshi a abraçando:

—Como assim?-perguntou Hana o encarando:

—O Nohara já me contou sobre a casamenteira.-falou Takeshi sussurrando no ouvido da menina que se arrepiou:

—Kami... Watashi wa sore o shinjite inai! Watashi wa kare o panchi shimasu!-falou Hana escondendo o rosto no peito de Takeshi, enquanto o mesmo ria acariciando os cabelos da amada:-Deus... Não acredito! Vou socá-lo!

—Não se preocupe! Qualquer coisa o Hotaru celebra e cerimônia.-falou Takeshi e ambos riram imaginando a cena.

Logo ambos ficaram sérios, imaginando como o loiro estaria, Jin, Riki e a princesa. A tensão voltou ao casal, e Hana se aconchegou mais um pouco nos braços de Takehi que a apertou ao seu redor:

—Watashi wa koko ni koko o nokoshitaku arimasendeshita!-murmurou Han sentindo os braços do garoto mais tensos:-Não queria sair daqui jamais!

—Acredite... Eu também!-falou Takeshi.

                                                                                  ***

 

https://www.youtube.com/watch?v=Aneo3F1eLxk

—VAI COM CALMA, JIN! OLHA O QUE VOCÊ TÁ FAZENDO! SE VOCÊ ERRAR, TU ME QUEIMA MALDITO!-berrava Hotaru enquanto Jin ia com a mão trêmula tentar terminar de derreter a maldita flecha:

—Para de gritar, Hotaru! Está me desconcentrando!-gritou Jin raivoso:

—Estou tentando não ser assado!-gritou Hotaru:

—R-Rá-Rápido... P-P-Po-Por favor...-murmurou Aiko:

—ISSO AÍ! RÁPIDO!-gritou Riki mal sentindo as pernas ou o resto do corpo pela força de controle absurda que fazia. Conforme se iam as horas o peso que vinha do teto aumentava em dez vezes mais, e pelo que o garoto sentia já era para aquele local ter ido abaixo a muito tempo:

—NÃO ME APRESSE PORRA, EU POSSO QUEIMAR O CORPO TODO O HOTARU!-berrou Jin aumentando as chamas de sua mão e Hotaru abaixou a cabeça:

—Ah, meu Deus do céu!-falou Hotaru nervoso e com dor, quase não sabendo como ainda não havia perdido a consciência:

—CORTA O BRAÇO DELE FORA! NEM VAI FAZER FALTA!-gritou Riki tendo que invocar mais uma torre de pedras para ajudar a conter o desmoronamento. Ao todo o aroto fizera mais quinze torres de pedras mal respirava pela força que fazia:-AHH! Que merda...!

—Cala a boca, Riki!-gritou Jin se concentrando na flecha novamente:

—TÔ QUASE INFARTANDO AQUI, PORRA!-gritou o garoto vermelho repleto de veias:

—Jin... Corta logo!-murmurou Hotaru já cansado:

—Calem-se os dois!-gritou Jin:-Vou fazer essa desgraça de flecha virar fumaça, e vai ser agora!

Jin segurou no objeto e começou a emanar o fogo milímetro por milímetro no cabo de madeira grossa da flecha, enquanto sentia o suor escorrer por suas costas e testa. Hotaru somente notou o que estava acontecendo ao redor quando sentiu uma queimação insuportável na palma de sua mão e olhou abismado para o fogo entrando dentro de sua carne. O loiro começou a gritar pela dor insuportável e a se mexer, ao passo que Jin rezava aos céus para que ele ficasse quieto, gritando para o mesmo parar de se mexer, ao passo que a princesa gritava de dor por seus braços já estarem chegando ao seu limite. A jaula que sustentava Jin estava a ponto de cair, os ares não mais a controlava por Hotaru está ocupado demais sentindo a dor queimando dentro de seus ossos.

Era isso, iriam cair. Iram morrer! Não adiantaria, a jaula cairia e levaria Hotaru, Jin e a filha do Imperador:

—Riki!-gritou o garoto de cabelos brancos:

—O que foi... AHH!-gritou o Nohara ainda de olhos fechados:

—Saia daqui agora!-gritou Jin tentando se fazer ouvir, tendo os gritos de agonia de Hotaru. A jaula dançava pelos ares e Aiko cortava sua garganta aos berros histéricos de quem não estava mais aguentando:

—O que?! Ficou maluco?!-berrou Riki abrindo os olhos em um rompante, desconcentrando-se e fazendo as torres se mexerem e o teto tremer:-Não... Porra!

Riki fechou os olhos novamente, curvando o corpo se concentrando, fazendo com que as veias de sua cabeça e testa saltarem para fora:

—Jin... Pare com isso!-berrou o Nohara:

—Não... Hotaru! Acalme-se já...-Jin parou de falar no momento em que os gritos cessaram:-Deus!

Hotaru havia desmaiado.

A jaula caiu, com o fogo ainda dentro da mão de Hotaru queimado a madeira vagarosamente. Hotaru fora puxado para baixo, preso pela mão, ao passo que Jin se vê caindo em cima da jaula e o grito de Aiko tonar-se mais forte ao mesmo tempo em que ela solta as mãos.

Estavam caindo.

Não tinha jeito, não havia chance de salvamento. Apenas se um milagre acontecesse:

—NÃO!-o grito de Riki ora ouvido ao mesmo tempo que a torres de pedras caíam ao chão, e o lugar começava a desmoronar.


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Notas finais do capítulo

TAM TAM TAM! kkkkkkk Beijos ♥



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