Guerreiros escrita por L M


Capítulo 75
Luz


Notas iniciais do capítulo

Oi Guerreiros! Como estão?
Leitores novos, sejam bem-vindos!! :)
Boa leitura!



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No alto do local, via-se todas as pessoas reunidas do lado de fora do palácio, algumas olhavam em interrogação o desfile ter acabado rapidamente e nenhum sinal do Imperador. O homem de cabelos grisalhos respirou fundo, tentando ao máximo manter sua calma e serenidade, o que era difícil devido a tais situações, mas quando se nasce para governar, a primeira coisa que se cria é o dom da frieza e calmaria em situações graves.

O Imperador estava preso na sala do trono, assento este ocupado por Kabuto que estava ali inerte com os olhos lunáticos de um azul terrível, fixados no chão tendo a loucura de sua mente em companhia, enquanto o silêncio reinava no local. O homem não entendia o que o fazia mantê-lo vivo, especulando um horário para sua morte, se estava ali poderia tê-lo feito e terminado com tudo, porém Kabuto era cruel o bastante para fazê-lo aterrorizar as cenas de sua filha em perigo em sua mente, sendo que o Imperador implorou para mantê-la em segurança e que nenhum mal fosse feito contra ela. Não se importava se pereceria aquela noite contanto que sua filha não fosse levada junto a ele.

Ele só podia contar com o garoto de cabelos brancos, no qual Kabuto o chamara de filho, mas era na verdade um espião que lhe prometeu que cuidaria de Aiko. O homem apenas segurava nesse fio ínfimo de esperança, durante todo o empo ali preso, onde era possível ouvir os vários sons de explosões das armadilhas postas em seu palácio:

—Não é fantástico, velho?!-a voz rouca tomada pela loucura do homem que lhe mantinha refém soou em suas costas. Tentou manter-se calmo, a tensão estava presente em seus músculos, mas já era um homem vivido e teria de se acalmar, mesmo que para ouvir aquele que, provavelmente, o mataria no final:-Todos os meus futuros súditos ali embaixo, esperando o momento em que sua cabeça voará na direção deles. Uma nova era se erguerá e sobrará apenas cinzas do que um dia fora seu reinado miserável.

—As cinzas também sabem contar uma história, Kabuto. Meu reinado não será esquecido, enquanto ainda houverem aqueles que serão fiéis a mim e lutarão em meu nome.-falou o Imperador com os olhos fixos no céu noturno:-Mesmo com a morte, meu nome anda será conhecido pelos ares deste mundo devastado por sua fúria.

—ARGH!-gritou Kabuto enfiando sua espada na parede ao lado da cabeça do Imperador, o qual nem ao menos se moveu em temor:

—Não temo a você, homem de ódio.-murmurou o Imperador calmamente:

—Seu velho maldito! Curve-se diante de mim, enalteça-me... Mostre que eu sou mais forte e poderoso do que você! Sinta o fogo de minha fúria... Deixarei que meu leão se satisfaça com sua carna esdrúxula!-falou Kabuto ao pé do ouvido do homem, o hálito quente e aterrorizante fazendo seus olhos cintilarem:

—Nunca será um guerreiro, nunca terá a honra dos homens, nunca poderá tomar meu lugar!-falou o Imperador, fazendo o homem atrás de si rugir em ódio:

—Kuso tta rōjin!-rosnou Kabuto com as chamas lhe rodeando as mãos:-Velho maldito!

O homem estava pronto para enfiar a mão em chamas dentro do corpo do velho Imperador, como apenas algumas palavras ele conseguia desestruturá-lo?! Cada frase dita por ele, Kabuto reconhecia o pai maldito lhe comparando e lhe negando a liderança por não ser homem, não ter honra para exercer tal cargo... Mas Kabuto provaria a todos, mesmo que tenha que fazer uma chacina neste país tomado pelo reinado do homem a sua frente, ele transformaria tudo em cinzas com seu leão se fosse preciso. Tudo, para ter o controle:

—Kabuto!-a voz de Mitsuo o interrompeu de fazer uma besteria antes do tempo.

O homem parou, respirando fundo, sentindo suas articulações arderem pelo ódio e o fogo queimando dentro de si, seu leão rugia querendo libertar-se para devorar e queimar o corpo do velho:

—O que está pensando?-perguntou Misuo o empurrando para longe do Imperador. Os olhos azuis cansados de Mitsuo lhe entraram no campo de visão:-Não é a hora e você sabe disso, não seja um inconsequente!

—Ele está me provocando, Mitsuo! Esse maldito está me testando!-gritou Kabuto erguendo as mãos e incendiando um lustre que se encontrava no teto, fazend-o cair no chão com as chamas o derretendo:-Parece a porra do nosso pai...

—Kore wa bōsō no tame no jikande wa arimasen! Anata wa kare o koroshita, kare wa watashitachi no chichioyade wanai... Anata wa mesu no atama no musuko o shibaraku kiru koto ga deki, wareware wa subete o shihai surudarou!-falou Mitsuo colocando a única mão que ainda possuía no ombro do irmão que se retesou ao toque do mais novo:-Não é hora para um descontrole! Você o matou, não é nosso pai... Daqui a alguns instantes poderá cortar cabeça desse filho da puta e governaremos tudo!

Kabuto não suportava quando Mitsuo falava de seus familiares mortos por suas mãos. Algo dentro dele se partia em remorso, sentimento este que o atormentava, não conseguia olhar para Mitsuo sem se diminuir, não conseguia olhar para Takeshi sem compará-lo inteiro ao se pai. Com certeza o maldito teria orgulho do garoto, ele era tudo o que o mesmo buscava e que  não encontrou nele ou em Mitsuo, menos ainda em seu próprio filho; nem mesmo um filho decente ele soube fazer. Jin não era como Takeshi, o garoto mesmo vindo pra seu lado, possuía uma gentileza que o enjoava, por mais que esta fosse a única qualidade de sua falecida mulher que lhe trazia alguma paz nas noites turbulentas de pesadelos:

—Sim, meu irmão! Governaremos juntos, o clã Wurochiha se erguerá das cinzas e seremos imbatíveis! Eu, você, Jin e... Takeshi.-falou Kabuto e um lampejo de ódio passou nos olhos azuis do irmão mais novo:

—Takeshi não, Kabuto!-falou Mitsuo desviando o olhar:

—Ele não deixa de ter nosso sangue, Mitsuo! Não deixa de ser seu filho.-falou Kabuto:

—ELE ARRANCOU MINHA MÃO PARA PROTEGER AQUELA MALDITA!-gritou Mitsuo com chamas saindo de sua mão e ombros:-Vou arrancar os braços dele!

—Você não fará isso.-falou Kabuto ficando irritado com o comportamento do irmão:-Não seja idiota, Mitsuo! O garoto poderia ter incendiado sua cabeça, mas apenas se contentou em arrancar sua mão.

—Não se meta Kabuto! E eu devo agradecê-lo por isso?!-gritou Mitsuo:

—Fale baixo comigo, não levante o tom para mim.-falou o homem já com raiva:-Sabe como o amor nos consome, Mitsuo! Mais do que essas chamas em nosso sangue, o amor é o combustível que nos move... O garoto se apaixonou, só temos que matar o amor dele, para que somente sobre o ódio.

—Ele nos matará.-falou Mitsuo rindo irônico:-Acha que se nós matarmos a mulher que ele ama, Takeshi virá para nosso lado?!

—Não, não virá... Mas ainda resta a maldita família dela. Prometemos deixá-los em paz, caso ele venha para nosso lado.-falou Kabuto rindo sombrio:

—E você os deixará?-perguntou Mitsuo o olhando e esguelha:

—Claro que não, meu irmão... Mas isso, meu sobrinho não precisará saber.-falou Kabuto rindo e Mitsu revira os olhos:

—Shikashi, kare wa watashi no te o moyasu tame ni shobatsu sa rerudeshou.-falou Mitsuo com raiva:-Mas ele será castigado por ter queimado minha mão.

—Anata wa sudeni kare o basshite imasu. Shōnen no me ga akaku... Watashi no kyōdai, watashi o shinjite, noroi wa kirisaki yori mo warui.-falou Kabuto olhando admirado as chamas dançando em sus dedos:-Você já o castigou. Os olhos do garoto rubros... Acredite, meu irmão, uma maldição é pior do que a mutilação.

Mitsuo bufou impaciente passando sua única mão pela testa suada:

—E quem te garante que ele vá sobreviver as armadilha do castelo?!-perguntou Mitsuo:

—Eu sabia que aqueles imprestáveis estariam aqui! Capturar Kohau me foi útil para isso.-falou Kabuto:-Meus homens têm ordens pra não deixá-lo morrer.

—E por quê não mandou Jin?-perguntou Mitsuo:

—Ele não saberia agir.-falou Kabuto com os olhos escurecendo:

—Jin é frio o suficiente para isso, você não o conhece como eu.-falou Mitsuo:

—Não, meu irmão... Você não o conhece como eu.-falou Kabuto aproximando sua mão em chamas do rosto, fazendo seus olhos azuis queimarem em brasa:

—Só acho que matar Kohaku não nos adiantou de muita coisa, poderíamos saber seus planos, se você fosse mais centrado.-falou Mitsuo:

—Kohaku falou o que não deveria, e sua morte já foi muito tardia.-falou Kabuto.

—Kizoku no senshi ga heiwa no naka ni ite mo īdesu ka!-murmuou o Imperador, abaixando seu rosto, chamando a atenção de ambos os irmãos. Mitsuo revirou os olhos, ao passo que Kabuto gargalhou alto:-Que o nobre guerreiro descanse em paz!

—Culpa sua velho! Mandar um exército de moleques me deter, só acabaria em morte! Matarei todos, incluindo a mulher que está no meio.-falou Kabuto.

O Imperador mal acreditara quando Kabuto lhe contou que uma mulher havia se disfarçado de soldado a fim de proteger o pai. O homem conhecia o nobre guerreiro Chang, mas não sabia que o mesmo tinha filha, apenas ficara sabendo do filho Raiden. Todavia quando Kohaku, em meio aos espasmos de sua morte, sufocando com o próprio sangue, lhe confessara a verdade. Uma mulher lutando em uma guerra com os homens, em seu exército, que Deus a protegesse:

—Não s preocupe velho. Não viverá para vê-los morrer, apenas os receberá quando eu os mandar para o mesmo lugar em que vou lhe mandar e não tardará.-falou o homem rindo:-Tão logo, sua filhinha também se juntará a vocês.

O homem mal terminou a frase, quando um solavanco forte embaixo do solo se fez presente, fazendo-os quase cair, vendo toda a construção do palácio se mover e vários riscos aparecerem na parede trêmula do local:

—Mas o que, demônios, foi isso?-perguntou Mitsuo.

                                                                    ***

 

Jin mal conseguia respirar.

Não por estar ferido ou perto de uma morte certa, quer dizer, ele pensou que logo estaria no além, se não fosse toda a terra do local se desfazer e se recriar com chakra verde firmado estalactites de rocha pura. O tanque em que continha o líquido borbulhante branco fora jogado longe, ao passo que eles caíram na terra que se movia sem parar.

O garoto de cabelo brancos só teve tempo de agarrar Aiko em seu colo e forçar a cabeça de Hotaru contra seu ombro, ao mesmo tempo que explodia a jaula com fogo, sobrando apenas a flecha cravada no braço pálido, meio arroxeado, com pus do loiro.

Caro leitor, deve estar se perguntando que sorte mandada pelos deuses os salvara?! Acredite quando eu digo que sorte e coincidências não passam de frases feitas, o que aconteceu foi puro poder provindo de Riki. Jin por pouco não desfaleceu em um desmaio, quando vira o garoto com a camisa em frangalhos gritando alto e rouco, com seus olhos abrindo-se em duas fendas de luz verde que tomava conta de todo o globo ocular.

Como se o próprio chakra saltasse para fora. Ele estava flutuando e os cabelos castanhos moviam-se apressados pelo vento de chakra verde que exalava do mesmo, o braço esquerdo tomado pela tatuagem feita de sangue na forma de um cervo. O garoto ergueu as mãos e um cervo feito de chakra se formou embaixo dele, onde Riki firmara as pernas em cima das costas do animal e fechando as mãos em punho ele gritou libertando o animal, fazendo-o correr em disparada pelo local erguendo rochas do chão pra segurar todo o local. A aura era forte e onde animal tocava a terra parecia obedecer a seus passos:

—Meu Deus do céu!-gritou Jin abismado com a cena. Será que Daisuke sentiu isso quando vira a fênix sair de dentro de si?!

Não teve tempo para pensar, quando Aiko gritou encarando Hotaru e logo o garoto se desesperou. O loiro estava tendo espasmos com saliva saindo de seus lábios, enquanto aparentava estar fazendo muito esforço para se estar respirando. Jin rapidamente pegou a flecha ainda cravada no braço do amigo  e a incinerou, o corpo do loiro sofreu um solavanco, pela dor que sentira, porém estava piorando:

—Deus! Hotaru! Hotaru acorde homem! Mas o que diabos está havendo com ele?!-gritou Jin:

—Doku...-murmurou Aiko com as lágrimas descendo dos olhos arregalados encarando a ferida no braço de Hotaru:-Veneno...

—Como é que é?!-gritou Jin pegando o braço do loiro, ainda tendo espasmos e vendo o filete verde e a carne já se tornando podre, o sangue negro necrosando e um cheiro forte que quase lhe fez subir a bile:-Maldição! Maldição! Tinha veneno na flecha... Aiko, abaixe-se!

Gritou Jin empurrando a garota para o chão, quando um muro de rochas subiu e passou acima deles. Jin xingou o universo nesse momento, tinham que sair dali, caso contrário, poderiam ser esmagados:

—Aiko! Rápido, suba nas minhas costas!-gritou Jin:

—E o H-Hotaru-kun?!-perguntou a garotinha ferida e desesperada:

—Vamos salvá-lo! Rápido princesa... Suba!-gritou Jin pegando Hotaru ainda se debatendo e lutando pela vida em seus braços:

—E o Riki-kun?!-gritou Aiko apontando para um Riki sério encarando tudo ao redor, com os olhos ainda em fendas verdes de chakra em cima do enorme cervo verde e cintilante:

—Kare wa watashitachi ni sankashimasu! Kono mijimena basho o hakai shita nochi!-gritou Jn tentando manter Hotaru em seus braços, mesmo o loiro começando a ficar com os lábios roxos, desesperando o Wurochiha de cabelos brancos que suava em desespero com o coração disparado:-Ele se juntará a nós! Depois de destruir este lugar desgraçado!

Jin ia rapidamente, tentando não tropeçar nas rochas, mas estava difícil. Ele caiu de joelhos gritando com Hotaru ainda se debatendo:

—Porra!-gritou Jin:-RIKI! DÁ PARA AJUDAR AQUI?!

Riki escutou. Virou-se na direção dos companheiros e ergueu ambas as mãos, fazendo várias pedrinhas se unirem no ar, formando uma ponte até a entrada por onde passaram para chegarem ali. Jin respirou fundo colocando um pé primeiro, notando as pedrinhas envoltas por camadas de chaka verde; estavam firmes e ele logo correu até a saída daquele caos.

Jin chegou até o local, jogando Hotaru no chão não sabendo o que fazer. Aiko gritava e chacoalhava ainda mais o loiro que estava ficando frio, mesmo tentando desesperadamente lutar pela vida naquele momento. Jin agarrou os cabelos brancos tremendo, não acreditando que Hotaru morreria em seus braços sem ele nada fazer. Mas fazer o que?! Não havia medicamentos, o doutor On se fora, Daisuke não estava ali para curá-lo... Não havia nada a não ser ele e uma criança em pânico vendo o loiro morrendo na sua frente:

—Hotaru! Hotaru!-Jin começou a gritar, tomado pelo pânico, mas de nada adiantaria gritar. Hotaru nada podia fazer no momento, ele estava indo embora, sua carne estava necrosando e o veneno subia pela sua corrente sanguínea. Ele morreria, por mais que lutasse:-Não, não, não! Você não vai morrer aqui e agora, Hotaru. Não na minha frente, seu idiota... Não sem eu poder faze nada para te salvar, maldição!

—Hotaru!-gritava Aiko com o rosto escondido no pescoço suado do loiro que se tornava frio:

—Porra! Merda!-gritava Jin socando o chão,ao passo que Hotaru ainda tentava resistir:-O que eu faço?! Deus, ajude-me... O que eu faço, caralho?!

—Wurochiha...-a voz rouca e arrastada ecoou em meio a todo o barulho de rochas e desmoronamento do local. Por alguma razão Jin conseguiu ouvir virou-se, deparando com Isao ainda vivo, porém por pouco tempo. O homem agonizava e cuspia sangue, enquanto encarava fixamente Jin:

—O que quer, desgraçado?!-berrou Jin tomado pela fúria e pânico, um misto de sentimentos que ele não conseguia distinguir:-Morra e me deixe em paz!

https://www.youtube.com/watch?v=l04epdSEvtQ

—Wurochiha...-o homem murmurou e Jino encarou, podendo ler nos lábios do homem o seguintes dizeres "Eu sei como salvá-lo".

Jin ergue o rosto. Virou-se ouvindo as orações desesperadas de Aiko e Hotaru ainda tentando lutar pela vida, mas não iria durar muito. O peito do mesmo estava subindo e descendo, o ar já não entrava, seu coração estava parando. Jin, tomado pelo pânico, saiu correndo novamente até onde jazia o corpo de Isao quebrado e queimado, poderia ser apenas uma mentira, mas o Wurchiha de cabelos brancos tentaria tudo para salvar companheiro de equipe. E caso fosse mentia, arrancaria a cabeça do maldito Isao:

—Diga! Diga de uma vez!-gritou Jin pegando-o pela blusa, ignorando o sangue cuspido em seu peito nu:-Diga, maldito!

—A fênix...-o homem parou arregalando os olhos acima de Jin.

O cervo de Riki estava em pé em cima dos mesmos, protegendo-os do desmoronamento que Riki estava fazendo. Jin o sacudiu mais uma vez ouvindo os gritos mais altos de Aiko com medo:

—O que tem a fênix, porra?!-gritou Jin:

—Morrem e renascem das cinzas...-murmurou o homem revirando os olhos:

—E daí?! Não morra agora, vamos... Diga-me, por favor!-gritou Jin repousando Isao de volta ao leito, enquanto o mesmo lutava para manter-se ali pra contar-lhe:

—Poderes curativos, vo-você possui... Wurochiha! Seu fogo destrói... Mas salva também...-murmurava Isa e Jin arregalava os olhos. O primeiro usuário e fogo, o qual as chamas podiam salvar vidas e não completamente tirá-las:-Seu fogo salva! Seu fogo... Salva.

—Por que está me ajudando?-perguntou Jin, olhando o homem em confusão:

—Quem sabe assim... Sou perdoado... Do inferno.-murmurou o homem.

Isao morreu.

Jin ofegou e pôs e pé, ergueu a cabeça e viu tudo destruindo:

—RIKI!-gritou Jin.

O garoto começou a correr com o cervo o acompanhando e protegendo-o das rochas que caíam, chegando próximo a saída ele pulou para dentro e Riki gritou com o cervo virando chakra e entrando dentro de seu corpo, fazendo o garoto voar para frente.

Tudo caiu e a abertura que outrora havia ali, fora barrada pelas rochas que ali tinham desmoronado. Jin emanou fogo de sua mão esquerda, iluminando o local, e correu até o corpo de Hotaru e Aiko ajoelhada chorando, com ambas as mãos no rosto.

Jin colocou a cabeça no peito de Hotaru, ouvindo as batidas fracas, quase interruptas do coração do loiro. Desesperado ele segura o braço que continha a ferida e com a outra mão ele coloca sobre o peito de Hotaru; respirou fundo... Não fazia de com se fazia aquilo, ele sempre usou o fogo para machucar e matar, nunca para salvar:

—Deus!-gritou tomado pelo medo de fracassar:

—Jin... O que há com ele?!-gritou Riki ofegante correndo aos tropeços até o garoto, mal sentindo suas pernas pelo esforço que fizera ante. Riki mal se eu conta de que despertou seu xamã:

—Cala a boca! Tenho que me concentrar... Concentre-se!-falou Jin sussurrando a última parte para si mesmo.

O garoto sentiu a mão quente de Riki sobre a sua em cima do peito de Hotaru e Jin pôde ver o medo nos olhos dela, então respirando fundo ele sentiu a tatuagem do peito começar a queimar, não por ódio, mas pela vontade insana de salvar Hotaru, de fazê-lo ficar bem. Tomado pela ardência, Jin fez o fogo que abraçava se peito e coração se dissipar e sair pelas mãos.

O fogo saiu de suas mãos, mas notou que o mesmo não machucava Aiko, que apenas olhava apreensiva, ao passo que Riki estava ofegante ajoelhado do outro lado de Jin. O garoto começou a fazer as chamas dançarem sobre o peito de Hotaru, enquanto o fogo adentrava na ferida posta no braço do loiro pela outra mão de Jin. O fogo se encontrava dentro do corpo do Huyata e de dentro da pele do mesmo, as chamas começavam a dançar em sincronia formando desenhos de flores e de pássaros, até subirem e aquecerem o corpo frio do garoto, chegando ao coração.

A ferida se fechou e o corpo de Hotaru se tornou quente.

Jin posou ambas as mãos no coração do loiro, rezando para que as chamas chegassem até o órgão do mesmo, aquecendo-o e o livrando das impurezas do veneno maldito.

Em meio a escuridão, o corpo de Hotaru com as chamas de fogo, eram as únicas coisas que iluminavam o local. Jin retirou a mão do corpo do garoto, e emanou fogo da mão esquerda, enquanto Aiko abraçava o tórax de Hotaru chorando, pedindo aos sussurros para ele acordar:

—O que foi isso?-perguntou Riki, vendo Jin respirar pesadamente e com medo:

—Tnha veneno na flecha... Ele, ele começou a ter espasmos, estava morrendo.-falou Jin com a voz quase não saindo, sua garganta estava seca e o coração disparado.

Riki ofegou e encarou o corpo inda inconsciente de Hotaru:

—E você... O que você fez?-perguntou Riki nervoso:

—Isao disse, antes de morrer, que como a fênix é o meu xamã... Eu podia curá-lo! Fogo curativo, uma merda assim... Mas, mas ele não tá acordando, porra!-gritou Jin se erguendo com ambas as mãos tomadas pelas chamas que iluminava o local, conforme o garoto andava de um lado para o outro:

Hotaru não acordava.

E poderia nunca mais acordar.

Riki abaixou a cabeça, ainda sentindo o braço esquerdo pesado, mas dane-se. Estava sentindo uma dor aguda no peito, Hotaru não acordava então todos estavam concluindo, conforme o choro de Aiko se intensificava.

Hotaru estava morto.

A dor da perda nunca fora tão insuportável, pareciam facas cravando no peito de cada um. Onde estaria as palavras de consolo, os risos, a coragem disfarçada de medo?! Havia tudo acabado, afinal... Desde que loiro parou. Ainda lutara, dera tudo de si para viver, estava lutando, mas havia terminado pelo corpo imóvel, apesar de quente ali jazido, aparentando sem nenhum frescor de vida.

—Jin... Temos que voltar até os outros.-falou Riki tentando conter as lágrimas, apertando o ombro trêmulo de Jin que xingava Deus, o mundo e sua própria incompetência:

—O que direi a eles?! Eu deixei ele morrer... A culpa é minha, caralho!-gritou Jin com as lágrimas escorrendo por seu rosto:

—Não foi culpa sua! Você fez tudo o que pôde! Tudo, Jin... Mas ele não resistiu.-falou Riki segurando o garoto pelos ombros:-Agora temos que voltar.

Jin respirou fundo, limpando as lágrimas de seu rosto e virou-se para a garotinha chorando em cima do corpo de Hotaru:

—Princesa...-murmurou Jin:-Temos que ir!

—Eu... E-Eu não vou.-falo Aiko e Jin fechou os olhos, como uma deixa para Riki resolver:

—Princesa, por favor... Precisamos tirá-la daqui com segurança. Era nossa missão, estão atrás de vossa majestade. Tem que ir embora do palácio!-falou Riki e Aiko ergue o rosto, inchado pelas lágrimas, mostrando as feridas que estavam pelo corpo pequeno da criança:

—Eu não vou, soldados!-falou garota com a voz firme:-Ficarei aqui me despedindo daquele que deu a vida para me salvar. Vão! É uma ordem e caso desobedeçam, não serei clemente. Sua princesa ordena!

Riki estava com a boca aberta, não conseguindo firmar frase alguma devido a força com que Aiko os encarava, devido a dor estampada no rosto da criança, devido a garra de princesa presa no corpo de criança:

—Riki, vamos...-murmurou Jin sem nem ao menos encará-la mais. O remorso o consumia:

—O que?! Mas, Jin.. Não podemos deixá-la aqui!-falou Riki:

—Nossa princesa ordenou. Somos seus soldados, devemos obedecê-la! Vamos!-falou Jin frio, tentando ocultar a dor que sentia.

Riki respirou fundo vendo Aiko voltar a chorar em cima o corpo de Hotaru. Ele também queria ficar, queria se despedir de seu amigo, mas não podia. Ele daria tudo para chamá-lo de amigo, pelo menos uma última vez.

                                                                   ***

 

Takeshi e Hana chegaram até onde o demais garotos estavam. Hideo respirou aliviado ao vê-los chegando, dentro de instantes invadiriam o local e suas vidas poderiam ser perdidas, o garoto dos olhos de cristais nem conseguia imaginar um deles sendo morto:

—E como foi a conversa da "relação de vocês"?-perguntou Ran e os demais garotos deram sorrisos maliciosos, ao passo que Hana ficava vermelha e Takesi os fuzilava:

—Bastante agradável.-falou Takeshi dando de ombros e Hana o socando o braço:

—Pela demora, tinha que ser mesmo.-falou Hideo revirando os olhos:

—Só faltam Jin, Rik e Hotaru voltarem.-falou Daisuke se alongando:

—Ainda não voltaram?!-indagou Hana sentindo um aperto no peito:

—Ainda não, e eu também estou achando que estão demorando demais.-falou Goenji nervoso:

—Eles foram resgatar a princesa, no mínimo tinham vários capangas lá!-falou Norio tentando tranquilizá-lo:

—Mas eles nunca demoraram assim antes... Eu sei lá!-falou Genji passando a mão pelo cabelo em impaciência:

—Acalme-se cara... Ainda tinham que levar a princesa em segurança para fora desse inferno. Ele vão chegar!-falou Kyo batendo no ombro do ruivo.

Ouviram passos se aproximando.

Olharam na direção e viram apontando Jin e Riki, respiraram todos aliviados por vê-los. Jin exibia uma aura fria e distante, ao passo que Riki mantinha a cabeça abaixada; Takeshi notou tal comportamento e os demais também até os dois garotos chegarem até eles em camisa, com machucados, sujos de poeira. O peito pálido de Jin marcava a fênix em seu esplendor e no braço esquerdo de Riki, jazia um cervo enorme que pingava sangue:

—Vocês chegaram! Graça aos céus! Por que a demora?!-perguntou Ran:

—Deu tudo certo?!-perguntou Norio:

—Riki o seu braço!-bradou Daisuke e todos os encararam em uma dúvida explícita em suas faces:

—Jin também está com uma.-falou Hideo:-Mas... Não pode ser possível!

—O que, não pode ser possível?-perguntou Kyo:

—Onde está o Hotaru?-perguntou Goenji e todos ficaram em silêncio.

Riki tensionou os ombros abaixando ainda mais sua cabeça, ao mesmo tempo que Jin foi para a janela encarar a Lua, o céu da noite fria. O garoto de cabelos brancos, porém, não sabia lidar com a dor; emanou fogo em suas mão e jogou contra o vidro, pela força utilizada pelo seu punho o vidro se quebrou:

—Ahh!-gritou Norio se abaixando:

—Shikashi, nani ga... ? ! Jin!-gritou Ran saindo de perto:-Mas, o que...?! Jin! 

—Nani ga fakku wa, jindesu ka? Anata wa kurutteru no?-gritou Kyo tirando alguns cacos de vidro de suas mãos:-Que porra é essa, Jin?! Ficou maluco, cara?!

—Mas, o que caralhos, está havendo com vocês?-perguntou Daisuke:

—Quer entregar nossa posição, Wurochiha?!-gritou Hideo com raiva:

—Riki...-murmurou Hana se aproximando do garoto, deixando a mão de Takeshi junta da sua. A garota acariciou braço esquerdo sujo de sangue do mesmo, não se importando. O garoto se retesou de dor:-O que aconteceu?

Riki manteve-se m silêncio. Na certa, Riki não iria falar e o mesmo estava olhando lá fora, uma forma de dizer "você conta":

—Hotaru foi levar a princesa?-perguntou Goenji começando a suar frio:

—Nohara!-a voz de Takeshi chicoteou o local:-Onde está o Hotaru?

Riki respirou fundo e ergueu o rosto, sentindo as mãos quentes de Hana acariciar-lhe a face suja de poeira:

—Hotaru...-murmurou Riki:

—Merda!-xingou Jin baixo quebrando os cacos de vidros com o pé:

—Hotaru está morto.-falou Riki.

O baque da notícia desestruturou a maioria, alguns se seguraram em paredes ou na borda das janelas, Hana retirou as mãos do rosto de Riki trêmula, mal respirando, enquanto a mesma dor da perda de vários se misturou a essa:

—O que?-perguntou Hana quase sem voz:

—Uma flecha o manteve preso na jaula onde a princesa Aiko estava presa... A flecha estava envenenada, Jin fez tudo o que pôde para salvá-lo, mas... Ele não resistiu.-falou Riki encarando firme os rostos e todos.

Hana ofegou, tapando a boca com as duas mãos. A garota só não foi ao chão, por Takeshi tê-la segurado, o garoto mantinha os olhos fechados e Hana sentiu seu corpo fervendo. Hideo fechou as mãos em punho e abaixou a cabeça. Ninguém falava nada, a dor se espalhava pelo corpo, e cada um deles tinha uma reação diferente para se lidar com o luto:

—Não... Está mentindo pra mim!-falou Goenji:-Onde está aquele idiota?! Na certa foi levar a princesa e vocês não estão sabendo.

—Goenji, ele morreu.-falou Jin encarando a todos:-O coração dele parou.

—Não!-chorava Hana:

—Porra! Merda!-gritou Goenji deixando-se cair também, a mão socava o chão cortando-a pelos caos de vidros:

—Goenji... Acalme-se.-falou Kyo limpando as lágrimas insistentes:

—Eles pagarão.-murmurou Takeshi baixo e rouco:-Pagarão pela morte dele! Vamos atacar!

—O que?! Agora?!-bradou Daisuke:-Ninguém está em condições agora.

—Não! Estamos sim.-falo Goenji levantado voou:-Estamos com raiva o suficiente para acabar com esses desgraçados, filhos da puta!

                                                                  ***

 

Aiko chorava em cima do corpo de Hotaru, tudo estava silencioso e escuro, mas a menina não estava com medo, não estava tendo espaço em seu coração para ter medo, send que apenas sentia uma dor muito forte, resultado de nunca mais ouvi a voz do loiro desastrado que a protegeu.

Ela estava levantando para deixá-lo ali, porém uma corrente de ar balançou seus cabelos, poderia ser alguém vindo, ou um simples vento ali insistente, mas ela apenas permaneceu parada encarando o breu e sentindo seus bracinhos ao redor do braço do garoto:

—Hotaru?-ela chamou baixinho.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo!! :D
Comentem, favoritem, recomendem leitores lindos!! ♥