Guerreiros escrita por L M


Capítulo 39
痛み


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!!! Leitores novos, sejam bem-vindos! :D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/617825/chapter/39

Hana havia saído da tenda e nem ao menos encarou os demais garotos que fitavam sem ao menos desviar a atenção o comandante Tadashi que demonstrava seu ódio profundo através das broncas constantes aos demais guardas e Kohaku apenas estava em silêncio, o que deixou os demais guerreiros com uma dúvida forte martelando em suas cabeças.

Hana chegou a sua tenda e respirou fundo ainda sentindo alguns mínimos, porém insistentes, vestígios de dor sobre seu corpo que necessitava de cansaço. Ela pegou uma bolsa preta com o símbolo do exército imperial que sempre ficava em baixo das camas e começou a colocar seu uniforme casual e folhas de papel, porque ainda necessitava utilizá-las.

Ficou mais afastada da entrada da tenda um pouco abaixada atrás da cama onde trocou suas vestes, colocando um kimono com dourado de mangas compridas e calça preta com o dourado na faixa que o amarrava no corpo da garota. Ela colocou a folha de papel porque ainda sangrava na Lua e utilizando um pouco de chakra que estava sendo recobrado em suas vias ela queimou a veste suja de sangue de mulher o transformando em cinzas, prendeu o cabelo em seguida respirando fundo e se sentou na cama passando a mão pela nuca:

–Haruo!-gritou Hotaru entrando na tenda de surpresa assustando Hana que no susto acabou batendo a cabeça na cama de cima que era a que Hotaru dormia:

–AU!-gritou pela dor forte que a pegou de surpresa se espalhando por todo o corpo:-Pelo amor de Deus, Hotaru! Isso é jeito para se entrar, homem?!

Hana sente-se sendo rodeada pelos braços de Hotaru que os mantém em seu ombro, o garoto estava sorrindo e parece não ter notado como havia entrado. A garota sorriu de lado o abraçado desajeitadamente, porque não sabia como garotos demonstravam afeto ou até como se abraçavam:

–Não sabe o susto que nos deu, cara! Quase matou todo aqui...-mumrurou Hotaru se afastando:-O que o doutor disse?! Você está bem, não é?

–Sim, eu estou.-falou Haruo/Hana se afastando do garoto dos olhos esmeralda sorrindo de lado:-Saiwai ni mo, apenas muito cansado.

–Eu imagino, Haruo.-falou Hotaru:-Todos os garotos querem lhe ver, mas o comandante Tadashi mandou todos ficarem que ele tinha algo a falar e depois mandou chamar Jin com urgência, sabe-se lá porquê e disse que queria falar com Takeshi em particular. Acho que o reencontro com o pessoal vai demorar.

–E por quê você não ficou lá para saber o que houve?-perguntou Haruo/Hana se sentando na cama:

–Eu queria vê-lo e saber se estava bem, foi o Takeshi quem o encontrou e eu, bem... Desmaiei quando o vi.-falou Hotaru sorrindo:-Precisa de alguma coisa?

–Jissai no mondai to shite...-começou Haruo/Hana passando a mão na nuca e sorrindo:-Eu preciso muito comer alguma coisa urgente!

–Oh, Mochiron!-gritou Hotaru batendo na própria testa:-Que cabeça a minha! Volto em um instante!

O garoto loiro saiu correndo porta a fora da tenda e Hana deitou-se na cama ouvindo o estômago gritando implorando por comida, até sua cabeça parecia doer mais pela fome que estava sentindo. Fechou os olhos sentindo o corpo se aconchegar no colchão não muito macio, porém era a melhor cisa para ela ela no momento.

A garota sentiu olhos sobre si e abriu lentamente suas orbes encontrando as verde-musgo de Riki que lhe encarava com um braço apoiado na cama de Hotaru e o outro se aproximando de seu rosto que corou de leve. O garoto sorria de lado e aparentava está com o coração aliviado:

–Hana-chan...-ele murmurou e encostou ambas as testas fechando os olhos:-Nanite kotodesu! Você quase me mata, não sei o que faria! Graças a Deus que está bem, que está a salvo... Não sabe o quanto acabou comigo a ideia de que você poderia está morta.

Hana piscou os olhos e retirou o rosto de Riki tão próximo do seu porque alguém poderia chegar e também porque não se sentia tão a vontade fazendo isso com ele:

–Riki-kun... Estou bem! Estou viva como você mesmo disse lá na tenda.-ela sorriu de lado e ele riu também se sentando na cama próximo dela:-Riki... Não ia mesmo se matar, ia?

–Shimu, Hana-chan!-falou Riki a encarando fundo nos olhos:-Eu ia!

–Naze?!-falou Hana:-Por que?!

–Como você acha que eu encararia Chang-sama depois que você estivesse morta?! Como acha que eu conseguiria continuar vivendo com o peso de que eu não consegui lhe proteger como era o meu dever!-gritou Riki erguendo os braços, mas nem por um instante desviou o olhar:-Você é minha melhor amiga e me senti como um lixo quando... Quando pensei que...

–Riki-kun...-murmurou Hana se aproximando mais dele:-Eu estou bem! E se isso acontecer na guerra, você não fará essa besteria de se matar. Apenas trará ainda mais sofrimento a minha e a sua família... Por favor, você é o meu melhor amigo também, não quero te perder e não aguentaria esse peso em minha consciência.

–Yakusoku shimasu, Hana-chan.-falou Riki pegando na mão de Hana:-Mas prometa-me que se cuidará e me deixará cuidar de ti também.

–Eu prometo, Riki.-falou Hana sorrindo. Mas logo seu olhar se tornou duro a medida que Riki agora apertava os punhos em raiva:-O que foi?

–Enfrentou mesmo um bando de lobos e três subordinados do exército shibyō?-perguntou Riki:

–Então, Tadashi já os deixou informados.-concluiu Hana:

–Não sabe o quanto eu agradeço por está viva, porém queria ter eu mesmo acabado com os infelizes por lhe ferirem...-murmurou Riki:

–Acredite, não me senti bem matando aqueles homens.-falou a garota abaixando o olhar:-Mesmo eles tendo feito o que fizeram, ainda eram vidas.

–Vidas miseráveis, não tem o direito de se sentir assim.-falou Riki:

–Eu... Eu estou melhor com o chakra do fogo. Acho que estou me parecendo com meu pai, Riki-kun.-falou Hana mudando de assunto e sorrindo para o garoto:

–É, eu percebi quando soube do que fez com eles.-falou Riki que fechou a mão em punho e em seguida erguendo um algumas rochas com a mesma eu abri-la vagarosamente:

–Chikyū!-falou Hana maravilhada pela nova habilidade de Riki que sorriu para ela:

–Sim! Estou me saindo muito bem com essa nova habilidade!-falou o garoto:-E soube também que fez um novo amigo...

–Shu!-concordou Hana sorrindo:-Ele é um amor.

–Amor?! O bicho pulou em cima de você e quase te matou!-falou Riki horrorizado:

–Não seja tão duro com o pobrezinho.-falou Hana o defendendo:-Ele estava com raiva e todos nós agimos por impulso na raiva, não o culpe!

–Estou orgulhoso mesmo assim por você ter dominado o líder dos cavalos.-falou Riki:

–Watashi wa, modorimashita!-gritou a voz de Hotaru entrando pela tenda assustando Riki que bateu a cabeça na cama de cima:

–Au!-gritou o garoto caindo deitado na cama enquanto Hana ria, porém com a voz mais grave:

–Já me acostumei.-falou Haruo/Hana se levantando e pegando a bandeja cheia que o garoto loiro trouxera:

–Kami ā!-falou Hotaru chegando perto de Riki:-Foi mal, Riki! Não sabia que estava aqui.

–Pelo amor de Deus, Hotaru! Quase que você me mata de traumatismo craniano!-falou Riki acariciando a cabeça e fuzilando o loiro enquanto Hana comia:

–Ah, pare de reclamar... Ontem mesmo queria enfiar uma espada no peito pelo Haruo aqui ter batido as botas.-falou Hotaru e Riki quis socar a cara do loiro:-A propósito de nada por ter te salvado, mal agradecido!

–Escuta, Haruo... Eu vou indo antes que acabe estrangulando o Hotaru.-falou Riki sorrindo de lado para Hana e piscando para ela escondido que retribuiu:-Mata ne! Vou me preparar para hoje a tarde!

Hana estava comendo bolinho de arroz com suco de laranja gelado e estava se sentindo no paraíso, enquanto comia notava que Hotaru estava arrumando suas coisas assim como ela havia feito e deixado sua mala em cima de sua cama na parte de cima. A garota agora comia uma maçã e tomava um copo de leite vendo Hotaru trocando de roupa e desviando o olhar várias vezes corada para o garoto e por fim estava tomando o chá horrível de Cho para restabelecer suas forças enquanto o loiro sentava a sua frente com a mesma roupa que ela:

–Por que arrumamos nossos pertences?-perguntou o garoto e Hana se lembrou de que ele não sabia do que ocorrera:

–Bom... Enquanto eu estava perdida na mata com Shu, antes que me pergunte o cavalo que eu domei, eu encontrei com subordinados do exército inimigo shibyō e fui atacada por lobos a mando deles.-começou Haruo/Hana e Hotaru arregalou as íris verdes para a menina:-Eu e o Shu conseguimos matar os subordinados e descobrimos que eles estavam rondando o acampamento reportando as cartas que o rei mandava a nós, então na última, bom...

–O que dizia na última?! Eu reparei que Tadashi estava com uma carta suja de sangue, era... Era a tal carta?-perguntou Hotaru:

–Sim, pelo que tudo indica o Mitsuo, pai de Takeshi e tio de Jin parou de nos ensinar porque estava indo com o outro exército mais forte e mais experiente atacar os shibyō, porém...-falou Haruo/Hana olhando Hotaru que o encava apreensivo:

–Porém, o que?! Ah, tenha dó! Esse suspense acaba comigo, diga de uma vez homem!-falou Hotaru:

–O exército todo foi massacrado, Hotaru.-falou Haruo/Hana rapidamente e encarando firme o loiro:-Todos morreram, incluindo o Mitsuo-sama, pai do Takeshi!

–Meu Deus...-murmurou o loiro encarando o chão em total surpresa:

–Eu sei... Coitado do Takeshi.-falou Haruo/Hana também encarando o chão:

–Hã...?!-indagou Hotaru a encarando:

–É, eu sei que o cara era bem rigoroso e frio, mas ainda sim era o pai do Wurochiha.-falou Haruo/Hana se sentindo mal pelo garoto dos olhos safiras:

–Que mané coitado do Takeshi, Haruo?! Ficou louco, foi?!-indagou Hotaru:

–Como é que é?!-exclamou Haruo/Hana o encarando com os olhos arregalados:

–O garoto vai é fazer uma festa por ter se livrado daquele homem malvado, tá certo que ninguém merece um fim desses, mas Deus escreve certo por linhas tortas!-falou Hotaru se levantando e começando a andar pela tenda:-Mas as linhas com o nosso destino devem está sendo escritas com o lápis do azar, só pode, Kami-sama que me perdoe!

–Eu não acredito!-indagou Haruo/Hana se levantando:

–Pensa bem cara, um exército só com soldado foda, porque Mitsuo poderia ser um desgraçado, mas inútil o imbecil não era, porque lutava bem que era uma beleza!-falou Hotaru se aproximando de Hana:-Agora você pensa que ele e o exército lá fortão do imperador foram massacrados, o que será de nós?! A gente já era, literalmente, nós estamos ferrados... Tanto que dá pena!

Hana ficou alguns instantes encarando Hotaru que estava visivelmente em pânico pela suposta "morte" que o aguardava pelas armas dos shibyō. A garota não poderia negar que isso fazia sentido, mas no momento ela não se importava com o que aconteceria a ela:

–Hotaru, esquece isso!-falou Haruo/Hana:-Eram só um bando de velhotes experientes, nós somos mais fortes.

–Vai se enganar nesse grau, meu chapa?!-indagou Hotaru:

–Quieto!-bradou Haruo/Hana batendo na cabeça do loiro:-Eu só quero que você se controle com o que falará para o Takeshi, ele não é tão insensível de ficar feliz pelo pai ter morrido. Na verdade, ninguém é tão frio a esse ponto, né cara?!

–Eu sei! Eu sei! Eu sei!-falou Hotaru erguendo as mãos:-Mas tem que concordar comigo, que faz sentido.

–Fazer faz, porém vindo de você perde totalmente a razão.-falou Haruo/Hana se deitando na cama com os braços em baixo do travesseiro:

–Engraçadinho você...-murmurou Hotaru sentando no chão encostado na cama de Hana.

Hana fecha os olhos e deixa-se ser levada para o mundo dos sonhos.

Porém Takeshi estava prestes a entrar em um verdadeiro pesadelo.

O garoto já estava surpreso o suficiente por saber que Haruo havia passado por tudo aquilo e sentiu ódio puro dos desgraçados que o machucaram, logo se recriminando por tal blasfêmia pensada sem qualquer direito. Mas estava ficando nervoso ao lado de Jin que se mantinha neutro a todas as revelações ditas na sala, por conta de Tadashi os encarar com um olhar baixo e cuidadoso.

Takeshi nunca vira o homem assim, o comandante sempre fora aberto e compassível com todos, dizendo de modo forte as ordens e passando segurança a todos, porém agora encarando o olhar perdido em preocupações do homem, Takeshi se sentia fraco:

–Mā, shirei-kan.-soou Jin com a voz impaciente:-O que quer conosco, comandante?

–Meus jovens, fomos vítimas de um grande golpe pelo que perceberam.-falou Tadashi:

–Kashikomarimashita.-responderam os dois garotos de olhos azuis em uníssono:

–Pois então, tenho notícias para lhes dar, sobre seu pai e tio.-falou Tadashi:-Más notícias...

Takeshi sentiu o coração falhar lentamente enquanto o sangue em suas veias se tornava frio, passando por sua veias como facas o cortando. O garoto respirou fundo tentando manter-se calmo, enquanto sentia Jin se desesperando aos poucos ao seu lado:

–Como assim, más notícias comandante?!-indagou o garoto de cabelos brancos:-Exijo uma explicação!

–E terá, meu caro. Aconselho que fique calmo.-falou Tadashi:

–Dizer isso não adianta!-gritou Jin e Takeshi o agarrou pelo braços tentando se manter e o manter calmos. Jin o encarou com os olhos azuis faiscando, enquanto Takeshi apenas manteve seu olhar no homem a sua frente:

–Por favor, prossiga.-falou o garoto:

–Eu...-começou Tadashi não sabendo como dizer:

–Seja breve.-falou Takeshi frio:

–Seu pai estava escalado para lutar em um exército de homens mais experientes, que eu não fazia ideia da existência porque a carta me comunicando sobre isso não chegou até mim.-falou Tadashi:-Seu pai foi para a guerra mais cedo do que pensamos, Takeshi!

Takeshi engoliu em seco:

–E o que tem isso?! Pelo amor de Deus, comandante, responda logo o que há!-gritou Jin:

–Acalme-se.-ordenou firme Takeshi:

–Os shibyō massacraram todo o exército. Wurochiha Mitsuo está morto!-falou Tadashi rapidamente.

Takeshi sentiu-se cair.

As vistas ficaram com pontos negros, enquanto suas pernas falharam e seus joelhos torceram-se sentindo o contato frio do atrito embaixo de si, o garoto sentiu o peito disparar e se contrair em uma dor insuportável novamente, talvez mais fraca do que as anteriores, porém a surpresa e espanto a alimentava a fazendo parecer grandiosa. O garoto sentiu o ar lhe faltou nos pulmões:

–Está dizendo... Que meu tio está morto?!-indagou Jin com os punhos cerrados e tremendo enquanto os olhos estavam cerrados com força:

–Eu lamento muito, rapazes.-falou Tadashi abaixando o olhar:

–Lamentar... Lamentar não o trará de volta, trará?!-gritou Jin com fogo em suas duas mãos alto e quente.

Takeshi rapidamente acordou do baque e segurou os punhos do primo ainda de joelhos no chão encarando sem emoção um vazio oco no solo onde esperava receber forças, conselhos, ombro amigo... Qualquer coisa que o fizesse formar uma frase sem ter a vontade estúpida de lágrimas virem a tona. Não... Takeshi não chorava, poderia ser o quão fosse forte a dor, ele não se daria ao luxo de derramar nenhuma lágrima:

–Brigar também não o trará de volta.-falou Takeshi encarando Jin nos olhos enquanto se levantava. O garoto ainda sem retirar a mão do primo de virou para Tadashi:-, Shirei-kan, arigatōgozaimashita!

–Fiquem bem.-murmurou Tadashi impassível sentando em sua mesa de madeira e fechando os olhos conforme os dois rapazes saíam.

Takeshi foi em silêncio ainda agarrado ao punho já normal de Jin caminhando sem rumo em direção a um caminho mais afastado possível das tendas onde todos se encontravam, queria sentir sua própria dor sozinho e consolar sem ser consolado.

O garoto chegava próximo a um lago onde os cavalos selvagens se encontravam mais calmos, mas não voltou porém parou ao sentir o punho de Jin ser puxado com violência de suas mãos. O garoto olhou para trás e encarou o garoto de cabelos brancos arrepiados com os olhos baixos:

–Não sente dor, Takeshi?-perguntou com a voz embargada e fria, tentando soar indiferente, porém com o sofrimento visível.

Takeshi apertou os punhos em recordações:

"-Saisho! Saisho!-gritava a voz do garoto de cabelos brancos correndo até o garoto de cabelos negros sentado em um banco meditando:

–O que quer, Jin?-perguntou Takeshi:

–Seu pai chegou, vá recebê-lo!-falou com a voz indiferente Jin que encarava a árvore ao lado de Takeshi que o olhou com uma sobrancelha arqueada:

–Otōsan ga nyūka shimashita!-perguntou Takeshi com os olhos brilhando:-Ele está aqui?!

–Sim, garoto!-falou Jin caminhando e se encostando na árvore com os braços cruzados:-Vá logo!

Takeshi se ergueu e encarou o primo com um meio sorriso colocando sua mão no ombro do garoto o chamando a atenção que ergueu os olhos azuis fitando outros da mesma coloração:

–Sore wa nanideshita ka?-perguntou Jin:

–Você não vem?-perguntou Takeshi:

–Ele não é meu pai.-falou Jin abaixando o olhar:-É meu tio.

–E desde quando faz diferença?-perguntou Takeshi sorrindo para o garoto que o encarou com o rosto rubro:

–Mesmo?!-indagou Jin:

–É como meu irmão, Jin! Temos o mesmo sangue, ande vamos ver o papai!-gritou Takeshi o puxando e ambos iam correndo até a entrada da casa encontrar com o pai."

Takeshi se aproximou de Jin vendo as lágrimas deslizando pelo seu rosto:

–É claro que sinto, Jin.-falou Takeshi:-Apesar de tudo, era meu... Nosso pai.

Jin sorriu sem vontade, um sorriso triste e longe:

–Agora começou a se importar com isso?-perguntou rude:

–Nunca deixei de me importar.-falou Takeshi:-Somos da mesma família.

–Essa palavra perdeu o sentido para nós dois, Takeshi. E agora ela morreu de vez.-falou Jin erguendo os olhos azuis, agora vermelhos pelo choro contido e doído:-O único laço que nos ligava está morto!

Takeshi o encarou.

"-Você fez de propósito!-gritou Jin tentando socar Takeshi enquanto o garoto estava atrás do pai que se encontrava no meio dos dois de braços cruzados e o olhar baixo:

–Não fiz! Você não soube se defender!-gritou Takeshi se defendendo:

–Cale-se! Eu te odeio!-gritou Jin com o olho roxo lacrimejando e doendo:

–Eu também te odeio!-gritou Takeshi:

–Kuchi no Calem!-gritou Mitsuo chamando a atenção dos dois e pegando na mão de cada um ajoelhando fazendo ambos se encararem melhor e com ódio:-Brigar entre si não resolverá.

–Mas Otōsan...-começou Takeshi:

–Não, garoto.-falou Mitsuo:-Nunca se deve brigar entre si, a união faz a força! Mesmo em momentos difíceis de muito ódio juntos derrotaremos e massacramos quem nos ameaça.

O homem manteve-se entre Takeshi e Jin segurando suas mãos e formando uma ligação, mesmo sem notar, enquanto os dois garotos apenas se encaravam sérios."

–Ele está morto!-gritou Jin:-O que nos sobrou, Takeshi?! Um ao outro?! Isso é patético até para você, cara.

–Pare, Jin!-falou Takeshi:-Não diga isso, o sangue que corre em suas veias é o mesmo que corre nas minhas veias! Não ouse renegar este fato e me tratar como inimigo, não fui eu o responsável. Era meu pai!

–Nunca se importou...-falou Jin:

–Ele acabava comigo!-bradou Takeshi:

–Por motivos que eu fazia você relevar! Porque eu queria uma família!-gritava Jin:-Perdi minha mãe, não conheci meu pai que me abandonou nas portas de pessoas que me criariam sem nunca falar comigo... Ganhei um irmão que logo virou-se contra mim!

"-Ele me bateu novamente! Eu não fiz nada e ele me bateu no rosto!-gritou Takeshi pequeno passando as mãos no rosto vermelho com lágrimas de raiva escorrendo dos olhos azuis:

–Saisho...-murmurou Jin passando pomada na bochecha de Takeshi:-Ele faz isso para nos ensinar como se deve lutar. Mitsuo-sama não quet nos ver fracos e idiotas, quer nos ver como fortes guerreiros! Por isso faz isso...

–Dói saisho...-murmurou Takeshi abaixando o olhar:

–Eu sei que dói, mas vai passar.-falou Jin sorrindo para ele:-Tudo passa, só dê tempo aos ares bons chegarem!"

–Nunca me virei contra você, Jin! És meu irmão sim, nunca neguei isso.-falou Takeshi:

–Negava quando não ficava do meu lado.-falou Jin:

–O seu lado estava errado! Eu apenas estava defendendo um lado certo, como um irmão faz.-gritou Takeshi.

Jin abaixou a cabeça e Takeshi viu as costas do garoto tremendo pelo choro, a imagem rasgou-o por dentro, ele queria gritar, amaldiçoar tudo, se afogar nas próprias lágrimas, beber até esquecer de tudo; mas apenas se aproximou do garoto de cabelos brancos... Aquele que brincava com ele, que o consolava, brigava, defendia e estava ao lado.

Takeshi segurou a nuca de Jin e forçou a testa do garoto encostar-se em seu ombro onde o garoto não repeliu, apenas chorou mais com o corpo tremendo de ódio. Takeshi queria fazer o mesmo, mas apenas a noite o testemunharia fazendo tal ato:

–Jin... Não seja idiota.-falou Takeshi sorrindo triste com os olhos marejados, mas não permitindo nenhuma lágrima cair:

–Dói Takeshi! Seu inútil!-bradou Jin com a voz rouca pelo choro que molhava a camisa de Takeshi.

O Sol os aquecia como se fosse um abraço, no qual os dois desejavam porém não podiam ter, apenas um encostar de mãos, porque desde pequenos foram ensinados a serem fortes e frios:

–Eu sei que dói, mas vai passar.-falou Takeshi sorrindo de lado lembrando das palavras do primo. Jin sentiu os músculos endurecerem ao se recordar da situação recordada:-Tudo passa, só dê tempo aos ares bons chegarem.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

:( mesmo o cara sendo ruim, me deu peninha do Jin!