Equinócio escrita por NocturnalVacancy


Capítulo 9
Capítulo 9 - Sem título


Notas iniciais do capítulo

Sonhar com elevadores caindo não quer dizer projetos fracassados?



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Ela não sabia dizer o motivo, apenas sentia-se aflita observando aquele homem em sua cadeira de rodas, enquanto este esperava pelo elevador ao lado das outras pessoas. Era uma espécie de angústia, como se sua intuição gritasse que havia algo de muito errado. A enfermeira riu nervosamente, enquanto passava a mão pelo cabelo curto e oleoso, fruto da falta de tempo para sequer lavar a cabeça. Deu meia volta em direção ao banheiro, na intenção de molhar o rosto, o estresse estava apenas enganando sua mente. O que deveria fazer, supostamente?   Ir até lá e dizer ao único cadeirante na fila que não poderia usar o elevador, pois Deus dissera que não o fizesse? Pois foi exatamente isso o que ela fez.

Primeiro recebeu um olhar divertido do veterano de guerra, achando se tratar de alguma piada de mau gosto. Depois, quando ele percebera que a jovem mulher falava sério, recebeu um olhar severo e mal humorado, acompanhado da curiosidade daqueles ao redor. Por fim, quando sua insistência tornara-se um incômodo, dois seguranças de grande porte a agarraram por ambos os braços, arrastando-a em direção à enfermaria, enquanto ela gritava histérica pelo corredor. Não sabia explicar o porquê, exceto que não poderia deixar aquele homem entrar no elevador.

Minutos depois, enquanto era imobilizada sobre uma cama e outra colega de trabalho tentava sedá-la, um forte estrondo  atraiu a atenção de todos. Não demorou muito para descobrirem o motivo: o cabo principal rompera, lançando cerca de dez pessoas dentro de uma caixa de metal em direção ao vácuo.

Aproveitando-se da distração momentânea, levantou-se e correu até o rapaz que viera trazer a notícia, perguntando desesperadamente se havia um senhor entre os feridos. Sem obter a informação que precisava, decidiu ela mesma procurar por uma resposta, quando então uma voz rouca, típica da idade avançada, chegou até seus ouvidos.

Parado em frente à enfermaria, estava o mesmo homem de antes, visivelmente abalado. Acanhado, murmurou um simples “obrigado”, enquanto movia o rosto avermelhado na direção oposta. Aliviada, ela respondeu cordialmente, sentindo que agora poderia voltar a sua rotina normal.


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