A filha de Além Mar escrita por Daily Poison


Capítulo 9
Capítulo 8 - Vamos voltar pra casa


Notas iniciais do capítulo

Olá narnianos ^^ como vão?

Como prometi, ta aí mais um capítulo pra vocês. Quero agradecer desde já aos leitores que estão acompanhando a história, sem vocês não seria a mesma coisa. Obrigado ;)

Obs: Caso não consigam ver o gif da capa, é só abir a imagem em uma nova guia.

Sem mais a dizer, espero que gostem e boa leitura.
D.P.



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Pedro ficou paralisado com a notícia, ao contrário de seus irmãos ele não teve a chance de conhecer a profecia, então não fazia ideia de quem estava procurando ou quem iria achar. E ela, ser filha do Grande Imperador Além Mar, era uma surpresa e tanto para o jovem rei.

–Então quer dizer que você é irmã de Aslan? E tudo aquilo? Meus sonhos, pesadelos, não sei... Era por causa da profecia?- perguntou Pedro curioso.

–Sim, ele é meu irmão. E sim, os sonhos eram um aviso do que poderia vir a acontecer se não me encontrasse. Você gosta de fazer perguntas não é mesmo?- respondeu Astride com um ar sapeca.

Todo esse tempo sem saber o motivo de querer tanto encontrar Astride, de sonhar com ela todas as noites, e agora que tudo estava claro, Pedro ficou meio decepcionado. Não o entenda mal, ele apenas pensou que estivesse ligado a ela de uma forma diferente que não fosse apenas pela profecia. Mal sabe ele que está certo.

–É que tudo é muito confuso, mas me desculpe, não irei mais incomoda-la!- respondeu Pedro chateado, mas educado, como o completo cavalheiro que é.

–Não incomoda, longe disso Pedro. - disse ela com um meio sorriso na face ao se aproximar dele e segurar uma de suas mãos. –Gostaria muito de conhecer você melhor, de verdade, saber as aventuras que viveu aqui em Nárnia enquanto eu dormia, e também responder todas suas perguntas... Mas é que nós não temos tempo de ficar parados aqui batendo papo. Você sabe, a feiticeira... Agora mesmo ela deve estar a caminho de Cair Paravel!- concluiu Astride, fazendo Pedro concordar com a cabeça.

–Tudo bem, mas como iremos voltar a tempo? Deixei meu cavalo para trás, ele estava agindo de maneira estranha e. - começou Pedro, mas parou de falar quando viu seu cavalo entrar pela caverna como se nada tivesse acontecido. –Mas... - disse ele sem entender.

–Aquele cavalo de que fala?– perguntou Astride com seu sorriso sapeca na face. Ela foi de encontro ao cavalo e sussurrou para que Pedro não escutasse: -Bom trabalho garoto!- disse ela enquanto acariciava a cara dele.

–Como ele encontrou a gente? Pelo leão, eu não to entendendo mais nada que estar acontecendo! - disse Pedro ao se aproximar dos dois.

–Relaxa, vamos voltar pra casa e tudo ficará mais claro! Eu prometo!- respondeu ela enquanto subia no cavalo e dava a mão para Pedro pra ajuda-lo a subir. –Quem sabe até responde suas perguntas!- brincou ela o fazendo rir. Era uma situação constrangedora. Astride estava na frente segurando as rédeas enquanto Pedro estava sentando atrás dela. Céus, O Grande Rei nunca tinha ficado tão nervoso na vida, nem quando lutou com a feiticeira. “Aonde eu ponho a mão?” se perguntava ele mentalmente, até que enfim decidiu também segurar as rédeas.

As mãos dos dois se encontraram e aos poucos iam se entrelaçando até que estivessem completamente unidas. Estavam bem próximos um do outro, e Pedro podia sentir o cheiro do cabelo dela e também abraça-la de certa forma. Tê-la em seus braços era a melhor sensação que já havia sentido. Astride sentia as velhas borboletas no estomago e a respiração dele em seu pescoço e ombro. Um sentimento novo nasceu dentro dela naquele momento. Um desejo de não sair mais do lado de seu rei. E Pedro, bom, ele sentia o mesmo.

–Então, vamos?- perguntou o jovem rei, fazendo Astride sair do traze que estava e voltar a si.

–Claro, mas vamos pegar um atalho!- respondeu ela com seu ar sapeca de sempre.

O cavalo, que agora estava tão calmo que nem parecia ser ele mesmo, começou a trotar seguindo o caminho que Astride e Pedro lhe determinavam. Estavam a poucos segundos de sair da caverna, quando Astride levantou uma das mãos para a entrada e lá a paisagem de fora mudou de repende. Eles passaram pela pequena entrada rapidamente e quando saíram não estavam na floresta de pinheiros como deveriam, e sim na floresta que cercava a mesa de pedra. Pedro reconheceu a vegetação e teve mais certeza ainda quando viu a mesa de pedra partida ao meio.

–Como você fez isso?- perguntou Pedro surpreso.

–Eu te disse que pegaríamos um atalho. - respondeu ela rindo enquanto dava um pequeno puxão nas rédeas para que o cavalo corresse mais rápido. –Então, aquelas perguntas que você tinha pra fazer... - disse ela um pouco alto para que ele escutasse.

Os dois foram em direção a Cair Paravel, que a essa altura não estava muito longe, já dava para se ver a torre mais alta do castelo de onde estavam. Conversaram todo o caminho. Astride como havia dito, respondeu todas as perguntas que o Rei Pedro tinha pra fazer e também lhe contou sobre a profecia e o porquê dela existir. Pedro por sua vez, contou a ela sobre as aventuras que viveu em Nárnia, sobre a batalha contra a feiticeira, as viagens que tinha feito... mas ele omitiu uma parte. Mary. Não contou a ela que os dois eram noivos, pois tinha medo de perdê-la caso o fizesse.

E assim os dois seguiram por algumas horas, até que Astride segurou com firmeza as rédeas fazendo o cavalo parar subitamente.

–O que foi?- perguntou Pedro.

–Silêncio!- respondeu Astride quase sussurrando.

Ela acalmou o cavalo com umas das mãos e desceu do mesmo, sendo seguida por Pedro. Astride tinha finalmente percebido que Nárnia estava diferente. Toda aquela conversa com Pedro a distraiu e só agora ela viu o estado que seu amado país se encontrava.

A maldição da feiticeira havia ficado mais forte. Devia ser umas dez horas da manhã e o sol não iluminava como antes, estava alaranjado quase vermelho, e o céu tinha perdido sua vida, estava acinzentado. As árvores estavam murchando e ficando sem frutos e a terra ficando seca. A áurea sombria que Pedro havia sentido dois dias atrás estava mais forte. Astride se aproximou devagar de uma árvore que estava ao seu lado e pós a mão sobre seu caule. Lágrimas caíram de sua pele pálida quando ela sentiu a dor que a árvore estava passando.

–Ela está morrendo, tudo está morrendo!- disse Astride aos soluços enquanto voltava para perto de Pedro, que a abraçou forte. –Quando isso começou?-

–Há dois dias... A feiticeira foi a Cair Paravel e lançou uma maldição em Nárnia. Desde então as coisas não são as mesmas. - respondeu Pedro enquanto acariciava os cabelos dela até que parasse de chorar.

–Temos que fazer alguma coisa... - começou Astride, mais foi interrompida por bateres de asas.

–Olha só, não é que é verdade. A filhinha dele está querendo voltar pra casa depois de tanto tempo!- era a Feiticeira Negra. Ela havia surgido num turbilhão de corvos negros, assim como havia feito no castelo. Esbanjava um sorriso maléfico na face, um sorriso de triunfo. – Não se preocupe, eu preparei Nárnia para sua chegada... O que acha? Não está melhor assim?- dizia ela ironicamente enquanto festejava por dentro o sucesso de sua maldição.

–É muita audácia sua vir em minha presença feiticeira, sabendo o que o destino lhe reserva!- disse Astride ao se afastar de Pedro e caminhar confiante em direção à feiticeira, que por segundos deixou o medo transparecer em seus olhos, mas logo voltou a ter a postura de sempre.

–O prazer é meu querida Astride. Mas pode me chamar de Lilith!- respondeu a feiticeira com um sorriso falso na face. –Espero que goste do meu presente, afinal temos que comemorar sua chegada, não é mesmo. - disse e então em outro turbilhão de corvos atrás dela, apareceram soldados fortemente armados. Não devia passar de quinze ou vinte, mas Astride e Pedro não tiveram tempo pra contar, com um aceno de mão de Lilith, eles avançaram rapidamente.

–Astride, segure!- disse Pedro ao pegar uma espada extra que trouxera no cavalo e jogar pra ela. Astride segurou a arma com firmeza e junto com Pedro, que empunhava a espada que ganhará de Aslan, correram para a luta.

Pedro foi o primeiro a atacar um dos soldados, e com um simples golpe da espada conseguiu fazê-lo cair no chão. O Grande Rei era o melhor espadachim de toda Nárnia, e não deixou nada a desejar, rapidamente acabava com seus oponentes e já partia para o seguinte. Astride não ficava atrás, ao contrário do que Pedro pensou ao vê-la, tão delicada, ela derrotava seus inimigos tão rápido quando ele, avançando com tamanha destreza e rapidez que o Grande Rei nem conseguia acompanhar seus passos. Era perfeita em cada golpe e não levava nenhum arranhão, diferente de Pedro, que já ganhará um corte no rosto e no braço esquerdo.

Era uma luta desonesta, com vários soldados para apenas uma pessoa. Mas o que a feiticeira mais temia que acontecesse, aconteceu. Enquanto os dois lutavam, em algum momento ficaram de costas um pro outro, quase colados. Uma vez ou outra um protegia o outro de golpes que não conseguiam ver e acabavam com qualquer um que encostasse em um dos dois. Estavam unidos e lutavam juntos. Prevendo o que o outro faria e realizando tudo com perfeita sintonia.

–Não é possível, não, isso não pode acontecer... - sussurrava a feiticeira desesperada enquanto observava tudo. –Tenho que planejar algo para separa-los, não irei perder essa batalha de jeito nenhum. –continuou e novamente fez aparecer um turbilhão de corvos que a levaram dali.

A luta para Pedro e Astride havia acabado quando os dois lançaram juntos o último golpe no último soldado que restara. Ambos arfavam sem fôlego, cansados com o esforço que tiveram que fazer. Viram que a Lilith havia fugido e soltaram as espadas no chão. Os soldados mortos se desfizeram em cinzas negras que foram levados pelo vento. Eram apenas fantoches da feiticeira e não pessoas.

–Você está bem?- perguntou Pedro preocupado ainda arfando ao olhar pra Astride, que pulou em seus braços rapidamente e o abraçou forte. Pedro retribuiu o gesto e a tomou para seus braços, aliviado. Durante toda a luta, a única coisa que os dois pensaram era se o outro estava bem. O maior medo que tiveram era de ter perdido um ao outro. E agora que estavam bem e juntos, uma alegria reconfortante tomou conta do coração dos dois, fazendo-os rir.

–Graças a Aslan você não está ferido. Fiquei tão preocupada Pedro!- dizia ela ainda rindo a olhar pra ele e acariciar seus cabelos loiros.

–Não estou pior por sua causa, me livrou várias vezes. Aliás, não sabia que lutava tão bem... - disse ele ainda abraçado com ela.

–Há muitas coisas que você não sabe sobre mim meu rei, mas com o tempo... – disse ela a olhar nos olhos dele.

Naquele momento, ambos sabiam o que iria acontecer, e estavam pra lá de nervosos. Pedro tirou uma das mãos da cintura dela e levou até seu rosto, acariciando de leve o mesmo e indo em direção a sua nuca, segurando com delicadeza a mesma. Com a outra mão, ele a trouxe para mais perto de si, e com um sorriso apaixonado estampado na face, aproximou seu rosto do dela, e com os olhos já fechados, se beijaram.

Assim como aconteceu quando Pedro a acordou do sono profundo, um arco-íris emanou dos dois numa espécie de onda, e o mesmo se espalhou por toda Nárnia numa rajada de vento forte. Haviam quebrado parte da maldição da feiticeira. Assim como diz na profecia, o amor deles é a chave para tudo, a salvação.Os dois pararam o beijo e ao abrirem os olhos, viram que um brilho novo estava neles. Souberam naquele instante que se amavam e que queriam passar o resto da vida juntos.

Astride e Pedro olharam em volta e viram que algo havia mudado. O céu estava mais azul e o sol mais radiante do que antes, as árvores como num passe de mágica voltaram à vida e deram frutos e flores. A maldição ainda estava lá, mas agora estava fraca e poderia ser quebrada e os dois sabiam como iriam fazer isso.

–E agora?- perguntou Astride enquanto pegava a espada do chão e guardava no cavalo.

–Agora vamos voltar pra casa!- respondeu Pedro com um sorriso brincalhão na face, enquanto também pegava sua espada e a guardava, e montava no cavalo, que tinha ficado quieto todo esse tempo. O Grande rei deu a mão a Astride para ajuda-la a subir, e sorriu ao senti-la abraçar sua cintura.

–Então vamos! Não vejo a hora de voltar!- disse Astride animada. E juntos, os dois partiram em direção a Cair Paravel.


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