Melodia escrita por Hoshi


Capítulo 31
Trinta e um




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ESSA NOTÍCIA É 'DIVÔNICA'! - Denise exclama com o celular em mãos dando pulinho.

 

Agora que haviam criado um grupo no aplicativo de mensagens mais utilizado para o segundo ano do ensino médio, as mensagens haviam brotado rapidamente em meu celular. Elas sempre acumulavam por causa do nosso grupo "Paradoxo", o da nossa banda, mas eram 25, 30 mensagens não lidas. Para mim já era muito, imagine, agora, 1.526 mensagens não lidas? Foi exatamente esse o número de mensagens nesse grupo do segundo ano que criaram. Eram 1.501 mensagens a mais. Aliás, quem criou o tal grupo fora a Denise - claro, quem mais teria tanta audácia e todos os contatos? - com o intuito de aprendermos com todas as turmas e separarmos as nossas diferenças. Sério, o grupinho dos "Pops" ( já mencionei quão ridículo esse nome soa?) estão incluídos no grupo. Sei que eles são pessoas más, cheio de ricos e populares que querem parecer na adolescência mostrando o que tem de poder e influência na escola, mas não sabia que eles queriam "acabar com as diferenças".

 

Eu cheguei cansada do ensaio de hoje. Foi bem puxado. Temos uma apresentação próxima, e estamos ensaiando bem. A Denise é nossa acessora. Realmente acessoria de imprensa é seu futuro, ela é bom nisso. Criou um site nosso, slogan, contas nas redes sociais e nos fez ficar até conhecidos.

 

— Oi, gente. - Cumprimentei-as. Já estavam todas lá. Até mesmo a Magali. Eu fiquei até mais tarde conversando com o Cebola que ficou com uma cara gigante de aborrecido pelo Dc que esteve lá conosco. O Cascão me desejou "boa sorte" eu agradeci e também e devolvi, pois ele se ofereceu para levar a Magali e os dois violões até o nosso quarto. Estamos com dois violões no nosso quarto, para irmos treinando e compondo. 

 

Na nossa banda, três de nós compomos. O Cebola, a Magali e eu. Nós treinamos com muita música boa, música de outras bandas, mas estamos tentando incluir mais música autorais. Dá um pouco de vergonha apresentar a  música para todos os componentes, mas tenho que encarar. A timidez não é algo que está mais me afetando tanto. 

 

— Oi, Mônica. - A Marina responde.

 

— E aê, Mônica. - A Cascuda fala. 

 

— Moniquinha, sua lindinha, vem cá... - Denise fala me puxando.

 

— Denise, o que foi? Ai! - Reclamo. - Cuidado, o amplificador é da escola, eu só a trouxe para eu e a... para a Magá e eu - Me autocorrigi.- treinarmos.

 

— Tá, tá, deixa em qualquer lugar.- Ela disse e eu a olhei de cara feia. - Que ninguém for esbarrar ou deixar cair. - Acrescentou. 

 

Pus com cuidado no canto ao lado da minha cama. Era um amplificador pequeno, ficou bem no espaço entre minha cama e o criado- mundo. 

 

— Aí, Moniquinha, olha esse trambolho. 

 

— Denisei! - A repreendi. 

 

— Tá, tá... A gente... Vem, vamos dar um passeio. - Ela falou olhando para os lados com uma cara de serelepe.

 

— Temos que avisar às meninas. - Parei de repente enquanto descíamos as escadas.

 

— Não, não temos, Mônica. Nós vamos sair e conversar, só isso. 

 

— Não, ao contrário, temos sim. Lembre-se daquela vez que eu sai e demorei um pouco e vocês saíram atrás de mim?

 

— Tá, tá. Mas rápido. E daqui.

 

— Meninas, - gritei - nós vamos ali e vamos voltar rápido, beleza?

 

— Não vamos demorar. - A Denise acrescentou.

 

— Se eu disse que nós vamos rápido, logicamente não vamos demorar, Denise. - Digo em tom de voz baixa.

 

— Tanto faz, Mônica, a rainha desses treco de português e das letra é 'tu' e não eu.

 

— Eu não sou rainha de nada e eu nem sou t...

 

— Só vem, Mônica. - Denise me interrompe puxando-me porta a fora.

 

— Ai! - Reclamo. 

 

— Se liga, porque a agressiva aqui é você e não eu. 

 

— Humpf! Tá querendo levar um tapa, né? - Ameaço.

 

— Viu? Não falei?! Para de andar com a Cascuda que a agressividade tá pior do que a dela. Não, mentira! Você é mais! Em tudo, inclusive no tamanho. Pros lados! 

 

— Ah, cala a boca Denise! Eu vou voar a mão na sua cara. - Parto para cima dela. 

 

— Calma, Mônica, que baleia não voa. Você no máximo pula. E não pula não que não quero terremoto. - Ela completa rindo.

 

Aquela foi a gota d'água. Fui para cima dela dando tapas e vários arranhões (todos de leve).

 

— Socorro! Socorro! Uma baleia que pula. 

 

— Olá, meninas, algum problema? 

 

Paramos com nossa parafernália e a Dê e eu tentamos nos recompor. Conheci claramente o dono da voz. Eu não falava muito com ele, mas ultimamente estamos nos falando depois da festa que fomos. 

 

— E aí, Xaveco! - Falo batendo na sua mão.

 

— Fala, Mônica! 

 

— Finalmente te notaram, né, Xaveco. 

 

— Oi, para você também, Denise. 

 

— É, oi. - Responde contrariada. 

 

Fito as duas faces se olhando. A Denise estava vermelha (ah, qual é, nem bati forte nela, esse povo ruivo que ficar machucado por qualquer coisa) e o Xaveco também. Se entreolhavam com uma força e um sentimento irreconhecível. Não saberia dizer o que se passava. A Dê sempre se transpareceu superior às pessoas, mas ao Xaveco parecia ser extremo. Não parece exatamente isso. Ou não sei. 

 

Eu já es vi juntos, conversando. Mas nunca transparecem um conforto ao ficarem sozinhes. Eles conversam e riem das piadas que contamos, que eles mesme contam, porém ao ficarem sozinhes isso ocorre. 

 

Me senti envolta de algo que não sabia. 

 

Foi aí que juntei as informações e cheguei a uma conclusão óbvia que poderia ter notado na primeira vez que os vi diferentes de como agem normalmente:

 

Eles se gostam. 

 

Um sorriso percorreu o meu rosto. 

 

"Como não tinha sacado antes?" Pensei.

 

Parece tão óbvio. 

 

A Dê não tá vermelha porque foi estapiada (que termo divertido de se falar), mas sim porque gosta dele. E o mesmo dele para com ela. 

 

"Tenho que juntar mais um casal, daqui a pouco viro cupido oficial. Vou até anotar num bloquinho..."

 

— É, hum, eu já vou indo, meninas. Depois a gente se fala. - Xaveco interrompeu meus pensamentos.

 

— Tá, depois a gente se fala. - Batemos nossas mãos em despedida.

 

— Tchau, Mônica. Tchau, Denise. 

 

— Dá "tchau", Denise. Olha a educação.

 

— Tchau. - Ela murmura.

 

Quando saímos do prédio é que eu percebo que nós tínhamos decido as escadas e faria muito sentido encontrar com o Xaveco. 

 

— Tá. Quando você iria falar que gosta do Xaveco? - Pergunto em tom de voz baixa.

 

— Que?- Ela pergunta atordoada. - Não, nada ver. Nem vem com essa. 

 

— Vou com essa sim, Denise! 

 

— Mônica, - Ela me interrompe. Sua voz parece perdida e anormal. - depois a gente fala disso. Temos outras prioridades. - Ela já fala com o tom de voz habitual de Denise. - Aliás, viemos falar de outros casais.

 

— Então quer dizer que vocês são ou eram mesmo um casal? - Pergunto provocando, mas com fundo de verdade. O que me pareceu é que eles se gostam. Querem ser um casal ou já foram. 

 

Sentamos num banco próximo.

 

— Mônica, caladinha. - Pensei que ela tava triste de novo. - Baleias não falam.

 

— Ah, sua ridícula!

 

E tentei batê-la de novo. 

 


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Notas finais do capítulo

Hey, Hey, Kon'nchiwa!

Beeeem, nem demorei tanto assim para atualizar!

Quero agradecer pelo comentário da Ana! Obrigada, você foi uma fofa!

Sem mais delongas, esse foi nosso capítulo! Pequeno, porém significativo além de estar cheio de carinho e amor s2!

Comente o que você achou, se gostou ou não ou no que posso melhorar para a nossa fanfic!

Bem, é isso.

Até o próximo capítulo!

Beijokas da Pietra



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