– Ô garota! Tá fazendo o que aqui?

–Dá para soltar! Eu não te devo satisfação. Aliás, quem você pensa que é para me segurar assim? Você nem me conhece!

Ele apertou com mais força meu braço. Dessa vez doeu. Aí ele parou.

–Saia daqui! -

–Me larga, então.

Ele me soltou lentamente. Eu puxei meu braço para ver se estava com marcas. A sorte dele que só estava dolorido. Sem perder tempo eu chutei ele é saí. Só que eu chutei com força as "partes dele". Ouvi o "tuc" dele caindo de joelhos com a mão no lugar onde chutei.

Nesse instante eu me virei.

–Isso é para você aprender a não tratar mau uma desconhecida.

Então saí.

"Onde fica essa bosta de salão ||?! "Pensei.

Aquele colégio era uma droga de grande e eu já perdi três vezes a procura desse maldito salão de festas. Até que vi umas luzes e escutei uma música. Corri mais um pouco e finalmente encontrei o salão de festas ||. Eu já estava cansada. Então resolvi procurar as meninas. Encontrei a Magali e a Marina conversando.

–Oi! - Falei. Deu para perceber a minha respiração ofegante.

–Onde estava? - A Marina logo perguntou.

–Ah, é que eu me perdi umas três vezes procurando esse maldito salão. - Cruzei os braços.

–Ainda bem que chegou a tempo do anúncio da diretora. - A Magali falou.

–Que horas são?

–Já são 19:27!

–Nossa. -Relaxa acabamos de chegar também. E a diretora só vai falar ás 19:30.

–Meninas, vocês nem sabe o que me aconteceram quando me perdi pela primeira vez.

–O que? - Perguntaram curiosas.

–Eu fui parar numa ala bem diferente. Era uma ala impecável. Aí uma garoto me agradou pelo braço e diss. ..

–Oi! Alunos novos, sejam bem-vindos! São 19:30 então acho que deu tempo de todos chegarem.

Alguém, nesse instante, gritou:

–Ninguém perde por nada essa festa!

–Há há - Ela riu- É verdade. Bom, para quem não me conhece sou a diretora daqui e tenho que manter a ordem. Meu nome é Jaquelinne. Mas pode chamar de Jaque. Eu vou ler a lista dos alunos novos, com idade e ode moravam.

Ela desinbrulhou um papel.

–Anelisse. 13 anos. Rio de Janeiro.

Amélia . 15 anos. São Paulo.

E ela foi lendo os nomes em ordem alfabética até chegar o meu nome. Quando ela dizia o nome dos novos alunos eles levantavam a mão e um holofote pairava sobre eles. Decide que não iria fazer isso. Foram ao todo 21 alunos novos. O meu nome fora o último a ser anunciado.

–Mônica. 16 anos... Nova York, Nolita.

Claro que teve os comentários de "Oh". Mesmo sem eu levantar a mão para saber quem eu era. Não levantei. E tomei um susto quando vi um holofote sobre mim. Eu até parei de respirar. Foram os 15 segundos mas demorados da minha vida.

A Jaque ficou falando sobre as regras do colégio. De não usar celular durante as aulas, não usar roupas curtas nem depravadas, sem demonstração de afetos explícita. Essa eu tinha certeza que seria burlada. Entre outras.

–Pessoal, agora aproveitem! - Ela falou e saiu.

Quando me virei para falar com as meninas que reunimos para ouvir o anúncio, tinham sumido. Só sobrou eu e Magali. E ficamos conversando bastante. Passávamos de 5 em 5 minutos na mesa de comida para pegar docinhos e salgadinhos. Decidimos dançar um pouco. Até que resolvi pegar uma bebida e a Maga encontrou a Aninha e a Marina. A Aninha e a Denise mais cedo tinha me ensinado tudo sobre o salão.

–Você entendeu, Mônica?-A Aninha falou apontando para o mini quadro branco no qual ela havia feito uma representação do salão. Eu havia percebido que qualquer festa, era uma festa do ano. Motivo de se arrumar bem e tal.

–Tá intendi. Debaixo da escada e em cima é o lugar da pegação.

–Nada de ficar perto dos banheiros. Podem te zoar depois.

–Ah, fofa! Não esquece: em cima beijinhos, em baixo beijos mais quentes.

–Denise valeu, Aninha também. Mas...isso não vai adiantar nada. Não sou do tipo pegadora. Nem pretendo ficar com ninguém.

–Mas tem que saber!-A Denise gritou comigo.

–Aliás, Mônica, você sabe que quando é novata em qualquer sempre aprontam. Claro que é sempre uma coisa leve, mas fique pronta para tudo. Se não fizer, o castigo vem em dobro.

E foi pensando nisso que eu peguei uma limonada. Escutei gente cantando e me virem e vi. E em cima do palco montaram um karaokê.

Fui voltar para a Maga e não achei no canto onde estávamos. Procurei-a e quando vi ela estava com a Aninha em cima do palco. Se forem cantar vai ser engraçado.

Para minha surpresa, quando olhei de novo, elas não estavam lá.

"Vai ver desistiram" pensei.

Fui para perto do palco e tomei um gole da limonada. Quando ouvi o DJ chamar meu nome. Engasguei completamente. Do nada uma multidão de pessoas se reuniram e me empurraram para o palco. Alguém pegou minha limonada. E eu subi no palco e fiquei lá com cara de boba, sem entender nada. Aí me toquei que era por causa do karaokê. Quando fui ver a música era um dueto. UM DUETO! Eu mato aquelas duas.

"Com quem eu poderia cantar?"

Listei rapidamente qual das meninas viriam pagar esse mico comigo. E vi que era um dueto para uma menina e um menino. Cobri meu rosto com meus cabelos, mas não adiantou tanto já que eram curtos.

Vi um alvoroço. Novamente era a multidão, mas dessa vez trazendo um rapaz qualquer para cantar aquilo comigo. Decide fazer, era aquilo ou coisa pior.

Ao ver o menino que trouxeram quase caí para trás. Era o mesmo garoto de quando me perdi. Na hora quis descer dali e aposto que ele quis fazer o mesmo. Mas me lembrando das palavras aterrorizantes da Aninha.

O DJ colocou a música que, para minha surpresa, era de uma das minhas bandas preferidas.

Airplanes

(Chorus:)
Can we pretend that airplanes in the night sky are
like shooting stars
I could really use a wish right now, a wish right
now, a wish right now
Can we pretend that airplanes in the night sky are
like shooting stars
I could really use a wish right now, a wish right
now, a wish right now

Tá, pode-se dizer que fiquei envergonhada de cantar e não cantei a primeira estrofe, que é o refrão. Não é fácil cantar na frente da escola inteira sendo novata.

I could use a dream or a genie or a wish
To go back to a place much simpler than this
'Cause after all the partyin' and smashin' and
crashin'

And all the glitz and glam and the fashion
And all the pandemonium and all the madness
There comes a time when you fade to the blackness
And when you're starin at the phone in your lap
And you hopin' but them people never call you back
But that's just how the story unfolds
You get another hand soon after you fold
And when your plans unravel in the sand
What would you wish for if you had one chance?
So airplane airplane sorry I'm late
I'm on my way so don't close that gate
If I don't make that then I'll switch my flight and
I'll be right back at it by the end of the night

Mas...aqui eu já estava curtindo a música.

Can we pretend that airplanes in the night sky are
like shooting stars
I could really use a wish right now, a wish right
now, a wish right now
Can we pretend that airplanes in the night sky are
like shooting stars
I could really use a wish right now, a wish right
now, a wish right now

Yeah somebody take me back to the days
Before this was a job before I got paid
Before it ever mattered what I had in my bank
Yeah back when I was trying to get into the subway
And back when I was rappin for the hell of it
But nowadays we rappin' to stay relevant
I'm guessing that if we could make some wishes out or
airplanes
Then maybe oh maybe I'd go back to the days
Before the politics that we call the rap game
And back when ain't nobody listened to my mix tape
And back before when I tried to cover up my slang
But this is for the Decatur what's up Bobby Ray
So can I get a wish to end the politics
And get back to the music that started this shit
So here I stand and then again I say
I'm hopin we can make some wishes outa airplanes

Can we pretend that airplanes in the night sky are
like shooting stars
I could really use a wish right now, a wish right
now, a wish right now
Can we pretend that airplanes in the night sky are
like shooting stars
I could really use a wish right now, a wish right
now, a wish right now (Repeat)

I could really use a wish right now
I could really use a wish right now
Like, like, like shootin stars
I could really use a wish right now
A wish a wish right now

Link:http://www.vagalume.com.br/paramore/airplanes-b-o-b-ft-hayley-williams.html#ixzz3bNBQAfyI

Fomos aplaudidos pelas pessoas. Eu pensei que o garoto não iria cantar, mas me surpreendeu.

–Parabéns, Mônica.

–Como você...-Eu lembrei que a diretora falou meu nome- Qual o seu, então?

–Cebola.

Dei uma risada.

–Tá, nome bizarro, eu sei. Mas é só um apelido.

–Meio idiota, né?

Ele concordou. Aí lembrei que ainda estávamos no palco. Eu desci do palco o mais rápido possível para não ser vista, mas...digamos que a minha tentativa foi em vão. Totalmente.

Depois que se dispersaram eu encontrei as 5. Rindo.

–Há há há. Muito engraçado! Quem teve essa ideia? Aliás, vocês me disseram que eu pagaria um mico. Não um King Kong.

–Deixa de ser exagerada, Mônica!- A Cascuda desfes meu bico. Ela acabou com a minha dramatização. Humpf.

–Você queria que as outras pessoa fizessem isso com você? Ou éramos nós. Ou eram os Pop, querida- A Denise falou.

–Pop? Que nome bizarro. O que é isso?

–Os populares.-Elas falarm em uníssono.

–Mônica, você sabe que em todo colégio há hierarquias. Nesse é organizado assim: os pop, os atores e músicos e atletas, os chique, os normais, os nerds e os equisitos.-Disse a Marina.

–Nossa.

–Sabe a Anelisse? Aquela que a diretora falou?

–Humrum.

–Então, você não viu, mas ela chegou aqui na festa com o vestido rasgado. Sorte que o quarto dela fica aqui perto. Obra dos Pop.- A Aninha falou.

– Ou era a gente ou eles.

–Tá bom.-Falei- Mas porque cantar? Para a escola inteira ainda por cima.

–Por que sabemos que você gosta de música! - Falou a Cascuda.

–Sabem?

–Sim. Ouvimos você cantar enquanto se arrumavam. Fuxicamos seu celular e tem um montão. Aliás foi por isso a escolha da música.

–Magali!-As outras gritaram.

–Mals gente.

–Mas é sério. Viu? Queríamos até te ajudar. Mas agente não sabia que era um dueto.

–Tá bom. Apesar de tudo...valeu gente!-Falei dando um abraço coletivo.

Depois das perguntas e respostas o grupo se dispersou. Cada uma foi para um lado. A Magali não saia de perto das mesas de doces. As outras eu nem localizei.

Encostei numa parede e enquanto pegava um refrigerante. Já tinha se passado bastante tempo de festa. Apertei um botão do meu celular e apareceu no visor 22:21. Ela estava quase acabando. Até quye senti um molhado nos pés e vi que tava derramando refrigerante. Ainda por cima um ser esbarra em mim.

–Ei! Olhe por onde anda!

–Você me molhou.

–Foi sem querer, tá!

–Tô nem aí!

Pus o copo(transbordando) e a garrafa em cima da mesa.

–Como é garoto?

–Deixa. Você é bem atrevida para uma novata, Mônica.

–Olha quem fala, a cebola azeda.

Aí ele pegou o copo e jogou no meu braço.

–Ora seu...

Peguei e joguei nele. E ele em mim. E agente ficou nisso. Quando eu coloquei mais refrigerante e peguei no copo alguém me empurrou e eu caí nos braços dele. Ele segurou meu rosto e me beijou. Me imobilizando. Eu pus as mãos no cabelo espetado dele...