Melodia escrita por Hoshi


Capítulo 19
Dezenove




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UM SORRISO percorre meu rosto.Já estamos na última música e eu estou aproveitando o quanto posso.

No típico " Boa Noite" que é o ponta pé inicial, minha voz saiu falhada. A Magá que estava como beck vocal me ajudou para animar a galera. Na verdade cada um de nós se apresentou e falou. Mais como um apoio da banda. Fiquei muito feliz e me deu uma coragem para continuar sem erros.

Misturamos músicas de nossa autoria com a de outros, algumas mais famosas e outras mais clássicas. Eu simplesmente amei tudo.
Não vou dizer que minha timidez passou. Nem que não estou mais com medo.

Só aprendi a curtir mais. Só isso.

– Então é isso galera!- Eu disse- Foi uma grande alegria tocar, aqui, para vocês.

– E quem quiser saber mais sobre nós, é só acessar nosso blog.- A Magá lembrou.

– E nos seguir pelas redes sociais!- O Cascão disse.
Fomos ovacionados pela nossa platéia. O pessoal do colégio estava em peso no local.

Esse sorriso ficou grudado no meu rosto, não quer sair. Mas não quero que ele saia. Não mesmo.

Penso como as coisas ocorreram rápido. Eu estava muito tímida para cantar na sala de aula e agora um show.

Nosso primeiro show... Há um mês não tínhamos nem nome, agora um show! Eu ando ocupada com tantas coisas em prol disso.

Eu respiro aliviada, já chegamos no colégio.

– Mônica, quer ir no refeitório com a gente?- O Cascão perguntou.

Eu estava completamente atônita ao assunto e demorei alguns segundos para responder.

– Não valeu... Eu vou...indo.

– De boa.

Eu os vi indo até o refeitório. E comecei a andar.

" Para onde estou indo?"

Meia pés estão me guiando, não minha consciência. E isso é estranho.

Mesmo estando um pouco escuro, reconheço o caminho. Não venho aqui há muito tempo.

" O que eu estou fazendo aqui?"

Eu não sei.

Meus pés tocam a água, ele estão descalços. Eu pego as meias e tênis e levo até o banco onde eu costumava sentar.

O laguinho secreto está o do mesmo jeito que eu o vira há dois meses.

– Olha, senão é a senhorita desvaira! Agora virou desaparecida?

A voz. Eu pensava que era alguém que estava brincando comigo, alguém zoando(colocar em itálico). Mas agora eu sei: É a minha consciência. Eu criei essa voz para falar comigo, interagir. É legal, mas também um pouco solitário.

Eu sorrio.

– Oi.

• • •

Adentro o quarto e vejo que perdi a noção da hora. São dez? Onze? Sou recepcionada pela Denise.

– Oi!- Ela diz animada.- A Magá acabou de chegar, onde esteve?

– Oi... Quanta animação. O que eu perdi?- Pergunto tentando desviar do assunto.

– É que a Titia Dê, aqui, está muito orgulhosa, tá?

Eu a mesma me dá um abraço. Ela me zoa e brinca, mas tem fundo de verdade.

Quando todas nós estamos prontas para ir dormir. A Denise dá a ideia de fazermos algo que não fazemos há tempos: nossa roda de amizade. A Dê, chama de "da fofoca", mas acho que fica meio rude. Como ainda são 22h, concordamos.

Sentamos em uma rodinha no centro do andar de baixo.

Comentamos vários momentos do show. Aquele sorriso ainda está em mim. Todas nós opinamos e comentamos sobre tudo.

– Ei, Dê! Por que você não usa os seus poderes da fofoca para o bem?- A Aninha sugere enquanto assistimos o vídeo gravado pela Dê.

– Como assim, mona?

– Ah,- A Cascuda fala- É simples. A Aninha está sugerindo que você vire a divulgadora da banda.

– Ah, uma boa- Digo.

– Gostei também. A Magá se prontifica.

– Então está combinado?!- A Marina fala. E nós comemoramos com uma enxurrada de travesseiros sendo taxados no ar silenciosamente.

– Gente, sabe o que isso me lembra?- Magá começa.

– O que?- Pergunto.

– Nostalgia.

– É mesmo. - Cascuda concorda.- Nossa infância foi cheia de lembranças como essa.

E elas relembram alguns fatos me contando.

Quando se viram para mim, eu subo as escadas correndo e vou no criando mudo. Abro a gaveta e pego duas fotos. Mostro-lhes.

– Que linda, Mô! É sua mãe? - A Marina pergunta. - Ah, e aqui você?

– Não. É um E.T. fantasiado dela.- A Dê fala.

– Sim, sou. É minha mãe, é uma das únicas lembranças que eu tenho dela. - Passo a foto da minha mãe entre meus dedos dando a Denise.- Eu sou a cara da minha mãe.

– E ela é linda!- A Aninha fala.

– Obrigada. Eu não tenho nenhuma lembrança dela. Do meu pai só alguns flexes.

– Você foi embora cedo dele, né?- A Cascuda falou.

– Sim, com seis anos. Eu...não lembro de muita coisa. Nunca fui de ter uma boa memória. Mas eu lembro- me do rosto dele...mas não de muita coisa. Nada do que me dizem.

– Como assim?- Indagou-me a Marina.

– Ah, Mari, é que muitas pessoas, minha tia e tudo mais, dizem que eu fui morar com a minha tia porque eu sofria agressões físicas. Das verbais eu tenho fleshes, nada de mais.

– Ai, amiga...eu só falo besteira...- A Marina me abraçou.

– Não, tudo bem.

– Por que ele fazia isso? - A Denise perguntou.

– Dê!- Deram uma bronca em uníssono.

– Gente...nada demais. Não tenho problemas em falar isso.

"Bom pelo que me dizem, minha mãe sempre foi uma melhore forte, no entanto frágil em questão de saúde. Ela teve complicações no meu parto, foi uma gravidez difícil. Aí, eu quis nascer só quando estava quase completando 10 meses. Meu parto foi difícil, pois teve que ser induzido.

"Meu pai, estava muito aflito. O médico viera a ele e perguntara uma pergunta que eu acho uma das mais cruéis, ele perguntou se ele queria que vivesse a minha mãe ou o bebê, ou seja, eu. Meu pai, pelo que me contavam, amava demais a minha mãe e havia aprendido a me amar aos poucos. Aquela pergunta acabou com ele e pegou-o desprevenido. Ele não disse ao médico, então eles decidiram. Eles escolheram a mim.

"Eu não lembro da minha infância até seis anos, eu sei que ele brigava com tudo comigo. Só isso. E eu sonho com um jardim. Acho que era da minha casa. Ou não, meu antigo psicológo me disse que eu podia ter inventado facilmente para ter algo a que se agarrar como lembrança.

"Enfim, lembro-me do dia do julgamento, que chorei quando fui morar com a minha tia. Que depois não derramei mais nenhuma lágrima e me acostumei a esconder sempre meu sentimentos, que eu acostumei com as intermináveis aulas particulares e exigentes. A quase nunca sair de casa.

– Nossa, Mônica...- A Maga diz.

– Sua história é surpreendente.- A Cascuda completa.

Mas para descontrair, nós mudamos rápido de assunto. Não falamos mais disso


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Notas finais do capítulo

Oi, gente!
Esse capítulo foi rápido, eu já havia avisada em outra vez, e foi necessário ser assim.
Só a demora de postar(Né, Pietra?!) que não foi nem um pouco. Foi descuido meu, eu estava estudando para as provas finais, e agora elas estão acontecendo. Tipo, amanhã eu tenho prova! E nem em sonho eu deveria estar postando aqui, mas estou e é isso que importa!
Gente, curtam esse curta ( Há há, sempre quis falar isso)! Depois vem mais!

Beijokas da Pietra



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