Melodia escrita por Hoshi


Capítulo 17
Dezessete




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Eu ainda não havia engolido as palavras.

Mas os outros comemoravam:

– Uou!

– Que demais!

– Da hora!

– Nem ligo.

– Sério?- Perguntei enquanto comemoravam.

– Sim. A loja Musique...

– Ah, conheço essa loja. Ela é, tipo, super famosa e a Mônica e eu sempre vamos lá para comprarmos CDs. Nem fica longe daqui.- Interrompeu a Magá.

– Exato, Magali. Ela está completando 20 anos e queria comemorar o dia inteiro. Eles queria uma banda e, bem, eu indiquei vocês é claro. A Denise se encarregou da divulgação. Tem que ser tudo meio rápido por causa desse problema: é nesse sábado.

– Sábado?- Indago- Sábado...depois de amanhã? Daqui há dois dias?

– É. Algum problema?

Não se você não considerar o fato da festa surpresa que estávamos planejando para a Magali.

– Não...- Falo vagamente. Antes que alguém desconfiasse. Presumo que não seja uma pergunta retórica. Aí lembrei o que a Denise disse para mim sobre mentiras: elas têm que serem bem construídas. A Cascuda falou que eu tenho que argumentar.- É que ficou para em cima da hora. Bem perto. Só me assustei. Gostaria de mais tempo de preparo.

– É sobre a timidez?- Alice perguntou.

Nem tinha pensado nesse quesito em meio a esse problema. Será a primeira vez que eu vou me apresentar para alguém fora dos muros da escola. É até perto. Mas eu fiquei nervosa com esse comentário. Sei que foi com a melhor das intenções da Alice. Não era novidade para ninguém que eu sou super tímida para apresentações ou qualquer coisa que envolva me comunicar com desconhecidos, mas eu fiquei com vergonha dela ter perguntado ali.

– Uhum. - Respondi.

Sei que esse som é afirmativo e eu queria que ele soasse como se não quisesse que ligassem muito. Acho que funcionou. Não voltaram a falar disso.

Quando a Magá e eu chegamos e contamos às meninas elas ficaram histéricas. Mas eu precisava de uma oportunidade para falar-lhes que iria atrapalhar nosso planos. A Denise já sabia, claro. Até primeiro do que nós, componentes da banda.

Esperei a primeira oportunidade para pedir a Magali um copo d'água. Ela teria de descer até o refeitório. Resmungou e tudo mais. Logo que bateu a porta eu me virei e reuni todas nós.

– Gente, a surpresa da Magá é no sábado. E a nossa apresentação é no sábado.

– Hum...Mônica. É verdade.- A Marina comentou.

– E agora? -A Aninha perguntou.

– O que faremos? Por que, tipo...essa apresentação é que horas mesmo?- Cascuda intrigou.

– Seis horas da tarde.- Respondi.

– Vai até que horas?- Cascuda perguntou novamente.

– Acho que até umas 10 horas da noite. Não pode passar disso, né, Mônica?- A Denise falou.

– Exato.

– É só fazermos a festa mais cedo. - A Aninha deu sua solução.

– O negócio, é que não tem graça. Além do mais como arrumaríamos tudo mais cedo?- A Cascuda falou

– Exatamente - Continuei- temos que chegar lá umas cinco da tarde...

– Não, Mônica, da noite.- A Denise falou em tom sarcástico.

– Sem gracinhas, Dê!- Dei uma bronca.- Continuando, teríamos que arrumar uma maneira de distrair a Magá...

– A Magá o que? Ouvi meu santo nome em vão?- A Magali chegou provocando susto em todas nós.

– Ahhh! Você já voltou?- Perguntei.

– Não, Mônica, ela ainda tá na esquina.- A Dê falou.

Olhei-a com tom reprovador.

– Ué. Voltei com o copo. Olha, subi oito lances de escadas e tive que andar três prédios... De nada, tá?

– Pelo que?- A Aninha pergunta.

– Pelo copo de água.- A Magá responde.

– Que copo?- Nesse momento ela voa com a mão para o copo derrubando toda a água.

A Marina, a Cascuda, a Denise e eu fizemos cara de espanto.

– Você. Pegar. Outra. Água. Agora.

Ela protestou e foi pegar a outra água com a promessa que nos limparíamos a água do chão.

Conseguimos bolar um plano antes da Magá chegar.

• • •

A aula passou tão rápido que eu nem percebi. Já estávamos no recreio. A aula toda eu fiquei ansiosa. Quer dizer, não só na aula em todo lugar. Minha mania de roer unha e morder as bochechas estavam mais aparentes.

Show...festa...amanhã seria uma dia movimentado.

Sentada no banco perto do Carvalho eu penso numa parte da conversa que o Cebola teve comigo ontem.

"- Por que o Toni envolveu a Carmem naquela conversa?- Perguntei de repente.

– Ai, Mônica, ainda está pensando nisso?- Ele questiona.

– Não esqueço das coisas tão facilmente. Não sou do tipo que perdoa fácil.

– Hum... É que eu e a Carmem já tivemos um lance junto.

– Ai, Cebola- Imito o jeito dele de falar - não intendo lá muitas gírias. O que significa "ter um lance"- Faço aspas com as mãos.

– A gente meio que ficava.

– Hum..tá.

– Mas foi uma parte obscura da minha vida, não quero falar sobre ela. Esqueci-a completamente."

E rapidamente mudamos de assunto.

Estou mechando no celular e o Cebola chega.

– Oi, Mônica!

– Oi.

Ele senta ao meu lado.

– Fala.- Digo para ele.

– Nossa como você sabe que eu tenho algo para falar?

– Sou adivinha!- Nos rimos.

– Você é observadora, isso sim.- Ele me corrige.

– É.

– Ah, eu vim aqui para...

– O que?

– Sabe o que falamos ontem.

– Hum... Prossiga.

– Tá. Como agora somos amigos, eu pensei que podíamos falar isso. Parece que faz tanto tempo que eu meio que gostava dela.

– Sei.- Viro o rosto.

– Sério. De verdade. Agora eu só penso em outra pessoa...

– Ah. Em quem?

– Hum...nah.

– O que foi? Somos amigos, sabe que pode me falar. Eu sou boa em guardar segredos. De verdade.

– Tá, te conto.

Ajeito minha postura para escutar.

– Mas...

– Ai, odeio esses "mas". O que é?

– Só conto se você topar sair comigo.

– Quando?

– Hoje à tarde, três horas.

– Onde?

– No banco perto do campinho.

– Naquele debaixo da árvore.- Digo.

– Combinado?

– Combinado.- Confirmo.

Apertamos nossas mãos sorrindo.


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Notas finais do capítulo

Hey, meu povo!
Estou postando mais um capítulo para a alegria de vocês, meus querido leitores.
Sim, eu sei que esta tarde. Não, não está sendo postado escondido, até por que estou vendo um filme com a minha mãe. Sim, esse filme é Eclipse, da Saga Crepúsculo. Não é minha saga favorita, nem algo que eu amo. Mas eu estou sem sono, e é até legal.
Estou empolgada para postar o próximo, mas ainda preciso rever e re-editar caso for preciso, no entanto postarei em breve.
Bom, gente é isso, não tem o que se falar muito. Comentem!
Até o próximo capítulo!

Beijokas da Pietra



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