Melodia escrita por Hoshi


Capítulo 13
Treze




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Estávamos os quatro na sala ansiando pela resposta do Cebola.Eu levantei minhas sobrancelhas. Encarava-o possessa. Acho que nunca me vi tão corajosa assim.

Ele finalmente responde:

– Tá. Eu acho sua voz legal.

– Valeu.

Ele concorda que eu entre na banda e a Marina e a Magali comemoram. Eu perguntei a Alice quando eu conheceria os outros integrantes, já que ela me disse seria no dia seguinte.

– Mas, Alice, eles não tinham que aprovar a minha entrada também?-Questionei.

– Ah, eles disseram que tudo bem.

Não intendi, mas fazer o quê?

– Meninas, os ensaios são todos os dias das 14:30 às 17:00. - A Alice falou.

E o dia passou com todas nós comemorando. Não queria ser ingrata com as meninas, mas eu pensava no que aconteceu na sala de Música. Mas exatamente no que o Cebola fez. E na semana passada também.

Segunda-feira de tarde eu estava procurando meu armário. Encontrei-o mais achei que a senha estava errada, pois ele não abria. Até uma sombra aparecer.

– Você nunca vai conseguir abrir.- Cebola fala.

– Por que?- Pergunto. - Você está gozando com a minha cara?

Ele começa a rir. Eu fico possessa de raiva. Eu começo a sentir uma enorme vergonha.

– Cara, "gozando"...

– Calado.

Ele ri mais um pouco e eu me enfureço.

– Mônica, calma, tá? Você não poderá abrir esse armário, porque ele é meu. O seu deve ser o do lado.

– Mas tá aqui...

– Ele é meu, olha.

Ele põe a senha e o armário abre.

– Vê se o seu é o do lado.

Eu ponho a senha e ele abre.

– Viu? A secretaria às vezes erras nesse lance de armário. Sempre acontece.

– Obrigada. - Falo.

– De nada e, ah, não diga para alguém mais "gozando". Dá vontade de rir. Você sabe que soa meio...meio pervertido, né?

Não, na verdade não sabia. Droga, agora vou parecer uma garota pervertida.

– Ei, relaxa. Olha para mim.

Nossos olhos se encontram. Ele tem olhos castanhos assim como eu. Mas os dele parecem profundos, um castanho tão profundo quanto uma árvore solitária no inverno. Era assim o seu olhar para tudo.

Nossas respirações descompassadas ficaram iguais. E estamos os rosto perto. Os centímetros não importavam.

– Mônica. - Ele sussurra. Uma voz confusa.

– Cebola! Careca!

Viramos de imediato.

– Er...oi, Cascão.

– Posso... falar com você? - Ele pergunta num tom de pergunta.

– Ah...eu j-já estava indo para...para...ali. - Eu gaguejei, que droga! Peguei minhas coisas e saí correndo para qualquer direção.

Na hora do lanche naquele mesmo dia, nos encontramos novamente. Ficamos conversando até chegarmos na ala dele.

Eu estava começando a vê-lo como um amigo. Até chegar na sexta-feira e ele me falar um bando de baboseiras.

É, de repente a raiva por ele é maior.

– Mônica! - A Marina me chama. - Você está longe de novo. Assim como ficou no primeiro dia de aula. Aconteceu algo?

– Não, não. Estou legal gente.

Elas aceitaram e já era tarde, precisávamos dormir. Eu reclamei com elas por isso. Mas eu recebi um travesseirada na costela.

– Ai, Aninha!

– Guerra de Travesseiro! - A Cascuda gritou.

– O que é isso?

– Nunca brincou? - A mesma me perguntou.

Balancei a cabeça negativamente.

– É quando você bate nas outras pessoas com o seu travesseiro.- A Mag responde. Mal ela acaba de dizer isso é já leva uma "travesseirada" da Marina.

– Guerra de Travesseiro!- A Cascuda grita novamente.

Eu pego meu travesseiro, ainda um pouco perdida sobre o que fazer. Eu taco ele na Aninha que me vem com dois travesseiros. Sou pisoteada e pega por alguns golpes enquanto tento pegar de volta meu travesseiro.

– Ai, gente. Eu é que não vou brincar disso. E se pegar nas minhas unhas. São sensíveis, sabia?- A Dê falou.

Todas nós paramos de guerrear para olhá-la.

– É brincadeira!- Ela fala e ri. E taça o travesseiro na Aninha.

No final, caímos exaustas pela nossa farra. Um dos travesseiros da Denise rasgou fazendo cair um monte de penas pelo quarto inteiro.

Exaustas e ainda rindo vamos para cama com a promessa de limpar tudo pela manhã.

" Duvido muito." Pensei.

E realmente não limpamos pela manhã, pois acordamos atrasadas e foi a maior correria para as seis tomarem banho e se arrumarem. Prometemos de esperar umas às outras e quem mais demorou foi a Denise. Só para variar um pouco. Resultado foi de não tomarmos café da manhã. Eu cheguei na minha sala eram 08:34. Sorte que o professor de Ciência não ter chegado.
No recreio das 10:30 às 11:00, nós nos reunimos para reclamar mais ainda com a Dê. Aninha e a Cascuda não conseguiram entrar, pois a professora dela já tinha chegado.

– Gente, não se esqueçam que temos ainda o quarto para limpar.- Eu lembrei para elas.

– Ah, nem me fale.- A Denise reclamou.- Vocês ainda rasgaram meu travesseiro de plumas de ganso. Vou querer reembolso!

Nós rimos.

– É sério! - Ela fala e ri também.

– O.k., mas voltando a nossa arrumação, vamos logo para o nosso quarto e vamos nos separar para arrumar. Se a Joana vê isso estamos fritas.
Joana é a responsável pelas duas últimas alas do nosso prédio. Ela é tipo uma inspetora. É bem legal, só que exigente. Nós temos que manter o quarto limpo. A faxina só ocorre a cada quinze dias. Ela deu uma relaxa na primeira semana, mas ela

– Onde pegamos as coisas para a limpeza?-Pergunto.

– Mônica, no nosso quarto tem um simples par de vassoura e pá de lixo.
Podemos pegar uma outra no canto da limpeza.

– Ó, mas tem que ser rápido, tá?- A Magali fala. - A Mônica e eu temos o ensaio.

– Então é só corrermos. Marcado. Não faltem. Inclusive você, Denise. - A Cascuda fala.

– E por que eu?- Ela pergunta inocentemente.

– Sabemos que você odeia arrumar as coisas e dar faxina.- Ela acusa.

– Imagina!

O sinal toca e fomos para nossas salas. Acho que nunca fiquei tão ansiosa para que o tempo passasse logo. Não para a faxina, mas sim para o ensaio da banda. Ah, eu esqueci de perguntar para a Alice qual o nome da banda. Não posso esquecer isso, é algo fundamental.

Fomos no canto da limpeza, que é onde ficam as faxineiras e pedimos mais uma vassoura e pá de lixo.

Como era de se esperar a Dê reclamou do início ao fim, e ajudou pouco.

A Magá e eu fomos tomar banho para nos arrumar. Eu procurei mandou-o confortável, por isso optei por uma calça leggi e blusa regata branca de caveira preta. Um tênis preto para combinar.

Esperei por alguns minutos no andar de baixo a Magá. Comecei a brincar com uma anel que estava no meu dedo anelar da mão esquerda. Ele fazia um tintilar até bem estranho para um anel. Fui olhá-lo mais de perto.

– Vamos, Mônica? Acho que já estamos atrasadas.

– Ah, desculpa. Mas eu estava esperando a senhorita.

– Discussões depois.

Ela pegou uma bolsa pequena e colocou. Eu não vi necessidade disso, por isso não coloquei nenhuma bolsa.

Quando já estávamos virando o nosso prédio para ir ao prédio das salas de aula, resolvi perguntar a Magali.

– Magá, a banda é bem importante para você, não é?

Ela assentiu.

– Sim. Eu sempre quis entrar numa banda. Eu adoro tocar teclado.

– E porque não entrou antes?

– Por que a banda começou no ano passado. E já tinha um tecladista é um cantor. É que no início era uma banda só de meninos, aí rolou um desentendimento com o cantor e o tecladista saiu do colégio. Nem sei direito. Mas as audições de teclado era algo meio secreto. A Alice me viu tocando e sugeriu que eu fizesse, assim como foi com você. Só que no meu caso, eu estava tocando sozinha, não na frente da sala inteira.

– Ah, tá. - Parei quando chegamos em frente à sala.- Magá, só mais uma coisa.

– Diga.

– Qual é o nome da nossa banda?

– O nome da banda?

– Exato.

– Hum...ela não tem nome, não.

Fiquei com cara de "como?".

– Oi, meninas.- A professora nos falou.

– Já estavam mais que na hora. - O Cebola comentou.

– Não enche.- Eu falei.

– Sem briga. Ah, nosso primeiro ensaio vai ser mais para nos conhecermos melhor.

Eu olhei para a sala e realmente eu e a Magá, fomos as últimas a chegar.

Aí eu estremeci rapidamente quando senti um toque. Olhei para a direção da onde veio ele e levei mais um susto.


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Notas finais do capítulo

Oi, meu povão!

Desculpa pela demora. Essa manutenção do Nyah me deixou louca! Mas foi bom, pois adiantei bastante coisa, me deu inspiração. Tanta que eu estou escrevendo o capítulo 24.
Espero que tenham gostado!

Beijokas da Pietra



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