Melodia escrita por Hoshi


Capítulo 10
Dez




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Talvez ele seja da minha turma de música. Preciso descobrir quem é já.

As meninas não apareceram e fui almoçar sozinha. Após o almoço até dei uma procurada básica nos arredores do refeitório, mas não as encontrei. Voltei para quarto e fiz lições de casa de Álgebra e Português.

Peguei meus fones para ouvir música, porque já fazem umas duas, três hora que eu fui almoçar e nada delas, quando a porta se abre revelando as meninas entrando.

– Mônica! - Fala a Marina enquanto chegavam no segundo andar. - Te procuramos pela escola inteira.

– Ah, é que depois da cantina eu vim para cá.

– Cantina? Você não iria para a biblioteca?- A Cascuda observa.

– Depois da biblioteca, fui pra a cantina. Só isso.

– Ah, tá.

– Ah, e eu almocei sozinha. Onde vocês estavam?

– Nós resolvemos dar uma volta e fomos almoçar no final. Ai fomos ver umas séries. - A Marina falou.

– E estamos aqui, fofa!- A Denise fala.

– Tá, gente. Agora já são 15:00. Já tá ficando tarde. Vamos lanchar logo! - A Magali falou.

Que bom que elas decidiram isso, já tava ficando com fome. Mas não tanto quanto a Maga.

Acho que todos decidiram lanchar às 15:00, pois o refeitório estava lotado. Tivemos que esperar uns 7 minutos para conseguir uma mesa. Percebi que as meninas comiam rápido.

– Por que vocês estão comendo tão rápido? Tem alguma coisa hoje?

– No quarto a gente te fala.- A Denise falou.

E seguimos a refeição quase sem falar nada, o que é bem estranho se considerar o fato que falamos bastante. Depois disso entregamos nossas bandejas e conversamos no caminho de volta ao quarto. Nisso tudo, desde a última vez que vimos a hora, passaram-se 40 minutos.

– Agora podem me explicar o que tá rolando?- Perguntei quando a Magali fechou a porta.

– Moniquinha, fofa, diz aqui para a Titia Dê uma coisa: o que você geralmente fazia nas sextas?

– Na casa da minha tia?

– Isso. - A Denise falou.

– Ah, sexta eu gostava de comer pizza. Mas por que tá perguntando?

– Bom, é que sexta-feira é dia de fazer coisas diferentes. Tipo sair e tudo mais.

– A onde você tá querendo chegar?

– Como sua tia mora em outro país, aposto que ela preencheu a ficha que te dá direito a sair no fim de semana, para não ser incomodada. Isso sempre acontece.- A Cascuda fala.

– Nem sabia disso. Mas o que tem?

– Que tem que hoje é sexta-feira!- Aninha exclama.

– Estão dizendo que vamos sair?- Falo confusa.

– É isso aí!- A Magali fala.

Uou. Sair. Da. Escola.

– Para onde?

– Bom, nós não saímos toda sexta-feira, então a gente vai para os mesmo lugares.- A Cascuda continua- Mas procuramos variar.

– Gente, não sei não...

– Ah, gatz! Para de show! Sei que tá louca para ir. Até a Magali vai!

– O que eu tenho? Por que "até a Magali"?- Ela pergunta indignada.

– Ah, é porque você é a mais certinha de todas.

Ela dá de ombros.

– Mas isso não é contra as regras?- Eu indago.

– Não exatamente. - Marina começa- Nós temos a autorização para sair, mas temos que voltar à meia-noite. Por que é ilegal nos deixarem ficar mais que meia-noite na rua, já que somos menores de idade.

– Não. Temos mais de dezesseis.- Eu falo.- Ou exatamente dezesseis

– Aqui, se é maior de idade com dezoito.

– Ah, tá.

– Viu? Até a Marina que é outra certinha demais e vai.- A Aninha fala.

– Mas para onde iríamos? Só para constatar eu não conheço o bairro do Limoeiro.

– Ah, a gente pode te apresentar o bairro do Limoeiro, mas já tá ficando meio tarde para isso. Amanhã?- A Marina sugere.

– Hum... Pode ser.- Respondo.

– Tá, mas é hoje?- A Aninha fala - Podemos ir para o cinema. Já faz um tempo que a gente não vai pra lá.

– Boa ideia!- A Magali fala. Após uns segundos ela continua- Lá a gente vê o filme que estiver mais próximo de começar e vê.

Todas concordamos. E depois de duas horas é que ficamos prontas. A Cascuda me explicou que não éramos para nós produzirmos muito, já que usaremos a desculpe que vamos à fins didáticos.

Sinceramente, eu estava um pouco aflita. Sei lá eu...nunca participei de loucuras como esta.

As meninas disseram para mim que os pais mandavam coisas para nós, aos sábados ou sextas. Ali vinham dinheiro também. Minha tia me mandou logo assim no segundo dia. Acho que para ela é mais difícil, mas as meninas me falaram que como o Lemon School é uma instituição internacional, ela deve ter assinado algum termo para que eu recebesse dinheiro semanalmente sem ela se preocupar.

Ficou de cada uma pagar a sua. Depois do cinema, iríamos para a lanchonete favorita delas. Não questionei nada, afinal eu não sabia de nada. Muda fiquei ao sairmos do quarto, ao passarmos pelos guardas e ao chegarmos no cinema. Eu não sabia de nada e foi horrível essa sensação. Mas eu confiava extremamente mas meninas. Elas disseram que era mais válido irmos de ônibus para economizar. Foi bizarro andar de ônibus.

Ao chegarmos lá, fomos direto ao recepção para ver quais filmes estavam passando. Descartamos um de terror que passavam em dez minutos, outro de suspense que faltava meia hora e um de comédia que começava em 15 minutos. Acabamos votando e decidindo em um de romance musical. Romance não é muito o tipo de filme que eu vejo, mas como eu estava fazendo coisas novas, acabei concordando. Ele começava em vinte minutos.

Seguimos a fila e como estava enorme tanto a fila de adquirir bilhetes quanto a fila de comprar pipocas, resolvemos nos separar. Eu, a Magali e a Cascuda fomos para a fila de pipocas. A Denise, Aninha e Marina foram para a fila dos bilhetes.

– Odeio esperar em filas. - A Magali fala cruzando os braços.- Ainda mais quando está esse cheiro de pipoca com manteiga.

A Magali sempre gulosa.

– É só relaxarmos. - A Cascuda falou indiferente enquanto tirava sujeira debaixo das unhas.

– Mas é um tédio. - A Magali insistiu.

Essa frase me fez lembrar de um trecho de uma música da banda Legião Urbana:

" Tédio com um T! Bem grande pra você!"

– Moramos na cidade, também o presidente
E todos vão fingindo viver decentemente
Só que eu não pretendo ser tão decadente não

Tédio com um T bem grande pra você

Andar a pé na chuva, às vezes eu me amarro
Não tenho gasolina, também não tenho carro
Também não tenho nada de interessante pra fazer

Tédio com um T bem grande pra você

Se eu não faço nada, fico satisfeito
Eu durmo o dia inteiro e aí não é direito
Porque quando escurece, só estou afim de aprontar

Tédio com um T bem grande pra você. *

Acabei cantando, sem querer. Nós três rimos.

– Ah, Mônica, por falar em cantar, quando você vai aceitar a proposta da professora Alice?

– Cascuda, já falei que eu vou pensar. Aliás nem sei se vou aceitar. Já disse que eu tenho vergonha de cantar.

– Não na nossa frente. Você acabou de fazer isso.- A Magali observou.

– Ah, são situações diferentes. Eu me sinto à vontade para cantar com vocês.

– Ou com meninos.- A Cascuda fala com um tom de voz que desaprovei.

– O que quis dizer com isso?- Rebati.

Silêncio paira no ar. Ela está se referindo ao primeiro dia de aula, mas me fiz de desentendida.

– Foi só brincadeira. - Ela fala. Acho que percebeu que eu fique desconfortável.

– Próximo! - O moço do caixa berra.

Essa vai ser uma longa noite.


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Notas finais do capítulo

Música: Tédio(Com um 'T' bem grande Pra Você) Álbum: Que país é este Banda: Legião Urbana
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Oi, povão!
Ehh! Falei num comentário do capítulo "Nove" que talvez desse para postar hoje e, adivinhem, consegui!
Sei que devem estar pensando: "medels, essa garota só sabe cantar 'Legião Urbana' e 'Pitty'!"
Bom, sempre tem aquele personagem na fic que tem uma influência de nosso hábitos. Sim, essas são minhas bandas preferidas. Mas eu tô pesquisando mais músicas de outras bandas.
Aproveitem o capítulo, pois o próximo deve sair lá pelo dia 26/08(Quarta), mas não faço muitas promessas.
Até o próximo capítulo!
Beijokas da Pietras!



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