Mistakes escrita por Niina Cullen


Capítulo 9
Capítulo OITO


Notas iniciais do capítulo

Bloqueio criativo é mesmo uma merda... mas eu me esforcei ao máximo. Gostaria que vocês soubessem que eu tive alguns contratempos, um deles é ter começado um capítulo e ter perdido ele. Eu não consigo controlar as minhas manias de escrita, onde eu consigo escrever nos momentos menos propícios para isso. Tipo no meio de uma aula :x
Eu espero de verdade que vocês ainda estejam aqui, e para os novos que chegaram até aqui por favor me deixe saber o que vocês estão achando! *-* Eu vou amar responder e tirar dúvidas que vocês possam ter. E claro... se tiverem algo para comentar sobre a minha escrita, o que estão gostando ou não deixem nos comentários também, okay? Então vamos lá...



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Capítulo

OITO

Edward tirou o paletó e afrouxou o nó da gravata. Deixou o paletó cair sobre as costas da cadeira e seguiu para o pequeno bar que mantinha em sua sala presidencial.

Alice fechou a porta atrás de sim quando entrou na imensa sala e se surpreendeu com a claridade que adentrava pelas paredes de vidro, enquanto Manhattan surgia através delas.

Não existia a preocupação que algum prédio vizinho pudesse saber o que se passava ali dentro, o que fez Alice estremecer. Não se lembrava de como era a sala de seu pai quando ele era presidente, mas definitivamente não era aquela.

A sala acomodava um mini bar no canto, onde Edward agora se servia. 

Alice sabia que o pai não gostava de beber enquanto estava trabalhando, mesmo nos almoços ou jantares de negócio. Parecia que Edward fazia parte da outra extremidade dessa ética. A que não conhecia e não sabia o que significava ter. Pelo menos não mais. 

Já com o copo de wisky na mão Edward caminhou até a sua cadeira giratória e esperou com uma paciência dissimulada que Alice fosse direto ao assunto que a trouxe até ali.

Ela era esperta. O temido CEO das indústrias Cullen sabia disso, então não conseguia tirar da cabeça o que Alice podia estar pensando depois de ter visto o implacável irmão sair do elevador com uma mulher que ela não conhecia, muito diferente das outras mulheres que ela sempre via ou ouvia falar que estava com ele. Aquela parecia não ter ideia de onde estava se metendo. 

Mas aquilo não importava. Na verdade nada do que Alice pudesse falar, ou fazer, ou qualquer que tenha sido o motivo para estar ali poderia aborrecê-lo. Ele tinha dado um grande passo para a realização do seu objetivo. Aquele era só o começo.

— Se você não se importa - Edward começou, ligando o computador e deixando o zunido da máquina invadir a sala - tenho muito trabalho pra fazer diferente de você que acha que o dinheiro que gasta simplesmente surge na sua conta.

Não sedendo ao sarcasmo do irmão Alice atravessou a sala em longos e decididos passos até a mesa com tampo de vidro e se inclinando sobre ela disse: 

— Eu prometo ser rápida. - Edward só não esperava pelo que veio em seguida. - Por que você demitiu a senhora Masen? Ela era mais do que só uma secretária aqui. Era como uma vó pra gente idiota.

Edward ignorou a audácia desenfreada do comportamento da irmã e cedendo ao momento, provocou:

— Me surpreende que você tenha vindo até aqui para isso quando você nunca se interessou pelos assuntos da empresa.

Alice espalmou as mãos sobre a mesa e sentiu quando a atmosfera da sala ficou ainda mais insuportável. 

Edward tinha acabado de tomar mais um gole do wisky que agora estava a meia distância da boca, quando Alice retrucou:

— Eu posso até não me importar com os assuntos da empresa, mas eu me importo com as pessoas, diferente de você.

O CEO das indústrias Cullen sentiu o líquido amargo descer queimando pela sua garganta e  abaixando o copo encarou a irmã a sua frente, se lembrando da última vez que esteve na casa dos pais

Foi um encontro nada agradável já que Edward estava ali para para uma entrevista feita por uma das melhores e mais importantes revistas do mundo dos negócios.

Era final de tarde e a entrevista tinha acabado.

A assessoria de imprensa das Indústrias Cullen tinha sido a última a sair quando recebeu ordens para cuidar de que a InfoMagazine não publicasse nada do que foi dito pela irmã gêmea.

Eles estavam ali para reforçar a imagem de família unida que juntos construíram um império no mundo da tecnologia que tinha se iniciado ainda com o patriarca da família Cullen. E para saber como foi a transição do poder global das Indústrias Cullen para o filho.

O poder que nunca antes tinha sido cobiçado por Edward, mas que teve que ser assumido quando viu que aquilo lhe dava uma estabilidade que nunca teve, um controle que foi arrancado de si quando viu que o conto que vivia não passava de uma mentira, assim como qualquer outro.

Aquilo tudo foi uma mentira. Uma mentira que o trouxe até onde estava. Para a escuridão que agora vivia. 

"A família é um bom começo para se ter sucesso nos negócios . O sucesso nos negócios vem do sucesso com a família."

Esse era o título da matéria, que estaria nas bancas de revistas e livrarias de todo o mundo no dia seguinte.

Alice tinha percebido então o que tinha trazido Edward até ali, quando ele sempre evitava o máximo estar perto das pessoas que nunca o abandonaram quando ele fez totalmente o contrário.

— O que vocês estão vendo aqui é uma farsa. Só um adendo - ela soltou e levantou as mãos em defesa seguindo para as escadas que levariam até o andar superior.

— Qual família é perfeita, não é mesmo? - Edward sorriu e viu quando os pais trocaram olhares entre sim, sentados nas poltronas um ao lado do outro quando terminaram a sessão de fotos.

Foi uma ótima estratégia pedir para que a foto em família fosse tirada logo no inicio. Quando o temperamento ainda estava sob controle. Até aí Alice não estava tão na defensiva.

Logo depois que a equipe de fotógrafos e da imprensa saíram, Edward descruzou as enormes pernas e se levantou da confortável poltrona, abotoado o botão central do terno escuro.

— Preciso que esteja amanhã na empresa. Os acionistas ainda zelam pela sua bênção nos negócios. - Declarou com ironia e tentando transparecer total indiferença em seu tom cortante, não dando importância de como os pais interpretariam aquela atitude já tão comum dele.

A verdade era que os acionistas davam mesmo importância para a opinião de Carlisle. Eles estavam na empresa desde que o patriarca conseguiu recursos para construir o império que Edward comandava hoje.

E embora Edward reconhecesse isso, ele não conseguia aceitar que a sua palavra nunca era a última naquela empresa.

Estava quase no jardim que o levaria até os portões da entrada da mansão onde cresceu quando ouviu seu nome sendo chamado.

— Edward... - Carlisle já estava em pé quando Edward se voltou para a entrada do escritório onde tinha acontecido a entrevista. Ele não podia negar que gostava da ideia de não ter de ir até o hall da mansão para sair pela porta principal. Bastava afastar as portas corredissas espalhadas pelos cômodos que você já estava fora de todo aquele sufoco comprimido em um só lugar.

— Filho, por favor fique - pediu o homem de cabelos curtos e que começavam a adquirir um tom grisalho e ainda mais elegante para o cara que aos 20 e poucos anos tinha a mesma aparência que o filho tinha hoje.

Edward tinha os seus olhos e a cor acobreada dos fios revoltos do cabelo e isso sempre fez com que o patriarca da família Cullen sentisse orgulho do filho ter um pouco de si. Mas por outro lado o respeito, a lealdade e o caráter já não mais faziam parte das coisas que aquele pai tanto se orgulhava.

Edward viu quando a mãe, já em pé ao lado do pai segurou a mão do marido e a apertou. Os olhos de Esme estavam no filho e era difícil não dizer que estavam alimentando esperanças na pessoa errada.

Aquele pedido foi facilmente ignorado, Edward se virou e continuou seu caminho até a saída com o motorista a sua espera.

Afastando a lembrança involuntária, voltando ao presente, Edward indicou a porta e disse:

— Se você já acabou... 

Alice ignorou o momento de silêncio que tiveram e mesmo sabendo que foi um erro estar ali sabia que de alguma forma existia um propósito que ela estava muito próxima de conhecer.

Ajeitando a bolsa de lado Alice rumou para o porta.

Mas Alice era uma menina impetuosa. Decidida e ciente de que aquele não era o Edward brincalhão e que sempre tinha uma palavra de conforto para aconselhar a irmã. Na verdade nunca pareceu que Alice fosse a mais velha. Com uma diferença de minutos insignificantes entre eles, mas devido a isso eles não eram gêmeos idênticos. E talvez por isso não conseguia saber o que se passava na cabeça de uma pessoa que não se importava como era visto pelas outras pessoas, e principalmente pelas que o amavam.

Era como se o Edward que sempre fazia as suas provas de cálculos na escola  e que sempre levava a culpa quando algo aparecia quebrado em casa nunca tivesse existido. O Edward a sua frente tinha total domínio sobre o seu irmão. Alice não podia mais saber se um dia ele realmente voltaria. Não podia mais pensar que a qualquer momento ele voltaria. 

Estava na hora de ir. 

— Bonita a sua secretária - murmurou quando alcançou a maçaneta, antes de girá-la e sair. - Só não esqueça que elas são duas pessoas diferentes. 

Abriu a porta e saiu, batendo-a com força atrás de si, saindo antes mesmo de ver como Edward apertou o copo de vidro na mão e mantinha um punho rígido sobre a mesa após as últimas palavras dela. 

Alice era esperta. Edward sabia disso. Viu quando em um momento de descuido e hesitação, ao apresentar Isabella como sua nova secretária despertou o interesse de dela.

Aquilo talvez tenha sido o sinal.

Edward suspirou pesadamente, mas foi ao sorver todo o líquido de cor âmbar em um só gole - afastando a desagradável queimação mais uma vez - que ele soube que não poderia deixar Alice interferir em seus planos. Ela podia estar desconfiada, mas jamais saber das reais intenções dele.

Aquilo não o fez se sentir ameaçado. Pelo contrário, só reforçou a sua decisão. Afinal, ele estava no controle. Faltaria pouco para que Isabella estivesse sobre ele também. Estaria aos seus pés como um dia esteve por aquela que destruiu a sua vida.

Estava na hora de consertar as coisas. Deixá-la da forma que deveria ter sido desde o começo. Porque tudo o que Edward sabia hoje era como o ódio transformava e como a retaliação estava lançada. Talvez não na direção certa, mas pelos motivos certos.Talvez não com a mulher certa, causadora de todo o seu ódio mas conseguiria. Ele provaria como a mentira de se deixar apaixonar era um grande erro e como as aparências deixavam as pessoas vulneráveis. Isabella era um perfeito exemplo disso.

Ao bater a porta quando saiu da sala do irmão, Alice viu quando Isabella pulou na cadeira assustada e ergueu a cabeça sobre os papéis que folheava, em direção ao barulho violento da porta contra o batente.

Bella se assustou com o barulho, mas não esperava ver como a irmã de Edward estava. Com os olhos cobertos de lágrimas, um rosto pequeno com os cabelos curtos bem ajeitados. Ela não podia imaginar o que eles tinham conversado, mas não importava, Bella queria ir até Alice e tranquilizá-la. Sentia que precisava fazer isso, mas quando viu que Alice ergueu uma mão, indicando que ela ficasse onde estava enquanto as lágrimas agora escorriam livremente pelo seu rosto.

— Não se preocupe, eu vou ficar bem - sussurrou e correu para o elevador que se abriu no instante em que ela apertou o botão.

Mas antes que as portas se fechassem, Bella viu que Alice olhava para ela. E mesmo sem saber dos seus motivos, ela estava bem próxima de torná-los reais.

Naquele mesmo dia Bella se espantaria quando Edward contasse que ele e Alice eram gêmeos.


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Notas finais do capítulo

Que loucura... :/
O que vocês acham desse Edward? E a Alice, será que ela desistiu do irmão aqui? E a Bella sem saber como poderia ajudar a Alice?
Gente, sério a minha vontade é de bater a cabeça do Edward na parede. Não se faz isso com os pais nem com a doce e extrovertida da irmã que ficou totalmente na bad com as atitudes do irmão.
E vocês, o que acharam? Faltou alguma coisa? O que vocês esperam de Mistakes? Já sabem o que fazer ;* Me deixe saber o que estão achando!!!