Mistakes escrita por Niina Cullen


Capítulo 8
Capítulo SETE




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Capítulo

SETE

Era praticamente improvável que um café não tivesse só se transformado em um almoço no Le Bilboquet, mas também em confissões inesperadas por parte do seu chefe, que por Deus, era um multimilionário que com certeza tinha todas as modelos da atualidade aos seus pés. Não era só o ceticismo ou a tangível falta de amor próprio de Isabella Swan que falava mais alto. Para contribuir também existiam as inúmeras revistas nas bancas de jornais, os sites sensacionalistas...

Não que a jovem tivesse se dado ao trabalho de ligar o seu laptop barulhento que pedia substituição a nível de emergência, e passado uma ou duas vezes em frente as bancas de jornais que circundavam o seu quarteirão enquanto ela fazia as suas caminhadas rotineiras de manhã cedo. Antes de qualquer coisa, Isabella sabia que o mundo dele era totalmente o oposto do seu. Essa era a realidade, por mais que o sorriso tivesse se formado em seus lábios e que suas mãos tremessem sob as dele.

Isabella não sabia o que podia significar aquele simples gesto, apenas confiou que mesmo que por um milagre alguém como Edward Cullen, o temível CEO de uma das Indústrias mais falada nos últimos anos pudesse sentir realmente algo por ela e que estava lhe pedindo uma chance.

Precipitado ou não, Isabella não podia negar que em seu intimo sentia uma felicidade indescritível. Afinal de contas ela estava sendo correspondida. Seus sentimentos recém descobertos estavam sendo correspondidos.

Isabella fez mais do que dizer, do que corresponder.

Suas delicadas mãos fizeram um caminho até então inédito para ela, que nunca, jamais sentira algo como vinha sentindo desde que vira Edward pela primeira vez.

A quem ela queria enganar quando tentava não deixar colidir seus olhos com os verdes do dele. Ela sabia que ao cruzá-los seria um caminho sem volta, como estava sendo.

E agora ali, a poucos centímetros dele, ainda sentindo a eletricidade reverberando depois de terem as mãos unidas e de ter sentido os lábios macios e másculos dele nas costas das mesmas, dividindo o mesmo elevador que com sorte não estava abarrotado dos funcionários que com certeza desconfiariam de algo.

“- Me deixe entrar na sua vida assim como você entrou na minha no primeiro instante em que a vi”. As palavras de Edward ainda se ascendiam em suas lembranças.

Com elas Edward queria dizer que sabia que as coisas deveriam acontecer com calma, que eles deveriam se dar a chance de se conhecer antes de concretizarem qualquer coisa, pois exerciam os papeis que a hierarquia demandava.

Isabella não sabia que estava se tornando objeto de um passado obscuro de Edward Cullen, para ela era apenas o começo de algo ainda sem uma definição exata. E para ela estava bom.

Claro que não se deixaria enganar pelos mundos opostos ao qual viviam e pela relação profissional que ambos exerciam acima de tudo, mas internamente torcia para que os seus sentimentos fossem levados a sério. Uma decepção era a última coisa que poderia suportar. Não sabia como era, mas sabia que era possível, mesmo que o olhar sincero dele estivesse presente em cada momento.

No instante em que saíram do elevador, com a volta de todos do almoço, os olhos curiosos recaíram sobre eles. E tão rápido como faísca pode se transformar em um incêndio catastrófico a maçã do rosto de Isabella adquiriu uma cor intensa de vermelho, queimando suas bochechas. Ela queria correr para algum local seguro, longe daqueles olhares que pareciam acusá-la de ter feito uma escolha errada.

Será que seria assim sempre?

Esse peso que parecia se comunicar com o seu interior, duelando com sentimentos já tão intensos e reais?

Isabella viu quando Edward pareceu perceber o clima e se prostrou mais perto, contradizendo todo aquele momento.

— Eu espero que tenham apresso pelo trabalho de vocês – sua voz categórica tinha uma nuance de ameaça que fez os pelos dos braços de Isabella se eriçarem, com receio até mesmo pelo seu próprio.

Os olhares foram deles para as telas do computador, para as copiadoras em segundos.

Edward conduziu Isabella para a área exclusiva da presidência que antecedia a sua sala quando viram um novo obstáculo à frente.

Alice.

Sua adorável irmã gêmea estava sentada confortavelmente no sofá que compunha a imensa sala que antecedia a de Edward. A sala que era ocupada pela sua mais nova secretária e que depois de hoje poderia ser bem mais do que isso.

Edward não sentiu nenhuma ameaça por parte da irmã que era poucos minutos mais velha que ele.

Alice raramente vinha à empresa. Tinha deixado claro a sua aversão em qualquer área que não envolvesse moda e longos dias em salões de estética e viagens.

O oposto de Edward, o irmão que nas raras vezes em que estava em família se mostrava cada vez mais um estranho. Alguém que tinha se deixado enganar por uma mulher que nunca o mereceu.

As mãos de Edward estavam na lombar de Isabella, quando Edward voltou a estampar o sorriso que a deixava sem reação e falou:

— Isabella, essa é a minha irmã, Alice – anunciou e se voltou para a irmã gêmea. – Alice, essa é... – por um instante, por mais inepto que pudesse parecer depois daquela tarde, Bella pensou que Edward Cullen pudesse apresentá-la sem reserva alguma. Como se uma palavra, dita em voz alta pudesse concretizar o que aquela tarde trouxe. – Isabella, a minha nova secretária.

Mas Isabella afastou os pensamentos ilusórios e tentou disfarçar o desconforto, sentindo a mão de Edward deixar o a sua lombar com o olhar especulativo que a irmã agora direcionava a ele.

Como num passe de mágica o olhar inquiridor de Alice se transformou em um gentil olhar quando se aproximou de Isabella, que estática não esperava pela reação que viera em seguida.

Abraçando Isabella e com um sorriso encantador no lindo rosto pequeno, Alice pegou ambas as mãos de Isabella e se apresentou de novo, desprezando a atuação do irmão, como se ele não tivesse feito isso antes e como se ele não estivesse ali.

— Olá Bella! – sorriu entusiasmada, diferente de instantes atrás. – Eu sou Alice.

Nunca parecera tão normal alguém chamá-la pelo apelido. Que convenhamos, era o que Isabella Swan preferia.

Naquele primeiro contado com a irmã de Edward, Bella podia dizer que Alice era muito diferente do irmão. Ela era espontânea e mesmo que pudesse ter dado a entender que Alice tinha captado algo assim que os dois entraram juntos no hall que antecedia a presidência, não parecia importar. Era algo que Bella ainda não podia nominar, então ela não podia pensar que aquele abraço, que aquela gentileza toda pudesse ser um sinal de aceitação.

Tinha algo de muito estranho acontecendo ali. E por mais perspicaz que Alice pudesse ser – e ela era – ela não conseguiu ver além da escuridão do próprio irmão.

Será que Edward tentava reconstruir a vida, voltar a ser quem fora um dia antes de ter conhecido aquela mulher? Era o que Alice constatou ou tentou acreditar quando Edward sorriu de forma acolhedora para a mais nova secretária quando esta disse que tinha que fazer algumas cópias para a reunião com os acionistas no final daquela tarde. Mas a desconfiança começava a dar o seu primeiro sinal.

Alice se despediu de Bella dizendo que gostara muito de conhecê-la e que tinham que marcar alguma coisa. Aquele não era o modo “Alice Cullen investigativa” de ser, e sim o modo Alice Cullen doce, amável e que mesmo sem ter conversado direito com aquela garota já achava que podiam ser melhores amigas. Talvez não de compras, já que o salto que Bella usava definitivamente dizia que ela não era fã de um Nicholas Kirkwood. Mas... amigas.

E sendo assim, não se deixou espantar quando Edward a conduziu até a sua sala, ainda sorrindo.


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Notas finais do capítulo

Obrigada pelos comentários anteriores.
Acham que Alice pode ser uma espécie de anjo da guarda da nossa querida Bella? Mas por que ela precisaria de uma espécie de anjo da guarda? o.O' Façam suas apostas.