Hurricane escrita por Moriah


Capítulo 7
7. Love Story


Notas iniciais do capítulo

Um aviso: Preparem seus lencinhos.
Música: Love Story - Taylor Swift.



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We were both young when I first saw you

Nós éramos jovens quando te vi pela primeira vez.”

— Taylor Swift, Love Story.

 

— Posso sentar aqui? — uma voz feminina soou, fazendo ele levantar a cabeça da classe e olhar para o lado.

Foi a primeira vez que a viu.

Ele olhou para o seu lado vazio pensando em soltar um sonoro “Não”.

— Não vou atrapalhar seu sono de beleza... Maxon, não é? Apenas quero me sentar em qualquer lugar para me esconder dos olhares dessas pessoas. — movimenta a cabeça sinalizando em volta. — Parece que sou alguma nova espécie encontrada pela ciência e trazida para cá em observação.

Ela falava bastante. Poxa, ela falava muito. Tagarela que só. Ele amava aquilo nela. Ele amava tudo nela.

— Tanto faz. — responde depois de analisar a grande fala da garota.

— Obrigado. — murmura e então se senta, e pelo resto da aula o ignora.

***

— Então você é novata? — Maxon pergunta se atirando ao lado da garota na grama e pondo sua mochila ao seu lado, se encostando ao muro onde ela estava encostada.

— Algo como isso. — ela concorda sem se importar com o aparecimento repentinamente do garoto ao seu lado.

— Não me disse isso na aula mais cedo. — Maxon observa.

— Você estava querendo dormir e não confraternizar. — ela dá de ombros, sem ver Maxon corar.

— Então, qual seu nome? — Maxon pergunta.

— Elayna Stoles. — a garota responde, retornando o olhar para seu caderninho surrado e retornando a fazer o que fazia antes dele interrompê-la.

Maxon lembra que demorou um pouco, mas ele percebeu depois que na verdade ela estava desenhando uma garota por de trás de um vidro ou camada de gelo fina, a garota no desenho era ruiva, muito ruiva. Pensando bem agora, parecia à nova babá: America Singler, Singeer, Singuer ou... Ah! Tanto faz.

— Bem, sou Maxon Schreave. — ele comenta.

Ela solta um “hm” sem importância e continua desenhando.

— Você desenha bem. — Maxon observa.

— E você é um babaca. — ela observa parando de desenhar e fechando o caderninho em um baque mudo. — Eu ouvi você e seus amigos apostando quem ficaria comigo primeiro na sala. Não estava ouvindo música, eu apenas estava com os fones, por costume mesmo. Agradeço aos elogios do tipo “ela é muito gostosa!”, “Por ela eu virava santo”, “ ela é igual aquela atriz... Como é mesmo o nome? Aquela peituda que faz filme pornô, sabe?”. Me sinto lisonjeada, mesmo.

Maxon fica sem reação.

— Eu... E-eu... É que... — Maxon começa a gaguejar e ficar vermelho.

— Você... Vo-você... Vai, agora, levar uma informação para seus amiguinhos: eu sou lésbica. — Elayna o responde. — E sou também a atriz pornô daquele filme.

Sobre o filme pornô ele sabia que era brincadeira, ela apesar do palavreado e de não ter travas na língua, tinha um brilho ingênuo no olhar, um brilho viciante e apaixonante, o brilho que ele vê nos olhos de Eadlyn, sua filha, mas sobre ela ser lésbica... Bem, ele foi descobrir isso apenas mais tarde: quando em uma festa da republica da faculdade, ela bebeu e agarrou-o, no fim da noite admitiu — ainda bêbada — que não era e nunca foi lésbica, era apenas um pretexto para os amigos dele pararem de encher o saco. Ele ainda se lembra de como guardou a opção sexual de Elayna apenas para ele, e deixou que todos pensassem que ela gostava de mulheres. Talvez desde lá ele já gostasse dela. Talvez. Foi daí que Ahren puxou ser tão ele: teimoso e decidido. Quando Elayna pôs na cabeça de fingir ser lésbica, ela realmente fingiu muito bem ser lésbica.

No momento em que olhou nos olhas daquela garota, ele teve certeza de que de alguma forma o universo faria eles serem interligados, fosse como amigos, fosse como irmãos, fosse como parentes ou fosse como namorados, eles seriam para sempre ligados. Maxon claro, torcia para que fosse como a última opção.

***

— Está com medo? — Maxon pergunta sorrindo de canto.

— Não seja bobo! Elayna Stoles nunca sente medo. — ela responde e então solta uma sonora gargalhada. — Apenas estou surpresa. Fala sério, Maxon Schreave, o badboy da escola, me pedindo em namoro? Não dá para acreditar.

— Você consegue fazer o momento ficar pior do que já é, me sinto um otário. — Maxon murmura desviando os olhos para suas mãos, apertando os nós dos dedos nervosamente.

— Só... Eu... — ela pergunta, fazendo ele encará-la. — Por quê?

Naquele rosto jovial jazia seu tão conhecido sorriso, largo e acolhedor. Ela também estava nervosa, ele podia ver, mexia no cabelo marrom escuro o tempo todo e não conseguia encarar um ponto fixo com seus olhos pretos por mais de cinco segundos.

— Engraçado, me perguntei isso desde que descobri gostar de você. — ele comenta, optando por ser bem sincero.

“Eu não sei, pode ser porque você me acorda às três da manhã para ver por chamada de vídeo você tocando violino, ou... Por ter a sua bagunça organizada e se confunde se eu por sua caneta só um pouco mais para o lado, ou... Ou como mentiu ser lésbica quando nos conhecemos de um modo tão original e convincente. Ou como sabe responder no mesmo tom e não leva desaforo par casa... Ou quem sabe... Quem sabe o fato de que você rouba minhas roupas quando eu te empresto e fica deslumbrante com elas, como nem eu fico. — franze as sobrancelhas. — Isso sim é incrível. E espantoso.

Brinca se fazendo de ofendido, e fazendo ela rir e empurrá-lo com o ombro.

Naquele momento ele a amou um pouco mais. Só um pouco mais.

— Eu não sei, talvez seja tudo isso junto, talvez não seja nada disso. Não faço idéia. Apenas... Apenas desde que te conheci entrei em uma abstinência completa.

Aquilo era verdade, lembra de não conseguir nem se sentir excitado com outras garotas.

— Porque sinto ciúmes quando amigos antigos seus vêem te visitar e mostram que te conhecem mais do que eu. Ou a vontade que tenho de matar qualquer um que olha para você mais do que a cordialidade permite. Ou porque seu sorriso é o mais lindo e encantador que eu já vi, e sua risada é o melhor som que existe. Talvez seja o fato de qualquer coisa em você é incrível, que todo e qualquer defeito que você encontra quando olha no espelho, eu amo de todo o meu coração, porque faz de você a Elayna Stoles.

Maxon sabia que Elayna acreditou nele, ela era sua melhor amiga antes de vir a ser qualquer coisa, e Maxon nunca falava “eu te amo” apenas por falar. Nunca.

— E cara é muito estranho admitir meus sentimentos assim. Me sinto gay. — ele comenta e Elayna o olha com uma cara feia, odiava esse modo como ele falava dos gays, ambos tinham um amigo um tanto afeminado. — Desculpe, mas você sabe que isso não faz meu estilo. Apenas... Eu simplesmente recebi um balde de água fria e minha ficha caiu: eu amava Elayna Stoles. Eu amava de todo o meu coração Elayna Stoles. Eu morreria por Elayna Stoles...

É. Morreria. Mas não morreu. Ela morreu. Ela simplesmente morreu. Sabe, não existe mais. Morreu. E dói tanto. Tanto.

— Eu seria o que Elayna Stoles quisesse que eu fosse. Eu faria o que ela quisesse que eu fizesse, eu falaria o que ela quisesse que eu falasse. Eu a amaria mais do que ela poderia imaginar ser amada. — respira fundo e sobe os olhos até que eles se encontram com os de sua melhor amiga. — Eu te amo, Elayna.

***

— Seu brinco caiu. — Maxon fala a olhando pelo canto do olho enquanto dirigia.

— Droga. — ela murmura procurando o brinco de uma orelha só que ela sempre usava.

Depois de um tempo desiste e se senta direito olhando para frente.

— Ah! Lembrei! — grita fazendo Maxon frear o carro assustado.

— Meu Deus! Sua louca! — Maxon grita encostando o carro no acostamento e respirando fundo. — Você quer, sei lá, nos matar?

— Desculpe. — murmura olhando para fora.

— Tudo bem. Desculpe. — ele murmura procurando a mão dela e a apertando levemente quando a encontra. — Por gritar.

— Tudo bem. — ela sorri sinceramente para ele.

— Achei o seu brinco, hoje de manhã no chão do carro, vê? — fala pegando algo dentro do bolso e mostrando.

Ela estica a mão para pegá-lo, mas Maxon põem a mão para cima rapidamente.

— Deixa que eu ponho. — Maxon pede sorrindo.

— Romântico demais para você. — Elayna fala erguendo uma sobrancelha.

Como se não tivesse ouvido ele vira o rosto dela gentilmente e põem o brinco calmamente.

— Olhe. — Maxon sinaliza o quebra sol na frente dela.

— É apenas um brinco. — ela dá de ombros.

Tudo fica em silêncio e ela levanta os olhos para os dele tentando entender porque ainda não haviam andado.

— Maxon?

— Elayna.

— Maxon!

— Elayna! — ele imita seu tom de voz a fazendo gargalhar.

— Você é muito idiota. — comenta rindo.

— Sua maquiagem está borrada, no olho direito. — Maxon comenta observando ela.

— Merda. — murmura irritada. — Mil vezes merda.

— Uma merda bem grande. — Maxon concorda rindo.

— Uma senhora merda. — Elayna fala.

Rapidamente se ajeita e abre o quebra sol, levando um susto quando duas coisinhas caem de dentro e ficam pendurados.

Alianças. Redondas e lindas. Perfeitas e do tamanho dos dedos deles. Uma mais pequena e outra maior. Uma para ela e uma para ele.

Cada uma amarrada em uma cordinha, que eram presas no quebra sol para não caírem, mas ficarem suspensas no ar.

O oxigênio sumiu dos pulmões de Maxon que esperava alguma reação de Elayna.

— Não me diga que morreu. — Maxon murmura com a voz tremendo, meu Deus, até parecia uma bicha.

— Maxon! Isso... Isso é tão... Meu Deus! Você... vocêestámependindoemcasamentoMaxon?! — ela pergunta de uma vez só.

Maxon franze o cenho tentando entender e ela respira fundo:

— Você está me pedindo em casamento, Maxon?

— Não, isso tudo é para Lauren. Só queria saber o que você acha, é romântico o suficiente? — ele pergunta sério.

Elayna começa a gaguejar e concordar com a cabeça, por fim suspira e olha tristemente com os olhos marejados para o vidro de fora.

— Cara você acreditou. — Maxon constata surpreso. — Você... Você acreditou que tudo isso é para uma garota chamada Lauren? Nós nem conhecemos alguém com esse nome... Você acreditou!

Ela ainda estava olhando para fora e não o encarava.

— Ei. — Maxon puxa o rosto dela carinhosamente, virando para ele para si. — É claro que eu estou pedindo você em casamento, Layna... Caralho... É obvio que estou pedindo você em casamento! Eu... Eu quero casar com você, ter filhos com você, ter uma vida do seu lado. Eu amo você garota, não me diga que duvida disso.

— Eu não duvido. — ela se defende. — Só... Fala sério, Maxon Schreave me pedindo em casamento de um jeito fofo assim?

— Para você ver o que faz comigo. Eu amo você garota. — diz chegando mais perto. — Tanto. Tanto. Tanto. — murmura e beija sua testa. — Eu viro um idiota do seu lado, ao mesmo tempo em que... Cara, eu poderia enfrentar o mundo inteiro se soubesse que você está do meu lado. — beija a pontinha do nariz dela. — Faria qualquer coisa para te ter ao meu lado. — finalmente a beija.

Seus lábios ressecados contra os dela, um beijo suave, sem malicia ou luxuria, apenas carinho e cuidado, como se um tivesse medo de quebrar o outro.

— Falando nisso... Você... Você não me deu uma resposta... Nem disse que me ama... Não me ama? — fala beijando todo o rosto de Elayna.

— Eu amo você Maxon Schreave. — ela murmura olhando no fundo dos olhos dele. — E eu quero muito me casar com você.

Ele a agarra novamente, sem esperar mais palavras.

— Admita. — ele fala interrompendo o beijo do nada e deixando Elayna confusa.

— O quê?

— Eu sei ser romântico quando quero.

— Para Maxon.

— Admita Elayna Schreave.

— Mas, já? Nem nos casamos ainda.

— Não mude de assunto Senhora Elayna. — ele semicerra os olhos. — Admita com todas as letras.

— O quê? Nem pensar.

— É apenas para admitir uma coisinha de nada, qual o problema?

— Passou de uma coisinha de nada, com você insistindo tanto agora é questão de honra não admitir.

— Elayna...

— Meu amor, estamos falando de Elayna Stoles, não importa quão teimoso você for, todos sabemos que eu sou mais.

***

— Maxon você está bem? — pergunta ela assustada, tentando pegar o rosto do marido nas mãos.

— Você... Você disse... — ele encarava incrédulo o médico. — Não... Não... Não consigo acreditar...

— Vou deixar você sozinhos. — o médico fala, segurando a risada. — Meus parabéns, Senhor e Senhora. Schreave.

— Obrigado. — Elayna murmura sem dar muita importância. — Maxon?

— Elayna! Gêmeos! Gêmeos! — Maxon começa a falar em alta voz.

— Cale a boca homem! Está me deixando nos nervos! Para de gritar, parece um bêbado. — ela comenta se deitando confortavelmente na maca outra vez.

— Estou bêbado, Elayna! De alegria, estou bêbado de alegria: nós vamos ter gêmeos! — ele comenta feliz e então se aproxima despejando selinhos por todo o rosto da esposa.

— Achei que estava chateado. Que não tinha gostado, a sua cara de espanto... Eu... — os olhos dela marejam.

Os hormônios. Os hormônios.

— Você... Você pensou que eu estava chateado? — Maxon pergunta em alta voz, como se estivesse ouvindo uma música em um volume muito alto. — Querida, querida, você... Esse dia... — se enrola sem saber como explicar. — Sabe sua listinha de melhores dias da sua vida, que você tem? Esse dia está na minha listinha de melhores da minha vida, no top 10.

Ela sorri e eles começam a discutir sobre os prováveis nomes.

— Nada de Ethan, pelo amor de Deus. — Maxon comenta fazendo um careta. — Que tal John?

— Arg! Não mesmo. E que tal Mary?

— Quer Mary, mas não quer John? — Maxon ergue uma sobrancelha divertido.

— Mary é bonito. Mas, pensando bem, quero um nome diferente, sabe? Que faça cosquinha na boca para falar e que coce a garganta.

***

Entrou pela porta e desviou (ou empurrou) de todos os médicos e enfermeiros que tentavam pará-lo.

— Como ela está? — gritou para um dos médicos que conseguiu segurá-lo, era o médico da família, foi o mesmo médico que os informou da gravidez dos gêmeos.

— Senhor Schreave... — o médico meça.

— Mark, onde está minha esposa? Me diz! — Maxon grita desesperado ficando vermelho.

— A batida foi muito forte e ela estava sem cinto.

— Minha mulher. — Maxon grita, pegando o médico pela gola do jaleco. — ONDE ESTÁ A MINHA MULHER? ONDE ESTÁ ELAYNA?

— MAXON! — Mark grita. — Eu sinto muito.

Eu sinto muito.

Eu. Sinto. Muito.

Quem já perdeu alguém sabe o peso dessas palavras.

Se o médico chega em você e diz que sente muito, você já sabe o que aconteceu.

Já sabe sim.

Tenta não acreditar.

Procura esperanças lá no fundo do coração, mas não acredita.

Mas essa frase, seja falada do jeito que for, sempre significa uma coisa: morte.

Maxon sabia disso.

Maxon apertou mais o médico, o mesmo já estava começando a ficar vermelho.

— Quarto 231. — o médico murmura sem olhá-lo nos olhos, respondendo a pergunta silenciosa que Maxon fazia.

Maxon larga o médico, como se ele fosse algo sem muita importância e sai correndo, sobe um lance de escadas, por que não agüentou esperar o elevador e abre a porta do quarto 231 de supetão.

— Elayna. — sussurra sem ter forças para gritar como havia feito na recepção. — Meu amor... Layna...

Encosta no rosto frio de Elayna. Ela estava serena, como se dormisse, como se descanssasse.

Os sons das enfermeiras gritando para alguém tirar aquele homem dali não passava do sopro do vento ao fundo.

Sem agüentar o peso do seu corpo, Maxon cai de joelho ao lado da cama da mulher, que estava sendo preparada para o funeral.

E chorou.

Chorou tanto...

Chorou muito.

Maxon respira fundo balançando a cabeça de um lado para o outro, muitas lembranças, muita dor, para uma pequena e simples 27 de Outubro de 2000, o dia em quê os gêmeos (que na época tinham apenas três) ficaram órfãos.

Dia em Elayna Stoles Schreave morreu.

E uma grande cicatriz foi deixada no coração de Maxon.

Begging you please don't go

Eu estava implorando, por favor, não vá

Taylor Swift, Love Story.


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Notas finais do capítulo

Eu, particularmente, gostei de fazer esse capítulo.

Meu coração está doendo, genteee!

Então, me digam vocês: o quê acharam?

Viu, Maxon já foi fofo antes de ser esse cara frio que a Ames conhece!

Agora um aviso mega hiper importante: Hurricane será atualizada todas as terças-feiras, então fiquem ligadas!

OBS: A foto ali em cima é o desenho que a Elayna estava fazendo no caderninho dela, quando Maxon senta ao lado dela no muro e pah.

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