Hurricane escrita por Moriah


Capítulo 6
6. Monster


Notas iniciais do capítulo

Música:
Monster - Meg & Dia



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— Bem, entre. — ele fala assim que abre a porta da enorme casa.

Eu estava admirada, mas aquilo não parecia certo, aquela casa merecia mais do que apenas uma boca aberta em um “O” perfeito.

— Feche a boca a Singler, vai começar a babar. — Maxon fala olhando furtivamente para a ruiva e então olhando para frente e começando a andar.

— É Singer. Singer. Singer! — America responde irritada.

— Tá, tanto faz. — Maxon se limita a responder e então passa por um portal que dividia a entrada da casa da cozinha.

— Maxon, que bom que chegou! — uma senhora com cabelo loiro preso em um coque firme e bem feito, com um vestido verde água e um blazer preto por cima veio ao encontro de Maxon. — O que houve? Ahren entrou tão irritado...

— Deixe-o respirar, Amberly. — uma voz grossa fala suavemente para a senhora loira.

— E quem é essa? — uma voz soa do lado de America e a mesma dá um pulo para o lado ao se deparar com uma garota a encarando.

A menina tinha olhos azuis elétricos e os cabelos pintados de um verde água forte.

— America Singer. — America responde para a garota.

— A nossa nova babá. — Osten murmura.

— Olá pequeno Schreave. — America salda Osten que já se encontrava sentado na grande mesa.

— A nova babá... — o homem murmura aparecendo de atrás da mulher e parando de frente para America, coçava o cavanhaque enquanto analisava milimetricamente America com seus olhos azuis gélidos. — Quantos anos você tem?

— 31. — ela responde dando de ombros.

— Já foi babá alguma vez na vida? — Clarkson pergunta.

— Não senhor. — America responde encarando firmemente o homem a sua frente.

— É mãe? — A senhora (Amberly se America se lembra bem.) pergunta suavemente para America.

— Não. — America responde firmemente, desviando os olhos para o chão.

— Sempre a uma primeira vez, estão assustando a mulher! — uma voz animada soa e então logo uma cabeleira rosa bebê surge na sua frente. — Sou Kenna Schreave, tenho 24 anos e serei sua amiga nessa casa!

— Oh! Certo... É um prazer Senhorita Schreave. — America estende a mão.

— Para com isso, você vai cuidar dos meus sobrinhos, é praticamente da família! — Kenna puxa America pela mão e a abraça pelo pescoço, quase a sufocando. — Apenas Kenna, ou me sinto velha e solteirona.

— Certo, Kenna. — America concorda sorrindo assim que Kenna a solta do abraço de urso.

— Bem, o Max você já conhece. — Kenna fala apontando para o irmão mais velho que estava sentado na mesa olhando para o nada sem prestar a atenção na irmã. — Depois dele eu venho, mas já me conhece, então vem meu irmão Kota...

— Eu ouvi meu nome. — um homem alto, magro, com um topete alto e uma barba por fazer aparece, ele claro, como todo o resto da família, tinha os olhos azuis bem aparentes. — Cheguei.

— Certo. — America afirma para Kenna.

— E quem seria essa...? — Kota pergunta pegando na mão de America e fazendo-a girar uma vez, como uma bailarina.

— Com idade para ser sua tia Ermitrude. — America responde para o garoto. — Sou America Singer, nova babá dos seus sobrinhos.

— É um prazer conhecer você. — Kota pisca para America. — Onde está Ahren?

— Deve estar no quarto. — Osten responde. — Bateu o carro no carro da babá.

— Sinto muito pelo meu sobrinho. — Kota murmura para America.

Naquele momento sua ficha caiu, Kota era o responsável por Ahren, não Maxon, Ahren é a copia fiel de quem sempre cuidou dele que nesse caso é o Kota, assim como a garotinha de cabelos azuis deve ser muito chegada em Kenna que tem os cabelos rosa bebê e é animada, então cada criança é apenas o retrato de quem os criou, mas quem é o retrato de Maxon?

— Continuando, depois vem Elise, que foi ao banheiro. E por fim vêm May, minha irmã mais nova que você conheceu antes. — Kenna aponta para a garota de cabelos azuis. — Ela tem 16 anos, Elise tem 22 e Kota...

— Tenho 23. — ele responde puxando uma cadeira e se sentando ao lado de May.

— Acho que entendi. — America responde sorrindo de lado.

— Eu sou Amberly, mãe desses seres. — a mulher com cabelo loiro esbranquiçado fala rindo.

— Grande mulher, tipo: muito corajosa. — Meri concorda.

— E eu sou Clarkson. De todo jeito: bem vinda à família. — o homem responde se sentando ao lado da esposa na mesa.

— Essa deve ser America Singer. — uma mulher com os cabelos loiros clarinhos como a luz solar fala aparecendo pelo portal da cozinha. — Clara acabou de me ligar falando sobre você.

— Sou eu. — America concorda.

— Bem, se bem conheço minha irmã ela já te apresentou todos aqui. Eu sou Elise. — Elise estende a mão e America aperta formalmente, Elise também tem os olhos azuis da família. — Venha, vou te levar até as outras crianças.

— Certo. — America concorda e começa a seguir Elise.

— Leve isso como um experimento, tente fazê-los descer. — Maxon fala ainda sentando olhando para o nada. — Osten te acompanha, Elise pode se sentar, vai acabar se atrasando.

— Ele está certo, o hospital está sempre cheio. — Elise confidencia para America.

America balança a cabeça afirmamente e observa Elise se sentar ao lado de Maxon. Osten se levanta e passa por Meri, pelo portal e sobe as escadas do hall de entrada.

— A escola estava um inferno. — um garoto fala para America assim que termina de fechar a porta atrás de si, pensando ser outra pessoa da família, ele não a olhava, ao contrário arrumava algo na mochila. — O professor de matemática me expulsou da classe, só porque eu dei minha opinião na questão que dizia “Dê sua opinião”! — o garoto comenta indignado mexendo sua cabeça e fazendo os cachos pretos irem para um lado e outro inconformado.

O garoto continua resmungando até que levanta os olhos pretos devagar e dá de cara com uma ruiva desconhecida.

— Quem é você? — ele pergunta seriamente.

— Sou America Singer. — ela responde.

— Nova namorada do Max? — o garoto pergunta sorrindo maliciosamente.

— Não, nova babá. — America responde rapidamente.

— Ah, certo! — o garoto fala ficando vermelho. — Sou Gerard, o caçula esquecido no canto, tenho 12 anos. Imagino que ninguém tenha falado de mim... De qualquer modo não importa. Antes que pergunte, eu não sou loiro porque sou adotado, na verdade eu fui abandonado na porta de Amberly e Clarkson e eles resolveram me criar. — Gerard continua como se o fato de ter sido abandonado não o machucasse, e talvez de fato não machuque, e como se já estivesse acostumado a ter que explicar aquilo para tudo e todos (principalmente novas babás).

— Um prazer conhecer você caçula esquecido no canto. — America fala sorrindo.

— Como eu posso chamar você? — Gerard pergunta para America.

— Que tal Meri? — America opina.

— Ames. — ele responde. — Vou te chamar de Ames.

— Certo caçula esquecido no canto, seu irmão vai pirar se você não aparecer lá naquela mesa logo.

— Tem razão. — o garoto responde e sai correndo escada acima para o mesmo lugar por onde Osten se foi.

Falando em Osten, cinco minutos depois ele apareceu no topo da escada mal-humorado.

— Eu não gosto muito de falar. — Osten diz para America no topo da escada. — Deduzi que você tinha entendido que era para me seguir. — ele finaliza olhando seriamente para America.

— Desculpe pequeno Schreave. — America fala começando a subir a escada. — Não sabia que não falava.

— Porque eu não costumo sair falando que eu não falo. — Osten responde revirando os olhos.

— Mas está falando comigo e bastante. — America fala sorrindo e parando na frente do garoto no topo da escada.

— O que é impressionante, nunca troquei tantas palavras em tão pouco tempo com alguém. — Osten murmura.

— Certo, agora eu me sinto importante. — America ri. — Obrigado.

Osten bufa e começa a andar e America prontamente o segue. Depois de muitas perguntas ignoradas de America para Osten e muitas portas e corredores, chegaram a um corredor onde cada porta era diferente, e America deduziu ter chegado ao corredor das crianças.

— Essa porta é do Ahren. — Osten aponta para a porta ao lado de America.

Na porta estava escrito um “Não autorizo a entrada de pessoas que não tiverem peitos grandes”.

— E essa na frente é a minha. — Osten fala apontando para a porta ao seu lado.

Uma plaquinha dizia “Osten” e um adesivo grande dizia “Game Over”, havia outros adesivos pela porta como o do Mario, ou Sony, também tinha de zumbis e minicraft entre outros jogos que America não saberia dizer quais são.

— O quarto ao lado do meu é o do Kaden, ele é um mini gênio que passa a vida trancando no quarto. — Osten aponta para a porta que estava em branco sem nadda, nem um nome, nem um adesivo, nem algo que registrasse quem vivia ali e como essa pessoa era.

Osten era como o avô, quieto e falava apenas quando necessário — America percebeu — May era como Kenna, Ahren é como Kota, e se não se engana Kaden é como Elise. Ainda faltava descobrir com quem a gêmea parece e qual das crianças é o retrato de Maxon.

— Do lado do quarto do Ahren e de frente para o quarto do Kaden fica o quarto da Eadlyn. — Osten murmura apontando para o quarto da irmã.

E então antes que pudesse falar de quem era o quarto ali no fim do corredor de frente para os dois, o barulho de algo caindo no chão e se quebrando assusta Osten que abre a porta e se ajoelha na frente da garotinha que se encontrava assustada em pé, no meio dos cacos de vidro.

— Está bem, Lexy? — Osten pergunta para irmã.

— Caiu. — ela responde apontando para o enfeite de vidro que deveria ser um vaso espalhado pelo chão em pequenos fragmentos.

— O que você queria pegar? — Osten pergunta se levantando e limpando os joelhos.

— Bailarina. — ela responde.

— Aqui. — Osten fala pegando uma bonequinha de cima do criado mudo e entregando para a irmã mais nova. — America Singer, conheça Alexia Schreave, sua prioridade nessa casa, que tem apenas seis anos.

— America? — Alexia pergunta surpresa olhando para a mulher.

— America. — Meri concorda. — Nome estranho, não é?

— É. — ela concorda. — Bonito.

— O seu que é. — America fala se aproximando e ficando de joelho onde minutos antes Osten estava. — Posso chamar você de Lexy?

— Aham.

— Certo, Lexy, você pode me chamar de Meri se quiser. — America sugere docemente.

— Ta bom. Papai já chegou? — Alexia pergunta para America.

— Está lá em baixo. — America responde e então se levanta e pega na mão esquerda de Alexia. — Me ajuda a levar seus irmãos lá para baixo?

— Sim. Osten vem? — Alexia pergunta para o irmão.

— Eu já vou descendo. — Osten fala para a irmã. — Nos vemos lá em baixo.

Alexia apenas concorda e então se vira para America.

— Até lá em baixo pequeno Schreave.

— Até lá em baixo Meri. — ele concorda e então abre a porta e sai do quarto sumindo de vista.

— Quem você quer chamar primeiro? — America pergunta se virando para Alexia.

Alexia era a exceção da família, tinha olhos verdes ao invés de azuis e seus cabelos loiros eram avermelhados, ficando ruivos no sol.

— Kaden! — Alexia exclama e começa a puxar America pelas mãos.

America bate na porta branca e sem nada de Kaden e tudo o que recebe é um “estou ocupado”.

— Kaden abre a porta! Oooo Kaden! Abree! — Alexia começa a falar manhosa.

— O que é Lexy? — olhos azuis tempestuosos e um cabelo preto rebelde aparece pela fresta da porta. — Estou ocupado.

— Deixa a gente entrar!

— Caramba! — ele exclama com raiva abrindo a porta e deixando Lexy passar e a mesma puxou America. — Quem é essa? Conhece as regras: nada de estranhos no meu quarto.

— Ah, bem, sou America Singer, nova babá. — America repete mais uma vez naquele dia.

— Feche a porta. — Kaden responde passando pelas duas e se sentando na escrivaninha.

America calmamente fecha a porta.

— Nossa, você é tipo um Newton versão adolescente? — America pergunta avaliando o quarto do garoto.

— Não chego tão perto. — ele responde.

— E o que está fazendo Kaden Newton Schreave? — America pergunta se encostando na cadeira em que Kaden estava sentando.

— Um trabalho. — responde por fim.

— De...? — America pergunta.

— Filosofia.

— Precisa de ajuda?

— Preciso de silêncio. — ele responde curtamente. — E que saia daqui e leve Lexy junto.

— E eu preciso que você desça. — America responde ainda suavemente, mas com o semblante sério. — Está tornando tudo mais difícil do que já é, Kaden Newton, preciso que você desça e não sairei daqui até que você passe por aquela porta. E eu espero que você faça isso sem eu estar te carregando.

— Tenho 14 anos, por favor né... — Kaden começa.

— E eu tenho 31, eu sou mais forte que você e sou responsável por você. Se você quiser que eu seja dura, por mim sem problemas, mas eu não tenho paciência para aguentar mimi de alguém que tenta ser melhor que os outros, mas que é apenas uma peça de quebra-cabeça que não encaixa em nenhum lugar, nem em ninguém! — America explode.

Kaden encara os olhos azuis vivos de America, seus olhos demonstravam um dor que ele estava tentando esconder.

— Saia daqui. — Kaden murmura.

— Kaden... — America começa.

— Saia! Alexia saia! — ele fala para a irmã mais nova que estava mexendo em uma caixa de sapato em cima da cama do garoto e que não prestava atenção em nada. — As duas: fora!

— Lexy, chame sua irmã para descer, peça para Eadlyn chamar Ahren para irem comer, eu vou conversar com o seu irmão.

— Eu não quero ver você na minha frente, eu preciso ficar sozinho! — ele grita para ela.

— O que está acontecendo? — Osten pergunta abrindo a porta. — Trouxe sua bolsa, botei as coisas que tinham dentro do seu carro aqui dentro, porque ele acabou de ser levado pelo guincho. — o garoto se explica para America que o encara séria.

— Obrigado Osten. — America fala assim que se aproxima e pega a bolsa. — Lexy? — chama a garota.

— O quê? — pergunta a pequena se aproximando.

— Vá com seu irmão chamar os outros dois e desçam. Osten, eu não quero que ninguém saiba disso aqui, tudo bem? — America pede.

— Tudo bem. — Osten e Alexia respondem ao mesmo tempo.

— Lexy, eu preciso saber se você sabe guardar um segredo. — America fala olhando para os olhos verdes da garotinha.

— Sei.

— Preciso que não conte para ninguém que seu irmão gritou comigo, nem nada do que aconteceu aqui, tudo bem? Pode guardar esse segredo? — America pergunta.

— Nem pra Eadlyn? — Alexia pergunta.

— Nem para ela, nem para suas tias, ou seu pai, ou seu tio, nem para ninguém. Tudo bem?

— Entendi. — Alexia concorda.

Osten pega Alexia pela mão e antes de fechar a porta olha caridosamente para America. A porta se fecha e tudo que se pode ouvir é o barulho de algum pássaro catando lá fora.

— Eu sei como é... — America começa se virando e analisando o garoto que agora estava esticado sobre a cama encarando o teto.

— Não, não sabe. Ou por um acaso sabe como é não ter sua mãe por perto, mas saber que ela está logo ali? Ou como é não se sentir amado na própria família? Ou não ter amigos? Sabe?

— Tem razão eu não sei. Mas sei como é ser uma peça que não se encaixa em nada, nem ninguém. Eu sou tão sozinha que não pensei duas vezes em viajar para outro país sem nada, nem ninguém apenas um diploma de papel. Minha única amiga aqui eu conheci hoje pela manhã, em um pub onde ela trabalha e eu fui comer. Eu sou tão sozinha e não me encaixo em nada que eu gastei anos estudando arquitetura e jornalismo para parar aqui em uma casa com cinco crianças problemáticas que não tem mães, com uma família louca cheia de pessoas diferentes que, olha que interessante são a família de um famoso empresário. Eu estou sozinha Kaden, minha família se limita a meu pai e minha mãe e ambos estão no Brasil, eu tenho uma única amiga e ela está trabalhando. Eu estou sozinha aqui, como uma intrusa. E sendo odiada por uma das crianças que eu vou ter que cuidar.

— Eu não odeio você. — Kaden murmura.

— Eu sei que soou como um insulto, mas ser uma peça sem quebra-cabeça não é ao todo ruim.

O garoto bufa e se vira para o outro lado, e hesitante America se senta no final da cama.

— Kaden, não é sobre encontrar algum quebra-cabeça que perdeu uma peça e substituir ela. É sobre você criar um quebra-cabeça para você. Sua família é tão fragmentada... É tão estranho e deprimente estar com vocês. Tente se por no meu lugar. Eu... Eu conheci um garoto idiota e irresponsável que bateu o carro dele no meu carro, logo depois conheci um garoto que diz falar pouco, mas que falava pelos cotovelos comigo, é tudo tão confuso...

Kaden não respondeu nada. America suspira cansada.

— Kaden, Ahren é a cara de Kota porque conviveu mais tempo com ele do que com qualquer outro, Osten é quieto como seu avô porque conviveu mais com ele do que qualquer outro, sua tia May é como sua tia Kenna porque uma conviveu mais com a outra do que com os outros, e Eadlyn é como sua avó, madura e gentil, porque conviveu mais com ela do que qualquer outro e então tudo o que te sobrou para ser era seu pai, Elise ou Gerard e você não queria ser como seu pai... — America suspira. — Porque você não gosta dele. Então entre Elise e Gerard a escolha é obvia, você não pode agir como alguém que é dois anos mais novo que você, e então escolheu agir como Elise. O problema é que Elise é madura o suficiente para ser feliz sendo quem é, mas e você? Ai temos a pequena Alexia, que ainda não foi atingida pela sua família, ela ainda consegue ser apenas uma criança e não a copia fiel de alguém mais velho, eu não acho que ela tenha puxado a Gerard, mas sim ao seu pai, desligada ao mesmo tempo em que teimosa. Teimosia, acho que isso define essa família. Todos aqui são espelhos. E por mais que você odeio seu pai, agora nesse exato momento você está agindo como ele, porque Maxon Schreave não quer ser igual a Clarkson Schreave, seu pai que mostrar que é bom por si só, e você é igual e seus irmãos também são, todos querem mostrar que são bons, cada qual de sua maneira diferente, mas no fim todos estão errando igualmente.

— Olha... — Kaden começa.

— Não quero brigar com você, Kaden. E eu peço desculpas por ter te humilhado, isso foi horrível. — America fala com os olhos marejados encarando o garoto deitado. — Eu sou sua babá, não sou sua mãe, nem seu pai, eu não mando em você. Quero ser sua amiga, quero que goste da minha companhia, quero te conquistar aos poucos, mas eu preciso que você permita isso. Osten já permitiu, Kenna já permitiu, Alexia já permitiu, até Gerard já permitiu, eles estão tentando me fazer se sentir em casa. Por que você não pode tentar também?

— Todas as babás vem para cá achando que vão poder concertar essa família. — Kaden começa se sentando e encarando America. — No final elas saem mais machucas do que nós somos. Olho para você e consigo te imaginar saindo daqui chorando humilhada porque meu pai ou Ahren te usou e então jogou fora, ou porque um de nós aprontou algo com você, talvez por ser assediada por tio Kota, ou por ser humilhada por Eadlyn. Consigo ver você no lugar de todas as outras. E eu não acho que você merece isso. Você está entrando numa roubada, America. Essa família não tem concerto.

— Não quero concertar sua família Kaden Newton, quero ajudar vocês a não se quebrarem ao ponto de não poderem reconstruir a si mesmos. Vocês não podem ajudar uns aos outros, porque não conseguem ajudar nem a si mesmos. Mas eu não estou quebrada. — America responde e para ao ver Kaden levantar uma sobrancelha. — Ok, nem tanto quanto vocês, e quero ajudar cada um de vocês a perdoarem si mesmos e depois perdoarem uns aos outros e juntos construírem o que o tempo fez questão de derrubar.

— Eu acho que é tarde demais. — Kaden fala.

— Aprenda uma coisa Newton Adolescente: nunca é tarde demais, às vezes já é noite ou madrugada, quem sabe manhã? Mas nunca é tarde demais. — America responde fazendo o garoto rir e revirar os olhos.

— Tá bom, tá bom.

— Agora, você vai levar o rosto, escovar os dentes, trocar de roupa e mostrar esse lindo rosto que Deus te deu. Vou levar vocês para passear após o almoço.

— E vai nos levar para onde? — Kaden pergunta desafiadoramente.

— Não sei, não conheço nada por aqui. — America fala balançando a cabeça inconformada.

— Acho que nós que vamos te levar para passear, Meri. — Kaden responde rindo.

— Não fale como se eu fosse um cachorrinho! — America fala rindo e então pega um travesseiro jogando no garoto.

— Ai, esse travesseiro vale mais que o seu apartamento. — ele fala fingindo estar bravo.

— Desculpe a audácia senhor Schreave, mas até o seu xixi vale mais que meu apartamento. — America fala divertida. — Vocês são... Hum... Como posso dizer? Poderosos. As pessoas pagariam para ver vocês soltarem puns.

— Não exagere, desnecessário meter meus gases nobres nisso. — Kaden comenta rindo.


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Notas finais do capítulo

Desculpem os erros, acabei de terminar e não revisei.

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