Kissu´s escrita por LiLiSaN


Capítulo 20
Rīdā Li Xiaolang




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(Imagem: Fay, Kurogane e Shaoran - CLAMP)

Senhores, por favor, permaneçam sentados”. A voz da aeromoça, o fez se sentar novamente na poltrona. Queria logo sair do avião, estava ansioso para ver como sua mãe estava. Aproveitou para ligar o celular. Talvez, Meilin tivesse mandado mais notícias.

Na espera do celular ligar olhou para o lado, viu um casal conversando animadamente em chinês.

Ela deve estar preocupada”. Pensou nela. Sakura. Quando o celular finalmente ligou, se assustou com a quantidade de ligação perdida e mensagens.

Viu a mensagem de Meilin: “Seu idiota! Você não avisou a ninguém mesmo, não é? Enfim, a tia está melhor! Ela está dormindo, por isso não dê uma de desesperado ligando, estou ao lado dela, e você vai acordá-la. Ela vai ficar uma arara quando souber que você está vindo. Não vou poder ir com eles te buscar. Não se assuste com a recepção. Idiota. Você fez uma besteira das grandes! Até mais!”. Não entendeu a mensagem da prima, mas ficou feliz ao saber que a sua mãe passava bem. Abriu a mensagem de Sakura: “Shaoran, soube que você viajou com urgência. Aconteceu alguma coisa? Por favor, quando receber essa mensagem, me ligue. Estou preocupada”. Ficou chateado, além de ter dado o bolo, a deixou preocupada. Que namorado, estava sendo, hein? Abriu a mensagem de Eriol: “Shaoran, o que diabos está acontecendo? Me liga! Estou preocupado, aliás estamos todos preocupados! Me liga!”. Pediu desculpas mentalmente a Eriol, mas ligaria para Sakura primeiro, ela deveria estar bem mais chateada.

Não teve tempo de ligar. “Eriol chamando” apareceu na tela de seu celular: “Eriol-kun, como...”.

— “Que droga Shaoran! Não viu a porcaria da minha mensagem?!”. Shaoran assustou-se com a voz alterada do amigo. Eriol raramente se irritava, aliás, nunca tinha visto o amigo tão alterado. Nem quando ficava dias sem dar notícias, devido as noitadas que costumava ter com os amigos festeiros e mulheres, Eriol se irritava tanto.

“E-eu acabei de ligar o celular, cheguei agora em Hong Kong”.

— “Porque você não nos avisou? Foi embora sem dizer nada! Estava pensando em quê?”.

“E-eu não pensei muito, apenas vim. Meilin contou…?”

— “Sim, contou sobre a sua mãe. Disse que a pressão dela baixou, e que estava ao telefone com você quando isso aconteceu. Mas que não é nada grave, ela só precisa descansar. Ela disse que não tinha motivo para você sair daqui às pressas e...”

“É minha mãe Eriol”.

— “Sim, claro. Isso eu entendo perfeitamente. O que não entendo é a pressa em ir aí”.

“Vim saber o motivo de minha presença ser tão exigida aqui”.

— “Como assim?”.

“Explicarei melhor depois. Tenho que desligar agora, vou ligar para Sakura”.

— “Tudo bem. Ficarei esperando pela sua ligação. Conte conosco, você não está só. Vai ficar tudo bem. E volte logo, ou vai perder seu lugar no show”.

“Obrigado Eriol! Até mais”.

Desligou e discou o número de Sakura.

Olhou envolta e se perdeu nas caras de frustrações dos passageiros por toda aquela espera.

— “Shaoran-kun! V-você está bem? Aconteceu alguma coisa?”. A voz dela, roubou toda a sua atenção.

— “Oi, namorada” -  Ao chama-la assim, fez Sakura sorrir, pelo tom carinhoso. Ela estava descartando a 'coisa grave' de sua cabeça - “Desculpe por hoje. E-eu...”

— “Tudo bem! Você teve seu motivo, está mesmo na china?”

“S-sim. Eu acabei de chegar. A minha mãe desmaiou enquanto falava comigo pelo telefone”.

— “Tomoyo-chan me contou. E-e como ela está?”

“Ela está bem Sakura. Mas eu tinha que vir, está acontecendo algo por aqui que vou ter que resolver. Preciso saber como está de verdade a saúde de minha mãe, que pelo jeito, ela anda negligenciando”.

— “Me mantenha informada, por favor”.

“Sim, talvez eu permaneça uns três dias, dependendo da saúde da minha mãe. Mas de qualquer forma, logo eu estou de volta. Vamos remarcar o nosso encontro, combinado?”

— “Sim, Shaoran”.

Os passageiros começaram a se movimentar para saírem de dentro da aeronave, alguns comemoravam, já não aguentavam mais a espera.

“Tenho que desligar. Mais tarde eu ligo. Saudades”.

— “Tudo bem… Também já estou com saudades Shaoran. Por favor, se cuide. Melhoras a sua mãe. E volte logo para...”- Sakura hesitou em terminar a frase, e corou - “Para todos nós!”. A verdade é que queria falar somente 'para mim'. A timidez mais uma vez a venceu.

...

Não deu importância para o burburinho que estava começando entre os passageiros. Comentavam que a demora foi motivada pela presença de alguém famoso chegando a Hong Kong. Pegou suas coisas, e andava conforme a fila ia andando. Bocejou e olhou o relógio. Apesar de a viagem ter sido curta, estava quebrado. Tinha esquecido de como era viajar em voo comercial.

Retribuiu o cumprimento das aeromoças, que se despediam dos passageiros, próximo à saída. Elas cochicharam ao vê-lo, certamente notando sua beleza.

Andou pela rampa, despreocupado. Parou para pensar, quem iria lhe buscar mesmo? Pensou em ligar para a prima, mas do jeito que ela estava com raiva, melhor seria não ligar. Já chega o que teria que aguentar nos próximos dias.

Como não havia despachado mala alguma, já que suas poucas coisas estavam em sua bagagem de mão, foi direto até a saída da sala desembarque.

Ao avistar vários homens usando paletó pretos, entre as pessoas que aguardavam os familiares, achou estranho. Usavam fones pretos, sérios, com certeza eram seguranças. Alguém bastante importante estava chegando. Deixou de olhá-los, e decidiu a procurar por algum rosto familiar. Até que viu uma placa, com os dizeres: “Líder Li Xiaolang”

“Líder Li Xiaolang? Mas que palhaçada é essa?”. Antes de se aproximar, olhou para o rapaz de terno cinza que segurava a placa. Aparentava ter a sua idade. Era alto, magro, de cabelos até a nuca, alguns fios caiam sobre o rosto. De cabelos claros, olhava de forma nervosa em sua direção. Certamente, a procura do “líder Li Xiaolang”.

Shaoran, respirou fundo e foi até ele. Sem rodeios, disse: “Que papo é esse de líder?”

“Como?”

“Líder Li Xiaolang. Não sou líder de coisa nenhuma”.

O rapaz, abriu um enorme sorriso, seus olhos brilharam: “O s-s-s-s-s-senhor é o líder Li Xiaolang?”.

“Não, me chamo Li Shaoran”. De repente todos os homens de preto, se posicionaram de forma estratégica, envolta de Shaoran - “Mas o que está acontecendo?”. As pessoas no aeroporto olharam aquela cena, curiosas, queriam saber quem era. Uns tiravam fotos.

“Estou honrado em conhecer o nosso líder, herdeiro legítimo da Dinastia Li”- Curvou-se, assim como todos os homens de preto - “Com sua licença, meu líder, permita-me que eu me apresente. Chamo-me Liúquan Fay, sou secretário da senhora Yelan, senhora sua mãe”.

“Secretário? ”.

“Vamos, por favor, estão todos a sua espera, meu líder”.

“Cara, vou repetir: Não sou líder de nada, me chame de Xiaolang, de preferência, Shaoran”.

O rapaz o olhou espantado: “Nunca meu líder, não me atreveria a desrespeitá-lo dessa forma”.

“Ok. Você, como súdito, obedece ordens de seu líder, certo?” - Fay balançou a cabeça animadamente - “Então ordeno que me chame por Shaoran. Vai ousar desobedecer seu líder?”. Fay engoliu seco.

“N-não meu líd… Quer dizer, não Shaoran”.

“Melhorou. Então vamos! Não vejo a hora de chegar em casa!”.

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“Consegui falar com Shaora, Yuen. Está tudo bem. Ele só ficou um pouco receoso devido ao estado de saúde da mãe, por isso fez essa viagem às pressas. Ela passa bem. Já está em Osaka? Não falamos nada para Nakuru sobre Shaoran, avise-a sim? Boa sorte”.

Ao terminar de ler a mensagem de Eriol, voltou a pôr o celular na mochila preta, ao seu lado. O táxi parando, chamou sua atenção.

“Chegamos senhor”. Yue olhou para a casa de cor salmão, com flores de todas as cores no jardim. Não tinha mudado muita coisa. Haviam feito melhorias, pois a casa continuava impecável. Pegou sua carteira e pagou pela corrida. Saiu do carro, e ficou encarando o portão de entrada.

Agora que estava lá, se perguntava: o que é que estava fazendo? Nunca foi impulsivo, mas estava agindo como um adolescente inconsequente. O que faria agora? Bateria palmas, assoviaria, tocaria a campainha e depois correria? Os olhos fixos no portão da casa salmão, o impediram de perceber a presença de um homem, se aproximando: “Tsukishiro?”. Yue olhou para o lado, e viu o homem de óculos de grau, alguns cabelos brancos, com uma barba grisalha. Ele carregava sacolas de compras.

“S-senhor Akizuki, como vai?”. Era o pai dela. Ficou nervoso. Nem sabia o motivo, mas estava nervoso. Curvou-se.

“O que faz aqui? Nakuru-chan, não disse que você iria vim”.

“É-é-é-é-é-é, e-e-e-e-eu...”- Que papelão era esse? Não conseguia disfarçar o nervosismo - “E-eu estava...”. O Yue sério deixou de existir.

“Vamos entrar, estou com medo de que essa sua gagueira seja contagiosa”- Ele jogou uma sacola em direção a Yue - “Ajude-me, faça alguma coisa”. Pediu rispidamente.

“S-sim”.

Ao entrarem, Yue tirou os sapatos e seguiu o pai dela, com a intenção de ajuda-lo a aguardar as compras.

“Não precisa! Vá se sentar. É visita. Visita em minha casa não faz nada. Esposa!” - Yue sem graça, foi para sala. Ouvia o pai dela gritar impaciente - “Esposa! Aonde se meteu essa mulher...” - Pôde ouvir uma voz feminina - “Até que enfim!”.

“O que foi, querido? Deixei algo no fogão?”. A mulher afoita, recuperava o folego. Tinha os cabelos presos em uma trança lateral.

“Temos visita”. Indicou a sala, com a cabeça.

“Visita? Quem?” - Ele nada disse, movida pela curiosidade, foi rapidamente até a sala. Abriu o sorriso quando o viu - “Yue-chan!” - Correu até ele e apertou suas bochechas - “Quanto tempo!”

É, Nakuru teve a quem puxar. Apesar do tempo, a mãe delas não tinha envelhecido muito. Tinhas os olhos castanhos claros, e longos cabelos castanhos, alguns fios brancos.

“C-como vai, sra. Akizuki?”.

“Que fofo, todo formal. Não me chame de senhora! Me sinto uma velhinha!”- Soltou suas bochechas. Tinha os olhos brilhando ao encará-lo - “Nakuru-chan não nos disse que você viria! Se eu soubesse teria feito um jantar especial! Seus avós, como estão?”.

“Eles estão bem! Vim sem avisar a ela!”

“Não conseguiu ficar longe, né?”- Riu entre as mãos, Yue sentiu a bochecha corar com a pergunta - “Ela já deve estar chegando, está na Sra. Keiko, nossa vizinha. Lembra dela? Foi babá das meninas!” - Ao ouvir o barulho da porta de entrada, ela voltou a sorriu - “Ela chegou!”- Yue que seu coração queria sair do peito. Sentia suas mãos gelarem. Viu a mãe dela correndo até a entrada. Nakuru sorriu para a mãe, carregava um pacote de pães caseiros - “A sra. Keiko, deu?”

“Sim mamãe! Ela sabe que eu amo os pães que ela faz”. Lambeu os lábios.

“Quer dizer que fui comprar essas coisas para você, a toa?”. A voz irritada do pai a fez gelar.

“Não papai. Comerei tudo!”. Falou alto, sem graça.

“Querida, você tem visita!”

“V-visita? Quem?”. Fitou a mãe sorridente, que não lhe respondeu a pergunta.

“Está na sala”- Pegou o pacote das mãos da filha - “Eu fico com isso. Vá”. Empurrou Nakuru.

Nakuru ficou imaginando em quem poderia ser. Seria um conhecido da vizinhança? Andou até a sala, e ao vê-lo, sentiu o queixo cair. De olhos arregalados, acompanhou ele levantando e curvando-se.

“Boa noite, Nakuru”. Ele raramente a chamava pelo nome. Aquilo era uma miragem, ou Yue estava em sua casa e sendo formal com ela?

“B-boa noite Yue. O que está fazendo aqui?”

“E-eu estava por perto e resolvi dá uma passada”.

“Por perto? Por perto onde?”. Yue ficou sem saber o que responder.

“Por perto...”. A mãe de Nakuru sorriu e saiu de fininho.

“Mas onde?”.

“Ok, ok. Tudo bem. Eu vim aqui, porque eu preciso falar com você, bruxa” - Nakuru continuou o encarando. Era uma miragem mesmo, Yue sair de Tomoeda para falar com ela, só poderia ser uma miragem - “Preferi falar pessoalmente. Você sabe que detesto telefone. Podemos dar uma volta e ter uma conversa?”. Nakuru hesitou. Não queria ouvir as mesmas coisas e levar outro fora.

“Yue, se você veio até aqui com receio de que ficaria um clima ruim na banda, não se preocupe. Não ficará. Eu sei separar as coisas”. Yue ia falar, mas viu a mãe dela se aproximando.

“Fica para jantar conosco, querido?”. A mãe de Nakuru, sorria, esperançosa.

“N-não sei se eu...”

“Vai ficar!”. A voz estridente do pai de Nakuru, o assustou. Ele confirmou com a cabeça, repetidas vezes.

 “Ótimo! Hihihihi. Meu marido adora você e seu irmão”.

“Não adoro não!”. Gritou da cozinha. Sorriram sem graça.

“Bem, vou cuidar com o jantar. Porque não vão dá uma volta? O jantar fica pronto em meia hora. Vão, vão...”. Ela praticamente os expulsava da casa, os colocou para fora e fechou a porta. Nakuru e Yue ficaram se olhando envergonhados.

Nakuru desviou o olhar: “T-tem um parque aqui perto, quer ir até lá?”. Yue concordou.

Nakuru se sentou no balanço, Yue fez o mesmo no balanço ao lado dela.

“Não seria melhor ter ligado?”.

“Não. O telefone, esqueceu?”.

“Ah. É verdade, você detesta...”. Um silêncio estranho tomou forma.

“Nakuru, eu...”

“Yue, eu...” - Falou ao mesmo tempo que ele - “Primeiro você...”

“Não, primeiro as damas”.

“Não, primeiro você”.

“Primeiro as bruxas”.

“Primeiro os seres irritantes!” - Deu língua. Yue sorrindo quase a fez cair do balanço. Como ele ficava mais lindo sorrindo. Corada, parou de olhá-lo - “Você veio de Tomoeda, porque disse que queria falar comigo. Então o certo, é você falar primeiro”.

“Justo”- Yue com as pernas, fixas no chão, se balançava, sutilmente - “Sua irmã e eu fomos grandes amigos no ensino médio. Ela foi uma grande amiga e eu tentei ser o seu melhor amigo. Sua irmã sempre foi sorridente e confiante. Quando ela conheceu Johan, tudo mudou. Ryoka se tornou uma pessoa triste e deprimida. Ela dizia que seu pai nunca aceitaria Johan e que não sabia como contar a eles que estava apaixonada por um estrangeiro”.

“Eu lembro dessa época”. Nakuru começou a se balançar também.

“Não aguentava mais vê-la sofrendo. Comecei a achar que o melhor seria que ela terminasse esse namoro as escondidas e que o esquecesse”.

“Foi aí que você se descobriu apaixonado por ela?”.

“Não e sim” - Yue a encarou - “Eu achei que eu a amava como mulher. Então fui até sua casa, chamei pela sua mãe e contei tudo sobre o namoro da sua irmã. Disse a sua mãe que amava Ryoka e que se ela me aceitasse, eu faria Ryoka esquecer o Johan” – Yue parou de olhá-la e fitou o chão - “A sua mãe me encarou dizendo: ‘você não a ama. O que você sente não é amor’. Nunca esqueci daquilo” - Sorriu de lado - “Fui até sua irmã e disse o que tinha acontecido: Que tinha contado sobre o namoro dela e que eu a amava. Ryoka não ficou com raiva por eu ter dito, tudo o que ela disse foi: ‘obrigada’, sobre os meus sentimentos ela disse: ‘isso que você sente é um sentimento egoísta, que nada se parece com amor. O amor é sublime, é puro’. Foi então que percebi que não amava sua irmã. O que eu sentia era raiva de vê-la triste todos os dias”.

“Então porque eu nunca soube disso? Porque vocês dois esconderam isso de mim?”

Yue voltou a encara-la: “Passaram-se alguns anos, tinha 24 anos e acabado de terminar a faculdade, quando consegui uma vaga de professor substituto. Na época, um professor do colégio Tomoeda havia falecido em um acidente de carro. Reencontrei sua irmã, ela me contou que finalmente tinha criado coragem para enfrentar seu pai e que se casaria com Johan. E eu contei a ela que tinha me apaixonado e que agora a entendia”.

“Entendo...”

“Lembro que depois de dar aulas, fui até o térreo da escola, tomar um ar. Eu não aparentei, mas fiquei bem nervoso dando aula naquele dia. Então, eu conheci você…”. Nakuru ficou confusa. Yue levantou-se.

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Lembrança Yue

Sentado, encostado na parede da porta de saída/entrada do térreo do colégio, afrouxou a gravata. Enfim, podia respirar aliviado. Tinha dado tudo certo. Não sabia que ficaria tão nervoso em seu primeiro dia dando aula. Esperava que a próxima aula ficasse mais calmo.

Tomou um gole do refrigerante e observou o céu limpo, alguns pássaros voavam despreocupados, sem rumo. Será que era bom voar dessa forma?

O som da porta sendo aberta o fez tomar um leve susto. Sem querer ser visto foi para o lado oposto, escondendo-se. Pela voz, era uma menina, ela comemorava algo.

“Terminei, terminei, terminei!” - Olhou para a menina, com cuidado para não ser visto. De costas, ela dava pulinhos e sorria sem parar, olhando para o papel, estendido no alto. Deixou de olhá-la e balançou a cabeça negativamente, ela falava só - “Finalmente eu terminei!”.

Ela foi até a beirada do térreo e encostou-se na grade de proteção. Olhou para os dois lados, desconfiada, mas em segundos disse: “Senhoras e senhores, com vocês uma lenda da música japonesa” - A entonação da voz dela, chamou a atenção. Percebeu que ela estava imitando alguém. Riu, ela era doida mesmo - “Ela é um fenômeno, um sucesso! Com vocês, Akizuki Nakuru!”. Ao escutar o nome, arregalou os olhos.

Mais uma vez, a brechou: “Akizuki Nakuru?É a irmã da Ryoka?”. Ela que estava de costas, virou subitamente. Ao vê-la, sentiu algo estranho que não conseguia explicar, seu coração bateu forte.

“Obrigada! Obrigada! Quero agradecer todo o carinho! Vocês são especiais para mim! Obrigada! Dedico essa música a todos vocês”. Ela falava em um microfone imaginário e mandava tchauzinhos e beijos para os fãs, também imaginários.

Ele pôde reparar em duas coisas bem importantes: Realmente ela é doidinha, bem diferente da irmã, e é linda. Incrivelmente linda.

Corou. Deixou de olhá-la.

Ela começou a cantar.

Donna toki datte

Não importa o momento
Tada hitori de

Esquecendo o destino,
Unmei wasurete

Mesmo tendo continuado
Ikite kita no ni

Caminhando.
Totsuzen no hikari no naka me ga sameru

Mas dentro de uma luz repentina
Mayonaka ni

Eu acordo no meio da noite.

 

Estava impressionado, atordoado, encantado… Todos os “ados” possíveis. A voz dela é linda. Não resistiu e mais uma vez a olhava cantar. Ela era hipnotizante. Ryoka sempre falou da irmã, mas nunca tinha conhecido. Que coisa, agora ela era sua aluna.

 

Shizuka ni deguchi ni tatte

Calmamente, fiquei diante da saída
Kurayami ni hikari o ute

E no meio da escuridão, lance uma luz.

 

Ao se lembrar do papel de professor e ela de aluna, recobrou a consciência. Não podia ficar desse jeito… Encantado. Era sua aluna.

 

Imadoki yakusoku nante fuan ni saseru dake kana

Talvez as promessas que nós fizemos apenas te deixam desconfortável,

 

Encostou a cabeça na parede. Pelo menos a ouviria. Não havia mal algum em ouvir uma bela voz, mesmo que fosse de sua aluna. Não seria julgado por isso. Sorriu e fechou os olhos. Sentiu uma paz interior grande.


Negai o kuchi ni shitai dake as

Vamos comer algo delicioso por hoje,
Kazoku ni mo shoukai suru yo

Mas essas promessas são apenas os desejos
Kitto umaku iku yo

Vou te apresentar a minha família, se darão bem

 

Perguntava-se o motivo de sentir tanta paz e a vontade gigante de não tirar os olhos dela. A música era algum feitiço? De olhos, ainda, fechados, sussurrou: “Bruxa”.

~~~~~~~~~~~

 “V-você me viu? Q-que vergonha!”. Escondia-se entre as mãos.

“Sou apaixonado por você antes mesmo de você saber que eu existia, bruxa”. Yue levantou-se do balanço, ficando de costas.

Nakuru estava boquiaberta, não podia acreditar no que estava ouvindo: “Mas então porquê...”

“Sua irmã soube que me apaixonei por você. Não precisei contar nada a ela”- Yue com as mãos no bolso, se virou e encarou uma Nakuru ainda incrédula - “Quando você disse a ela que estava gostando de mim, ela ficou feliz. Ela me contou sobre os seus sentimentos e disse que eu deveria dizer que sentia o mesmo. Dizia que eu não devia me importar com o que todos achariam”- Balançou a cabeça - “Sua irmã sempre foi prática e objetiva. Mas um homem apaixonado por uma menina. A diferença de idade, o fato de eu ser o seu professor... Alguém olharia isso de forma pura? Seus pais sofreriam novamente? Sim. Então eu me anulei”.

“E-eu nunca percebi”. Ela se levantou, o olhou tristemente.

“Sua irmã sofreu muito por causa de Johan. Brigou com seus pais. Você sofreu também. Eu não faria ninguém sofrer mesmo que indiretamente”.

“Mas isso não faz sentido! Vocês não me disseram nada, e e-eu me confessei a você!”

“Sua irmã ficou com uma fera comigo. Me fez prometer que eu iria me confessar quando você deixasse de ser minha aluna. Ela disse que não falaria mais comigo, se eu não fizesse isso, que não haveria motivos mais para esconder o que eu sentia. Eu não confessei a você, e como quebrei a promessa, ela parou de falar comigo” - Yue encarou o vazio - “Na época, Yukito disse que estava apaixonado por você”.

“E-entendo. E mais uma vez, você se anulou...” - Nakuru o olhou, determinada - “E agora, o que te impediu?”.

“Temia pela banda, pelo meu irmão”.

“T-temia?”.

“Sim. Quero pedir desculpa. Por tudo”. Yue se curvou. Nakuru tentava dizer alguma coisa, mas nada saia. Estava tentando organizar sua mente, com tanta informação.

“E-eu nem sei o que dizer...”.

“Entendo. Muita coisa, não é?”- Yue a viu balançar a cabeça, concordando com ele - “Acho que está na hora de voltarmos, seus pais devem está a nossa espera. Volto para Tomoeda ainda hoje, também”. Yue, foi andando.

“Espera!”- Ele a encarou - “Eu decidir gostar de outra pessoa” -Yue ficou incrédulo, surpreso, não conseguiu dizer nada - “Ele é uma boa pessoa. Creio eu, que ele seja o melhor para mim”. Ela virou de costas.

“E-entendo. Tudo bem. Espero que vocês sejam felizes”. Sorriu, tristemente.

“Viu? Você não gosta de mim! Não vai ficar com raiva? Não vai dizer para pensar melhor em você?!”. Virou-se bruscamente, irritada.

“Nakuru, aprendi que o amor significa você querer o bem da pessoa amada. Ela estando com você ou com outra pessoa. Eu gosto de você, e quero que você seja feliz”. Ela corou ao ouvi-lo, virou de costas, novamente.

“Você estraga minhas brincadeiras, eu...”.

Yue a surpreendeu com um abraço apertado: “Não faça mais isso, por favor” - Nakuru permaneceu inerte - “Eu gosto muito de você, Nakuru”.

Ao ouvi-lo, Nakuru lentamente se virou. Levou suas mãos até as costas dele, o abraçando: “Eu também gosto de você, Yue. Gosto muito mesmo”. Como se estivesse em um sonho, aconchegou-se no abraço dele.

Embriagada por aquele momento, olhou para cima, encarando profundamente os olhos de cor purpura.

Yue aproximou seu rosto ao dela e beijou seus lábios.

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O portão de três metros foi aberto automaticamente. Seu carro era o terceiro, havia uma comitiva exagerada de carros. Não enxergava nexo naquilo. Olhou a quantidade de carros estacionados envolta do jardim de sua casa, outro exagero. Mas sorriu, ao notar que o jardim ainda lhe era familiar.

O carro parou e logo a porta foi aberta por um dos empregados da mansão. Ao sair do carro, deu de cara com todos os empregados, em cada degrau da mansão, curvando-se. Estava começando a ficar sem jeito. Fez menção de pegar sua bolsa.

“Não, lí… Quer dizer, não Shaoran, eu levo. Pode entrar”. Fay pegou sua bolsa sorrindo. Shaoran agradeceu, e começou a subir as escadas, passando pelos empregados que continuavam curvados, sem encará-lo. Parecia temê-lo.

Continuou a subir e percebeu a escuridão na mansão. Ao parar na entrada, as luzes foram acesas, os confetes, o deixaram sem ação. Havia muitas pessoas, pessoas que não fazia a mínima de ideia de quem eram. Elas batiam palmas e festejavam sua chegada de forma eufórica.

“Bem-vindo de volta, irmãozinho!”. As quatro mulheres que antes jogavam confetes, foram correndo até ele. As reconheceu de pronto, mas não teve tempo de cumprimenta-la devido a surpresa com a presença de tanta gente - “Você está tão lindo!”- Abraçavam, e o apertavam, bagunçando seus cabelos - “Você está a cara do papai!”. Sorriam.

Mesmo desconcertado, estava feliz. As irmãs lhe faziam falta: “Também senti falta de vocês. Cadê a senhora nossa mãe? E quem é essa gente toda? Não me lembro de quase ninguém. São nossos parentes?”.

“Fuutie, Shiefa, Fanren, Feimei deixem o Shaoran respirar” - A voz da prima o deixou feliz, usando roupas típicas chinesas, ela se aproximou do primo - “Te falei para não vim idiota”. Curvou-se e depois o abraçou.

“Eu precisava Meilin”.

“Mas agora você terá que lidar com as consequências”. Não teve tempo de indagar a prima.

“Herdeiro, nosso líder. Prazer em conhecê-lo!”- Um grupo de senhores se aproximaram dele, um senhor baixinho de cabelos brancos e um longo bigode, com uma barba grande, que escondia sua boca aproximou-se - “Como é bonito e forte. Será um grande líder, para todos nós. Chamo-me Chin Gentsai, líder do clã Chin, este é meu neto e secretário Junrei”. Shaoran retribuiu a saudação.

“Senhor, chamo-me Lee Wulong, é uma honra conhecê-lo, sou líder do Clã Wulong”. Estava atordoado, não sabia que seria assim quando chegasse. Pessoas que nunca tinha visto que o tratavam como uma autoridade. Outras pessoas se aproximavam.

“Senhores, por favor, acalmem-se. Xiaolang conhecerá todos com calma, agora ele quer ver a senhora desta casa, a líder de vocês” - Disse Meilin, dando ênfase em “líder” – “Fay, despache todos eles, sim?”. Pediu Meilin, Fay atendeu prontamente, sorrindo.

Ao ouvi-la deram espaço para que eles passassem. Junto de Meilin, Shaoran era seguido pelas irmãs que voltaram a apertar o irmão.

Ao sumir da vista dos convidados, todos começaram a cochichar, empolgados pela chegada dele.

“Mas o que é isso tudo? Estão achando que vim para ficar?” - As irmãs dele e Meilin, se entreolharam. Não falaram nada - “Continua tudo igual. Sinto uma nostalgia ao andar por esse corredor”. Olhava os quadros da mansão, algumas fotos suas e das irmãs também decoravam o corredor.

Parou de andar ao avistar a foto do pai, emoldurada. Majestoso, parecia um rei. Faltava a coroa e o cedro. Não lembrava muito dele, todas as memórias que tinha ou tudo que sabia, seu tio Wei e sua mãe contaram.

Meilin o chamou e ele continuou a andar.

Antes de bater à porta, disse a Shaoran: “A tia está jantando. Ela já sabe que você veio a China”.

“Ela ficou brava?”.

“Você a conhece”. Meilin bateu levemente na porta.

Shaoran estranhou o homem alto, de cabelos negros curtos e espetados que abria a porta. Quem seria? Seus olhos pareciam com os olhos da prima, estranhamente, uma cor vermelha. Ele não sorriu ou o cumprimentou, não o bajulou como os outros, permaneceu sério o encarando friamente.

Ao entrar, viu a mãe de cabelos soltos tomando sopa. Usava um vestido de seda, de cor branca. Envolta dela havia uma empregada e uma enfermeira. Se surpreendeu com a figura frágil da mãe. Ela estava mais magra e pálida.

“Senhora, nossa mãe, nosso irmãozinho chegou!”. As irmãs foram até a cama, sentando-se envolta da mãe.

Yelan encarou o filho, com o olhar que sempre o colocava medo: “Aproxime-se”. Engoliu seco e andou até a cama da mãe.

“Tudo bem com a senhora, mãe?”. Fuutie deu espaço para que ele se sentasse perto dela. A empregada retirou a bandeja com a sopa do colo de Yelan.

“Deixe-me ver você” - Com as duas mãos acariciou o rosto de Shaoran, séria - “Você está muito parecido com o seu pai”.

“Eu também achei mamãe!”. Disse Fenmei, entre sorrisos.

“E como seu pai, você também é uma mula!”- Yelan apertou a orelha de Shaoran - “Porque você veio? Eu te chamei?!”. Shaoran grunhia de dor. Enquanto os outros assistiam a cena com medo de Yelan.

“M-mãe está doendo!”. Fay entrou no quarto e sorriu com a cena.

Yelan soltou a orelha do filho: “É para doer!”.

“A senhora deveria ficar feliz e não com raiva”. Acariciava a, vermelha, dolorida e quente, orelha esquerda.

“Ora, ora. Vejo que já está melhor sra. Li” - O homem entrou de uma vez no quarto, surpreendendo a todos - “Vejo que o herdeiro finalmente voltou”. Fez menção de ir cumprimentá-lo.

“Não é bem-vindo neste quarto”. Shaoran ficou sem entender o porquê do estranho homem que os recebeu na porta, encarava com tanta raiva o recém-chegado e se colocava na frente dele, o impedido de se aproximar de sua mãe. Até suas irmãs estavam sérias e próximas da mãe.

“Sra. Li, quer dizer para o seu serviçal sair da minha frente”. Estava acompanhado de seguranças que olhavam ameaçadoramente para Kurogane que impedia a passagem de seu líder.

“Kurogane” - Ele permaneceu inerte - “Kurogane, agora”. Contra a vontade, deu passagem para ele - “Desculpe está nessas condições e não o receber adequadamente”. Yelan se ajeitou na cama.

“Japonês nojento...”— Sussurrou para Kurogane, antes de continuar a andar - “Não se preocupe, querida senhora Li. Entendo perfeitamente. Mas vejam só…” - Olhou Shaoran, ao lado dela - “É um homem-feito. Parece muito com seu pai, jovem. Você não deve se lembrar de mim”.

“N-não”.

“Eu me chamo Wang Fei. Sou líder da dinastia Wang. Era um grande amigo de seu pai. Você era muito pequeno quando seu pai e sua mãe mandaram você para a terra do sol nascente pelas nossas costas. Não é, senhora Li? Se você soubesse a confusão que foi...”. Ela desviou o olhar, irritada. Shaoran a encarou e viu a irritação da mãe. O nome daquele homem era tão familiar...

“O senhor já viu que minha tia está bem, nós todos já íamos deixá-la descansar”. Disse Meilin, o convidando sutilmente para que fosse embora.

“Tudo bem” - Estralou os dedos, e logo um dos seus lhe entregou um buquê de flores - “Não gostaria que aquela nossa conversa tivesse levado a isso” - Curvou-se, e estendeu o buquê, que foram pegos por Fay - “Humildemente, peço desculpas” – Ficou ereto e encarou Shaoran - “Mas agora, não haverá motivos para pequenos desentendimentos. Afinal, o herdeiro está aqui” - Sorriu maliciosamente - “Bem, vou indo. Melhoras sra. Li. Até mais rapaz. Creio que eu e você, ainda teremos muito o que conversar”.

Antes tensos e desconfortáveis, o semblante de todos melhorou depois que Fei saiu do quarto: “Quem era ele, mãe?”.

“É um ganancioso e prepotente. É um dos sócios e conselheiros, e como ele disse, líder do clã Wang”. Meilin respondeu.

Shaoran piscou os olhos diversas vezes, lembrou-se do telefonema, da voz alterada gritando com a sua mãe: “Foi por causa dele, não foi?”. Encarou a mãe. Yelan arregalou os olhos, mas não teve tempo de impedi-lo de sair correndo do quarto.

Yelan disse: “Kurogane!”. Ele entendeu e foi atrás de Shaoran.

“Ei! Senhor Wang!” - O homem olhou para trás e viu Shaoran com passos largos, indo em sua direção. Percebeu o olhar feroz. Sorriu de lado. O olhar era igual ao do pai. Shaoran o alcançou e segurou o colarinho de sua blusa, com força. Os seguranças pessoais de Fei fizeram menção de impedir Shaoran, mas Fei gesticulou com a mão para que eles não interviessem - “Lembrei da sua voz alterada enquanto gritava com a minha mãe. Eu vou dar um único aviso: dá próxima vez que você ao menos pensar em gritar com ela, eu acabo com o senhor. Não dou a mínima se o senhor é mais velho que eu, ouviu bem?”.

Shaoran o soltou. Kurogane chegou e ficou ao seu lado.

 Fei ajeitou a gola da blusa e se recompôs: “Vejo que o herdeiro da família Li tem muita energia a ser gasta” - Sorriu mostrando todos os dentes - “Mas se eu fosse o senhor, líder Li, pouparia toda essa energia. Afinal, cuidar dos negócios de um clã inteiro, não será uma tarefa fácil, não é mesmo?”. Sorriu falsamente, e deu as costas.

Shaoran fez menção de discutir, mas Kurogane o impediu: “Não preocupe mais a senhora sua mãe”.

“E você, quem é?”.

“Alguém que dá a vida pela senhora Li. Mas que não dá a mínima para o filho inconsequente dela”.  Shaoran o encarou e percebeu a raiva que Kurogane tinha dele.

“Seu nome... Você é japonês?”. Shaoran perguntou, ao mesmo tempo em que Kurogane deu as costas.

“Não é dá sua conta”. Continuou a andar, deixando Shaoran para trás.

Havia encontrado alguém mais arredio que Yue. Que sorte a sua.

“Fay e Shaoran. O restante, saiam”. Com voz firme, Yelan encarou a todos.

Kurogane permaneceu encostado na parede, ao lado da cama dela: “Você não ouviu minha mãe?”. Shaoran perguntou em tom debochado. Uma veia pulsando surgiu na testa de Kurogane, que nada disse.

“Por mais que pedisse, ele não sairia do meu lado. Culpa do seu pai”- Ficou curioso, então ele conheceu seu pai? Fez bico, o cara marrento tinha prestígio ali - “Fay”. Ela o encarou.

“Sim, senhora…” - Ele encarou Shaoran - “Líder Xiaolang… Q-quer dizer, Shaoran. O senhor precisa estar a par de tudo o que está acontecendo antes de assumir o seu lugar”.

“Hã? Assumir?”.

“É-é… O senhor, a partir de agora, está impedido de voltar ao Japão”.

Arregalou os olhos. Encarou a mãe que tinha um semblante triste.

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Continua…

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Música do capítulo: Hikari - Utada Hikaru (Tema do jogo Kingdom Hearts)

https://www.youtube.com/watch?v=hH3pUWuqyAc 

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Rīdā Li Xiaolang: Líder Li Xiaolang


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Notas finais do capítulo

Olááá! Gostaram? Espero que sim! ^^
Obrigada pelas mensagens, fico muito feliz quando recebo. A história está chegando a seu fim... Faltam mais 20 capítulos! #mentiraclaro
Enfim, obrigada e obrigada pela audiência! =***
Kissus!



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