Perseguida Pelo Inferno escrita por Fada Dos Tomates


Capítulo 9
Eu Também Sou Uma Deusa


Notas iniciais do capítulo

Hoje vai ter a grande batalha Higure versus Yomi! Será que Yomi será derrotada?



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–Como assim Jun? Do que está falando? – pergunto meio trêmula por casa do que houve antes.

–Nossa mãe Higure, Amaterasu- diz ele – Ela está sendo torturada por Yomi, temos que ajudá-la!

–Sabe onde está Amaterasu? – Washi tenta não ficar tão vermelho, mas não conseguiu disfarçar.

–Que aconteceu com vocês? – Jun olha pra mim que estou tentando me esconder – Higure-chan o que foi?

–N-nada – minto.

–Diga a verdade. Que Washi fez?

Como todos sempre sabem quando estou mentindo? Parece que “mentirosa” está escrito em minha testa. Tenho vontade de contar o que houve, mas ao mesmo tempo sinto que ele não deveria saber. Pra minha sorte Izanagi apareceu.

–Por que estão assim? – indaga ele.

–Quem é esse? – Jun ainda não conhece Izanagi.

–Sou Izanagi – ele faz uma reverência.

–Você é o deus dos samurais?

–Eh... Mais ou menos. Não me conhece?

–Sou famoso não ligo muito pra essas coisas – explica Jun.

–Famoso... – Izanagi parece se irritar um pouco.

–Agora temos que salvar nossa mãe Higure.

–Ah, então você é o filho perdido de Amaterasu. – assimila Izanagi.

–Meu... Irmão de verdade? – até fico feliz com isso.

–Estava certo em chamá-la de nee-chan, né? – Jun sorri.

–Vamos logo, você disse que sabe onde está Amaterasu. – lembra Washi.

–Está no reino de Yomi, no castelo dela, sendo torturada. Da última vez Yomi trapaceou, teve ajuda de Izanami e Susanoo. Mas Izanami e Susanoo brigaram, ele está preso no fundo do oceano, também temos de resgatá-lo. – conta Jun.

–Posso resgatar meu amigo Susanoo, sei que minha esposa está lá e vocês tem como prioridade Amaterasu e Yomi. Podem deixar que sei cuidar de minha mulher – decide Izanagi.

–Estará bem sozinho? – pergunta Washi.

–Sou um deus, o pior que pode acontecer é eu ficar preso no inferno pra sempre.

–Tudo bem, vamos agora? – Washi ainda está envergonhado.

–Queria umas férias – resmunga Jun.

Nos preparamos, Izanagi consegue as informações completas do lugar onde Susanoo está através de Jun. O deus parte primeiro, depois Washi abre um portal para o reino de Yomi e antes de entrarmos ele diz me segurando:

–Me desculpe está bem?

–Uhum – minto pra entrar logo e esquecer isso.

Entramos no reino de Yomi, em seu castelo pra ser mais exata. Não é algo bonito como o castelo de Amaterasu, é cheio de teias de aranha, ossos, sangue. E o cheiro então? É horrível! Mas não temos tempo de admirar o palácio da deusa dos mortos. Temos de derrotá-la.

–Resolveram me visitar? – Yomi desce as escadas – Que ousadia! Não sei se é coragem ou tolice!

–Viemos salvar Amaterasu – anuncia Washi.

–Pra quem foi chicoteado por ela tentar salvá-la é meio suspeito. Acha que resgatando-a conseguirá ficar com sua amadinha? Nem morto!

–Ele não vai ficar com Higure-chan! – nega Jun.

–Nem você, afinal ela não vai durar muito tempo.

–Isso é uma ameaça? – de algum jeito me sinto mais corajosa, vejo que estou brilhando.

–Quer bancar a durona? – Yomi se transforma num tipo de demônio horroroso – Então venha.

Não sei por que, mas só quero lutar contra ela. Brilho mais intensamente e sinto um poder tão imenso que posso vencer qualquer coisa. Tenho duas espadas flamejantes nas mãos e estou pronta pra batalha.

–Washi, Jun, vão procurar Amaterasu. – ordeno – Eu cuido de Yomi.

Os dois correm pelas escadas, Yomi não liga pra eles, ela quer a mim.

–Sua princesa estúpida! – insulta e me ataca com sua foice.

Defendo-me com as espadas, me sinto mais forte, tenho que derrotar Yomi de qualquer jeito.

–Você é muito idiota! – exclama ela em meio a investidas – Agora estou mais forte e dessa vez... É pra valer!

–Ótimo! – sorrio para provocar.

Yomi rosna em sua forma demoníaca, corro pra longe. Só preciso distraí-la até Washi e Jun acharem Amaterasu, aí minha mãe a punirá, é o que espero.

–Aonde você vai?!- Yomi pula em cima de mm e nós duas caímos.

Tento agir rápido e me protejo de algo negro que Yomi faz, ela está em volta de magia negra, parece uma maga psicopata do mal. Sorri como louca e faz suas trevas se transformarem em lâminas flutuantes que voam em minha direção. Me sinto capaz de qualquer coisa, sou filha de Amaterasu, sou uma deusa também. E na velocidade da luz acerto cada uma das lâminas. Parece que eu vejo a rota delas em pleno ar com um tipo de magia e consigo acertar todas, pego fogo. Isso é legal!

Yomi dá uma investida com a foice, defendo e logo depois chuto seu estômago fortemente. Ela tenta acertar minha perna, mas consigo afastá-la antes e desferir um golpe com a espada em seu quadril. Ela é empurrada um pouco para o lado e ataco por cima, mas ela consegue defender com um pouco de esforço.

–O que foi Yomi? Que aconteceu com seu poder de deusa que você recuperou? – sorrio.

–Você ai ver! – ela flutua com sua magia negra em volta.

Também faço isso, mas tenho fogo em volta de mim.

As trevas de Yomi em até mim, meu fogo colide com elas e Yomi o corta e voa até mim. Me ataca e ficamos nos encarando por alguns milésimos de segundos, aí ela vai pra trás e vou até ela. Ataco por baixo, ela defende, mas ainda tenho outra espada. E a uso pra acertá-la, vai bem em seu queixo e ela cospe algo negro ao invés de sangue. Me afasto um pouco e tento acertar seu coração, mas ela defende e vamos pra parede pela força da colisão, a parede quase quebra.

Yomi quase acerta minha garganta e eu machuco seu pra com uma das espadas, jogo fogo nela e me afasto.

Tudo isso aconteceu em segundos, só pessoas mágicas conseguiriam acompanhar bem.

Yomi surge do meio da fumaça, está só descabelada e com raiva.

Investe rapidamente, defendo com a espada esquerda e acerto sua cabeça com a outra. Ela não gosta e tenta me ferir novamente, mas desvio e vou machucar seu tronco. Ela age rápido e tenta impedir, as lâminas se encontram tão fortemente que somos afastadas. Ela não parece estar mais se divertindo, está perdendo e isso é ótimo pra mim.

Yomi deixa o trabalho pra suas lâminas de trevas, mas eu consigo ver sua rota e me defender. Resolvo fazer algo diferente, faço as lâminas voltarem-se para sua dona. Ela defende-se de algumas, mas não consegue desviar de todas. Acertam várias partes de seu corpo e desaparecem. Ela está mais fraca, dá pra ver, sangue negro sai de si.

–Vai me pagar! – ameaça ela e aperta a foice mais forte.

Faz um movimento rápido e tenta me ferir de novo, desvio sua foice para o lado, só fez um arranhão em meu braço. Então vou perfurá-la com minha outra espada, estou tão perto, mas ela percebe e materializa um pequeno escudo. Aí a coisa fica feia: ela quase acerta meu peito e sou atirada à parede. Yomi soca minha barriga tão forte que ouço estalidos, cuspo sangue. Perco as espadas.

–Descanse em paz! – diz Yomi prestes a me matar.

Isso não é um sonho, vou morrer.

Ela posiciona a foice e bem na hora em que ia perfurar meu coração aparece uma grande luz. Em volta de nós há círculos de magia brilhantes. Yomi parece ser sugada para o chão e cai formando uma cratera nele. Correntes prendem seus braços e pernas.

–Hã? Não! Não! – ela volta à sua forma normal – Não! Amaterasu sua...

–Cale a boca Yomi! – há uma mulher de pé na frente dela.

A mulher é a mesma que vi na lembrança e parece ainda mais poderosa ao vivo. Jun e Washi estão parados atrás dela. Jun me vê.

–Higure-chan? – ele fica estupefato.

Não sei se é porque estou voando ou porque estou pegando fogo. A mulher também me olha.

–Filha? – parece emocionada – Você...

Desço até ela, um pouco confusa.

–Mãe... – murmuro.

–Akari... – ela se aproxima e me abraça – Me desculpe, me perdoe!

–Ai que choradeira! – Yomi fica reclamando no chão.

–Cala a boca! – ordena Jun.

Amaterasu chora me abraçando.

–Eu não devia ter sido tão ignorante, tão insensível. Não entendi porque você e Washi fizeram aquilo, estava com medo de perdê-la e não vi que se amavam de verdade.

–Mãe, até uns dias antes eu era uma garota normal e de repente tudo isso aconteceu – digo – Eu não estava preparada e confesso que nem lembro o que aconteceu entre nós.

–Só quero que me perdoe.

–Claro – aceito – A culpada disso é Yomi e não você.

Amaterasu me solta.

–Yomi me enganou direitinho, mas agora deve ter sua punição.

Yomi fica apreensiva e tenta se libertar, receio que a punição só nos prejudique.

–Mãe, Yomi só precisa ficar um tempo no Inferno sozinha – proponho – Ela não vai poder fazer nada estando presa. Mas se você machucá-la ela pode querer vingança.

–Hum... Então está bem – concorda ela – Você vai ficar um bom tempo em casa.

Ela fez Yomi começar a desaparecer.

–Não! Você não pode me manter presa pra sempre! Vou voltar mais cedo ou mais tarde! – grita Yomi – Vocês vão ter minha vingança!

E Yomi some, foi para as profundezas do Inferno.

–Parece que deu tudo certo! – Jun vibra – Estamos livres!

–Mas e Izanagi? – lembra Washi – Ele foi salvar Susanoo.

–Não se preocupem – Amaterasu mostra um holograma, nele Izanagi e Izanami estão deitados num gramado conversando felizes – Eles resolveram fazer as pazes.

–Que bom! – exclamo – Tudo está bem!

–E agora? O que faremos? – pergunta Jun.

–Vamos unir a família – Amaterasu abraça eu e Jun.

Olha pra Washi que parece por fora e diz:

–Você também é da família, venha.

Washi fica confuso, mas logo entra no abraço também.

–Ah, ele é da família por quê? – indaga Jun.

–Porque minha filha se casará com ele – responde ela.

–Quê?! – perguntamos.

–Sim – afirma – Vou ajudar no que precisar.

Washi sorri emocionado, também me sinto um pouco feliz, ainda tenho dúvidas, mas talvez... Talvez eu goste mesmo de Washi. O abraço fortemente, chorando de emoção. Jun resmunga algumas vezes por não gostar de Washi, mas eu gosto.

–Eu te amo, Washi.


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Notas finais do capítulo

Yey! Higure e Washi vão se casar. Mas ainda resta uma pessoinha que não foi para o Inferno ainda. Adivinhem quem?