A Missão escrita por StefaniPPaludo


Capítulo 36
Capítulo 23




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– Vamos começar o nosso passeio — falou Alexandre, irônico.

Estávamos entrando no palácio do governo. Um edifício luxuoso, com quatro andares situado perto do quartel. A fachada tinha longas colunas, com desenhos esculpidos em pedra. O primeiro andar tinha algumas janelas onde podíamos enxergar o interior do prédio, e a vista exterior dos demais andares era de grandes espelhos fixados na parede, que refletiam todo o ambiente do lado de fora. Olhando o palácio como um todo, percebíamos um ar antigo e moderno ao mesmo tempo.

Entramos pelo hall de entrada, onde encontramos uma típica ala de recepção, muito parecida com a de qualquer consultório médico. Uma mulher sorridente estava sentada a uma mesa em frente a porta e ficou nos olhando curiosa enquanto cruzávamos seguindo Alexandre que apenas lhe acenou com a cabeça e continuou seu caminho.

Thomas, hoje, foi quem veio ajudar o Alexandre e ele permanecia no fim do grupo dos alunos, nos cuidando e vigiando com pouca paciência. Essa tarefa, a do tour pelo prédio do governo, é a penúltima antes da nossa formatura. Amanhã só teremos que passar o dia tomando injeções e vacinas para todo tipo de doença e vírus existente e depois acabou.

Passamos por um longo corredor, com as paredes douradas, um tapete todo o comprimento na cor vermelha e um lustre cheio de cristais no meio do espaço. Nos dois lados do corredor era uma imensidão de portas, uma ao lado da outra, como um labirinto para quem não conhece.

Alexandre parou numa das extremidades do corredor e se virou para nós, esperando que todos estivéssemos prestando atenção nele para falar:

– Primeiro andar. Aqui onde ficam os assessores do governo. Cada sala dessas é de um deles.

– O que os assessores fazem? - Eric era um dos primeiros alunos no corredor, bem na frente de Alexandre.

– Eles assessoram os governantes. - Alexandre disse como se aquilo explicasse tudo, mas para mim ainda estava confuso. - Vamos seguir para o segundo andar.

Ele abriu as últimas das portas do corredor ao lado esquerdo e seguiu em frente. Era uma escada, pouco iluminada e onde passavam no máximo duas pessoas lado a lado. No fim da escada encontramos um amplo salão, sem muitos móveis a vista, apenas um que outro sofá de couro. Em uma das paredes existiam duas portas de metais, parecidas com as de um elevador.

– Aqui tem elevador? - Carol indignada havia deduzido a mesma coisa que eu.

– Sim. - Alexandre nem se deu ao trabalho de olhar para ela ao responder.

– Então porque não subimos com ele?

Agora Alexandre se virou para ela e se aproximou, ficando a alguns centímetros a sua frente:

–Primeiro motivo: eles só são usados por pessoas importantes. Segundo motivo: não caberíamos todos no elevador. Terceiro motivo: vocês precisam manter a forma física. Mais alguma coisa? - seu pergunta era mortal, como se dissesse, cale a boca e não me importune se quiser permanecer bem.

Achei que Carol, do jeito atrevida que é, fosse querer mais alguma explicação, então me intrometi antes que ela respondesse:

– Viemos no segundo andar, Carol. Nem valia a pena esperar o elevador.

Alexandre deu uma última olhada para nós duas, nos analisando dos pés a cabeça, e depois que teve certeza que não íamos falar mais nada, foi andando para o meio da sala:

– Aqui o segundo andar, com a sala de banquetes, a sala de reunião, biblioteca e cozinha. Vamos passar por cada uma das salas. Só olhem e não mexam em nada. Isso é uma ordem. E saberemos se alguém desobedecer, existem várias câmeras espalhadas. Thomas ajude a vigiar eles.

– Pode deixar —Não havia percebido que Thomas estava atrás de mim e dei um leve pulo quando ele gritou.

Passeamos pelo andar silenciosamente, com Alexandre em nossa frente e Thomas na nossa retaguarda. Conhecemos o salão de banquetes, uma sala muito luxuosa com vários lustres, tapetes, quadros,... existia uma mesa gigante no meio do salão, com mais de quarenta cadeiras ao seu redor e mesas um pouco menores ao seu lado. Em cima de cada mesa, tinha ainda, um vaso com flores multicoloridas que davam um odor agradável ao ambiente.

A sala de reuniões, era uma sala completamente clara, iluminada por muita luz artificial. Ela tinha em um canto uma mesa parecida com a de jantar, com várias cadeiras ao seu redor e no restante da sala, mesas individuais de escritórios. Vi também um data show direcionado a parede branca principal e vários computadores.

E por fim a biblioteca era como se esperava. Uma sala cheia de estantes com uma infinidade de livros, separados por várias características.

Não fomos conhecer a cozinha, porque ninguém era autorizado a ir lá, e os cozinheiros estavam trabalhando e não podíamos atrapalhá-los.

No terceiro andar, mais uma vez nos deparamos com um corredor que percorria o andar inteiro. Essa gente gosta desse tipo de corredor, pensei. Logo no começo tinham dois guardas um de cada lado do corredor. Eles estavam vestido com o uniforme militar e seguravam um fuzil. Alexandre e Thomas se aproximaram deles e falaram alguma coisa. Os soldados não se mexeram, permaneceram parados, dando um leve aceno com a cabeça para Alexandre e Thomas, que fizeram sinal para que seguíssemos pelo corredor.

Existiam quatro portas de cada lado do corredor e em cada uma havia um guarda imóvel. Nas três primeiras portas cruzamos reto e Alexandre apenas disse:

– Esses são os escritórios dos governantes. Falaremos sobre isso depois. - Continuamos o caminho e ele abriu uma outra porta, entrou, e depois de alguns instantes falou que podíamos entrar também.

A sala tinha alguns computadores, alguns monitores com imagens do palácio, papéis, uma mesa, entre outras coisas. Ao contrário da sala de reuniões era uma sala muito pouco iluminada e as paredes pintadas por uma cor escura quase preta. Três militares estavam lá dentro. Um vigiando os monitores e outros dois nos computadores.

– Essa é a sala dos militares. - Alexandre começou a explicação — É onde os soldados que trabalham aqui se reúnem para decidir o que for preciso. Como se fosse o quartel-general aqui dentro do prédio. Temos soldados trabalhando nas mais diversas tarefas aqui 24 horas por dias, em turnos alternados. Agora vamos seguir a diante.

Ele saiu da sala e apontou para as próximas duas portas, uma em frente a outra:

– Os quartos onde os visitantes ficam hospedados. E ali daquele lado — levou a mão para a última porta do lado esquerdo — A sala da sauna e massagem, onde nossos governantes relaxam depois de um dia estressante.

Que mordomia. Queria eu poder mandar e desmandar em um país inteiro e depois vir curtir uma massagenzinha. Mas eu não era a governante. Eles tinham qualquer coisa que queriam.

– E a sala das câmeras de monitoramento. - Alexandre abriu a última porta, e todos nós espiamos para dentro. Cinco militares estavam ali sentados, olhando para as paredes que eram cheias com várias telas de diversos tamanhos que mostravam imagens de todos os cantos do palácio e também algumas partes do país, pelo que eu percebi. - Esses são os responsáveis por manter um olho atento em tudo que acontece em Tazur. Qualquer mínimo problema eles comunicam seus superiores, que avisam os governantes.

Saímos e fomos para as escadas, Alexandre e Thomas tinham ficado pra trás e alguns dos alunos já começavam a subir para o quarto andar quando Thomas gritou:

– O que vocês tão fazendo idiotas? Não podemos ir lá em cima.

Os alunos voltaram, claramente constrangidos e de cabeça baixa.

– Esperem as minhas ordens — rugiu Alexandre — No quarto andar é onde ficam os aposentos pessoais dos governantes e o data center com toda a informação existente em nosso país. Ninguém além dos guardas que trabalham lá em cima, dos guardas pessoais dos governantes e deles próprio tem acesso aquele andar. Vamos descendo. Os governantes nos encontrarão na sala de reuniões daqui a alguns minutos.


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