A Madrasta escrita por Malia


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Olha só quem voltou bem rapinho!!
Como eu disse, ao atingir os dez comentários eu postava; bom, atingiu ontem e eu teria postado ontem mesmo se tivesse visto haha.
Obrigada a todos vocês pelos comentários e favoritos, elogios e tudo mais ;)
Espero que curtam e nos vemos lá em baixo!
Boa leitura...



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Passado, futuro e presente. Fases da vida, da qual devemos estar devidamente preparados.

O passado, por mais que já tenha ido, ele pode voltar, para atormentar o presente, assim, involuntariamente, o futuro.

A Madrasta– Capítulo 3

Era por volta das dez da manha e eu estava na casa do Diego. Ele ainda estava com aquela cara de sonso, que para mim, já era normal.

— Fala serio! Você vai mesmo ficar fugindo da sua própria casa? — Diego resmungava, enquanto eu jogava nele algumas bolinhas de papel.

— Por enquanto sim — sorri irônico. — Acho que vou entrar para a faculdade — comentei, e assim como eu esperava, sua reação não foi das melhores. Ele, literalmente, caiu da cama onde estava deitado e gritou um palavrão com o susto. Apenas fui capaz de soltar uma risada.

— Ficou maluco, seu idiota? — rosnou indignado, fazendo esforço para não gritar. — Se você entrar na faculdade, minha mãe vai me obrigar a entrar também, já que ela me acha um vagabundo. E eu não quero ir para a faculdade — berrou a última parte. Joguei minha cabeça para trás, tapando os ouvidos, de susto. — Me lembro perfeitamente da época do colégio... Trabalhos, professores, trabalhos e estudo. — fez uma cara engraçada; pelo menos para mim. — Só de lembrar me dá náusea.

Não falei nada, apenas ri o mais alto que pude. Diego é uma pessoa dramática. É impressionante como ele consegue transformar algo simples em uma tempestade terrivel.

— Estou brincando, cara — falei em meio a risada e ele me tacou um travesseiro. — Aí — resmunguei.

— Não faça mais isso, seu desgraçado. Faculdade ou qualquer outra palavra relacionada a... estudar, é proibida para mim.

— Ta bom então... — concordei, com as mãos ao alto. — Mas agora, falando serio, eu não posso ficar mais me sustentando com o dinheiro do meu pai. Já sou maior de idade — proferi com certo desafeto ao dizer as palavras meu pai. — Condeno as atitudes dele desde a morte da minha mãe, mas é o Carlos que me sustenta, então creio que não sou tão diferente dele... — ri amargo.

— Claro que não, mano. O seu pai é um completo mostro — falou, e por mais que eu soubesse que era verdade, eu não conseguia me privar de ficar triste. — Mas, se você quer um emprego, podemos procurar um — disse, dando de ombros. O olhei confuso, não acreditando muito nas suas palavras. — Pra você, León. Eu não trabalho nem fodendo. Alias, só fodendo mesmo — riu descarado e eu fiz o mesmo. — Eu ainda tenho a herança que minha avó me deixou, então não dependo dos meus pais. E não pretendo trabalhar. Ainda quero me divertir muito.

— É, mas toda a fortuna da minha mãe está com o meu pai. Ele diz que eu não tenho direito em tê-la — já era a decima vez que entravamos naquele assunto desde que meu pai foi fazer a viajem.

Você tem uma herança enorme dos patrimónios da sua mãe e o seu pai não quer que você toque nela. Cara, sua família é complicada de mais até pra mim — brincou, em um tom serio.

— É eu sei — murmurei, enquanto via uma foto do Diego e da mãe dele. Incrivelmente, eu não tenho nenhuma da minha mãe. — Ele me tomou tudo. Até mesmo as coisas que me lembrava dela — suspirei, um tanto quanto frustrado.

— Isso vai se resolver apenas quando você criar coragem e enfrentar o seu pai, mano — tocou no meu ombro, se achando o conselheiro. — Agora, vamos, porque eu estou morrendo de fome

~ ~

Depois de passar o dia fazendo absolutamente nada — alias, quando eu e Diego fomos até o mercadinho da esquina de sua casa, ele conseguiu o numero da atendente gata. Esse moleque é muito sortudo — nós decidimos ir até a minha casa, porque a tia Clara, no caso a mãe do Diego, disse que não aguentava mais ver a nossa cara.

Ela é um verdadeiro amor.

— Anne, minha princesa, eu estou aqui — assim que entramos Diego gritou a empregada de casa.

Ele tinha um grande afeto por ela, assim como eu. Desde que me entendo por gente ela trabalha aqui, e desde que entendo um pouco mais, sou amigo do Hernandez. Então, Anne acompanhou nossas fazes e esteve aqui comigo desde sempre. Comigo e com o folgado do meu melhor amigo, claro.

— Pare de gritar — mandei, enquanto me jogava no sofá. Ele apenas deu de ombros e se sentou ao meu lado, pegando o controle da televisão da minha mão.

— Meninos! Pensei que não os veria mais hoje — logo Anne chegou, e Diego foi correndo abraça-la e como o galanteador – que ele acha que é - a encheu de elogios.

Anne deve ter por volta de uns quarenta e cinco anos, e na ausência de minha mãe, ela foi uma das que mais esteve ao meu lado. Mais até do que o meu próprio pai. E eu a amo como se fosse da minha família.

— Estão com fome, meus queridos? — perguntou simpática.

— Na verdade não — neguei, sorrindo fraco, enquanto passava os canais na teve.

— Fale por você, porque eu estou.

— Você sempre está com fome, Diego — zombei dele, e o mesmo me lançou um olhar mortal.

— Gasto muita energia, tenho que repor elas de alguma forma...

Parei de ouvir o que ele estava dizendo e comecei a me concertar em um filme qualquer que passava. Por um breve instante pensei em Violetta, e o motivo de ela não querer sair daquele quarto de hospedes de dia. Ou no caso, quando há alguém em casa.

Era estranha a forma como ela agia perto do meu pai. As vezes, a noite, eu o ouço chama-la, mas não escuto nenhuma resposta da mesma. As atitudes de Carlos sempre foram suspeitas para mim, mas a desse noivado já está se tornando um mistério. Ela não gosta dele, e isso, para mim, é obvio. Então só me vem duas opções em mente:

Ou ela está aqui pelo dinheiro. Ou é alguma sem teto que está louca para dar o bote.

Mesmo com tudo isso, me sinto mal por ela. Porque, definitivamente, essa garota não sabe aonde está se metendo.

— León?! Terra chamando Vargas — Diego falava, um pouco alto, no meu ouvido.

Dei um soco em seu braço e voltei a prestar atenção no filme. Ele, como o folgado que é, se deitou no outro sofá e fez o mesmo.

— Onde está sua madrasta? — perguntou, depois de alguns minutos em silencio entre nós.

— Ela não é minha madrasta — resmunguei, desconfortável. — Ainda pelo menos.

— Tá, tá, tá; já entendi. Mas aonde ela está? — novamente perguntou, dessa vez um tanto impaciente.

— Não sei. Cheguei junto com você, não foi? Não á vi.

Ele não disse nada, apenas continuou a prestar atenção na única coisa que estava interessante ali: aquele maldito filme.

Me virei para o lado e fechei os olhos, me entregando pouco tempo depois, ao cansaço que ando sentindo constantemente.

Dormi estava sendo minha melhor opção naqueles dias. Pelo menos quando eu durmo, sonho com as coisas que realmente importam para mim, e me esqueço completamente desse mundo cruel do qual sou obrigado a viver.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Curtiram?
Novamente, DEZ comentários atingidos e eu posto o próximo. Esse não teve a presença da Vilu, mas o próximo terá.

PERGUNTINHA:
Vocês preferem capítulos maiores? Se sim, eu faço. Estou fazendo esses menores porque fico com medo de a leitura ficar cansativa. Mas se quiserem...

GENTE eu planejo fazer o seguinte: Até o capítulo 15 ou 20 eu farei a fanfiction narrada pelo Vargas, depois pela Violetta, explicando como ela foi chegar ali KKKK
O que acham?
Se quiserem me chamar por MP, ficarei muito contente em conhece-los um pouco mais ;)

Beijos e até ♥