– Eh... Porque nós estamos aqui mesmo? – o menino de cabelo branco perguntou

– Nós nos metemos numa briga... Numa briga incrível – ri

– E... A gente ganhou? – ele parecia um pouco inconsciente...

– Hã... Na verdade... Não. – respondi

– Bem, pelo menos você é sincero. Novo por aqui?

– Arrã. –respondi

– Sou veterano... Jack Frost.

– Soluço Haddock.

– Quando chegou?

– Faz uma meia hora...

– E já arrumou uma briga? Você deve ser legal. Vamos ser amigos.

– Ah é? – Um amigo? Sei lá... Mesmo assim, assenti com a cabeça.

– Sr. Haddock, Sr. Frost, por favor, entrem. – a diretora nos chamou. Naquele momento ela parecia um *pouco* chata

Quando eu e o Jack entramos, eu vi que o Melequento tava chorando no fundo da sala. Eu e o meu “amigo” quase explodimos de gargalhadas, mas eu não queria ser expulso no primeiro dia... A diretora Elinor deu um sermão chato pra caraca, cujo nem eu, nem o Frost demos a mínima (quando a gente tava jogando secretamente Pedra Papel e Tesoura).

Depois de alguns minutos, ela nos dispensou e saímos andando por aí. Eu reparei algumas coisas naquele momento...

1- Melequento pode ser um bebê chorão

2- Jack Frost é muito legal (e ótimo em Pedra Papel e Tesoura!).

3- Sem ofensas, mas a diretora Elinor dá sermões muuuuiiitoooo chatos.

Eu e o Jack nos despedimos e fui à secretaria para saber qual seria o meu quarto no dormitório. Quando cheguei lá, uma mulher com o cabelo preso num rabo de cavalo e com uma cara meio mal humorada disse:

– Está precisando de algo?

– Bem, na verdade sim. – afirmei- eu preciso saber o número do meu quarto... – li o crachá dela- Vidia? É. Vidia, né?

– Afirmativo. Qual é o seu nome? – ela perguntou-

– Soluço Horrendous Haddok III. – respondi e ela começou a mexer no computador

– Sabe o que eu ouvi dizer? – eu fiz que “não” com a cabeça – Nomes estranhos tiram os males das pessoas

– Eu ouvi falar disto também...

– Aqui, senhor Haddock. Seu quarto é o 9116. E seu colega é o... Sr. Frost.

– Frost? – perguntei

– Sim. – ela afirmou

– Jack Frost? – ela fez que sim com a cabeça

– Aqui as chaves. – ela me deu – Espero que não tente ser o tipo de aluno novo que vira popular de dia para noite, moleque.

– Como assim?

– Uh, nem tente falar com a Merida nem outra garota bonita e destrua os seus sentimentos, imbecil. Não se enturme com a galera popular para o seu bem. Nem tente ir para uma fraternidade, Soluço.

– Nossa, obrigado. – eu saí daquela secretaria infernal, murmurando besteira. Qual é o problema dela?

Tinha ficado bem feliz com a ideia de o Jack ser meu colega de quarto. Eu cheguei lá e bati na porta

– Quem é? – ele perguntou

– Adivinha. – disse

– Não pode ser...

– Mas é o que está acontecendo. – ele abriu e sorriu e riu a me ver

– Você é o meu colega de quarto? – assenti e entrei lá. Caixas de pizza vazias e meias por todo o lugar... Meio sujo, mas fazer o que? O Jack é super legal! Nós nos ajudávamos muito mesmo. Eu ajudava com ele na Matemática, ele me mostrava truques na Pedra Papel e Tesoura, eu dava cheats no GTA pra ele, ele me ensinava como conquistar as gatinhas...

O pior foi no dia seguinte... Desde que nós dois saímos do quarto, todo mundo, repito TODO MUNDO ficou reparando na gente. Só que a aí o Melequento e sua “gangue” nos pararam.

– Agora ferrou – Frost suspirou

– O que foi Frost? Eu não te ouvi!

– Não basta ter meleca, tem que ter cera no ouvido pra não ter ouvido? – Jack riu

– Frost vê se fica quieto? – Não podia ser... Merida? Na “gangue”?

– Oi Merida. –eu acenei e ela me ignorou completamente

– Vamos cair fora, amor – ela deu um beijo no Melequento – nós somos muito legais pra eles, de qualquer jeito.

A única pessoa que parecia ser um pouco legal pra gente era a Punzie, uma amiga do Jack. Embora de ela sendo fofa, gentil, delicada, gentil e linda ela tinha um problema: ela era muito curiosa. O meu primeiro tempo naquele dia foi à aula de matemática. Nós iríamos ter aula com a professora Roxanne Ritchie. Quando cheguei à sala, uma mulher de cabelo curtinho castanho e olhos verdes disseram:

– Olá, sou a professora Ritchie – ela sorriu.

– Bom professora. Eu sou Soluço Haddock. – sorri

– Soluço Haddock hm... Ouvi falar de você. Oh sim... Você e o senhor Frost ficaram encrencados ontem, não é? - ela perguntou e eu assenti

– Bem, vou ficar de olho em vocês dois então! Seus... “bad-boys” – ela riu e eu tive que rir (também eu não queria ser suspenso algo do tipo...) – Sente-se, por favor, Soluço.

Embora da professora ser um *pouquinho* cafona, curti ela. Ela ensina Matemática de uma maneira mais divertida. Além do mais, acho que das duas professoras que já conheci ela foi a mais legal. Quando o sinal bateu, eu saí correndo para a próxima sala.

Meu próximo tempo era de Artes (com a professora Toothiana) e depois a aula de Ciências (com o professor Megamind). Após esses dois tempos seria o intervalo.

Eu parei e vi por um instante a Merida num corredor vazio brigando com o Melequento. Será que eles iriam terminar? Será que eu teria uma chance com ela?

– HEYYY! – A Punzie, tipo uma ninja saiu do meio do nada e quase me deu um ataque do coração.

– Jesus Cristo! – sussurrei – Fica quieta!

– O que você tá fazendo? Coisas de nerd?

– N-não... Eu não sou um nerd...

– Eu vi seu currículo e descobri que a sua menor nota durante sua vida TODA foi um B+.

– Okay, okay! Mas pelo amor de Berk fica quieta!

– Berk? O que diabos é Berk? – ela perguntou

– Só fica quieta e olha! – sussurrei

Nós ficamos observando por um tempo a briga e no fim os dois foram pra caminhos diferentes. A Mavis, a Anna, a Elsa e outras garotas apareceram para consolá-la.

Senti-me bem triste por ela... Mas olha o lado positivo: Merida solteira + Soluço solteiro = Namoro!

– Vem! – Punzie me chamou

– Por quê? – perguntei

– A nossa aula de artes começa já, não quero me atrasar! – ela pegou minha mão e saímos correndo