Era para ser você escrita por Tamires Rodrigues


Capítulo 30
Exposição de fotografia


Notas iniciais do capítulo

Oi gurias volteeeeeeeeeeei como demorei pra postar esse capítulo vou dar um spolier do próximo MABUCHI VAI APARECER... COMO VAI SER ESSE ENCONTRO SERÁ SURPRESA (MÚSICA DE SUSPENSE...)

Queria pedir uma ajudinha procês eu tenho um blog e queria saber se podem me ajudar a chegar a 100 membros (sim, tô aqui mendigando HAHAHAH), maaaaaaaas prometo que se me ajudarem posto dois capítulos novos na corrida com direito a beijos.... (de quem será os beijos é surpresa também...) ♥



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Passava um pouco das sete da noite e eu estava deitada na cama de Meredith, com Loki cochilando aos meus pés. Mer estava tomando banho e cantava tão alto que eu tinha certeza que o andar inteiro podia ouvi-la. Era sem dúvida a pessoa mais animada do apartamento. Pensei em cancelar nossos planos, mas sabia que ela falaria disso pelos próximos meses e se lembraria disso até o dia da sua morte. Ela conseguia ser dramática quando queria, e além do mais, bastaria ela fazer o famoso biquinho para me convencer a sair.

 Então, depois de passar a tarde com Jack e Julyan, vim direto para o seu apartamento. Mas na verdade, meu estado de humor refletia o de Loki, com sono, o que me fez lembrar de uma frase que minha mãe sempre dizia: "Não sei como cabe tanto preguiça nesse lombo, guria!". Anos se passaram e eu ainda não sei a resposta.

 Tirei o celular do bolso da calça e procurei uma música animada. Quando o assunto era música eu tendia a ser muito eclética. Vasculhei minhas playlists dando risada ao ler os nomes.

 Playlist para correr.

 Playlist para sentir sono.

 Playlist para limpar a casa e mexer o esqueleto.

 Playlist para não matar o Mabuchi.

 Ri alto com a última, acordando Loki, que logo em seguida voltou a dormir.

 Abri a intitulada: "para não matar o Mabuchi".

 As músicas variavam desde Beyoncé até a Tiago Iorc (eu tenho um fraco pelo Tiago Iorc).

 Acabei decidindo não ouvir música nenhuma, para afastar da minha mente qualquer coisa relacionada a Mabuchi. Eu ainda tenho que contar para Mer sobre o sonho. E Jesus me ajude, pois a reação dela vai ser escandalosa, tenho certeza.

 Como eu já tinha tomado banho antes de ir até o parque, pude ficar deitada a esmo por mais um tempo. Pensei em mandar mensagem para Will, mas desisti, pois não sabia o que dizer. Pateticamente, bloqueei e desbloqueei a tela do celular. O app embuscadoamor.com chamou minha atenção e sorrateiramente o abri.

 Havia algumas notificações que tinham me passado despercebidas.  Sentei na cama erguendo a sobrancelha pela quantidade de ois e tentativas de conversas. Na verdade eram apenas cinco ois, mas como diria meu pai, eu me impressiono fácil demais. Abri a primeira janela de conversa e fui fazendo isso sucessivamente. O primeiro cara a puxar assunto se chamava Finn. Achei ele apressado demais, já que foi logo tentando um encontro. O segundo se chamava Jordan, sua mensagem consistia em um oi e um elogio. Bufei e fui para o próximo, Evan, e fui incapaz de não rolar os olhos. Se eu tinha achado Finn apressado, Evan era ainda mais digno da palavra. Sua mensagem era a seguinte: Olá, te achei muito gata, que tal me mandar um nude para eu ter certeza?

 Fechei o aplicativo balançando a cabeça em desagrado. Onde estavam os caras dos livros que sempre leio? Sei que ninguém é perfeito e para ser sincera, nunca quis e nem acho que um dia eu vá querer alguém num cavalo branco, mas um bom papo é fundamental. Bom Deus, qual é o problema desses caras? Porque pular tão desagradavelmente o flerte inicial?

 Para mudar de assunto fui pesquisar sobre a exposição que iríamos. Meredith tinha comentado anteriormente que o tema da exposição seria o amor, mas eu havia me esquecido e fiquei agradavelmente surpresa com esse fato. Mais animada, decidi começar a me arrumar.

Meredith ainda cantava quando tirei da mochila o vestido que eu tinha escolhido para usar. Era um vestido preto com alguns recortes discretos na parte da cintura. Foi o primeiro vestido que comprei em Nova York e estranhamente era a primeira vez que eu o usaria.  Esperava que ainda me servisse, já que havia ganho alguns quilinhos a mais desde que tinha saído do Brasil. Passei os dedos pela barra sorrindo de leve. Eu lembrava exatamente a minha sensação ao tê-lo encontrado em promoção. Êxtase puro e genuíno. 

Era uma tarde de sábado e eu me sentia sozinha e deslocada. Nova York era um sonho, mas eu estava longe da minha família, longe de casa pela primeira vez e isso estava me desestabilizando. Para aliviar as saudades, eu havia resolvido dar uma volta pela rua e conhecer coisas novas. As pessoas caminhavam apressadas segurando seus cafés e celulares, ignorando minha presença. Ao mesmo tempo em que isso era assustador, era reconfortante.

Entrei em um dos muitos brechós espalhados pelo meu bairro, sem grandes expectativas, mas depois de uns cinco minutos de garimpo encontrei, entre os cabides, a peça mais bonita do lugar. Um vestido lindo, que por um acaso fortuito do destino, ninguém ainda o havia comprado. Um verdadeiro achado, sobretudo para alguém tão azarada quanto eu.

Encontrar esse vestido em promoção, percebo agora, foi bem mais que um golpe de sorte. Encontrá-lo ajudou a me lembrar de tudo o que passei e enfrentei para realizar meu sonho de estar em Nova York. Era mais do que uma simples peça de roupa. Fazia sentido de que eu nunca o tivesse usado até agora. 

Virei para trás e sorri para Loki que estava acordado me olhando.

— Feche os olhos enquanto tiro a roupa! – censurei-o, rolando os olhos para mim mesma.

Tirei meu jeans e camiseta e fiquei de lingerie me admirando em frente ao espelho. Quando eu era adolescente costumava fazer isso, mas com outro motivo. Minha adolescência foi dolorida e complicada. Eu era constantemente comparada com Clara, minha prima que era posta num pedestal pelos meus avós e tia, e isso fazia que eu odiasse quase tudo em mim e no meu corpo. Comecei a alisar meus cachos aos doze anos e isso durou até os meus dezesseis, pois estava cansada demais de ouvir críticas de como meu cabelo não era bonito. Era duro me aceitar, quando o tempo todo exigiam que eu fosse outra pessoa. Só comecei de fato a perceber o quanto estava errada, ao me importar com a opinião alheia, quando quase perdi todo o meu cabelo depois de uma progressiva mal sucedida. Foi aí que meus pais interferiam e para ser sincera não sei que tipo de mulher eu seria hoje sem essa interferência. Uma semana depois de quase perder meu cabelo minha mãe e eu quebramos minha chapinha, jogando-a repetidas vezes na parede do meu quarto. Foi como tirar um peso dos ombros.

Obviamente eu não passei a me amar de um dia para outro. A transição do meu cabelo foi demorada, tão demorada quanto minha própria aceitação de mim mesma. E até hoje não conheço uma mulher sequer que não tenha tido uma crise existencial. Hoje me orgulho disso, orgulho-me de tudo que já enfrentei para me aceitar e amar minhas curvas. Alguns dias ainda quero mudar um milhão de coisas em mim, mas em outros, olho para cada estria das minhas curvas traseiras, cada culote e me acho linda, ou como minha mãe diria, fabulosa.

— Que lingerie maravilhosa! – Meredith me elogiou ao entrar no quarto enrolada numa toalha.

— Obrigada! – falei tirando os olhos de mim mesma do espelho. – Ganhei da minha melhor amiga.

— Quanto bom gosto! – ela piscou me dando um tapa na bunda.

— Ei, por que essa agressão?

Ela deu de ombros e riu.

— Que roupa vai usar?

Apontei para o vestido em cima da penteadeira.

— Lindo! – ela assentiu com um sorriso se despindo da toalha.

— Porque você sempre tem que ficar pelada na minha frente? – indaguei também rindo.

Ela ergueu a sobrancelha, brincando.

— Não sei se notou, mas você está de lingerie em frente ao meu espelho.

Balancei a cabeça assentindo.

— Tá, você venceu.

 

***

 

Ao som da minha melhor playlist, começamos a nos arrumar. Meredith gostava de ouvir música brasileira mesmo sem entender nada. Era engraçado vê-la tentando cantar.

— Se você gostou dessa, – eu disse rindo vasculhando mais uma das minhas playlists no Spotify – precisa ouvir essa. Dei risada quando a música (turu turu) de Sandy e Junior começou a tocar.

— Qual a tradução dessa? – Mer perguntou assim que a música começou a tocar.

Cantei a primeira parte para ela com um sorriso enorme.

 

 Esse turu, turu, turu, aqui dentro

 Que faz turu,turu quando você passa

 Meu olhar decora cada movimento

 Até seu sorriso me deixa sem graça

 

Continuamos ouvimos as músicas mais aleatórias possíveis até que estivéssemos prontas, e modéstia a parte ficamos lindas (ainda mais...).


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Notas finais do capítulo

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