Guilty Angels escrita por ZodiacAne, Indy


Capítulo 15
Capítulo 15 - Apenas amigos


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo, gente.
Espero que gostem! :3



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Meu pai nos colocou no carro dele e o motorista começou a dirigir para o local. Minha curiosidade infantil me cutucou e eu acabei perguntando para quebrar o silêncio mortal que se instalou no carro:

–Para onde estamos indo, pai? Será que pode responder?

–Calma, Niels, não fique exaltado. É de uma amiga minha e parente de uma amiga de vocês.

–Suponho que seja aquela mulher que falou com o Shayera. - comentou Joseph

–Boa, Detetive. É ela mesmo! - sorriu – Se bem que, ela já é uma senhora praticamente.

–Como assim?

–Ela já passou dos quarenta, mas não aparenta tudo isso.

–Tá conservada então. - soltou Athos

Todos nós rimos.

–Realmente... - respondeu meu pai – Bem, ela chamou vocês para tocar no aniversário dela junto com a neta.

A vó da Shay? Aquela mulher é a vó da Shay? Quero saber quais são os produtos que ela usa para parecer tão jovem. Ela tá melhor que minha mãe. Só espero que não seja um processo de mumuficação.

–Ela deve ter sabido da gente através da Shay então.

–E de mim! Eu tenho que vender os meus garotos. - riu

Eu disse que meu pai era nosso empresário!

O caminho se seguiu contando os detalhes da festa, que roupa usariamos e que elas já estavam lá. E de como seria a nossa apresentação. Alguns minutos chegamos a uma mansão muito grande e muito bonita. Vi que só havia o carro do meu pai por enquanto, o que seria estranho, já que a Shay saiu praticamente junto conosco no carro da vó. Mas eu vi que eles desviaram no caminho. O que será que Shay foi fazer? Pela cara da vó dela, que parece ser igualzinha a Shay, elas foram fazer alguma maluquice ou só comprar uma roupa para Shay usar na apresentação.

Meu pai nos conduziu até o nosso camarim, que ficava em um dos quartos de hóspedes e lá estavam eles: Nossos ternos, só faltando o blazer. Calças pretas com suspensórios, camisas sociais brancas e gravatas de borboleta, de quatro cores diferentes.

–Cada um de vocês vai usar uma cor diferente. - disse – Niels é a vermelha; Stefan, a laranja; Athos, a rosa; e Joseph, a roxa.

Essa combinação de cores não me é muito estranha. Onde foi que eu já vi isso? Enfim, não importa. Nos vestimos e nos arrumamos. As roupas até que eram legais, mas eu preferia estar de jeans, uma camisa branca e jaqueta de couro. Se é que me entendem!

Eu fiquei ajeitando o meu cabelo no espelho e então Stefan perguntou:

–O que vamos fazer em relação a Vollux?

–O que quer dizer com isso? - devolveu Joseph

–O Niels também não quer cantar pop. Nós três só ficamos assim por causa dele e agora... Bem...

–Acho que não é uma boa ideia discutir isso agora. - justifiquei – Isso deve ser feito em uma reunião com muito calma. Não sejamos precipitados!

–O Niels tem razão. Não vamos decidir isso rápido e apenas alguns minutos antes de um show. - falou Athos

–Essa semana, um dia durante a tarde, conversamos sobre isso.

Ouvi o som da porta se abrindo e Athos soltando:

–Senhora Jessica Rabbit, não esperava sua companhia nessa festa maravilhosa!

Virei para ver e era Shay e realmente ela estava idêntica a Jessica Rabbit. Inclusive com a perna a mostra, onde pude ver um pedaço de plástico colado na coxa dela. Conclui que ela foram fazer uma coisa normal e uma maluquice. E o vestido acertou minhas vontades masculinas em cheio.

A vó dela a fez mostrar a tatuagem de rosa que fez a neta fazer. Dan apareceu também. A “senhora” saiu e depois os meninos também, deixando eu e Shay sozinhos. Ela arrancou o plástico da tatuagem mesmo comigo perguntando se não pioraria.

Ainda não tinha contado a ela o que aconteceu por causa daquela confusão com a Karmen na academia. E ela logo se tratou de perguntar e eu de responder. Recebi um abraço forte dela e antes de nos desvencilharmos, trocamos olhares e um instinto meu falou mais alto. Eu a beijei! E por mais tempo que deveria ou melhor, algo que nunca deveria ter feito. Para piorar a situação, o namorado dela assistiu a cena toda e entrou logo em seguida. Ele disse que estava tudo bem, que teve uma amiga com quem se comportava da mesma forma, porém a Shay saiu correndo. E eu fiquei lá, tentando entender o que havia acontecido, até que Athos apareceu.

–Cara, o Dan já não disse que tá tudo bem? Pare de parecer aflito dessa forma.

–Eu não posso beijar a namorada dele e estar tudo bem. Não me sinto bem com isso.

–Pelo jeito, pensou com a cabeça errada por causa daquele vestido.

–Vai se fuder! - reclamei e ele saiu correndo

Então, Dan entrou e veio falar comigo.

–Niels, tá tudo numa boa, cara. Você sabe que eu entendo a relação entre a Shay e você. Inclusive eu...

–Já teve uma amiga com quem fazia isso. - o interrompi – É que você é uma pessoa legal e não quero acabar com o tem com a Shay.

–Não está fazendo isso. Está é se preocupando e criando problema onde não tem. Deixe isso para lá!

Apenas assenti. Mas me veio a Shay na cabeça, o quanto ela ficou perplexa e o que meu pai me disse mais cedo... Não pode ser isso! Não tem que ser isso! A única coisa que fui capaz de fazer foi pegar o celular e mandar uma mensagem para Shay, dizendo:

Shay, me desculpe por ainda pouco. Acho que fiz uma coisa que assustou mais a nós dois do que o seu namorado. Como disse o Athos, acho que pensei com a cabeça errada ao te ver com esse vestido vermelho. Vamos fazer uma coisa? Vamos fingir que isso nunca aconteceu. Foi uma coisa de momento e acabou. Espero que possamos nos divertir agora e sexta a noite no estúdio de gravação.”

Enviei e vi o celular da Shay apitar em cima de uma mesa no canto do quarto. Merda!

Fomos a festa, atrás do palco, pouco antes da apresentação e nem Athos e Shay estavam lá. Mas eles apareceram logo. Dan desejou boa sorte a Shay antes de subirmos.

Troquei um sorriso com a Shay, que falou muito mais coisa que aquela mensagem que ela não tinha lido ainda.

O show foi uma maravilha. Cantamos algumas músicas com a Shay e algumas só da Vollux. Aproveitamos a festa, comemos e dançamos. Meu pai nos levou de volta mais cedo. Shay voltou no carro da avó.

A volta foi em silêncio mais mortal do que o nosso quarto quieto durante a noite. Estávamos cansados e eu muito aflito. O que aconteceu com a Shay não parava de marterlar na minha cabeça. Eu tentava descobrir os reais motivos que me levaram a fazer aquilo e sempre tinha como resposta a conversa que tivera com meu pai mais cedo.

Será que eu não posso viver um pouco em paz? Antes era acerca da Vollux, agora é por conta da Shay. Eu quero viver um pouco sem me ter que preocupar com nada. Não ter nada na minha cabeça. Eu não posso tomar outro porre por causa disso.

Até “conversei” com Shay, mas não foi o suficiente. Temos que resolver isso. E isso não pode nunca chegar aos ouvidos dos alunos da Von Elfstein, senão... Eu já posso prever o que vai acontecer.

Despedimo-nos do meu pai e ele me disse antes de sair:

–Filho, deixei as coisas fluirem naturalmente. Não force nada!

Assenti. E sim, ele soube do que houve no camarim. Stefan, Athos e Joseph foram dormir. Eu acabei sendo atingido por uma insônia e me isolei em um canto do campus, embaixo de um poste de luz na grama e deixei mais uma inspiração me fazer escrever uma letra em pouco tempo.

E eu tive que colocar uma frase em japonês no final: Tomodachi janai no? (Somos apenas amigos não?)


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Notas finais do capítulo

Comentem por favor. Gostamos de responder!



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