Guilty Angels escrita por ZodiacAne, Indy


Capítulo 13
Capítulo 13 - Festa de Família


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo, gente! Espero que gostem!



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Meus amigos me apoiaram sem dizer uma misera palavra. E elas realmente não eram necessárias.

O clima não ficou pesado entre nós, o que eu achei estranho, porque penso que deveria de alguma forma ficar. Foi uma revelação em um nível muito forte e tá tudo bem mesmo? Ou eles decidiram esperar passar um pouco dos meus sentimentos daquele momento?

Todas essas perguntas foram respondidas na manhã seguinte, quando, na hora do café, eles finalmente resolveram conversar:

–Niels, aquilo que disse ontem: É sério mesmo? - indagou Stefan

–Sim! - coloquei a mão no rosto, ainda era um pouco tenso falar disso abertamente

–Quem diria... Logo você, Niels. Eu achei que você era o menos rockeiro de nós três.

–O quer dizer com isso?

–Não é só você que tem segredos, cara. - Completou Athos

–A gente também quer bater cabeça e não ser o bias de ninguém! - falou Joseph

–Também temos o rock na veia! Ou melhor, metal na veia. - riu Stefan

–Foi por isso que... Vocês não falaram nada? - questionei com os olhos marejados

–Sim! - responderam em uníssono

Eu não posso chorar! Eu não posso chorar! Eu tô no meio da porra do refeitório, no meio da porra da academia inteira. Se eu chorar, vai dar merda, uma merda muito grande!

–A gente também a mesma vontade que a sua.

–Eu não consigo imaginar o tempo que você ficou remoendo isso... Sozinho!

–E vocês? - soltei – Guardaram por muito tempo?

–Depois da Grande Escalação, Athos acabou se mostrando frustrado comigo. - disse Joseph – E nós compartilhamos nossos sentimentos com o Stefan.

–A gente só deixou isso quieto por sua causa. Porque achamos que você queria isso que temos agora.

Não pude evitar de sorrir, uma coisa que me atormentou por muito tempo já não me trazia tanta preocupação. O que me deu um pouco de raiva é que poderia ter sido resolvido com uma simples conversa. Niels, seu idiota! Bem, isso já passou. Segurei com muita força o impulso de chorar e consegui, convertendo em alegria.

Pude ver mais uma confusão entre a Shay e Karmen. Parecia que o posto da Karmen estava em perigo e ela resolveu brigar por ele, desafiando a Shay no ginásio, depois do almoço. Seria um grande evento!

Após comermos o café, fizemos o caminho de volta para o dormitório e acabamos encontrando com o meu pai, que parecia realmente estar esperando por nós. E disse quando nos viu:

–Olha só, se não são eles: Vollux.

–Fala aí, pai! - o cumprimentei do nosso jeito especial, uma coisa meio “bro”

–Sr. Erik. - falaram meus amigos, um após o outro

–Beleza, gente? - ele indagou

–Tudo bem! - respondi – E o que o traz aqui, empresário?

Ele riu antes de falar:

–Tenho um show para vocês hoje. Foram convidados a cantar em uma festa de aniversário.

–De quem? - questionou Stefan

–É surpresa, ou melhor, mistério. Só vão descobrir quando chegarem lá.

–Se é assim, então, tudo bem. Espero que pelo menos seja legal. - completou Joseph

–E será. Agora, rapazes, se me dão licença. - meu pai passou o braço pelos meus ombros e a mensagem logo foi entendida

Meu pai vinha de vez em quando para me ver na academia, ele sempre quer saber se estou bem. E faz questão de falar comigo todo dia, nem que seja por telefone ou por mensagem de texto. Meu pai é a pessoa que mais acredita no meu talento, porque a minha mãe... Ela acha que tudo isso é perda de tempo e que eu devia procurar algo normal e comum para seguir na vida. Mas acho que isso não combina comigo da mesma forma que estar em uma boyband.

E de uma certa forma, meu pai sabia que tinha algo errado comigo, mesmo eu nunca falando com ele sobre isso. E foi logo a primeira coisa que comentou quando ficamos a sós.

–Você parece diferente, filho. Será que foi aquela garota que me falou?

–Também.

–Como também?

–É que aconteceu uma outra coisa ontem.

–Vocês começaram a namorar?

–Não, pai. Ela é minha amiga!

–Sei... Eu falava isso quando tinha sua idade. - gargalhou – O que é então? Tem relação com alguma garota? A Karmen? - Sim, até dela ele sabia

–Calma, Sr. investigador. Pare de me fazer perguntas. - os olhos dele brilhavam, achou que realmente fosse algo amoroso – Não, não é uma garota. E a Karmen já morreu para mim. Ela é a maior idiota que já vi. Como é que eu vou te contar... - coçei o queixo

–Contando oras...

Fiz careta. Contei a história da minha solidão pro meu pai e em como a Karmen se comportou comigo e que eu vi o quanto estava cego.

–E o que mais? Pela sua cara tem mais coisa.

–Escrevemos umas letras para a aula de composição e ao marcar o horário no estúdio acabei ficando com o último horário porque a Karmen quase que me derruba no corredor para chegar na minha frente. Sem contar que ela tem uma implicância com a Shay.

–Deve ser porque ela gosta de você, filho.

–A Karmen? Não! Ela já deve ter gostado um dia, mas hoje não mais. Ela se sente ameaçada pela Shay, porque ela é muito mais talentosa.

–Filho, você me fala tanto dessa garota e diz que ela é só sua amiga.

–Mas é, pai. Enfim, agora teremos que usar o pior horário da semana, que é a sexta a noite. E ainda terei que dividir com a Shay e as amigas.

–Será mais divertido do que pensa. Pode ter certeza disso! - e ele resolveu trocar o assunto parcialmente – E o debut da Vollux como anda?

–Estamos ocupados e preocupados com isso. É muita coisa para fazer, letras para escrever, coreografias para criar, pensar na nossa imagem e não sei mais o quê.

–Sei que conseguem, são muito talentosos e trabalham muito bem juntos. Dá para ver o sintonia e entrozamento que tem. - ele deu uma pausa, como se tentasse evitar o que falaria – Mas não acho que seja para a coisa certa.

–O que isso significa, pai?

–Filho, me desculpe, mas acho que a Von Elfstein errou ao escalá-los como uma boyband. Dá para ver em vocês que não é para isso que servem, que não é isso que querem. Mas eles acham que sabem demais!

–Isso tem um pouco de relação com o que houve ontem a noite.

–Então não era essa história da Shay o “grande acontecimento”. Por que não me contou?

–Eu ia falar, mas não me deixou terminar.

–Dessembuxa logo. - falou, enquanto sentávamos em um dos bancos mais afastados de qualquer ouvido alheio

–Bem, Stefan, Athos e Joseph encontraram o meu caderno de letras ontem e acabaram tocando algumas músicas dele.

–Você tem um caderno de música, Niels?

Era raro ele me chamar pelo nome, só em extrema surpresa ou muita raiva. E eu disse que o caderno era guardado a sete chaves.

–Tenho. Não fuja do assunto! Então, eu fiquei muito chateado e acabei revelando meu segredo a eles.

–Que seus óculos não são de enfeite? - meu pai e essas tiradas ridículas

–Não! Que eu... Eu... Bem, eu nunca contei a ninguém até a Shay aparecer e ontem.

–Para de mistério, Niels. - essa era de muita raiva – Quem faz suspense sou eu!

–Eu quero seguir minha carreira no rock, pai. E bem, descobri hoje que eles também. Praticamente perdi uns dois anos da minha vida. - resmunguei no fim

–Isso! Isso! Isso! - ele comemorou – Era disso que eu falei. Vocês são uma banda de rock, dá para ver na cara. E como vão resolver isso?

–Ainda não sei. Você chegou quando provavelmente falaríamos disso.

–Puxa, desculpe, filho. - ele me abraçou – Mas, falando sério, acho que tem potencial para isso. Converse com eles e se resolvam. Eu serei o primeiro da fila de vocês para sempre.

Eu ri e segurei o choro outra vez ajeitando meus óculos.

Alguém acenou na direção do banco onde estávamos, era uma senhora de idade, mas muito bem, não devia aparentar a idade que tem. Meu pai se despediu:

–Tenho que ir, filho. Ficarei por aqui até a hora de saírmos para a festa. Avise os garotos!

–Sabe que não poderemos voltar tarde, não é?

–Sei, sei. Vocês tem aula amanhã.

Ele foi de encontro a mulher e eu fiquei devaneiando por alguns minutos. Muitos choques e mudanças ao mesmo tempo, acho melhor começar a me acostumar com isso.

Nós nem chegamos a conversar sobre um possível futuro da Vollux depois do acontecido. Tínhamos algumas coisas a resolver antes disso e uma delas era o bendito desafio entre Shay e Karmem.

E lá fomos nós ao ginásio, que estava lotado, para ver uma disputa, uma batalha, talvez até uma guerra. Até me ofereci para ajudar a Shay, porque o que a Karmen tem de nojenta, tem de talento e apelo, o que é lamentável. Mas ela retucou e disse que encararia sozinha. E se saiu muito bem! Karmen perdeu o posto. Eu cheguei a glorificar de pé!

Eu pude vê-la se encontrando com aquela senhora de mais cedo e parecia conhecê-la. Meu pai apareceu em seguida, chamando a mim e meus amigos.

–Garotos, está na hora de partirmos para a festa. Uma festa de família, vocês vão gostar.

Mas o quê? Como assim uma festa de família? Onde meu pai ia me meter, ou melhor, nos meter?


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Notas finais do capítulo

Comentem por favor. A gente gosta de responder. =D



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