Depois de muito tempo, conseguimos chegar ao dia do casamento. Foram tantas batalhas e tantas guerras, esse dia chegou quando estávamos com 20 anos. Durante os três anos seguintes depois da guerra contra Izukare, nós lutamos e torcemos para que tudo ficado bem. E ficou! Porém infelizmente com algumas perdas como Neji e Shikatore, que morreram na guerra contra Madara.

Por duas vezes nesses anos eu quase morri de novo. Uma delas foi entrando na frente de Gaara para ele não ser atingido. Sakura sempre estava por perto e devo admitir que devo muito a ela. Gaara sempre me perguntava, irritado, o porquê de eu nunca fazer o que ele pedia. Que seria ficar segura pelo menos. Ele sempre me pedia para ficar na vila ou em algum lugar seguro, mas eu não obedecia, indo sempre com ele para as lutas. Não podia fazer isso! Todos se arriscando e eu “segura”? Principalmente pelo fato de que praticamente nenhum lugar estava seguro naquela época. Enfim, conseguimos vencer e sobreviver.

Baa-chan sempre nos vigiava, mas acho que ela deveria ter concentrado sua atenção em Kyrira. Na época da guerra ele se casou com Turi escondido. Disse para mim que não queria esperar mais por não saber como aquilo tudo terminaria. Ele não quis perder nenhum momento ao lado dela. E eu fiquei admirada por isso. Turi, antes de eles se casaram, quase morreu. Madara ia atingi-la com o Susanoo, mas Kyrira a pegou na hora e os protegeu com o escudo de raios. Acho que foi por isso que ele não queria perder mais tempo. Meu irmão é um romântico incorrigível mesmo.

Estávamos em um quarto grande, eu estava nervosa. Me olhava no espelho tentando me acalmar enquanto Temari fazia o penteado em mim: uma trança embutida que fazia como um ziguezague pelo meu cabelo. Ela percebeu e sorriu para o espelho em minha direção.

– Nervosa?

A olhei e deixei escapar um sorriso junto com minha respiração.

– Hai... Não sei nem por que.

Ela riu gentilmente.

– Daijoubu. É só andar até ele.

– Hum. – Assenti – Vou te tranquilizar também quando se casar. – Brinquei.

Temari sorriu rindo e corou. Ela se casaria logo com Shikamaru e com certeza ficaria nervosa como eu. Isso era engraçado. De repente as meninas entraram. Como era o casamento do Kazekage, houve a aliança entre shinobi e tínhamos vários amigos, as meninas eram Sakura, Hinata, Ino, Hanako, Turi e Tsuki.

– Yuki-chan! – Sakura exclamou sorrindo – Shyia-sama pediu pra eu trazer o vestido.

Olhei para trás sorrindo, ela estava o carregando.

– Arigatou. – Disse suspirando.

Elas notaram que eu estava extremamente nervosa e deixaram escapar uma risada.

– Ele não vai fugir não. – Ino disse, sorrindo.

– Eu sei. – Disse corando – Mas dá um pouco de medo.

Sakura riu.

– Você abriu a barriga do seu pai para revivê-lo e lutou até a morte na guerra. Está com medo de casar?

Sorri envergonhada. Pra mim guerras pareciam ser mais fáceis, ironicamente.

– Nee... – Hanako disse com a voz suave – Yuki-chan está nervosa com depois do casamento?

– Verdade! – Turi disse rindo.

As olhei e não entendi.

– Como assim?

Temari me olhou em dúvida se perguntando se eu não sabia mesmo.

– Hum... Depois do casamento, Yuki. – Ela disse.

– Nani? – Ainda não entendia – A festa?

Elas arregalaram os olhos. Eu não sabia mesmo!

– Ano... – Tsuki disse – A noite de núpcias.

– Noite de que? – Torci a expressão – O que é isso?

Temari ficou boquiaberta. Mas é claro que eu não sabia! Perdi minha mãe cedo, ela não me contou. Além do que o que mais fazíamos era lutar ou nos entreter com qualquer outra coisa. Pelo menos eu fazia isso!

– Bem... – Temari disse – É quando... Hum...

Ela não sabia como dizer e aquilo me deixou mais nervosa. O que ia acontecer?!

– O que... Vai acontecer nisso? – Gaguejei.

– Vocês vão ficar... Sozinhos. – Turi disse.

– Mas nós já ficamos sozinhos às vezes. – Eu disse dando de ombros.

Ino sorriu levemente.

– Não é esse tipo de sozinhos, Yuki.

– Hum, o que é então?

Ela pensava, tentando achar um meio melhor de me dizer. Pronto, fiquei mais nervosa! O que ia acontecer?!

– Turi, fala! – Tsuki disse.

– Eu?!

– É! Você é a única casada aqui.

– Hum, verdade. – Hinata pensou. Todas concordaram.

Era verdade, todas namoravam. Temari com Shikamaru, Sakura com Sasuke, Ino com Sai, Hinata com Naruto, Tsuki com Gamira e Hanako com Mitsuri. Mas apenas Turi era casada!

– Turi! – Dei um salto parando ao lado dela e me agachando – O que vai acontecer?

– Ano... – Ela me olhava, pasma – Hum...

Eu esperava, Turi corava cada vez mais.

– Bem, vocês ficam sozinhos... Ne.

– Hai... – Cantarolei com o intuito de ela continuar.

Todas pareciam estar interessadas também, curiosas. Prestavam atenção.

– Etto... – Ela pensava – Vocês... Hum... Vão...

“Vão”? Como assim “vão”?! “Vão” o que?!

– Ah, você vai saber de qualquer jeito. – Ela disse envergonhada.

– Ahhh, onegai! – Eu pedia.

Ela hesitou e nem conseguiu pensar em uma maneira de dizer, Baa-chan apareceu na porta.

– Kami, já está pronta?

– Hum, não... – Percebi que nem havia me vestido.

– Vamos, vamos!

– Ano! Baa-chan!

– “Baa-chan” nada! – Ela exclamou.

– Hai, hai. – Cantarolei rindo – Hum... Você pode...

– Hum, nani? – Ela não entendeu.

Abaixei na sua altura e cochichei.

– O que acontece na noite de núpcias?

Ela arregalou os olhos e abriu um sorriso confuso.

– Soka. – Ela cantarolou – Claro que seu pai não falaria, ne. Hum, baka-sama. – Ela resmungou – Bem... Consegui passar alguns anos com meu marido antes de ele morrer. Foram ótimos.

– Hum. – Assenti.

– Vocês vão fazer amor nessa hora.

– Hum? – Ainda não entendi – Como assim?

Ela abriu um sorriso e riu de leve.

– Você vai saber.

Baa-chan foi embora logo depois. Fiz cara de tédio, aquilo não me ajudou em nada! Temari disse para eu me arrumar logo e eu acabei me distraindo, mas voltei a pensar logo naquilo quando meu pai foi me buscar para me acompanhar. As meninas foram para onde todos estavam e nós dois ficamos no corredor, esperando o momento.

– Está bonita. – Ele sorriu.

Sorri, mas abaixei o olhar.

– Otousan...

– Hum?

– Eu fiz certo naquele dia? Em te salvar?

Aquela dúvida sempre me perseguiu. Eu fiz certo em salvá-lo? Não seria melhor ele ter se encontrado com minha mãe ao morrer? Ele estaria mais feliz de alguma forma?

– O que quer dizer? – Ele não entendeu – Isso faz anos.

– Eu sei. – Disse, cabisbaixa – Naquele disse você parecia estar feliz em talvez encontrá-la que eu... Hum...

– Kami. – Ele sorriu – Eu ficaria muito feliz, mas eu também estou muito feliz por te ver casar e por também ver seu irmão feliz. Eu vou encontrá-la um dia e vou amar vê-la de novo, mas agora eu estou aqui por vocês.

O olhei, emocionada.

– Ne? – Ele perguntou.

– Hai. – Abri um sorriso.

Ele beijou minha testa e fomos para frente da porta. Respirei fundo, ele sorriu com o braço cruzado com o meu. Fechei os olhos e tentei me acalmar. Esperei tanto por esse dia, mas agora que ele finalmente chegou eu estava nervosa. Abriram a porta para nós ao mesmo tempo em que eu abri meus olhos, vendo a luz nos inundar. Apertei a manga da roupa do meu pai, fiquei mais nervosa. Ele sorriu e pôs a mão em cima da minha para me acalmar. Começamos a andar. Parecia que eram milhares de pessoas olhando para nós. Era um lugar gigantesco e várias pessoas de quase todos os países estavam ali. Suspirei e sorri ao ver finalmente Gaara. Ele estava de terno e me esperava ao lado de Naruto. Gaara me olhava admirado.

Além do penteado que Temari fez no meu cabelo, ela pôs uma flor branca nele. Meu vestido branco era longo e justo até o quadril, onde começava a ficar levemente largo e a se abrir. Ele tinha um decote entre as pernas que começava acima dos joelhos e se abria onde se conseguia ver meus sapatos brancos. Toda minha clavícula estava à mostra e ele tinha mangas compridas.

Eu via como Gaara me admirava e meu nervosismo desapareceu aos poucos deixando no lugar um sorriso maravilhado.

– Ne, Otousan. – Eu dizia enquanto andávamos – Queria que Okaasan estivesse aqui.

Ele me olhou e sorriu.

– Também queria. Mas com certeza ela está feliz.

– Hai. – Assenti com mais um sorriso.

Meu pai chegou ao altar comigo e beijou minha testa, dando minha mão em seguida para Gaara, que a segurou gentilmente. Ele sorriu e se distanciou. Gaara me fez subir o altar gentilmente enquanto eu apenas o fitava, sorrindo admirada.

– Desculpe por ter demorado. – Ele disse com um sorriso leve.

– Iá. – Sorri – É o momento perfeito.

Cada segundo, cada palavra foram especiais. Ele estava à minha frente e finalmente íamos ficar juntos. Naquele momento me esqueci de tudo e apenas nós estávamos ali, juntos.

...

A festa foi incrível! Estava tudo tão cheio! Gaara e eu quase não ficamos juntos. As meninas me puxaram para conversar e falar como estava tudo tão lindo e não sei por que, os garotos falavam algo com Gaara. Meu irmão estava no meio, com certeza ele devia saber. Gaara apenas assentia com a cabeça enquanto eles falavam e corou ao me pegar olhando para ele. Não entendi, mas sorri sem graça.

Joguei o buquê e as garotas tentaram pegar. Porém caiu no colo de Temari, que estava sentada e afastada do alvoroço. Ela fez cara de tédio para o buquê e eu ri. Eu sabia que ela ia se casar logo com Shikamaru, mas como ele dizia que tudo era chato, acho que ela apenas o imaginou falando isso mais uma vez ao ver o buquê.

Perto do final da festa, eu peguei Kyrira de surpresa e o levei para um canto.

– Oe... Que foi? – Ele perguntou confuso.

– Nee... – Disse sem jeito – O que vocês estavam falando com Gaara?

– Hum? – Ele ficou surpreso, mas logo abriu um sorriso – Sua fofoqueira. Estava olhando?

– Hum. – Resmunguei – Fala logo.

Ele riu, pondo o punho fechado na frente da boca.

– Você vai saber depois.

– Hum? Como assim?

Ele franziu a testa e sorriu sem acreditar.

– Nee, Nee-chan?

– Hum.

– Você sabe o que vai acontecer depois, nee?

– Sobre a... – Tentava me lembrar – “Noite de núpcias”?

– Hai.

– As meninas disseram que nós vamos ficar sozinhos, mas um tipo diferente de “sozinhos”. Eu não entendi! – Eu exclamei ainda sem entender – Baa-chan disse que a gente vai fazer amor, mas isso não melhorou nada! – Franzi a testa, frustrada.

Kyrira corou levemente olhando pra mim. Deixou escapar uma risada.

– Baka-nee-chan, você não sabe mesmo. – Ele balançava a cabeça rindo – Como é possível... – Ele suspirou.

– Me explica logo. Turi pareceu ficar com vergonha na hora que ia contar. – Resmunguei.

Ele sorriu, corando um pouco.

– Gaara vai explicar pra você depois. Na hora, ok?

– Hum... – Pus a mão contra o peito.

Ahhh! Por que ninguém me falava nada?!

A festa continuou e quando voltando Kyrira pegou na mão de Turi e a levou pra dançar. Gamira fez o mesmo com Tsuki. E assim por diante. Ficamos dançando por um tempo e de relance vi Yomi-sensei dançando com Kakashi-san. Ela sorria e às vezes dava uma risada leve enquanto eles conversavam. Eu apenas me perguntava por que ele estava cobrindo o rosto num casamento.

Já era tarde da noite quando fomos para casa, agora nós moraríamos sozinhos. Eu sentiria falta de morar com Temari e Kankuro. Não escutaria mais todos os dias os gritos dele brigando comigo e nem as risadas dela rindo enquanto me assistia pular pela janela para fugir dele. É... Eu ainda fazia aquilo, mas para perturbá-lo.

Entramos e Gaara fechou a porta. Eu estava curiosa e ao mesmo tempo receosa pelo que aconteceria. Ainda mais porque eu não sabia o que aconteceria! Fomos para o quarto, sinceramente, pensei que fôssemos dormir. Me deitei na cama e suspirei, estava um pouco cansada. Gaara tirou o terno e a gravata. Sentou na cama e desabotoou sua camisa, tirando-a em seguida. Corei um pouco ao vê-lo daquele jeito. Nunca tinha visto Gaara sem blusa.

Ele deitou ao meu lado e me fez ficar de lado, o olhando. Corei, ele estava com a mão na minha cintura e a acariciando. Me beijou e pôs a mão em meu ombro. Fiquei mais confortável até ele abaixar levemente a parte de cima do meu vestido. Parei o beijo e o olhei em dúvida.

– Por que está abaixando?

– Hum? – Ele me olhou em dúvida – Etto... Pra gente dormir juntos. – Ele sorriu corando um pouco.

– Então eu troco de roupa. – Eu disse me sentando na cama.

Ele franziu a testa em dúvida.

– Yuki, você sabe o que a gente vai fazer, ne?

– Etto... Não exatamente. Nande?

– Hum. – Ele engoliu a seco e se sentou.

Gaara me contou, tentando ser o mais delicado possível, mas eu apenas arregalei os olhos enquanto o fitava.

– Ahm... – Gaguejava e engoli a seco – Nós...

– Pensei que soubesse. – Ele disse sem jeito.

Comecei a respirar nervosamente.

– Você vai me ver...?

– Eu já vi uma vez. – Ele sorriu.

– Eu estava de sutiã e calcinha.

– Não. – Ele riu – Quando você perdeu a memória. Sempre ficava saindo correndo do banheiro nua.

Engoli a seco, corando.

– Não me lembro disso. – Eu disse rápido – E... Não devia ser sempre. – Resmunguei como criança.

Ele riu. Eu abaixei o olhar, envergonhada. Então era isso! Por isso que Turi ficou com vergonha e Kyrira corou quando eu contei sobre a vergonha dela. Isso é tão embaraçoso! Como eu nunca imaginei isso?! Baka Yuki!

– Era isso que vocês estavam conversando? – Perguntei.

– Hum?

– Naquela hora. Você e os meninos.

– Ah. – Ele deixou escapar uma risada – Mais ou menos. Eles me desejavam boa sorte.

Corei mais.

– Nee... Hum. Você pode ser... Hum...

– Eu vou ser gentil. – Ele sorriu e me beijou.

Gaara pôs as mãos em volta de mim, nas minhas costas. Eu estava bastante envergonhada, mas o amava e confiava nele. Ele desamarrou meu vestido e o tirou. Eu fiquei tampando os seios com os braços, apertando os olhos com vergonha enquanto ele terminava de tirar suas roupas. Se aproximou e beijou minha bochecha, passando em seguida para o meu pescoço. Ele me deitou gentilmente na cama e ficou em cima de mim. Me beijou gentilmente e me olhou sorrindo.

– Pronta?

– Hum, hai. – Gaguejei.

Ele sorriu e esfregou o nariz no meu, como eu fazia com ele. Eu sorri e ele me beijou. Se encaixou gentilmente em mim continuando a me beijar. Apertei suas costas, ofegante. Era tão estranho, mas ao mesmo tempo bom. Gaara me beijava ofegante ao mesmo passo em que eu ficava cada vez mais ofegante também. Eu estava com os braços ao redor do pescoço dele e ele me abraçando, apoiando os cotovelos na cama. Aquilo era realmente muito bom!

Quando terminamos, logo depois adormecemos. Percebi a razão de Kyrira me dizer que Gaara me explicaria depois. Seria bem embaraçoso se ele me falasse o que era. Não acredito que ele faz aquilo com Turi! Que esquisito! Se eles não fossem casados eu o chamaria com certeza de hentai!

...

Alguns meses depois eu já estava acostumada a fazer aquilo com Gaara. Se tornou algo bem agradável. Na verdade, muito bom!

Visitei meu pai e Baa-chan. Ela disse que eu estava diferente. Franzi a testa em dúvida e os dois se entreolharam sorrindo. Baa-chan pôs a mão na minha barriga e me disse o que era. Eu abri lentamente um sorriso, não acreditando. Naquela tarde fui à sala de Gaara. Eu estava com uma pequena caixa na mão com um laço em cima. Sorria sem parar.

Bati na porta.

– Hai.

Entrei. Ele sorriu quando me viu.

– Nee. – Cantarolei – Otousan e Baa-chan vêm jantar conosco. Temari e Kankuro também.

– Hum. – Ele assentiu – O que é isso? – Ele sorriu fitando a caixa.

Eu sorri e mordi o lábio, um pouco eufórica.

– Uma coisa que eu descobri hoje.

Pus a caixa em cima de sua mesa.

– Vou ver as coisas para o jantar. – Sorri e fui em direção à porta – Ja ne. – Cantarolei e saí.

Gaara deixou escapar uma risada e olhou para a caixa. Desfez o laço e a abriu. Arregalou os olhos ao ver. Era um pequenino par de sapatinhos de bebê. Ele deixava escapar várias risadas, não acreditando.

Eu estava andando pelo corredor quando ouvi alguém correndo. Olhei para trás e Gaara me abraçou, me levantando e nos girando. Me pôs no chão, eu ria.

– Sério? – Ele perguntou sorrindo.

– É! – Sorri.

Ele me abraçou de novo, me beijando. No jantar, contamos a todos e eles ficaram eufóricos. Nem eu acreditava que teríamos um bebê. Nee, tudo ficou bem mesmo. E eu estava tão feliz!