Higure Kaminari escrita por Lailla


Capítulo 25
Apenas um pouco de paz


Notas iniciais do capítulo

Meus lindos, eu tenho uma notícia para dar a vocês. Apenas restam dois capítulos para eu finalizar a história :'( Me perdoem, mas ela já está acabando. Eu foi escrever os dois últimos segunda-feira e postá-los de uma vez quando puder para que vocês não sofram muito hihi ;)

Espero que gostem desse capítulo *---*



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Olhávamos meu pai preparado para lutar. Eu nunca o vi daquele jeito. Ele rosnava para Oji-san e seus pêlos estavam eriçados como nunca estiveram. Me perguntava se a primeira luta deles foi assim. Ele estava pronto para lutar até a morte e era disso que eu tinha medo. Izukare punha os dentes para fora, rosnando. Meu pai balançou a cabeça, rosnando de raiva e foi pra cima dele. Conseguiu mordê-lo, mas Izukare o tirou de cima dele com um empurrão das patas traseiras. Eles se atacaram, roscando e tentando morder um ao outro. Eu os assistia com os olhos arregalados.

Sakura terminou de me curar e eu levantei rápido indo em direção a eles.

– Yuki-chan! – Ela exclamou.

De repente não consegui mais correr. Olhei para os pés, a areia me prendia. Eu os via lutar. Izukare feriu meu pai! Tentei andar, me soltar, mas a areia pegou meus braços e me levou de volta pra eles. Olhei para Gaara quase chorando.

– Nande?!

– Kori-sama pediu! – Ele exclamou sério – E eu não vou deixar você ser ferida de novo!

– Onegai, Yuki-chan. Fique aqui! – Sakura disse – A luta é deles.

Apertei os olhos, chorando. Mandoraku-sama se aproximou.

– Baka! – Ele exclamou com sua voz assustadora.

Abri os olhos e o fitei.

– Acha que ele fraco? Se esqueceu de tudo que você aprendeu?!

As lágrimas escorriam. Gaara pôs os braços em volta de mim, me abraçando e ao mesmo tempo me segurando. Eles se atacavam frequentemente. Kyrira também assista àquilo querendo fazer algo, mas ele sabia que não podia. Turi estava com as mãos cerradas contra o peito, assim como Tsuki. Gamira assistia com os olhos arregalados, como todos, ele estava impressionado e ao mesmo tempo abismado por tudo aquilo. Se perguntava como um clã desses se escondeu por tanto tempo!

Meu pai girou e ficou em cima de Izukare, mordendo o pescoço dele e o fazendo sangrar. Mas ao mesmo tempo Izukare ficou na forma de pessoa, pondo as garras para fora e cravando-as nas costas do meu pai e em seu peito. Arregalei os olhos, exclamando. Ele rosnou alto e soltou um ganido. Pus as mãos na boca, as lágrimas caíam sozinhas. Oji-san ia atacá-lo de novo mesmo com o sangue escorrendo pelo corpo, mas na hora meu pai tomou a forma de pessoa e deu impulso com o pé, enterrando a mão no peito de Izukare, fazendo soltar um gemido de surpresa.

Otousan o encarava com a testa franzida, os raios começaram a estalar pelo seu corpo.

– Eu devia ter feito isso há muito tempo. – Ele rosnou.

Oji-san o olhava sem reação se perguntando como. Ele havia perfurado suas costas e peito. Percebeu que era a força de vontade que o mantinha de pé, já que meu pai começou a tossir e cuspir sangue. Nós olhávamos aquilo e eu queria correr até ele, mas Gaara me segurava. Não por não querer me deixar ir, mas por ele estar perplexo enquanto me segurava. Mandoraku-sama deu um passo à frente, surpreso. Ele parecia preocupado. Otousan tossiu e mais sangue escorreu por sua boca. Ele sorria vitorioso mesmo com a expressão de dor.

– Você... – Ele dizia ofegante – Acabou com minha vida quando matou Manae.

Izukare ainda o olhava sem expressão.

– Por ela... Nii-san. – Ele rosnou.

Meu pai ficou completamente coberto de raios e toda aquela energia foi direcionada para a mão, no peito de Izukare. De repente houve um tipo de explosão abafada dentro do corpo dele e de suas costas saíram estacas afiadas feitas de raios. Seus seguidores arregalaram os olhos. Ele sangrava muito, mas já estava morto. Otousan o largou no chão, cambaleando com a expressão de dor. Olhei rápido para Gaara e ele me soltou na hora. Levantei e saí correndo. Um lobo ia atacá-lo, mas eu o peguei com chicote de raios e girei, jogando-o longo. Kyrira saltou e o pegou, jogando-o no chão e esmagando sua cabeça. Ele correu também.

Otousan cambaleava sem rumo, não sabia nem se ele estava lúcido. Cheguei na hora que ele caía para trás. Exclamei e o segurei, mas ele me fez cair ajoelhada no chão, segurando-o. Apoiei sua cabeça no meu colo quando Kyrira chegou e se ajoelhou ao seu lado sem saber o que fazer. Ele estava com os olhos fechados e respirava com dificuldade.

– Otousan... Otousan! – O chamei desesperada.

Ele abriu os olhos e sorriu levemente.

– Manae...

– Não... – Respirava nervosa – Kami. É a Kaminari. – Chorava.

Ele levantou a mão e a pôs na minha bochecha, ainda sorrindo.

– Você... É tão parecida com ela. – As lágrimas escorreram dos olhos dele enquanto ele me olhava – Espero... Encontrá-la.

– Não... Onegai... Onegai! – Exclamei, rangendo os dentes.

Sakura chegou correndo. Apenas a olhei chorando enquanto Gaara chegou logo depois e nos viu. Ela se ajoelhou e pôs as mãos nas costas e no peito do meu pai.

– Os pulmões estão bem agora, mas ele acertou o coração. – Ela dizia séria.

Sakura estava com as mãos no peito dele, ele ainda estava imóvel.

– Kori-sama, onegai. Fique acordado!

Não sei nem se ele a ouviu, apenas olhou para Kyrira.

– Ne,... Cuide do clã. – Ele sorriu – Vai fazer um ótimo trabalho.

Kyrira arregalou os olhos e balançou a cabeça desesperado. Eu o olhei, apavorada.

– Não desiste, onegai! Está quase lá! – Sakura exclamava.

– Nande? – Eu gaguejava.

– Droga...! O coração dele está falhando! – Ela exclamou.

Os outros estavam próximos, alguns ainda lutando e impediam os oponentes de se aproximarem. Sakura arregalou os olhos de repente, suando frio.

– Não... – Ela disse e olhou pra mim, pasma.

Comecei a respirar nervosamente e a olhar pra ele, que estava sorrindo com os olhos ferrados. Eu tentava respirar com a boca aberta, rangi os dentes fazendo-os ficarem afiados sem querer. Apertei meu cabelo, sujando-o de sangue. Não queria acreditar! Kankuro e Temari se aproximaram e ela pôs as mãos na frente da boca apoiando o rosto no ombro de Gaara, chorando. Ele estava paralisado me olhando. Encostei minha testa na testa do meu pai, chorando.

– Onegai... Acorda... – Minhas lágrimas caíam no rosto dele – ONEGAI!!! – Gritei.

– Yuki-chan... – Sakura pôs a mão no meu ombro, chorando.

Dei um tapa de raiva na mão dela e a olhei. Tinha que haver mais alguma coisa a se fazer!

– Faça de novo! – Exclamei com o rosto lavado de lágrimas.

– Nani...

– Agora! – Gritei.

Ela arregalou os olhos, mas pôs as mãos no peito dele. Eu o olhava, perdida e desesperada. Tinha que funcionar!

– Otousan... – Pus as mãos no peito dele – Você não vai embora!

Todos me olhavam. Eu franzia a testa e fiquei coberta de raios. Os direcionei para minhas mãos, que começaram a brilhar. Eu não o deixaria fazer isso! Ele não podia ir embora depois de tudo isso!

Sakura me olhava enquanto fazia o jutsu.

– Yuki-chan...

– Não... – Rangi os dentes – Você não vai morrer também! – Exclamei para o meu pai.

O peito dele mexeu, como um leve pulo quando os raios chegaram nas minhas mãos e eu os emanei nele.

– Não vai... Não vai! – Repetia fazendo a mesma coisa.

O peito dele mexeu, fazendo-o todo se mexer. Eu chorava.

– Yuki-chan...

– Não! – Gritei – Não vou deixar ele fazer isso com a gente! – Gritava – Okaasan não pode voltar, mas eu... Vou obrigá-lo! – Rangi os dentes quase rosnando.

Os olhos de Kyrira estavam marejados, ele abaixou a cabeça. Não funcionava... Não funcionava! Me desesperei e pedi rápido a Kyrira que apoiasse a cabeça dele. Ele o fez sem falar nada, me achava louca! Fiquei ao lado do meu pai e rasguei seu colete, arrancando-o.

– O que vai fazer? – Sakura perguntou nervosa.

– O impossível. – Murmurei decidida – Continua.

Ela continuava, perplexa, assim como os outros. Rasguei a blusa dele, abrindo-a à força. Aquilo tinha que funcionar! Fiz apenas as garras surgirem e com o dedo indicador cortei o abdômen dele. Sakura arregalou os olhos. Eu comecei a suar frio quando enfiei a mão dentro do corpo dele. Tinha que funcionar! Gaara arregalou os olhos, assim como todos. Consegui pegar no coração.

– Você... – Olhava para meu pai – Vai acordar. – Rangi os dentes.

Na hora meu corpo se eletrocutou enquanto eu o olhava. A luz que ele emitia o iluminava, como todos próximos a mim. Forcei o raio e apertei de leve o coração dele, o soltando em seguida. De repente tudo escureceu.

– Yuki...! – Ouvi um grito, como um sussurro.

...

Eu via o rosto da minha mãe. Ela sorria daquele jeito carinhoso e encantador. Meu pai estava com ela...

– Hum! – Abri os olhos e sentei rápido.

Gaara estava sentado ao meu lado. Estávamos no meu quarto.

– Daijoubu. – Ele disse segurando levemente meus ombros.

– Nani... – Pus a mão na cabeça.

– Você gastou muito chakra.

Franzi a testa tentando me lembrar. Arregalei os olhos.

– Otousan?!

– Daijoubu. – Ele disse – Não faço ideia do que você fez... Mas ele está vivo.

Eu processava o que ele disse. Ele estava vivo mesmo?!

– Sério...? – Abria um sorriso.

– Baka. – Ele disse de repente.

Não entendi e fiz uma expressão perdida. Gaara pegou gentilmente em minha bochecha e aproximou o rosto do meu, olhando em meus olhos.

– Por que você nunca faz o que eu peço? – Ele perguntou.

Eu via aqueles olhos azuis esverdeados pálidos e deixei escapar um sorriso.

– Gomen ne.

– “Gomen” nada! – Ele exclamou e me puxou, me abraçando de repente.

Sorri de novo.

– Baka. – Ele suspirou.

Gaara me disse que depois que eu desmaiei, meu pai voltou a respirar levemente. Sakura continuou o jutsu e pediu aos outros que tirassem meu braço de dentro dele. Kankuro o fez e Gaara me apoiou contra seu peito. Sakura fechou o corte que eu fiz e sentiu os batimentos do meu pai. Ela abriu os olhos dele e os analisou. Disse que ele estava bem, mas que precisávamos voltar para dentro da vila o mais rápido possível. Kyrira voltou a lutar com os inimigos que não tinham fugido. Poucos da guarda de Izukare fugiram, a maioria quis continuar lutando. Os aliados dele decidiram que tudo aquilo não valia mais à pena e foram embora. Todos continuaram a lutar, o que foi fácil com Gamabunta e Mandoraku-sama, e fora os ninjas.

Gaara me obrigou a tomar um banho e comer. O fiz o mais rápido que pude para podermos ver os outros. Fomos para a ala hospitalar e vi meu pai. Corri até ele e o olhei. Ele respirava calmamente. Na cama ao lado estava Yomi-sensei. Não entendi.

– Yuki-chan! – Ela exclamou sorrindo.

Me aproximei dela.

– O que houve, sensei?

Gaara suspirou.

– Yomi-san ficou ferida e um dos ninjas médicos a ajudou, mas ela continuou a lutar. E não devia ter feito isso.

Ela deu uma risada sem graça e envergonhada.

– Gomen, gomen.

– Hum... – Resmunguei – Baka-sensei.

– Daijoubu. Só ficar em repouso por... Alguns meses.

– Ahm! – Gaguejei com as palavras – Nani?!

– Gomen, gomen. Eu precisava lutar. Acabaram quebrando meus leques e me ferindo de novo.

Abaixei a cabeça suspirando. Ela era doida mesmo, mas até que eu me identificava.

– Melhora logo... Hentai-sensei. – Sorri.

Ela me olhou, surpresa. Sorriu gentilmente.

– Hai, hai. – Cantarolou.

Suspirei sorrindo. Gaara me levou para sala dele. Disse que alguns ninjas da areia e do meu clã morreram, como Matsuri. Eu fiquei triste, mesmo não sendo tão próxima dela. Ele disse que a maioria ficou ferido, mas que estavam bem. Mitsuri foi um deles, eu fiquei preocupada. Gaara disse que o ajudaram e que ele estava em casa repousando. E que tinha uma menina cuidando dele. Sorri em dúvida, mas logo pensei em Hanako. Eles ficaram bastante próximos durante o treino. Suspirei aliviada, mas mesmo assim triste por quem não sobreviveu.

Eu estava escorada na mesa dele. Gaara levantou e me abraçou. Acabou dando tudo certo de uma forma ou de outra. Apoiei a cabeça no ombro dele. Suspirei.

– O que a gente faz agora?

– Hum... – Ele pensava – Esperar seu pai acordar e melhorar para conversarmos.

– Hum. – Assenti.

– Eu estava pensando se ele concordaria que o clã ficasse na vila. Se instalasse aqui.

– Nani? – O olhei querendo sorrir.

– É. Vocês não tem um lugar exato para ir e até reconstruírem um para si... Bem, eu acho que seria bom tê-los conosco. Acho que seu irmão vai gostar de ficar aqui... Com Turi. – Ele deixou escapar uma risada.

Eu ri, concordando. Gaara parecia saber de tudo que acontecia!

– Ele vai. – Eu disse.

Fiquei de frente pra ele e o abracei.

– Arigatou.

Ele pôs os braços ao meu redor me abraçando, mas logo segurando minha cintura. Me fez cessar o abraço e olhá-lo. Ele me beijou gentilmente de repente. Isso me fez lembrar do casamento. Sorri e esfreguei o nariz no dele, fazendo sorrir. Ele se escorou na mesa me fazendo ficar contra seu corpo e me beijou de novo.

Meu pai acordou alguns dias depois e ficou em repouso até melhorar completamente. Quando melhorou, conversou com Gaara e ficou contente por ele oferecer a vila como um novo lar para o clã. Kyrira foi quem mais ficou feliz! Pelo visto, ele gostava mesmo de Turi. Não me esperou nem terminar de dar a notícia! Me deixou falando sozinha e foi contar para Turi. Suspirei.

– Baka-otouto. – Sorri.

Gaara conseguiu um grande espaço na vila para o clã. Todos na vila se afeiçoaram a nós. Não nos transformávamos apenas em lobo, éramos gentis e carismáticos. Era algo natural nosso. As pessoas nos ajudaram a construir as casas e Shyia-baa-chan se afeiçoou a Gaara. Começou a chamá-lo de Baka-sama também. Eu morria de vergonha com ela! Ela nos vigiava todo o tempo. Disse que meu pai foi apressado, mas que não deixaria que nós fizéssemos o mesmo. Não entendi, mas de toda forma ela até dormia em casa para nos vigiar e ter certeza de que eu não iria para o quarto dele ou ele para o meu. Temari deixou escapar que às vezes eu ia dormir no quarto de Gaara.

Em alguns meses o novo lar do clã ficou pronto. E perfeito! Agora todos eram de Sunagakure e até alguns ninjas usavam a bandana! Nesse meio tempo Kyrira e Turi, além de Mitsuri e Hanako, começaram a namorar. Todos os dias eram de risadas e de muita vergonha. As criancinhas do clã viravam lobinhos livremente e brincavam com as crianças normais da vila, que se divertiam com elas! Eu ficava aliviada por elas não destruírem nada e feliz por tudo estar dando certo.

Finalmente começamos a planejar o casamento, mas em meio às tentativas começaram muitas batalhas e lutas, que começaram a atrasar a data até o ponto de estarmos prestes a entrar em guerra novamente. Isso por causa de um Uchiha que todos pensavam que estivesse morto. Uchiha Obito.

Eu estava pronta e fui para a sala de Gaara. Kankuro e Temari nos esperavam do lado de fora do prédio. Entrei.

– Está na hora? – Perguntei nervosa.

– Hai. – Ele disse sério.

Gaara iria falar com todos os países. Todos dispostos a lutar, estariam reunidos no deserto. Nosso clã também lutaria e eu estava nervosa. Gaara usava o colete da aldeia debaixo de seu colete cinza. Ele estava com uma roupa vermelha de mangas compridas e as calças chegavam até as canelas, estando enfaixadas com ataduras para protegê-las. Eu estava com uma blusa preta que deixava minha clavícula à mostra, outra que era semelhante a um colete, porém começava a se abrir na altura da cintura e era longa atrás, até a altura das coxas. Eu estava com uma bermuda justa e preta que chegava até as canelas, que eu as enfaixei também. Acrescentei o colete da vila e fiz uma grande trança no meu cabelo, deixando apenas a franja solta. Eu usava a bandana no pescoço agora.

Gaara se aproximou de mim e pegou gentilmente em minha bochecha.

– Não tente se matar. – Ele declarou.

Sorri.

– Hai.

Ele me beijou e fomos para o ponto de encontro. Torcia para que tudo desse certo de novo. Estávamos indo tão bem! Não podia acabar por causa de mais uma guerra. Dessa vez eu tinha uma forte esperança de que tudo terminaria bem de alguma forma. Tinha que terminar bem!


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Notas finais do capítulo

Detalhe: o impossível que Yuki disse, foi porque era impossível mesmo 'kkkkk Acho que não dá pra ela fazer isso, não pelo menos no "Naruto". Eu vi isso acontecer num filme de vampiro 'kkkkk Pensaram que Kori ia morrer? hihi My bad B)