Prisoner escrita por bitterends


Capítulo 18
Desmoronando


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu demoro mas não abandono a fic... Nunquinha. Eu a amo, não conseguiria ser cruel assim... É que não estou conseguindo me organizar pra escrever os capítulos e postá-los.
Tenham paciência, mais ainda né hehe
É curtinho, pra fazer aquele drama.
Espero que gostem!

Buona lettura!



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Alice enfureceu-se ao invés de ficar aliviada por Khalil querer o divórcio. Ele não podia de maneira alguma terminar tão pacificamente com ela. Ele não podia terminar.

Respirou fundo algumas vezes e em poucos minutos foi atrás dele.

— Nós combinamos de tentar! Você me pediu outra chance, Khalil, não pode me fazer isso! - Falava tão rápido enquanto o via fumar na sacada da suíte do casal.

— Foi um erro. Eu deveria ter me tocado que não temos jeito. - O homem respondeu, com muita tranquilidade. - Você nunca vai me perdoar.

— Como posso fazer isso em tão pouco tempo? Eu soube ontem o porquê de você me fazer tudo aquilo! Nós juramos, em Notre Dame, que seria até a morte!

— Eu não confio em padres, nem em igrejas.

— Nem em ninguém! Você desconfia de todo mundo, Khalil! Eu sempre estive aqui e você só veio me falar sobre sua vida agora! Após quase três anos de casamento! - Gritava a moça.

— Alice, entenda… Estou ficando louco, sou obcecado por você além de amá-la mais do que a mim mesmo. Porém não conseguimos confiar um no outro, estamos como dois estranhos. Você fica dizendo que está disposta a tentar de novo, mas não perde a oportunidade de jogar as coisas que fiz na minha cara. Remói e revive todos os sentimentos enquanto eu tento te mostrar desesperadamente que estou retomando o controle sobre mim mesmo.

— É muito recente, tente compreender como eu me sinto!

— Você, você e você. Enquanto eu tento te entender, quem pode fazê-lo por mim? - Fez uma breve pausa, apagou o cigarro e sentou-se na cama. - Eu te amo, mas estou tão cansado quanto você. Não quero mais.

Neste ponto ela estava desesperada, chegou perto dele, chorando e cobrindo-lhe de beijos, enquanto começava a se despir. Khalil nunca resistiu a ela, sempre foi fraco ao vê-la nua.

— Alice, eu não quero. Nem tudo se resolve com sexo.- Levantou-se, retirou as roupas de sua esposa do chão e jogou-as sobre ela. - Vai ser feliz, antes que seja tarde. - Começou a retirar algumas roupas do closet e jogá-las dentro de uma mala.

— Eu só posso ser feliz com você…

— Então há algo errado, porque eu nunca a vi feliz.

Fechou a mala, passou pela porta e bateu-a. Deixou para trás sua jovem esposa, berrando seu nome e prestes a entrar em um colapso nervoso.

Apanhou os documentos no escritório o mais rápido que conseguiu, mas não ouvia os passos de Alice seguindo-o.

Quando alcançou o exterior da casa, viu que ela estava na sacada da suíte, gritando seu nome e descontrolada. Olhou demoradamente para aquela maluca e queria muito abraçá-la e beijá-la, mas não o faria naquele momento.

O velho motorista estava a espera, como se soubesse o exato momento de fazer aquilo.

— Senhor Abdu, seus charutos.

— Obrigado, Salim.

Ascendeu um, baforou demoradamente.

“Vejamos o que você tem guardado para mim, Alice.”

A verdade é que o homem não sabia o que esperar, nem a moça sabia o que fazer.

Ele estava de fato exausto, porém começou a duvidar se realmente estava apenas blefando sobre o divórcio ou se estava disposto a isso.

— O senhor não me parece bem hoje, Abdu.

— E tem razão, estou nada bem. Acho que é mal de família…

— Nem se atreva senhor, minha família trabalha para a sua há algumas gerações. Definitivamente, o senhor em nada se parece com seus antecessores. Nem parece ter o mesmo sangue. O senhor é muito bom. - retrucou Salim.

— Eu adoraria que Alice pensasse o mesmo, meu caro.

— Bobagem! Ela pensa, mas não admite. Nós homens estamos sempre errados, mesmo quando estamos certos.

Khalil sorriu de leve, com a tentativa de ser animado pelo senhorzinho a sua frente. Logo em seguida calou-se, absorto em seus próprios pensamentos.

***

 

A jovem chorou tanto que adormeceu na sacada mesmo, sentada no chão com as costas apoiadas na parede. Acordou com uma forte dor de cabeça, o corpo doía e seus olhos mal abriam-se.
Foi pega de surpresa por seu marido, sentia-se sem rumo e em devastadora frustração.

“Não é justo que nos divorciemos sem que eu me vingue.”

“Não é justo que neste momento eu esteja muito mais triste do que comemorando estar livre dele.”

“Não é justo que mesmo depois de tudo, eu o ame.”

Por outro lado, pensou em Lorenzo e que tal decisão o manteria em segurança. Ela o amava também.
Alice amava ao mesmo tempo seus dois únicos homens na vida, até que queria ambos ao mesmo tempo, mas sabia o quanto Khalil era perigoso, desconfiava veemente que ele matou o próprio pai mesmo sendo apenas uma criança na época e que acabaria com seu doce Lollo com total facilidade.

 

Ao longo do tempo das agressões sofridas por ela, muitos transtornos emocionais se desencadearam na moça. Precocemente, desde a adolescência, Alice apresentava quadro de transtornos de personalidade histriônica e narcisista, tradicionalmente iniciados na fase adulta, relacionados ao egocentrismo, e raramente tratados, uma vez que muitos identificam como “personalidade da pessoa” e acabam por desperceber que é uma doença.

Confusão e desordem psíquica fazem parte dos transtornos, logo Alice frequentemente não sabia o que estava sentindo e se estava sentindo algo.

Ela amava, odiava e sentia indiferença ao mesmo tempo pela mesma pessoa.

 

Estava devastada, queria colo e amor.
         Decidiu retornar à Itália, buscar consolo e talvez, uma dose de Lorenzo.

Fez uma mala grande, hoje ela queria Khalil de volta, mas quem sabe sobre o amanhã?

Por não saber o que queria, a mala seria muito grande, com quase todos os seus pertences.

Sabia que em algum momento Khalil retornaria para casa, então recolheu os cartões de crédito, presentes, algumas fotos e o álbum de casamento. Colocou tudo sobre a grande cama de casal e escreveu um bilhete a próprio punho:

“Entrei nesta casa sem estas coisas, portanto saio sem elas.

Porém, entrei com minha aliança de casamento em meu dedo anelar esquerdo, saio da mesma forma.

Entrei aqui com você, agora saio sozinha.

Espero retornar em breve, com você, para nunca mais sair.”

 

Retirou-se, sem fechar a porta da suíte do casal.
         Duas semanas depois do acontecido, o homem estava em casa novamente, sendo invadido pela tristeza e remorso ao entrar naquele cômodo.

Um mês havia se passado, Alice ainda não havia retornado acompanhada de Khalil. Ele recusou-se a buscá-la, a atendê-la e a esquecê-la. Apenas deixou-a na geladeira, enquanto ambos esfriavam a cabeça.


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