Depois de algumas horas, num silêncio totalmente incomodo, o médico, finalmente, veio nos atender. Ele tinha olhos pretos, iguais ao do Nico, um corpo meio atletico, e era alto, muito alto. Deveria ter pra lá de seus 1,95. E, diferente de todos que estavam aqui comigo, a Annabeth, não tinha aparecido em nenhuma hora.

- Bom, eu sou o dr. Albert. Vim aqui ver como está o nosso rapaz. Como está se sentindo, Percy? - Ele sabia o meu nome?

- Eu estou bem. Acho. Não tem tenho muita noção do que acontece a minha volta, ainda. - Respondi.

- São os efeitos dos remédios. Irá passar logo. - Respondeu ele. Abaixou seus olhos para escrever no que parecia uma ficha. - Então, acha que já pode ir para casa?

- Acho que sim. Eu estou bem, sério. Só estou um pouco zonzo. - Respondi.

Depois de alguns segundou ele disse:

- Vocês podem me deixar sozinho com o Percy? - Ele perguntou para os meus amigos. Dpeois se virou para mim. - Preciso fazer algumas perguntas para ele, a sós. Vocês nos permitem?

Nico olhou pra mim e eu simplismente assenti. O que esse médico queria, eu não sabia, só sabia que boa coisa não poderia ser. Depois que todos sairam, o doutor começou a perguntar.

- E então? Vai me contar por que quase teve uma parada cárdiaca? - Perguntou Albert, abaixando seus olhos negros para mim. Não sei por que, mais aquilo meio que me intimidou. Não me entenda mal, eu não tenho medo de médicos, só não gosto deles.

- Eu, honestamente, não sei. - Ou melhor, sabia, mas não iria te contar.

- Tem certeza? Isso tem alguma coisa a ver com a menina linda, lá fora, de olhos cinzentos e cabelos loiros? - Perguntou, me pressionando.

- Olha, não me entenda mal, mas isso é meio que um espaço restrito, onde o chão é um campo minado. Eu não te conheço, e, por isso não vou ficar me abrindo com uma pessoa que eu nem sequer vi na vida. - Respondi seco.

- Ah, tem a ver, então. Eu sabia. - Respondeu ele, ele com certeza, estava me testando. Meu coração perdeu batidas e involuntariamente, eu nó ficou preso na minha garganta. Um choro que eu precisava deixar sair. - Percy, eu quero saber o que aconteceu. Eu preciso saber.

- Precisa por que? Pra escrever aí, na sua ficha, o que aconteceu para depois todos rirem de mim? Preste atenção, eu não vou te contar isso, como eu já disse, é um espaço restrito, onde o chão é um campo minado, e onde, também, eu sou o único que pode pisá-lo. Eu amo aquela garota lá fora, eu a deixei escapar por entre os meus dedos, sem fazer nada. Nenhuma reação! E quando menos eu esperava, ela me diz para esquecê-la!

- Percy, isso não tem só a ver com ela ou com você. Você deve ter feito alguma coisa para magoá-la. - Ele respondeu.

Eu não sabia o que tinha. De repente, eu estava chorando descontroladamente. Quem aquele médico pensa que é?

- Eu quero ir embora. Agora! - Respondi. Ele não disse nada, só ficou me olhando. Eu limpei minhas lágrimas e pedi para não sairem mais. - Vai me deixar ir embora ou não?

- Tudo bem. Mas, posso só dizer um única última coisa? - Ele perguntou e repondeu quado eu não disse nada. - Admitir que errou é difícil, aprender a conviver com o erro, é mais ainda. Mas não espere debaixo de uma árvore, chorando, os primeiros dias são os piores e os últimos são os de mais prazer.

- Por favor, chame os meus amigos. - Eu repondi e fui trocar minha roupa.

Quando terminei, todos estavam lá fora me esprando. E Annabeth também. Seu olhar estava longe, não se encontrava com o meu, seu cabelo loiro, tinha perdido o brilho e seu rosoto estava vermelho. Quando seu olhar se encontros com meu, eu pude sentir toda a sua dor, o quanto foi difícil me dizer aquilo.

- Então, vamos? - perguntou Clarisse.

- Sim. - Respondi, tirando o meu olhar de Annabeth.

Quando nós saimos do hospital, um homem baixinho e gordinho, veio falar conosco, ele tinha cabelos castanhos sedosos, sua roupa refletia muito o que ele, provavelmente, tentava esconder, roupas bem passadas, sapatos brilhando de tão limpos, significava ainda morar com a mãe.

- E então? Prontos para achar o que realmente procuram? - Perguntou o homem.

- Primeiro, quem é você? Qual é o seu nome? Podemos confiar em você, mesmo? - Perguntei. Alguém atrás de mim riu. No começo achei que tinha sido a Clarisse, mas quando Nico apareceu ao meu lado, ele me disse:

- Percy, aproveite e pergunte se ele ainda mora com a mãe. Mais parece que você quer a ficha criminal dele. - Eu o ignorei.

- Bom, prazer, meu nome é Ebony. Chuck Ebony. Eu sou um velho informante de Quíron. Depois que a chama-mestre de Héstia sumiu, tratei de avisar logo Quíron, e então, a menina ruíva, aí, teve a visão, - Ele gesticulou com o dedo para Rachel, - e sim, vocês podem confiar em mim. Eu sou meio que o informante direto entre os deuses e Quíron.

- Tá mais pra super fã do James Bond e do Virgem de 40 anos. Olha só pra você! Aposto que ainda mora com a sua mãe, certo? - Perguntou Clarisse.

- Clarisse, por favor! - Resmungou Nico.

- Ah, não, tudo bem. Eu sou sim um admirador do James Bond. mas não sou chegado ao Virgem de 40 anos. Na verdade, tenho todas as cuecas  do James, que ele usou nos filmes.

- Aí, chega. Informação demais. - Interrompi-o.

- Ah, sim, claro. Então, vamos? Eu já sei onde está a chama-mestre. - Chuck disse.

Chuck nos levou para o que parecia uma caverna no meio da cidade, lá estava frio como fazia lá fora, eles estavam com uma chama muito grande e quente. Eu poderia passar o inverno todo aqui, que eu não passaria frio. Lá tinha vários morades de rua, alguns nem se importaram com a nossa presença, mas outros nos olharam feio. Andando mais para dentro da caverna, nós podíamos ver, pessoas com seus cochões, deitados no chão, algumas esquentando latas de feijão para comer.

Se a chama-mestre não fosse tão importante, eu até poderia deixar aqui com eles, eles pareciam precisar muito dela, eu estava me sentindo mal, tirando a chama daqui. Isso iria significar que eles voltariam a sentir frio, o que me deixava com mais culpa ainda.

Tratei de esquecer esse pensamento e completar a missão, queria voltar para o acampamento, queria poder ver o mar e ficar lá por horas e mais horas.

Porém, quando encontramos a chama, a missão não parecia tão mais facíl assim. Dois minotauros guardavam o local, e quam eu não esperava receber um visita tão cedo, estava lá.