Venena anguis escrita por Miss Zahra


Capítulo 20
Orfan


Notas iniciais do capítulo

Olha eu!

A fanfic está oficialmente entrando no segundo Arco (serão quatro no total) e o relacionamento entre Tom e Sabrina vai se desenvolver de verdade nesse segundo Arco. O romance inicia oficialmente aqui.

Agradecimentos:
McLancheFeliz
The Queen Sweet Natty
Daniela Riddle
Isabelle Mussa
Ellie C Riddle
Valeria Lockwood
Miss Riddle
Miss Malfoy Riddle
CatrinaEvans
Filha do Dementador
senhoritamary
Lihu
sandrinha
Carol Chase Lovegood



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/615567/chapter/20

Alguns dias se passaram desde que Sabrina tomara a (estúpida) iniciativa de beijar o maior bruxo das trevas de todos os tempos e o idiota, estúpido e egocêntrico Riddle nem ao menos falara com ela depois daquilo. Ele estava mais distante do que jamais estivera com ela antes e, mesmo sem querer admitir, estava se sentindo incomodada. Não era como se sentisse falta dele, mas qualquer mudança no comportamento dele poderia significar coisas ruins.

Lara e Ítalo pareciam cada vez mais apaixonados e íntimos: sempre andando juntos nos corredores e comendo juntos na mesa da Corvinal, o italiano roubara um ou dois beijos, mas Lara permanecia bastante tímida. A McFusty estava se distanciando deles e se aproximando de Ítalo.

Sabrina estava se sentindo trocada, Billy parecia meio chateado e Chen dizia que se ela estava feliz eles não deveriam se incomodar. Era difícil não se sentir chateado com o súbito afastamento da amiga, mas nada podia ser feito.

Uma forte nevasca tomou conta do castelo por vários dias e a partida de Quadribol da Sonserina contra a Corvinal teve que ser adiada do feriado de natal, aquilo deixou alguns garotos infantis um pouco irritados (Avery entre eles é claro).  Faltando apenas dois dias para o feriado começar, o diretor Dippet a chamou para avisar que a antiga casa dos Gaunt fora passada para seu nome e que ela poderia reforma-la magicamente durante o feriado desde que encontrasse um lugar para ficar. A “hospedagem” fora providenciada pelo professor Dumbledore, mas ele não lhe deu o nome do local, apenas o endereço... Não entendia aquele professor genial e divertido.

Lara passaria o feriado na casa dos pais de Ítalo, na Itália (a senhora McFusty achara o garoto um bom partido para sua filha), Chen visitaria o irmão, Minseok, na Coreia e Billy faria uma viagem para a Noruega; não sabia o que Mikaela e Lyssa fariam, mas também deixara de se importar quando as duas se afastaram por causa de algo ridículo como o “amor” de Riddle.

Sabrina se agasalhou inteira (estava absurdamente frio) e esperou perto da saída da escola para que Chen e Billy chegassem e acompanhassem até o trem. Esfregou as mãos cobertas pelas luvas de lã, cobrindo seu nariz gelado com elas depois; eles estavam demorando.

 – O que faz tão sozinha, Sabrina? – A voz de seus pesadelos decide se dirigir a ela – Não deveria estar na estação?

Ela se virou para encarar um sorridente Tom Riddle (seus sorrisos falsos eram bastante convincentes), o cachecol da Sonserina enrolado elegantemente em seu pescoço e os cabelos negros com alguns flocos de neve se destacando nos fios. Odiava admitir, mas ele era deslumbrante.

 – Estou esperando Billy e Jongdae... – Evitou encara-lo, ajeitando seu próprio cachecol.

 – Eu tenho certeza que eles já estão no trem – Os olhos enigmáticos do garoto olharam para o caminho que levava até Hogsmead antes de voltarem-se para a garota a sua frente – Posso acompanha-la se quiser.

 – Não quero sua companhia – Bufou, sem acreditar na afirmação dele – E por que está falando comigo? Pensei que estivesse me evitando...

Arrependeu-se da frase assim que ela deixou seus lábios, soava magoada pelo afastamento dele e ela NÃO estava magoada. Um sorriso convencido ameaçou se formar no rosto do moreno, mas ele não se atreveu a tanto.

— Hora... – Ele se aproximou um pouco mais – Achei que não devia pressioná-la... Você me empurrou depois de me beijar, afinal.

De fato, ela o empurrara...

 – Mesmo assim – Pigarreou – Agora eu não quero saber de você – Começou a andar em direção a Hogsmead – Tenha um bom dia.

Irritou-se ainda mais depois de ouvi-lo rir.

(---)(---)

De fato, Chen e Billy já estavam no trem e quando a garota os questionou sobre o porquê de não terem esperado, eles disseram que não encontraram o bilhete que ela afirmava ter deixado para eles. Colocou aquilo de lado e decidiu aproveitar a confortável viagem junto de seus amigos.

A viagem durou mais tempo do que o normal por causa da grande quantidade de neve: o condutor teve que descer várias vezes para derreter grandes montes de neve que bloqueavam o caminho. Quando chegaram à estação era mais de meia noite e muitos pais estavam visivelmente impacientes (os de Jongdae se destacaram por começarem a brigar com o filho em coreano para todos ouvirem), Sabrina agarrou seu malão e correu até o banheiro feminino da estação e aparatou para Little Hangleton, a pequena vila em que se localizava a pequena cabana dos Gaunt. Segurou seu malão com mais força e caminhou pelas ruas pouco iluminadas da cidadezinha, procurando uma trilha de terra (coberta de neve) que levasse ao morro em que a cabana ficava.  Sem se preocupar em ser vista por alguém, tirou a varinha da barra da saia.

 – Lumus – Murmurou, mesmo sabendo que ninguém a ouviria.

A luz da sua varinha fez um trabalho muito melhor do que os velhos postes espalhados pela rua e ela rapidamente avistou uma placa que informava o caminho para o morro em que os Gaunt moravam (provavelmente virou alguma casa mal-assombrada que os moradores usavam para atrair turistas), apressou o passo e subiu pelo caminho fofo pela neve, agradecendo por estar usando botas  ao invés do salto que Mikaela sugeriu que usasse.

Chegou em frente a cabana em alguns minutos, observando o quão acabada estava: os vidros da maioria das janelas estavam quebrados, algumas tábuas pareciam podres, a porta estava arrombada e a cerca estava bastante avariada; mágica resolveria tudo facilmente, mas teria que fazer tudo aos poucos para que os moradores de Little Hangleton não desconfiassem.

Tendo avaliado superficialmente a casa onde moraria depois de se formar (caso ainda não tivesse posse do armário), levantou a varinha ainda acesa e o Noitibus jogou-a no chão.

(obs da autora: Fiz algumas pesquisas sobre os ônibus de Londres e embora os ônibus de dois andares só tivessem surgido em 1956, já existiam ônibus de apenas um andar circulando durante 1912; decidi fazer com que os bruxos tivessem a ideia de acrescentar mais andares antes dos trouxas)

— Bem-vinda ao Noitibus Andante! – Uma jovem animada de espessos e cacheados cabelos louros a cumprimentou – Eu sou Anabelle Stuart e nosso motorista é o meu querido tio Ernesto – Apontou para um homem em seus quarenta anos – Qual é o seu destino?

A Gaunt se levantou e tirou o papel com o endereço da bolsinha em seu pescoço, entendendo-o para a mulher.

 – Hm, Londres... Acho que sei onde fica isso – Deu o papel para Ernesto – Bem, vamos acomodar você! – Anabelle balançou sua varinha e as malas da sonserina entraram no ônibus – Vamos lá! Você fica na cama número três, ao lado do senhor Knox ali – Apontou para um homem dormindo – Avisarei quando chegarmos ao destino.

 – Obrigada – Agradeceu com um sorriso e subiu no veículo roxo, sentando-se na cama com um grande alívio, seus pés estavam doloridos.

 – Se segure madame – Ernesto avisou antes de acelerar.

As camas foram jogadas para trás com força e Sabrina teve que se segurar para não cair.

 – O que estava fazendo sozinha num lugar tão estranho? – Anabelle perguntou com uma curiosidade sincera.

 – Aquela cabana é uma herança de família – Respondeu – Estava dando uma olhada nela.

 – Mesmo assim é perigoso! – A mulher parecia preocupada – Os homens de Grindelwald poderiam estar pela área... E eles teriam lhe machucado!

Grindelwald era a menor das suas preocupações.

 – Não pensei nisso! – Fingiu medo – Ainda bem que fiquei pouco tempo, então.

— Sim – A loira sorriu – Ainda bem.

Ernesto parou bruscamente e Sabrina foi lançada para frente, sendo segurada por Anabelle.

 – Chegamos! – A mulher sorriu.

A morena sorriu, agradecida e pegou seu malão, pagando três sicles pela carona (mais barato do que nos anos noventa) e descendo na rua escura onde sua hospedagem deveria ficar. Observou o velho prédio quadrado, cercado por enormes muros e leu a plaquinha meio apagada.

Orfanato Wool’s.

Não se incomodou por Dumbledore ter arranjado um orfanato, ele já lhe ajudara muito com dinheiro tanto bruxo como trouxa. Deu um sorrisinho e entrou pelo portão de ferro enferrujado, caminhando em direção ao seu lar provisório.

(---)(---)

Dia seguinte, quarto 27 do Orfanato Wool’s

 

Tom Riddle não acreditava que realmente escolhera passar o feriado no orfanato apenas por causa do que Dumbledore lhe disse.

    — A senhorita Gaunt passará o feriado no seu orfanato enquanto reforma a casa do pai dela – O velho sorriu – Deveria estar lá para fazer companhia.

Deveria ter deixado que ela lidasse com aquele lugar horrível sozinha, não suportava os outros órfãos e muito menos a senhora Cole. Saiu da cama e se vestiu para ir tomar o fraco café-da-manhã que aquele lugar caindo aos pedaços, estava tão frio que uma fraca fumaça branca saia de seu nariz toda vez que respirava. Passou por um grupo de garotos de um quatorze anos que falavam alto.

 – Você viu as pernas da garota nova? – Um deles deu uma risada – Deve ser maravilhoso estar entre elas.

Tom parou de andar, enchendo-se de fúria.

 – Sim! – Outro garoto, com o rosto repleto de sardas – Ela é maravilho...!

O menino levou as mãos à garganta e começou a se debater, sentia algo o sufocando, mas não tinha nada em seu pescoço.

Os olhos de todos recaíram sobre Riddle.

 – É ele! – Eles se desesperaram e fugiram de lá, carregando o amigo que tossia descontroladamente.

Riddle voltou sua caminhada solitária até o refeitório, mas agora sua mente estava tomada de raiva pela audácia daqueles trouxas imundos. Passou pela porta, fazendo com que várias crianças se afastassem dele por reflexo e medo. Os olhos calculistas do moreno varreram o refeitório em busca da prima, encontrando-a sentada entre garotas da sua idade, conversando alegremente. Tom franziu o nariz ao ver a interação de alguém tão nobre quanto sua prima com seres tão baixos e imundos. Ela fingia bem.

Aproximou-se da mesa em que ela estava e notou que as garotas trouxas se retesaram um pouco ao nota-lo, mas não saíram da mesa. Tom parou bem atrás da prima e com a voz mais acolhedora que pôde começou uma conversa.

 – Bem vinda ao orfanato, Sabrina – Sussurrou em seu ouvido, notando-a se arrepiar.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Curto e sem grandes acontecimentos, mas é apenas a introdução para o novo arco que se inicia... Espero que estejam satisfeitos!

Comentários e recomendações são muito aceitos por aqui... kkkkk



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Venena anguis" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.