Venena anguis escrita por Miss Zahra


Capítulo 21
Flowers / Part 1


Notas iniciais do capítulo

Olá! Não terei tempo de escrever os agradecimentos pois tenho que ir dormir :-: tenho que estudar para as bimestrais... triste

Espero que gostem!



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Sabrina tinha certeza de que aquela situação tinha dedo de Dumbledore.

 – Riddle? – Não pôde conter sua surpresa – O que está fazendo aqui?

 – Eu moro aqui durante as férias – Sentou-se na cadeira livre ao lado dela – Sou órfão, lembra?

 – Ah, claro – Fez seu melhor para fingir constrangimento – Desculpe.

Sabrina notou como as duas garotas, Sofie e Emily, pareciam desconfortáveis com a presença do garoto. No orfanato ele não fingia... Pelo menos não na frente dos outros órfãos.

 – Não tem problema – Sorriu amável – Estou feliz em lhe ver aqui, pensei que não nos veríamos durante as férias de natal.

— Vocês estudam no mesmo internato? – A morena de cabelos curtos, Sofie, perguntou um pouco nervosa.

 – Sim – Sorriu para a garota trouxa – Eu me transferi esse ano.

As duas pareceram perturbadas com aquela informação, como se agora também tivesse medo de Sabrina por causa daquela nova informação. A garota se sentiu um pouco mal, mas não podia culpa-las por terem medo de alguém que tinha os mesmos “problemas” que Tom. Maldito lorde das trevas.

 – Tudo ficou mais... Divertido quando ela chegou – Seu olhar brilhou de malícia.

As duas garotas pareceram ainda mais nervosas.

 – Somos apenas conhecidos – Soltou aquela mentira com muita naturalidade – Mas é bom ter algum rosto familiar em um lugar novo.

 – Deve ser triste ter que vir para um orfanato na sua idade – Emily mudou de assunto – Você já conhecia a vida com uma família e agora você está aqui.

— Não muito, na verdade – Procurou qualquer informação sobre a vida de Morfino que houvesse em sua cabeça – Meu pai não era exatamente presente e minha mãe morreu muito jovem.

 – Sentimos muito... – Emily parecia genuinamente compreensiva – Espero que sua estadia aqui seja agradável.

 – Obrigada – Sorriu para as duas, fingindo não ver o gesto sutil que Tom fez – Acho que voltarei para meu quarto, tenho que ver se não esqueci nada na escola – Se levantou – Vejo vocês depois.

Correu para o dormitório feminino, abandonando as duas garotas apavoradas ao lado de um furioso Tom.

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No momento em que Sabrina saiu de vista, Tom se levantou e foi atrás dela. Não conseguia entender o que tinha de errado com a garota; em um momento ela o beija, se irrita pelo afastamento dele e no outro ela o evitava. Resolveria aquilo de uma vez. Entrou na ala feminina sem nenhum problema (todos estavam ocupados comendo) e apressou o passo e chegou a tempo de impedir que ela fechasse a porta.

 – Riddle? – Ela pareceu aborrecida – Eu quero ficar sozi...?!

Ele a segurou pela nuca e puxou-a para si, calando-a com um beijo agressivo. As mãos de Sabrina, ao invés de para-lo, se agarraram em seus cabelos negros e o prenderam firmemente perto dela. Sua mente começou a lentamente se perder à medida que se agarravam um ao outro, só conseguia se concentrar nas mãos macias acariciando seu pescoço.

Separou os lábios do dela, segurando seu rosto entre as mãos para encara-la.

 – Se me quer – Ameaçou beija-la outra vez, mas se conteve – Por que foge?

 – Não lhe quero – Ela ainda tentava recuperar o fôlego.

 – Não foi o que pareceu – Se inclinou na intenção de dar-lhe outro beijo, mas dessa vez ela que se afastou.

 – Já chega, Tom – Sabrina estava evitando olhar para ele – Preciso me arrumar apara a excursão e você devia fazer o mesmo!

Ah claro, aquela estúpida excursão para a estufa de inverno do jardim botânico de uma renomada escola particular do mundo trouxa; não estava com paciência para ficar vendo flores o dia todo, mas se sua querida prima queria ir, ele iria com ela. Se afastou da Gaunt e pôs as mãos para trás, assumindo uma postura educada.

 – Nesse caso, guardarei um lugar para você ao meu lado no ônibus – Saiu do quarto com a mesma rapidez com que entrou.

(---)(---)

Sabrina sentou na cama, estática. Como podia ter feito aquilo? Sentia-se uma mentirosa, traidora, víbora... Não conseguia encontra xingamentos que coubesse na sua situação.  E Cedrico? Como pudera se esquecer de Cedrico? Voldemort matara Cedrico. TOM matara Cedrico. Não podia separar duas partes de um mesmo ser, ainda é a mesma pessoa. Precisava se lembrar daquilo. Voldemort e Tom são a mesma pessoa.

 – Só seja forte – Sussurrou para si mesma – Lembre-se de quem ele é...

Se trocou para roupas mais quentes e enrolou o cachecol da Sonserina no pescoço, para os trouxas era apenas um cachecol comum com cores estranhas para uma garota usar, então não tinha problema. Procurou algum livro para ler pelo caminho, mas não encontrou nenhum livro menos chamativo e não estava com vontade de usar magia depois daquela experiência que teve com Riddle lhe agarrando em um quarto com feitiço silenciador e portas fechadas.

Caminhou sem pressa até a frente do orfanato, um grande ônibus estava estacionado na frente do prédio e os funcionários estavam embarcando as crianças menores. Tom esperava-a pacientemente, os outros órfãos se mantinham afastados do moreno de feições sérias. Sabrina se aproximou dele, decidida a não deixar a presença irritante do sonserino estragar seu feriado.

Riddle sorriu ao vê-la, estendendo a mão para que a garota a segurasse e ela decidiu aceitar para não gerar discussões.

 – Vamos? – O moreno guiou-a gentilmente até o ônibus – Damas primeiro.

Encarou-o com raiva, mas subiu no ônibus sem dizer nada, sentando-se no banco mais ao fundo. O jovem lorde das trevas sentou ao seu lado, casualmente entrelaçando suas mãos brancas e geladas nas dela. Sabrina sempre se impressionava coma temperatura sempre fria das mãos dele...

Os dois passaram boa parte da viagem em silêncio. Riddle lia um livro aleatório que pegara da escassa biblioteca do orfanato e Sabrina encarava a neve caindo pela janela embaçada, a nevasca parecia que ficaria pior mais tarde. A Gaunt se encolheu um pouco contra o banco acolchoado e esfregou suas mãos uma na outra, soltando os dedos pálidos de Riddle e atraindo sua atenção.

 – Está com frio – Não foi uma pergunta – Me dê suas mãos – Ele as pegou sem esperar por uma resposta e tirou luvas do bolso do casaco – Agora não sentirá mais frio – Disse depois de colocar as luvas de lã azul nas mãos geladas da garota.

 – Obrigada Tom – Disse sincera, recebendo um sorriso convencido em resposta.

 – Está mais frio do que eu esperava, devo admitir – Ele voltou a falar – Mas nada que me incomode – Tocou a ponta do nariz dela com seu indicador gelado – Minhas mãos são naturalmente frias.

Coçou o nariz, encarando o garoto com desconfiança.

— Eu notei – Respondeu baixinho.

 – Obviamente – Ele deu um sorriso de canto malicioso – Já lhe toquei várias vezes... – Deixou aquela frase sem contexto solta no ar para que todos ouvissem e tirassem as próprias conclusões.

Sabrina deu uma tapa na perna do garoto.

 – Não fale uma coisa dessas! – Irritou-se e se afastou dele, encostando-se na janela.

— Não fique irritada – Ouviu o riso rouco dele – Pode culpar Dumbledore se quiser.

Aquele comentário fez com que uma luz se acendesse na mente da garota.

 – Ele não fez isso! – Virou-se para Tom, o rosto vermelho de indignação.

O sorriso de Voldemort aumentou.

 – Sim, ele fez – Foi tudo o que disse antes de voltar seus olhos para o livro.

A Gaunt encarou o sonserino por vários minutos, as engrenagens funcionando em sua cabeça à medida que o plano do professor Dumbledore ia se tornando cada vez mais claro para ela.

Ele estava bancando o cupido de novo.

Bufou de raiva e cruzou os braços, encarando a janela.

 – Você está parecendo uma criança – Os olhos verde-escuros de Riddle se fixaram nela – Eu não sou tão ruim assim.

Não olhou para ele, apenas ruminava toda aquela situação em silêncio.

 – Sabrina – Ele pareceu frustrado – Fale comigo.

 – O que quer que eu fale? – Se virou para ele.

Por vários segundos os dois pares de olhos tão semelhantes se encararam; verde-escuro no cinza-esverdeado.

 – Não quero que esse nosso “tempo juntos” seja de guerras – Tom finalmente quebrou o silêncio – Estou torcendo para começarmos a nos dar bem.

 – Também não quero gastar o meu natal discutindo com você – Suspirou – Mas também não queria ter que te aturar.

 – Mas pelo visto teremos que conviver mais um pouco – Ele não pareceu afetado pelo comentário da garota – E posso lhe ajudar a reformar a sua casa, se quiser.

 – Até isso ele lhe contou? – Não pode evitar uma risada baixinha – Ele pensa em tudo mesmo.

 – Embora doa admitir – Riddle a acompanhou brevemente na risada – Ele tem certa genialidade.

 – Ele é completamente genial – Corrigiu o garoto e sorriu pra ele – Talvez nós não tenhamos tantos problemas assim, Riddle.

No momento em que o sorriso convencido do garoto tomou conta de seus lábios Sabrina se arrependeu de ter se deixado levar por conversas levianas, não podia abrir uma brecha para ele... Tinha que ser forte.

(---)(---)

Tom não podia acreditar em como tudo estava indo bem. Sabrina não parecia tão irritada com sua presença e estava conversando mais abertamente com ele, talvez conseguisse avanços consideráveis naquela viagem.

O ônibus estacionou na entrada do jardim botânico e Tom observou as crianças descendo primeiro, esperou até que todos já tivessem levantado para se erguer e puxar a prima pela mão delicadamente, fazendo-a acompanha-lo para fora do veículo. Olhou para os bonitos portões do lugar e por um momento se imaginou sentado no trono inglês depois de exterminar os hediondos trouxas. Talvez levasse Sabrina com ele para o palácio... Mantê-la no quarto e visita-la todas as noites.

Tentador.

Olhou para a morena pelo canto dos olhos, ela parecia muito entretida com o guarda abrindo o portão e mesmo de mãos dadas com ele ela parecia distante. Deveria manter a atenção dela em si.

 – Está ansiosa? – Puxou assunto – Ou assim como eu não consegue esperar a hora de ir embora?

Ele conseguiu fazer com que ela risse.

 – Você está bastante honesto hoje – Ela ajeitou os fios negros que lhe caiam na face com a mão livre – Eu gosto de flores, então será um passeio interessante – Ela mordeu de leve o lábio inferior – E sempre quis ver a estufa de inverno.

 – Dizem que tem flores belíssimas – Concordou com a voz neutra – Só espero que essas crianças insuportáveis não criem confusão como da última vez.

Notou os olhos dela se encherem de curiosidade.

 – O que aconteceu da última vez? – Ela se aproximou mais dele, como se fossem compartilhar um segredo.

 – Estávamos em um zoológico e uma criança inventou de se enfiar na vitrine da jiboia – Respondeu com um sorriso maldoso – Talvez eu tenha ajudado, mas isso não vale a pena ser comentado.

Inacreditavelmente, a Gaunt riu.

 – isso me lembra algo que aconteceu comigo... – Disse entre risos – Eu usei uma cobra para assustar uma amiga trouxa minha... Pobrezinha.

Tom evitou uma careta, teria que ensinar Sabrina a não se misturar com a ralé. Os portões foram abertos e os funcionários do orfanato começaram a guiar as crianças e adolescentes para dentro, nenhum dos dois grupos calava a boca então o barulho era insuportável no ponto de vista do herdeiro da Sonserina. Odiava crianças.

Se ocupou em observar a animação da garota agarrada em seu braço. Sabrina parecia radiante, quase tão feliz quanto na hora em que voava na vassoura de corrida durante o teste de quadribol. Observa-la lhe revelava coisas tão fascinantes sobre ela; a sua prima tinha a mania de morder o dedo mindinho enquanto pensava, sempre encarava o nada quando estava remoendo rancores naquela cabecinha teimosa... Ela sempre fazia questão de deixar três botões do uniforme abertos para que Everheart se irritasse... Tom particularmente gostava daquilo.

O dia passou depressa e logo era a hora de pararem nas lanchonetes antes de voltarem para casa; o sonserino queria acompanhar a garota, mas ela afirmou que poderia comprar comida sozinha e parecia bastante irritada com a ideia de ser acompanhada para algo tão simples então Tom simplesmente decidiu não ir contra as vontades dela.

Se sentou em uma das mesas de madeira e observou o lugar; não conseguia entender a excitação da prima por estar lá, mas teria que aturar tudo aquilo se quisesse agradá-la .

 – Boa tarde mocinho – Uma voz fraca falou ao seu lado e foi retirado de seus devaneios.

Virou-se para a origem da voz e encontrou uma velha senhora trouxa carregando uma cesta repleta de flores coloridas. Tom sorriu para a velha mulher.

 – Boa tarde senhora – Respondeu gentilmente – Em que posso ajuda-la?

 – Não pude deixar de notar que o senhor deve uma pequena discussão com sua linda namorada – A senhora apontou um dedo trêmulo e enrugado para a massa de cabelos negros que era Sabrina – E tive uma vontade de lhe ajudar.

O bruxo se interessou verdadeiramente pelo que a mulher trouxa tinha para dizer.

 – Seria muita gentileza – Colocou a melhor máscara angustiada que possuía – Creio que tenha ofendido Sabrina e agora ela esteja profundamente magoada – Se levantou – Adoraria um conselho.

A velha senhora riu.

 – Não posso dar conselhos velhos para jovens, pode acabar piorando as coisas – Ela tirou uma rosa azul da cesta – Eu daria essa flor para ela, se fosse você.

O futuro lorde das trevas segurou a delicada flor azul, encarando-a com uma curiosidade cínica.

 – E como isso vai me ajudar? – Manteve o tom educado.

 – Rosas azuis significam verdadeiro amor eterno, raro, forte, que nunca se abala ou descolore – Ela respondeu com um sorriso – Se ela realmente gosta de flores, vai entender a dica – Ela se virou para ir embora – Ah, diga ao Alvo que mandei lembranças – E desapareceu.

Riddle encarou, perplexo, a flor em suas mãos.

Dumbledore pensava em tudo.

Sabrina estava certa, o maldito velho era genial.


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Notas finais do capítulo

MEU ANIVERSÁRIO É DIA 9, QUERO RECOMENDAÇÕES E COMENTÁRIOS DE TODO MUNDO! VAMOS CHEGAR AOS 300!