– Artilheira da Sonserina? – Chen exclamou perplexo – Isso é sério?

Sabrina fez que sim com a cabeça, o enorme sorriso animado ainda em seu rosto.

 – Mas já foi decidido ou você vai ter que fazer um teste? – Billy perguntou, estava tão surpreso quanto Jongdae.

 – Vou fazer um teste amanhã depois da aula de Feitiços da Bruxa Doméstica – A lembrança daquela aula horrenda a irritou bastante – Mas eu só vou jogar enquanto Black estiver machucado, por mais que goste de Quadribol, não tenho vontade de tirar o lugar dele no time.

 – Ainda bem – Billy riu, dando tapinhas nas costas de Chen – Ou esse cara aqui ia estar muito ocupado lhe admirando para jogar direito.

O coreano ficou extremamente vermelho e Sabrina desviou o olhar para um grupo de alunos que passava por eles; gostava de Chen, mas ainda não sabia como reagir a essa paixão que ele nutria por ela. Observou algumas alunas da Lufa-Lufa e se perguntou onde Lara tinha se metido.

 – Vocês viram a Lara? – Perguntou do nada, chamando a atenção dos dois grifinórios.

— Não... – O ruivo agora parecia realmente preocupado – Ela já deveria ter voltado da biblioteca – Olhou para Jongdae – Acha que aconteceu alguma coisa?

 – Vai que ela está com as outras lufanas – Chen deu de ombros – Tenho certeza que ela está bem – Abriu um sorriso maroto – E agora que Sabrina a ensinou a duelar, ninguém pode feri-la.

 – Sou uma ótima professora – A sonserina riu com o elogio implícito – Mas nós não devíamos procura-la?

 – Seria o certo a se fazer – Jongdae concordou – Podemos dar uma passadinha na biblioteca pra ver se ela está lá, se não estiver...

— Se não estiver, pelo menos nós tentamos – Billy terminou a frase – Só pra ter certeza, mesmo.

 – Então vamos atrás dela – A morena de olhos verdes sorriu antes de dar meia volta.

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Lara estava guardando seus livros quando notou que alguém a observava, olhou ao redor discretamente e seu olhar se fixou no garoto da Corvinal que estava a alguns metros de distância. Seu rosto esquentou e agradeceu aos céus por sua pele escura não deixasse seu rubor visível. Suas mãos tremeram levemente pelo nervosismo: não estava acostumada a chamar a atenção de garotos... Billy nunca percebera seus olhares apaixonados e Tom estava além de seu alcance.

O aluno em questão tinha se levantado e andava em sua direção, Lara respirou fundo e torceu para não gaguejar.

 – Você é Lara McFusty, não é? – Ele perguntou com um leve sotaque – Amiga da Gaunt?

Lara se desanimou um pouco; Sabrina Gaunt outra vez... Obvio. Já estava acostumada a ser abordada por garotos que estavam exclusivamente interessados na sua amiga sonserina. Não a odiava por aquilo, mas se sentia deixada de lado quando andava com ela: Chen só se importa em fazer Sabrina feliz e Billy está sempre pensando em Quadribol ou rindo da “melação” do coreano. Sabrina, por outro lado, sempre lhe dava atenção, mas Lara não se sentia muito bem ao lado de uma garota tão bonita... Sempre chamando atenção sem nem tentar... Tinha um pouco de inveja.

— Sim... – Respondeu mais baixo do que pretendia, mas estava meio triste para elevar a voz – Você quer falar com ela? Não sei onde ela está.

O garoto deu uma risadinha nervosa e coçou a nuca.

 – Na verdade eu queria falar com você mesmo – Sorriu, deixando visíveis lindas covinhas – Eu sou Ítalo Bellamago – Estendeu a mão.

 – Prazer... – Apertou a mão dele, surpresa por ele querer falar com ela – Mas o que você quer falar comigo?

— Eu soube do teste que Sabrina vai fazer hoje – Ele encarou o chão, parecendo constrangido – Quero saber se não gostaria de me acompanhar quando for assistir o teste – A voz dele abaixou um pouco – Para nos conhecermos melhor, quem sabe?

O rosto de Lara esquentou de novo e ela segurou os materiais com mais força.

 – A-acho que pode ser legal – A garota sorri – Eu acho que está na hora de voltar para o Grande Salão...

 – Posso ir com você? – Ítalo perguntou rapidamente.

 – Claro – O sorriso da morena aumenta.

E, pela primeira vez em muito tempo, Lara sentiu aquela estranha sensação de borboletas no estômago.

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Sabrina, Chen e Billy correram até a biblioteca para tentar encontrar a lufana que andava desaparecida nos últimos dias, a encontraram na saída junto com um alto corvino de cabelos negros e rosto sorridente.

 – Ítalo? – Sabrina perguntou, sem realmente se lembrar do nome dele.

— Olá, Srta. Gaunt – Ele disse sem desviar os olhos de Lara – Soube do teste. Está nervosa?

 – Não muito – Respondeu com desconfiança – Eu sou boa em Quadribol.

 – Não duvido – Ainda olhando Lara, que parecia cada vez mais constrangida.

Sabrina se lembrou de quando conhecera Ítalo e estranhou seu comportamento, mas nada disse.

Não queria tirar aquele lindo sorriso do rosto da amiga.

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Segunda-feira

Sosie não estava nem um pouco satisfeita com aquela situação. Odiava a maldita garota Gaunt!

Sosie se lembrava da época em que ela era a garota de Tom Riddle... Tudo era perfeito! O garoto mais bonito da escola com a garota mais bonita da escola! O par perfeito! E seu Tom não era apenas bonito, era educado, gentil e atencioso... Sempre dando os sorrisos mais amáveis e tocando-a nos lugares certos...

Ah sim, aquelas noites.

Não se arrependia delas, embora suas amigas insistam em dizer que ela deveria ter esperado pelo casamento; agora estava sozinha e desonrada, mas valia a pena! Tom era um homem nobre e logo seu estúpido interesse na garota nova desapareceria e ele voltaria correndo para o lado de Sosie, a nojenta da Gaunt só precisava aguardar.

Susan lhe contara que a indecente da Gaunt tinha inventado de jogar Quadribol para se exibir, típico daquela prostituta. Também soubera que Tom a defendera de um comentário engraçadíssimo (na opinião de Sosie) que Avery deixara escapar. Pretendia assistir o teste da exibida e vê-la passar vergonha... Talvez devesse azara-la para que caísse da vassoura... Seria divertido.

Encarou seu rosto refletido no espelho: pele branca, cabelos castanhos brilhosos e lindos olhos azuis, muitos mais bonitos que os verdes meio acinzentados da novata prostituta. Sosie sabia que era bonita, não precisava de nenhum homem lhe afirmando isso, ouvia porque fazia bem para seu ego... A fazia se sentir mais poderosa do que já era. Susan e Druella estavam fofocando enquanto se arrumavam na frente das suas penteadeiras, Sosie apenas encarava sua maquiagem e cabelos perfeitos, os brincos de ouro e o colar de pérolas dado por Abraxas. Aquele colar a lembrava da grosseria que a indelicada da Gaunt lançara sobre ela na noite em que ganhara o colar... Garota nojenta!

— Está pronta, Sosie? – Druella sorriu ao se levantar – O teste vai começar daqui a alguns minutos.

 – Já podemos ir – Disse com firmeza e se levantou com uma elegância digna de uma princesa – Talvez encontremos o Tom no meio do caminho.

 – Quem dera! – Susan suspirou de desânimo – Ele escoltou a nojentinha até o vestiário – Bufou de nojo – Ele parecia bem ousado com aquela mão alisando as costas dela!

Sosie não respondeu, mas seu rosto se contorceu levemente por causa da raiva. As três meninas saíram do luxuoso salão comunal da Sonserina em direção ao campo de Quadribol. A líder do grupinho se perguntou o porquê de Abraxas estar tão distante nos últimos dias: não a procurava, não lhe dava presentes... Parecia ter perdido o interesse. Só torcia para que não fosse por causa da estúpida aluna nova.

Chegaram ao campo em alguns minutos e aparentemente estavam atrasadas: Lestrange, Avery e os outros jogadores já estavam no ar, Sabrina parecia estar bem equilibrada naquela vassoura, mas isso até Sosie conseguia fazer. Avistou Tom e Abraxas na arquibancada e foi até eles com um enorme sorriso no rosto. Sentou-se ao lado de Abraxas apenas porque ele era seu namorado atual, queria estar ao lado de Tom... Maldita Gaunt! Sosie já estaria noiva dele se aquela rameira não tivesse aparecido!

 – Boa tarde Abraxas – Disse com um tom amável – Boa tarde Tom! – Disse com uma animação palpável.

 – Boa tarde, Sosie – Abraxas respondeu com um sorrisinho educado enquanto Tom apenas gesticulou com a cabeça, desinteressado.

O peito de Sosie se encheu com aquela sensação já familiar de mágoa, mas ignorou-a e prestou atenção no treino da garota mais incômoda que a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts já vira.

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Sabrina desceu da vassoura com um enorme sorriso de triunfo no rosto, observou a expressão descrente no rosto de Avery e seu sorriso aumentou. Doce vingança.

 – E então? – Perguntou para Lestrange sem tirar o sorriso do rosto – Estou dentro ou não?

O sonserino ainda parecia em choque com a demonstração da garota e apenas assentiu com a cabeça, incapaz de formular alguma coisa.

 – Maravilha – Jogou a vassoura nele – Agora eu tenho que fazer a tarefa de poções, me avise quando for o próximo treino! – Deu as costas para o garoto e seguiu alegremente até o vestiário.

Entrou no vestiário com uma alegria da qual não estava acostumada, encarou-se no espelho e viu o brilho de alegria em seus olhos... Como sentira falta daquilo. Tirou seu uniforme de quadribol e vestiu a irritante meia-calça obrigatória, a saia até os joelhos e a blusinha interna. Pelo que Lara lhe contara, as garotas eram obrigadas a usar duas blusas além do sutiã para que os bicos dos seios não ficassem visíveis. Nossa! Mamilos, que indecente!

 – Isso é uma tatuagem? – Uma voz familiar a tirou de seus devaneios – Isso é rebelde até de mais para você.

Sabrina se virou para o dono da voz: Riddle estava na porta do vestiário, encarando o antebraço esquerdo da garota. O rosto da morena esquentou.

 – Há quanto tempo você está ai? – Irritada – Isso é coisa de doente, sabia?

Riddle apenas riu baixinho e se aproximou, pegando o braço da garota e observando a tatuagem.

Observando a Marca Negra.

Sabrina engoliu em seco, sabia que Tom ainda não escolhera um símbolo para a causa, mas assistir o próprio lorde acariciando a marca em seu braço não a fazia se sentir bem. Lembrava-se do dia em que a recebera, embora não se lembrasse do momento em si... Estava com medo que Riddle perguntasse demais.

— Por que fez uma tatuagem? – Curioso, ainda acariciando a pele macia da garota com seus dedos pálidos.

— Eu tive uma época rebelde – Mentiu – Mais rebelde do que sou agora, na verdade – Riu-se nervosamente.

Ele nada respondeu, mas seus olhos se fixaram nos dela.

 – E por que uma cobra saída de um crânio? – Aproximou o rosto do dela.

Sabrina começou a entrar em pânico. Riddle ainda a encarava com os olhos cheios de curiosidade, os dedos pálidos acariciando a pele da garota com delicadeza, se não estivesse tão assustada poderia ter fechado os olhos e apreciado o carinho.

 – Sem resposta? – A pergunta dele só vez com que a confusão na cabeça da garota piorasse.

Tomada pelo pânico, a garota Gaunt só conseguiu pensar em uma saída para quela situação.

Levou as mãos até o rosto de Riddle e acariciou levemente, sem tirar os olhos dos dele (agora arregalados de uma surpresa absurdamente real).

— Obrigada – sussurrou antes de beija-lo.