Forgotten escrita por S Pisces


Capítulo 34
She




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Depois de ser deixado para trás por Steve, fui atrás da Natasha, na esperança de que ela me levasse até a base. Não que eu não possa ir sozinho, mas infelizmente, como estou afastado dos meus serviços e conhecendo Steve, tenho certeza que a primeira coisa que ele fez quando chegou a base, foi proibir minha entrada na mesma. Sendo assim, a única chance que eu teria de conseguir entrar e ficar por dentro do que aconteceu, seria indo com outra agente e vingadora.

Tendo meus maiores ingressos de entrada, ido sem mim, começo a procurar minhas alternativas, que no final se mostraram infrutíferas. Clint disse “Se eu já não passava por cima de uma ordem do Capitão, imagine agora, que a ordem dele é de pai também? Sinto muito garoto.” O Tony até se dispôs a me emprestar um carro, mas a Pepper chegou e então: “Você não está pensando em ajuda-lo a desobedecer os pais, está? Isso bastou para as chaves voarem da minha mão em direção ao cofre. O Bruce nem permitiu minha entrada no laboratório. Ligar para a Maria estava fora de questão. O diretor tão pouco, ele também sabia do meu estado de saúde e apenas reforçaria a proibição da minha entrada. O Thor talvez pudesse me ajudar, mas não sabia como entrar em contato com ele em Asgard. No fim, só me restou ir pro meu quarto e ler um livro, pra passar o tempo.

Assim que me jogo na cama, o som de uma explosão faz as paredes tremem e sei que minha leitura terá que ficar para outra hora.

– Jarvis, que diabos está acontecendo? – pergunto ao A.I enquanto corro porta afora na direção da explosão.

– Estamos sendo atacados Sr. O’Cornel. – Jura?! Reviro os olhos diante dessa informação idiota e continuo correndo.

– Onde estão Clint e os outros?

– Na sala comum. – corro diretamente para lá e estou a alguns passos de lá quando ocorre uma nova explosão. Me jogo no chão, protegendo minha cabeça com os braços e tento acalmar minha respiração, em meio a poeira e o concreto.

Onde ele está? – escuto uma voz que me faz tremer. Levanto com dificuldade e dou alguns passos cambaleantes em direção a sala.

– Acho bom você ficar calminho se não quiser sair daqui voando. – Tony ameaça, já usando sua armadura para emergências. Bruce está no outro extremo da sala, e Clint está ao lado de Tony, flecha pronta para ser lançada.

O soldado analisa cada um ali presente, e lentamente vira o rosto em minha direção, até então, ninguém havia notado minha presença. Ele me encara com os olhos frios, uma aparência quase insana beirando sua face.

– Você. – ele murmura e dá um passo na minha direção, no mesmo instante Tony e Clint se retesam, prontos para agir.

– Não ouse. – Clint pronuncia lentamente.

Uma tensão cada vez mais crescente vai tomando conta da sala, que misteriosamente parece pequena. Minha cabeça começa a rodar e eu me esforço para estabilizar minha respiração.

– Já que o principal não aparece, eu vou ter que me contentar com o segundo culpado. – ele dá um passo à frente. Segundo culpado?

– Do que você está falando? – minha voz sai fraca.

– Por causa de vocês ela não quer ficar comigo. – ele dá mais um passo. – e se ela não ficar comigo, não ficara com mais ninguém. – mesmo com a sala rodando e suas palavras parecendo cada vez mais confusas, meu subconsciente consegue registrar que “ela” a quem ele se refere é a Natasha.

– O que você quer com ela seu psicopata? – dou um passo à frente também, me aproximando mais. Ele dá um sorriso zombeteiro.

– Com ela? isso não te diz respeito. – ele olha para a janela e depois olha para mim – você devia se preocupar com você. – em um átimo, tudo muda radicalmente a minha frente.

Sinto minha cabeça se chocar contra algo quando sou jogado ao chão, escuto o som de disparos, embora não consiga dizer de onde eles vem. Clint e Tony gritam coisas e mais explosões são ouvidas, até que de repente, uma criatura indistinta verde, entra no meu campo de visão. Tento me pôr de pé, mas a sala gira ao meu redor e eu mergulho na inconsciência.

~~ 8 ~~

Sinto algo leve roçando minha face e relaxo com o toque. O roçar continuar, até que esse mesmo toque leve pressiona minha têmpora, o que me faz gemer de dor.

– Ai! – exclamo quando o toque persiste.

– Desculpe. – uma voz muito conhecida murmura. – Hayden, você consegue me ouvir? – Natasha pergunta.

– Sim. – respondo. Minha voz soa rouca como se eu estivesse dormindo a dias, o que pode ser verdade, uma vez que perdi toda noção de tempo. – há quanto tempo estou dormindo? – pergunto depois de pigarrear.

– Há algumas horas. – sua voz soa cansada e eu finalmente abro os olhos. – achei que não fosse abri-los.

– Você está bem?

– Quem devia fazer essa pergunta sou eu. – ela se senta na beirada da cama – como se sente?

– Sinceramente? Me sinto como se um trator tivesse passado por cima de mim. – dou um sorriso, mas ele não é correspondido.

– Você precisa de alguma coisa?

– Agua. – respondo. Natasha caminha até uma cômoda e enche um copo de agua, em seguida me entrega e volta a sentar. Bebo um gole e noto o quanto estava sedento.

– Você fala enquanto dorme. – ela avisa e me encara, esperando que eu dissesse alguma coisa.

– Não lembro de ter sonhado alguma coisa. – respondo – também não lembro de falar enquanto durmo. – completo.

– Pode ter sido um efeito colateral causado pela concussão. – ela parece preocupada. Ótimo, mas uma coisa para embaralhar meus pensamentos já embaralhados.

– Onde ele está? – questiono.

– Não sabemos. Depois que ele atirou em você, ele...

– Ele atirou em mim? – exclamo surpreso.

– Você não lembra? – pergunta com o cenho franzido. Nego com a cabeça. Realmente não lembrava dele ter atirado em mim. – de qualquer forma, ele não acertou. O Tony conseguiu entrar na frente e serviu como escudo. Foi ele que na tentativa de te proteger, te jogou contra a parede na qual você bateu a cabeça. – ela fala com um misto de raiva e alivio na voz. – Clint atirou contra o Soldado, mas ele não só conseguiu desviar das flechas como jogou o Gavião longe. Danificou a armadura do Tony e de quebra conseguiu fazer o Hulk destruir boa parte da torre.

– Acho que isso tudo é culpa minha. – falo amargurado. – se eu pelo menos conseguisse me defender, ninguém teria saído machucado. E a Torre ainda estaria intacta, ou pelo menos, não tão destruída.

– Primeiro, a culpa não foi sua, ele veio aqui atrás do Steve e de mim. Segundo, se alguém se machucou, o único culpado é o soldado. E terceiro, é só um prédio Hayden. O Tony pode projetar e construir mais uma dúzia desses pela cidade do dia para a noite. Não se culpe por nada do que aconteceu aqui. – me conforta.

– Você até que é boa nesse lance de confortar. – falo com um sorriso.

Ela fica ao meu lado e desajeitadamente tenta fazer um carinho na minha cabeça, mas acaba tocando no lugar errado, me fazendo gemer de dor.

– Desculpe. – pede num sussurro. – definitivamente, eu não sou boa com isso. – ela retira a mão, mas a seguro.

– Não! – exclamo e ela me encara – tá tudo bem, você aprende. Ainda tem muito tempo pra isso. – continua me encarando, até que com um suspiro voltar a sua tentativa de fazer um cafune. Rapidamente ela pega o jeito e embora meu couro cabeludo esteja sensível, logo estou tão relaxado que volto a dormir.

“– Vamos Hayden! Não quero que você chegue atrasado de novo. – minha mãe me chama na porta do meu quarto e eu pego a mochila em cima da cama e a jogo sobre um ombro. Penduro os fones de ouvido no pescoço e desço as escadas rapidamente.

– Ansioso para o primeiro dia de aula? – meu pai pergunta e reviro os olhos.

– Eu estava mais feliz estudando com meu tio. – respondo de mau humor.

– Seu tio é uma péssima influencia, além do mais, você precisa socializar com pessoas da sua idade. Conviver com adultos está te deixando muito ranzinza. – minha mãe fala. – agora vamos. – ela abre a porta e a sigo.

– Nos vemos mais tarde. – meu pai se aproxima do carro, ao lado do motorista e dá um beijo na minha mãe. Viro o rosto.

– Vocês podem ir pro quarto se preferirem, por mim tudo bem. – sugiro irônico.

– Eu espero pro seu próprio bem que nunca mais você volte a sugerir isso. – minha mãe responde no mesmo tom. Meu pai segura o riso.

– Deixa o garoto. Ele é adolescente, e adolescentes falam essas coisas. – meu pai me defende.

– Ele pode até falar, mas não comigo. – nossa, hoje ela está de péssimo humor. Ela entra no carro e fecha a porta. Faço o mesmo.

– Tchau filho. Boa aula. – meu pai deseja caminhando de volta pra casa.

– Valeu pai. – agradeço e ponho os fones de ouvido.

A viagem até a nova escola dura uns 20min. “20 minutos de silêncio”, penso, mas logo sinto meu fone ser puxado.

– Eu sei que você está detestando essa ideia de ir pra escola, mas acredite, você vai me agradecer por isso um dia. – a olho com uma sobrancelha arqueada. – eu não estou te sentenciando a morte não garoto. É só uma escola! – ela exclama visivelmente irritada.

– Tanto faz. – faço menção de colocar os fones novamente, mas ela me impede.

– Eu ainda não terminei.

– Sobre o que você quer falar? Eu não estou aqui? Não estou indo pra essa droga de colégio? O que mais você quer de mim? – grito exasperado e ela me encara. Em uma fração de segundos que ela desviou os olhos da estrada, um cara apareceu na nossa frente.

– Mãe! – exclamo e ela volta a atenção para a estrada e tenta frear. O carro desliza na pista molhada e para com um movimento brusco.

– Você tá bem? – ela pergunta sem tirar os olhos da estrada.

– Estou. Você...? – Não termino, pois ela pisa no acelerador com tudo, fazendo o carro cantar pneu. – O que você tá fazendo? – exclamo assustado.

– Soldado Invernal. – ela murmura, antes do cara que apareceu na nossa frente começar a disparar contra nós. – abaixa! – ela empurra minha cabeça para baixo. – liga pro Steve!

Pego o celular em meu bolso, e disco o número, no segundo toque ele atende.

– O que você...

– Pai?! Pai estamos sendo atacados! – aviso alarmado.

– O que?! Quem está atacando vocês? Onde vocês estão? – sua voz soa estridente. O vidro da parte de trás do carro explode. – Hayden?! – meu pai grita.

– Eu não sei... Estamos na auto estrada, na... – uma explosão faz o carro girar sobre seu próprio eixo. Sinto meu corpo ser lançado, mas logo voltar de encontro ao banco graças ao cinto. O celular voa da minha mão e tenho total certeza que irei morrer.

Não sei quantas voltas o carro dá, mas sei que parou quando abro os olhos e vejo tudo parado, embora esteja de cabeça para baixo.

– Sai do carro. – minha mãe sussurra. – sai agora. – ela retira meu cinto e caio de encontro ao teto do carro.

– Você... não vai sair? – minha voz não sai mais alta que um sussurro.

– Hayden, você precisa sair agora. – ela fala com a voz decidida.

– Mas você... – ela me interrompe. Saca a arma e aponta em minha direção, arregalo os olhos, e ela dispara, escuto o vidro sendo quebrado.

– Você não achou que eu fosse atirar em você, achou? – pergunta com um toque de ironia. – Soldado Invernal. Você precisa fugir e avisar ao seu pai. Ele está de volta. – saio do carro pela janela quebrada e olho ao redor. Saímos completamente da estrada. Paramos próximos a mata que a cerca e uma fina garoa começa a cair.

– Natalia? – escuto uma voz gutural chamando pelo antigo nome da minha mãe.

– Vai agora!

– Mas você... – meus olhos se enchem de lagrimas.

– Eu te amo Hayden. – minha mãe fala e escuto o som do disparo. Em seguida o carro explode e eu sou lançado para longe.”


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ^^
Beijos queridos e ate mais...