Forgotten escrita por S Pisces
Depois de ser deixado para trás por Steve, fui atrás da Natasha, na esperança de que ela me levasse até a base. Não que eu não possa ir sozinho, mas infelizmente, como estou afastado dos meus serviços e conhecendo Steve, tenho certeza que a primeira coisa que ele fez quando chegou a base, foi proibir minha entrada na mesma. Sendo assim, a única chance que eu teria de conseguir entrar e ficar por dentro do que aconteceu, seria indo com outra agente e vingadora.
Tendo meus maiores ingressos de entrada, ido sem mim, começo a procurar minhas alternativas, que no final se mostraram infrutíferas. Clint disse “Se eu já não passava por cima de uma ordem do Capitão, imagine agora, que a ordem dele é de pai também? Sinto muito garoto.” O Tony até se dispôs a me emprestar um carro, mas a Pepper chegou e então: “Você não está pensando em ajuda-lo a desobedecer os pais, está? Isso bastou para as chaves voarem da minha mão em direção ao cofre. O Bruce nem permitiu minha entrada no laboratório. Ligar para a Maria estava fora de questão. O diretor tão pouco, ele também sabia do meu estado de saúde e apenas reforçaria a proibição da minha entrada. O Thor talvez pudesse me ajudar, mas não sabia como entrar em contato com ele em Asgard. No fim, só me restou ir pro meu quarto e ler um livro, pra passar o tempo.
Assim que me jogo na cama, o som de uma explosão faz as paredes tremem e sei que minha leitura terá que ficar para outra hora.
– Jarvis, que diabos está acontecendo? – pergunto ao A.I enquanto corro porta afora na direção da explosão.
– Estamos sendo atacados Sr. O’Cornel. – Jura?! Reviro os olhos diante dessa informação idiota e continuo correndo.
– Onde estão Clint e os outros?
– Na sala comum. – corro diretamente para lá e estou a alguns passos de lá quando ocorre uma nova explosão. Me jogo no chão, protegendo minha cabeça com os braços e tento acalmar minha respiração, em meio a poeira e o concreto.
– Onde ele está? – escuto uma voz que me faz tremer. Levanto com dificuldade e dou alguns passos cambaleantes em direção a sala.
– Acho bom você ficar calminho se não quiser sair daqui voando. – Tony ameaça, já usando sua armadura para emergências. Bruce está no outro extremo da sala, e Clint está ao lado de Tony, flecha pronta para ser lançada.
O soldado analisa cada um ali presente, e lentamente vira o rosto em minha direção, até então, ninguém havia notado minha presença. Ele me encara com os olhos frios, uma aparência quase insana beirando sua face.
– Você. – ele murmura e dá um passo na minha direção, no mesmo instante Tony e Clint se retesam, prontos para agir.
– Não ouse. – Clint pronuncia lentamente.
Uma tensão cada vez mais crescente vai tomando conta da sala, que misteriosamente parece pequena. Minha cabeça começa a rodar e eu me esforço para estabilizar minha respiração.
– Já que o principal não aparece, eu vou ter que me contentar com o segundo culpado. – ele dá um passo à frente. Segundo culpado?
– Do que você está falando? – minha voz sai fraca.
– Por causa de vocês ela não quer ficar comigo. – ele dá mais um passo. – e se ela não ficar comigo, não ficara com mais ninguém. – mesmo com a sala rodando e suas palavras parecendo cada vez mais confusas, meu subconsciente consegue registrar que “ela” a quem ele se refere é a Natasha.
– O que você quer com ela seu psicopata? – dou um passo à frente também, me aproximando mais. Ele dá um sorriso zombeteiro.
– Com ela? isso não te diz respeito. – ele olha para a janela e depois olha para mim – você devia se preocupar com você. – em um átimo, tudo muda radicalmente a minha frente.
Sinto minha cabeça se chocar contra algo quando sou jogado ao chão, escuto o som de disparos, embora não consiga dizer de onde eles vem. Clint e Tony gritam coisas e mais explosões são ouvidas, até que de repente, uma criatura indistinta verde, entra no meu campo de visão. Tento me pôr de pé, mas a sala gira ao meu redor e eu mergulho na inconsciência.
~~ 8 ~~
Sinto algo leve roçando minha face e relaxo com o toque. O roçar continuar, até que esse mesmo toque leve pressiona minha têmpora, o que me faz gemer de dor.
– Ai! – exclamo quando o toque persiste.
– Desculpe. – uma voz muito conhecida murmura. – Hayden, você consegue me ouvir? – Natasha pergunta.
– Sim. – respondo. Minha voz soa rouca como se eu estivesse dormindo a dias, o que pode ser verdade, uma vez que perdi toda noção de tempo. – há quanto tempo estou dormindo? – pergunto depois de pigarrear.
– Há algumas horas. – sua voz soa cansada e eu finalmente abro os olhos. – achei que não fosse abri-los.
– Você está bem?
– Quem devia fazer essa pergunta sou eu. – ela se senta na beirada da cama – como se sente?
– Sinceramente? Me sinto como se um trator tivesse passado por cima de mim. – dou um sorriso, mas ele não é correspondido.
– Você precisa de alguma coisa?
– Agua. – respondo. Natasha caminha até uma cômoda e enche um copo de agua, em seguida me entrega e volta a sentar. Bebo um gole e noto o quanto estava sedento.
– Você fala enquanto dorme. – ela avisa e me encara, esperando que eu dissesse alguma coisa.
– Não lembro de ter sonhado alguma coisa. – respondo – também não lembro de falar enquanto durmo. – completo.
– Pode ter sido um efeito colateral causado pela concussão. – ela parece preocupada. Ótimo, mas uma coisa para embaralhar meus pensamentos já embaralhados.
– Onde ele está? – questiono.
– Não sabemos. Depois que ele atirou em você, ele...
– Ele atirou em mim? – exclamo surpreso.
– Você não lembra? – pergunta com o cenho franzido. Nego com a cabeça. Realmente não lembrava dele ter atirado em mim. – de qualquer forma, ele não acertou. O Tony conseguiu entrar na frente e serviu como escudo. Foi ele que na tentativa de te proteger, te jogou contra a parede na qual você bateu a cabeça. – ela fala com um misto de raiva e alivio na voz. – Clint atirou contra o Soldado, mas ele não só conseguiu desviar das flechas como jogou o Gavião longe. Danificou a armadura do Tony e de quebra conseguiu fazer o Hulk destruir boa parte da torre.
– Acho que isso tudo é culpa minha. – falo amargurado. – se eu pelo menos conseguisse me defender, ninguém teria saído machucado. E a Torre ainda estaria intacta, ou pelo menos, não tão destruída.
– Primeiro, a culpa não foi sua, ele veio aqui atrás do Steve e de mim. Segundo, se alguém se machucou, o único culpado é o soldado. E terceiro, é só um prédio Hayden. O Tony pode projetar e construir mais uma dúzia desses pela cidade do dia para a noite. Não se culpe por nada do que aconteceu aqui. – me conforta.
– Você até que é boa nesse lance de confortar. – falo com um sorriso.
Ela fica ao meu lado e desajeitadamente tenta fazer um carinho na minha cabeça, mas acaba tocando no lugar errado, me fazendo gemer de dor.
– Desculpe. – pede num sussurro. – definitivamente, eu não sou boa com isso. – ela retira a mão, mas a seguro.
– Não! – exclamo e ela me encara – tá tudo bem, você aprende. Ainda tem muito tempo pra isso. – continua me encarando, até que com um suspiro voltar a sua tentativa de fazer um cafune. Rapidamente ela pega o jeito e embora meu couro cabeludo esteja sensível, logo estou tão relaxado que volto a dormir.
“– Vamos Hayden! Não quero que você chegue atrasado de novo. – minha mãe me chama na porta do meu quarto e eu pego a mochila em cima da cama e a jogo sobre um ombro. Penduro os fones de ouvido no pescoço e desço as escadas rapidamente.
– Ansioso para o primeiro dia de aula? – meu pai pergunta e reviro os olhos.
– Eu estava mais feliz estudando com meu tio. – respondo de mau humor.
– Seu tio é uma péssima influencia, além do mais, você precisa socializar com pessoas da sua idade. Conviver com adultos está te deixando muito ranzinza. – minha mãe fala. – agora vamos. – ela abre a porta e a sigo.
– Nos vemos mais tarde. – meu pai se aproxima do carro, ao lado do motorista e dá um beijo na minha mãe. Viro o rosto.
– Vocês podem ir pro quarto se preferirem, por mim tudo bem. – sugiro irônico.
– Eu espero pro seu próprio bem que nunca mais você volte a sugerir isso. – minha mãe responde no mesmo tom. Meu pai segura o riso.
– Deixa o garoto. Ele é adolescente, e adolescentes falam essas coisas. – meu pai me defende.
– Ele pode até falar, mas não comigo. – nossa, hoje ela está de péssimo humor. Ela entra no carro e fecha a porta. Faço o mesmo.
– Tchau filho. Boa aula. – meu pai deseja caminhando de volta pra casa.
– Valeu pai. – agradeço e ponho os fones de ouvido.
A viagem até a nova escola dura uns 20min. “20 minutos de silêncio”, penso, mas logo sinto meu fone ser puxado.
– Eu sei que você está detestando essa ideia de ir pra escola, mas acredite, você vai me agradecer por isso um dia. – a olho com uma sobrancelha arqueada. – eu não estou te sentenciando a morte não garoto. É só uma escola! – ela exclama visivelmente irritada.
– Tanto faz. – faço menção de colocar os fones novamente, mas ela me impede.
– Eu ainda não terminei.
– Sobre o que você quer falar? Eu não estou aqui? Não estou indo pra essa droga de colégio? O que mais você quer de mim? – grito exasperado e ela me encara. Em uma fração de segundos que ela desviou os olhos da estrada, um cara apareceu na nossa frente.
– Mãe! – exclamo e ela volta a atenção para a estrada e tenta frear. O carro desliza na pista molhada e para com um movimento brusco.
– Você tá bem? – ela pergunta sem tirar os olhos da estrada.
– Estou. Você...? – Não termino, pois ela pisa no acelerador com tudo, fazendo o carro cantar pneu. – O que você tá fazendo? – exclamo assustado.
– Soldado Invernal. – ela murmura, antes do cara que apareceu na nossa frente começar a disparar contra nós. – abaixa! – ela empurra minha cabeça para baixo. – liga pro Steve!
Pego o celular em meu bolso, e disco o número, no segundo toque ele atende.
– O que você...
– Pai?! Pai estamos sendo atacados! – aviso alarmado.
– O que?! Quem está atacando vocês? Onde vocês estão? – sua voz soa estridente. O vidro da parte de trás do carro explode. – Hayden?! – meu pai grita.
– Eu não sei... Estamos na auto estrada, na... – uma explosão faz o carro girar sobre seu próprio eixo. Sinto meu corpo ser lançado, mas logo voltar de encontro ao banco graças ao cinto. O celular voa da minha mão e tenho total certeza que irei morrer.
Não sei quantas voltas o carro dá, mas sei que parou quando abro os olhos e vejo tudo parado, embora esteja de cabeça para baixo.
– Sai do carro. – minha mãe sussurra. – sai agora. – ela retira meu cinto e caio de encontro ao teto do carro.
– Você... não vai sair? – minha voz não sai mais alta que um sussurro.
– Hayden, você precisa sair agora. – ela fala com a voz decidida.
– Mas você... – ela me interrompe. Saca a arma e aponta em minha direção, arregalo os olhos, e ela dispara, escuto o vidro sendo quebrado.
– Você não achou que eu fosse atirar em você, achou? – pergunta com um toque de ironia. – Soldado Invernal. Você precisa fugir e avisar ao seu pai. Ele está de volta. – saio do carro pela janela quebrada e olho ao redor. Saímos completamente da estrada. Paramos próximos a mata que a cerca e uma fina garoa começa a cair.
– Natalia? – escuto uma voz gutural chamando pelo antigo nome da minha mãe.
– Vai agora!
– Mas você... – meus olhos se enchem de lagrimas.
– Eu te amo Hayden. – minha mãe fala e escuto o som do disparo. Em seguida o carro explode e eu sou lançado para longe.”
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Espero que tenham gostado ^^
Beijos queridos e ate mais...