Forgotten escrita por S Pisces


Capítulo 29
Obsesson




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Então, é o fim.

Penso resignado depois que fico sozinho. O que demorou muito para acontecer, afinal, todos estavam preocupados com meu estado psicológico depois de tantas emoções desagradáveis. As hipóteses do Tony realmente fazem sentido, mas é difícil aceitar que fui vítima de um experimento genético. Agora, mais do que nunca, uma ânsia de descobrir quem eu sou toma conta de mim e antes que o meu tempo termine, eu preciso saber de toda a verdade. Infelizmente, a verdade parece estar nas mãos da pessoa que eu mais odeio: Bucky.

POV Steve Rogers

– Eu não acho uma boa ideia. – reafirmo, mas Natasha parece decidida a ignorar minha opinião.

– Steve não temos opção. – ela para e me olha – o Bucky não vai falar com mais ninguém a não ser eu. Você sabe disso, então não tente me fazer mudar de ideia porque isso não vai acontecer. – suspiro pesaroso.

Ela tem razão e infelizmente não temos opção e nem tempo. O garoto está morrendo e a única pessoa que pode nos dar alguma “luz” é o Bucky, ele tendo trabalhado para a Hidra e também sendo vítima de experimentos deles, talvez saiba de alguma coisa que possa nos ajudar.

– Você realmente acha que ele vai cooperar? – a pergunta sai sem querer. Natasha enruga o cenho.

– Não. Mas sempre podemos fazê-lo mudar de ideia. – ela dá um sorriso perverso, o que me desagrada.

– Eu não quero que você use de violência com ele. – Natasha sai do seu andar e eu a sigo – ele está confuso, foi usado. Não quero minha namorada batendo no meu melhor amigo. – Natasha revira os olhos.

– Não dificulta ainda mais as coisas Steve. O seu melhor amigo morreu. Entende isso de uma vez. Ele não vai voltar.

– Ele não morreu! – exclamo – ele ainda está lá, qual é? Se ele não estivesse mais lá, eu estaria morto agora.

– Você não está morto agora graças ao moleque. Ele nos salvou, impediu que o Soldado quebrasse meu pescoço. Lembra disso? – ela entra no carro e eu faço o mesmo.

– Okay, aquele cara pode até não ser mais o Bucky, o meu melhor amigo. Mas ele ainda é o James, o seu James. Por isso ele só quer falar com você. – afirmo com desgosto. Natasha respira fundo.

– Quer saber? Eu não me importo com quem ou o que ele é. Eu não quero saber se ele é o “meu” James, ou o “seu” Bucky ou o soldado da Hidra, o que eu quero são respostas e ele vai me dar essas respostas nem que eu tenha que socar a cara de cada um dos vários “eus” dele. – ela coloca os óculos escuros e liga o carro, pondo um ponto final na nossa discussão.

~~ 8 ~~

– Tudo pronto? – pergunto para Hill que concorda com a cabeça. – você está pronta? – questiono Natasha que revira os olhos com desdém.

– Olhe e veras. – ela fala, caminhando até a entrada da sala de interrogatório.

Vou para perto de Clint e Hill, que estão tão apreensivos quanto eu. Paro ao lado de Clint e olho para o vidro a nossa frente, meu olhos parando no homem sentado com as mãos algemadas atrás da cadeira. Alguns segundos depois, Natasha entra no meu campo de visão e sinto meu sangue gelar. Eles se encaram em silêncio por alguns segundos e nesse meio tempo eu desejo ter poderes telepatas.

Você veio. – Bucky é o primeiro a quebrar o silêncio e ao ouvir sua voz tão clara e lúcida, a esperança que todos querem que eu pare de alimentar, se mostrar mais viva do que nunca.

O que você sabe sobre o novo soro? – Natasha começa o interrogatório.

Você continua tão linda. – engulo seco. Natasha se curva sobre a mesa, com os punhos cerrados e repete a pergunta. O clima fica tenso rapidamente e pelo canto do olho vejo Clint trincar o maxilar.

Desculpe ter tentado te matar naquele dia, eu não sabia o que estava fazendo, não conseguia me controlar. – ele insiste na sua tentativa de manter uma conversa mais “amigável”, pedindo desculpas dessa vez.

Não conseguia se controlar? Quem estava te controlando? – ela pergunta séria.

Eu não sei. Me desculpe. – Natasha desfere um forte tapa no rosto dele.

Não tente me fazer de idiota. Você sabe quem estava fazendo isso com você, da mesma forma que sabe sobre o novo soro. Anda, conta logo! O que você sabe sobre o Hayden? – Bucky vira o rosto lentamente e a encara. Depois solta uma gargalhada.

Eu admito que não esperava te ver amando novamente. – sua frase faz Natasha parar – você lembra das declarações? Você dizia que nunca amaria outra pessoa a não ser eu, mas pelo visto, alguém conseguiu te fazer mudar de ideia, não é mesmo? – cerro os punhos e respiro fundo. Eu sabia que provavelmente ouviria coisas desagradáveis, mas não esperava que elas fossem me fazer odiar o meu ex melhor amigo.

O que você sabe sobre o soro? – Natasha insiste.

De que droga de soro você tá falando? – ele retruca, claramente irritado. Provavelmente a falta de incentivo de Natasha, começou a fazer efeito.

Do soro que é a mistura do meu com o do Steve. – obviamente ela deveria ter usado os nomes técnicos do soro, mas esse interrogatório está mexendo claramente com ela.

Steve? – Bucky pronuncia meu nome e eu desejo internamente que ele lembre de mim. – é ele que você ama agora não é? – ele questiona, mas não obtém resposta – eu devia tê-lo matado quando tive oportunidade. – e Natasha desfere um violento soco nele. Ele cai juntamente com a cadeira de lado e começa a tossir.

Natasha caminha até ele e o puxa pelo cabelo.

Agora você vai responder as minhas perguntas, entendeu? – ela está visivelmente alterada.

Eu não sei de droga de soro nenhum! – ele fala ainda tossindo. Natasha empurra sua cabeça em direção ao chão e se levanta. Dando-lhe as costas.

O que você estava fazendo na base da Hidra naquele dia? – essa pergunta não fazia parte do interrogatório.

Estava atrás de respostas. – responde.

Que tipo de respostas?

Respostas sobre mim. Sobre o meu passado. – ele começa a se sacudir.

E consegui? – o súbito interesse de Natasha começa a me incomodar. Onde ela queria chegar com aquilo?

Eu estou aqui agora, com você. – ela o encara com a testa franzida – acho que minha missão foi bem sucedida.

O que você quer dizer com isso?

Quero dizer que não importa quanto tempo leve ou o que possa estar entre nós – ele se sacode mais uma vez e então percebo sua real intenção. – você sempre será minha Natalia. – ele salta, parando em cima da mesa e Natasha arregala os olhos.

Não espero mais nada e corro até a sala, com Clint em meu encalço. Tento abrir a porta, mas alguma coisa a impede de abrir. Tomo alguma distância e me lanço contra a mesma, batendo meu ombro, ela abre alguns centímetros, então desfiro um forte chute e a mesma é lançada para trás. Assim que entro, meus olhos param em uma Natasha vermelha, que está sendo estrangulada pelo braço de metal de Bucky.

– Se você não for minha, não será de mais ninguém. – ele afirma e aperta mais o seu braço entorno do pescoço de Natasha.

– Steve, aqui! – escuto a voz de Hill.

Viro-me e por puro reflexo estendo a mão, pegando o escudo no ar. Sem hesitar o lanço na direção de Bucky, acertando seu braço. Ele me olha surpreso, provavelmente não imaginou que eu seria capaz de ataca-lo mesmo ele estando usando Natasha como “escudo humano”. Natasha cai no chão e antes que ele possa pega-la novamente, corro em sua direção, me jogando sobre o mesmo.

A parede atrás de nós cede com o impacto e muita poeira toma conta do local. Desfiro um violento soco em seu rosto e sangue sai da sua boca. Seu nariz está sujo de sangue, provavelmente quebrado, graças a Natasha, ao lembrar dela, me viro e vejo Clint a carregando para fora da sala. Vários agentes entram e vem até mim, Bucky tenta se levantar, mas o acerto com o escudo e ele cai, inconsciente.

POV Hayden O’Cornel

Depois de um pouco de discussão sobre onde seria o melhor lugar para eu ficar, decidiu-se que eu residiria no andar do capitão, afinal, a decisão de que eu moraria na torre partiu dele. Fui colocado numa espécie de quarto de hospedes e antes que eu pudesse questionar sobre como as minhas coisas tinham ido parar lá, Tony saiu do quarto, me deixando novamente só.

Tomo um banho e depois de um tempo deitado, tentando decidir sobre o que fazer, optei por começar com coisas mais fáceis e leves, como por exemplo, dar uma volta na torre.

Paro em cada andar e dou uma volta rápida, tentando ao máximo não deixar minha curiosidade me levar a ser intrusivo demais. Mesmo já tendo estado ali antes, nunca tive oportunidade de conhecer realmente a torre. Vou para a cozinha onde encontro uma variedade incrível de alimentos, de frutas a doces diversos. Pego um pacote de batata fritas e vou até a sala, onde me deparo com Steve cheio de poeira.

– Não sabia que estava trabalhando na construção civil. – comento e ele apenas me encara.

– Eu vou tomar um banho, depois conversamos sobre isso. – ele fala para Tony. O mesmo apenas concorda com a cabeça e Steve vem até mim. – como você está?

– Bem, dentro do possível. – ele suspira e vejo dor nos seus olhos. – ele não sabe de nada, não é mesmo? – pergunto mesmo sabendo a resposta. Steve apenas balança a cabeça, afirmativamente.

– Eu sinto muito – sussurra.

– Não sinta. – respondo. Ele me abraça e é impossível não retribuir. Ficamos assim por alguns segundos e então ele desfaz o abraço.

– Eu te sujei, desculpe. – fala com os olhos marejados.

– Você não ia tomar banho? – lembro.

Ele sorri e caminha até o elevador, sendo seguido por mim. O passeio de elevador é feito em silêncio, Steve fica de cabeça baixa e sei que ele se sente culpado.

– Não te falei, mas agora somos colegas de quarto. – paro na porta do meu quarto.

– Que bom, eu me sentia sozinho mesmo. – ele fala e entra no próprio quarto. Deito na minha nova cama e termino de comer as batatas. Acho que cochilo, pois quase caio da cama ao ouvir batidas na porta. Cambaleando vou até a porta e a abro.

– Te acordamos? – Natasha pergunta.

–Não, eu estou dormindo ainda. Sou sonambulo. – respondo irônico e Natasha revira os olhos.

– Acho que ficar aqui na torre, convivendo com o Tony não vai te fazer bem. Você faz ficar mais insuportável do que já é. – ela comenta entrando no quarto. Steve faz o mesmo.

– Não se preocupe, será por pouco tempo. – comente com um sorriso, mas nenhum dos dois sorri. – desculpe.

– Tudo bem, acho que a única coisa que você pode fazer agora é piada mesmo. – Natasha fala por fim.

– Vocês vieram me contar como foi o interrogatório? – sento-me na cama e Steve e Natasha fazem o mesmo.

– Mais ou menos. Você não precisar saber dos detalhes, mas o Bucky não sabe nada sobre novos experimentos da Hidra. – Natasha começa.

– E isso quer dizer? – pergunto.

– Quer dizer que meio que voltamos à estaca zero. – Steve afirma, pesaroso.

– Acho que nunca saímos dela. – comento. Olho para Natasha e percebo marcas arroxeadas no seu pescoço. – o que aconteceu? – pergunto e ela põe a mão sobre as marcas.

– Bucky. – ela fala simplesmente. Sinto meu sangue gelar. – ele é meio que obcecado por mim. – dá de ombros.

– Por isso que não queria que ele chegasse perto de você novamente, mas graças a mim, você foi lá e...

– Graças a você não Hayden, eu me dispus e de uma forma ou de outra eu teria que enfrenta-lo uma hora. – afirma. – hey, eu fiz isso e faria muito mais por você. – não consigo segurar um sorriso.

– Isso é quase uma declaração de amor. – comento e ela me dá um tapa.

– Não seja ridículo. Eu já falei, só te tolero. – fala fingindo seriedade e indignação.

– Sei... – suspiro. – Eu vou sentir falta de vocês. – eles se entreolham e ao mesmo tempo me abraçam.

– Nós também. – ambos falam ao mesmo tempo, com a voz embargada.


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Notas finais do capítulo

Obrigada a todos e até mais :)



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