O Rei de Nova Midgard: Sangue escrita por Xampz


Capítulo 14
XIII


Notas iniciais do capítulo

Dizem que a vida é uma montanha russa. Há momentos bons e momentos ruins.



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Siegfried

O mensageiro chegou apressado. Era o mesmo mensageiro que contou sobre o desertor, Wotan Gerhadt. Siegfried o reconheceria de longe. Certa vez li em um livro a frase “Asas escuras, palavras escuras”, pensou o Jovem Rei, lembrando-se dos corvos mensageiros. O mensageiro desejou falar diretamente com ele, como de costume. Ouvira os dragões martelarem sua cabeça com rugidos de dor três vezes, e sabia de quem era a culpa. Era noite e o castelo dormia. Estavam no salão de jantar, quebrando o jejum. Em sua mesa estavam os dois Cavaleiros Reais que estavam na Cidade do Rei, Sir Thomas Malory e Sir Magnor Gurdal;  Odur, Hodrik e sua mãe, Elise. Ela tinha cabelos louros e um pouco ondulados. Era bem bonita para uma mulher de sua idade.

— Vossa Graça, tenho más notícias – Como imaginei. — Notícias do Oeste.

Então o mensageiro contou o acontecido e entrou ao rei uma carta. Sir Aegir, Sir Hovnir, Sir Menglod e todos os doze cavaleiros enviados morreram, incluindo o próprio Wotan Gerhadt. O vulcão entrou em erupção quando um dragão apareceu e a montanha soterrou os que conseguiram escapar. Siegfried estava sem reação. Seu melhor amigo, seu melhor cavaleiro e seu melhor rastreador haviam morrido em uma única missão. Seria ele um rei tão ruim assim?

— Vão ter de me dar licença. – Siegfried não esperou resposta e foi para seu quarto.

A abertura feita pelo fogo estava quase consertada. O Jovem Rei sentou-se na cama e releu a carta. Lágrimas brotaram em seus olhos. Ele fechou o punho até que suas unhas entrassem em sua pele. As cinzas da lareira incandesceram e criaram uma chama, que foi ficando mais quente. Siegfried botou a mão na testa e se concentrou. A lareira apagou-se. Deitou na cama e refletiu. Tomei a decisão errada ou subestimei Wotan Gehadt? Siegfried não contava com a aparição do dragão. Talvez devesse ter mandado mais cavaleiros. Não, não iria adiantar. Fora a erupção que matou todos. Ainda assim, Siegfried sentia que deveria ter sido um rei melhor. Estava só esperando o momento de enfrentar Sir Sultur Volkman, e esperava que seu irmão estivesse junto. Sir Sultur era um traidor. Ele havia conspirado com Fafnir e Wotan Gerhadt para causar a morte dos dragões, o Jovem Rei sabia, mas estava só esperando as provas. Sir Sultur se retirara para ver alguns familiares nas terras fluviais, mas Siegfried mandara espiões atras dele. Queria ouvir as provas que precisava da boca do próprio Wotan. Você sempre soube, não é meu amigo? Sempre soube que iria morrer defendendo o que acreditava.Eu deveria ter mandado Edmund ou Magnor. Siegfried crescera junto de Aegir, foram criados como irmãos. A mãe do Cavaleiro morrera quando este era bem jovem, então Elise e o pai de Aegir decidiram criá-los juntos, apesar de não casar. Elise somente amava Tyr Berthold, ela nunca se casaria com outro. Mas o pai de Aegir era bom para eles. Ensinava bem Siegfried. Todo o tempo que ele passou, treinado pelo conselho para ser um Rei, Aegir passara junto, treinando para ser o melhor Cavaleiro do Rei. Era seu sonho, e eu o levei para a morte. Até o pai dele estava no conselho de Siegfried, não sabia como iria contá-lo da morte de seu filho.

— Querido? – Era Elise, a senhora sua mãe, na porta. – Posso entrar

Siegfried secou as lágrimas com a mão e levantou a voz: – Claro, Senhora.

— Não precisa me chamar assim – Ela se sentou do seu lado. – Sinto muito pelas perdas.

— Não é nada, cavaleiros morrem toda hora.

— Sei que deve ser dificil para você perder seu melhor amigo. – Ela era sua mãe, não adiantava esconder os sentimentos.

— Não posso parecer fraco.

— Ah, querido. – Ela o abraçou. – Seu pai não deveria ter morrido tão cedo, deixou um fardo grande demais para você carregar, meu pequeno.

Siegfried sentiu as lágrimas encherem seus olhos novamente. Lembrou-se de quando era menor, antes de seu pai morrer. Quando se machucava ou ficava triste, recorria a sua mãe. Ela sempre tinha as respostas e sempre fazia a dor diminuir. Não se trata apenas de perder meu melhor amigo, se trata de falhar com o reino. Que Wotan apodreça no inferno. Teria que achar outro jeito de provar que Sir Sultur era um traidor. Mas não queria pensar nisso agora, queria voltar a ter 11 anos, e esquecer dos problemas no colo da mãe. Não posso... E Siegfried caiu em um sono profundo.

Estava no topo de um vulcão. Estava muito quente e a lava conversava com ele.

— Eu engoli seu amigo, e agora vou engolir você. – Ela dizia.

— Não tenho medo de você! Posso controlá-la! – Siegfried estendeu a mão, mas sem sucesso.

— Garoto tolo, desista de ser rei. Você afundará mais esse reino do que eu afundei seus Cavaleiros.

— Nunca!

O sonho mudou. Estava em um deserto. O sol estava tão refletida na areia que ela parecia branca. O Deserto Branco, claro. Lá no meio da areia ele apareceu. Loki, com a mesma capa sinistra e a cabeça calva. Os olhos era poços de escuridão. Siegfried estranhou. Os sonhos com o deus eram sempre em uma cela escura.

Jovem Rei, eu posso ajudá-lo. Estarei sempre com você. Quer vingança? Quer que os que mataram seu amigo sofram?  Foi um dragão vermelho, um dragão como o que feriu seu pai, e parecido com o dourado que o matou. Você se lembra, da história, não lembra? Vamos, aceite minha ajuda e tenha sua vingança.

— Não! – Gritou Siegfried, mas não havia mais ninguém para ouví-lo. Loki não estava mais ali, ao invés dele estava o grande dragão dourado que matou seu pai.

Era enorme, suas escamas douradas estavam lascadas e havia uma cicatriz em sua garra. Se me lembro, isso foi Fafnir quem fez, pensou Siegfried, olhando para a cicatriz.

Sim, foi ele.— Disse o dragão. – Ele matou um de meus irmãos e causou a Morte de Um. Foi isso que atiçou Lotan.

— Lotan é o dragão vermelho que matou Aegir? – Perguntou Siegfried.

É o dragão do vulcão — A resposta veio em sua cabeça –, Fafnir matou Gorynych, o dragão verde. Não só isso, ele matou mais dois irmãos meus. Ele tem que ser detido!

— Não tenho fé em você, seja qual for seu nome! Você matou meu pai!

Estava me defendendo de Fafnir. Matei a moça também. Não me orgulho disso, dragões e humanos não foram feitos para guerrear!

— Escute, isso não interessa. Deixe-me dormir!

Não está tudo perdido, Jovem Rei. Você não pode confiar em Loki. Ele é o deus da trapaça.

— Devo confiar em quem então, em você?

— Deve confiar em si mesmo, Jovem Rei...


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Notas finais do capítulo

Esse é um dos ruins.

"A sala era grande. Espadas, escudos e maças estavam penduradas nas paredes. Armaduras e outros tipos de armas estavam espalhadas pela sala. Reginn olhou em volta, as poucas tochas que iluminavam o arsenal davam um ar sombrio ao lugar. "



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