Overdose de Loucura escrita por Pale Moon


Capítulo 8
♡ Capítulo 08


Notas iniciais do capítulo

ANTES DE ME JOGAREM PEDRAS, LEIAM AQUI, POR FAVORZINHO: Eu sei que eu deveria ter postado sábado, e não estar postando na quinta. Entretanto, eu coloquei muita pressão em mim mesma quanto á esse capítulo. Ele deveria ser importante, por ter uma aproximação a mais e tal...E sei lá, eu fiquei com medo de fazer tudo corrido demais. Enfim, como sou paranoica e psicótica eu reescrevi esse capítulo umas sete vezes, nunca ficava satisfeita com o resultado :c E acabei não ficando, enfim, satisfeita. Acho que poderia ter ficado melhor, ele ficou meio cansativo, mas... É isso. Desculpem a demora, eu não queria demorar mais e eu acho que não consegui entrar tanto na história na hora de escrever o capítulo oito :'c

Enfim, é isso, mil desculpas leitores, prometo não tentar atrasar novamente a história. Estou postando esse, mas já comecei o próximo capítulo, pretendo postá-lo no sábado normalmente x.x

Capítulo não betado, perdoem os possíveis erros escrotos e boa leitura sz



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/615233/chapter/8

♡ Capítulo 08

Era bastante notável o mau humor do “representante”. O loiro chegou à sala de aula com uma cara de pouquíssimos amigos e logo se sentou em seu lugar, bem despojado, com uma cara fechada e um humor do cão. Parecia até que tinha uma áurea negra e sombria ao seu redor, tamanha era a sua irritação.

– O que aconteceu com o representante? Ele tem andado tão mal-humorado nesses dias... – Peggy murmurou para Melody, do outro lado da sala, enquanto ambas observavam o jeito nada normal do presidente do grêmio estudantil.

Logicamente Peggy já havia notado algo de anormal no loiro. Respostas incorretas, comportamento inadequado, até mesmo a postura nada educada que ele mantinha na sala de aula... Os olhos da jornalista eram sempre atentos á pequenos detalhes. E, quem sabe, perguntando para Melody o que aconteceu a morena talvez lhe deixasse escapar alguma pista, ou algum motivo para tal comportamento espantoso.

– Eu não sei. Eu... Realmente não sei. – A tristeza na voz de Melody era bastante aparente, além dos grandes olhos azuis que pareciam cabisbaixo. A morena detestava estar por fora de algo sobre a vida de Nathaniel, sobre a vida da pessoa que amava. Sim, amava o loiro, por mais que ele estivesse num estado de espírito bem esquisito ultimamente. E não saber de nada, desconhecer o motivo que vem deixando-o daquela forma a deixava extremamente triste. Sentia-se distante de Nathaniel.

Peggy observou bem a feição da morena. Em seguida o loiro do outro lado da sala, para logo depois olhar para ela novamente. Estava tudo muito estranho...

E as coisas ficaram ainda mais estranhas quando o ruivo entrou na sala de aula. Tudo bem, Castiel poderia chegar dentro do horário um dia ou outro. Mas, ao passar pela sala, trocar olhares significativos com o loiro... Isso sim era esquisito. E o mais esquisito era o jeito que ele vinha agindo também. Muito estranho.

Após longos minutos de observação silenciosa, chegando até mesmo a nem ouvir direito o que Melody falava, Peggy voltou para seu lugar na sala de aula quando o professor de geometria chegou.

A jornalista tinha certeza de uma coisa: Algo de anormal estava acontecendo entre aqueles dois. E ela ainda iria descobrir!

Ela tinha que descobrir!

♡ ♥

A hora do intervalo do almoço já não era mais a mesma para nenhum dos dois. Normalmente Nathaniel agilizava a papelada e os afazeres do grêmio estudantil. Entretanto, já não podia mais fazer isso. Não agora, estando no corpo de Castiel, e, sinceramente, não achava uma boa ideia deixar o outro fazer os seus serviços. Era arriscado demais deixar aquele delinquente no mesmo ambiente de Melody, cuidando das suas responsabilidades. Não mesmo.

E Castiel gostava de usar aquele tempo do intervalo para relaxar (muitas vezes até ultrapassava bastante o horário do almoço). Às vezes ficava com Lysandre falando sobre as suas músicas, melodias, e etc.

Enfim, o intervalo de ambos não se resumia em ficar no terraço, olhando para a cara do outro, com aquela animação “empolgante” (para não dizer ao contrário). Lysandre estava distraído em seu bloco de notas, parecia concentrado demais em perceber o clima pesado do ambiente.

– Hm... Como foi o jantar ontem com a minha família, Castiel? – O ruivo perguntou ao encostar-se à mureta do local, perguntando como quem não quer nada. Mas na verdade estava receoso. Não havia falado com Castiel desde ontem, e hoje ele chegou bastante irritado na escola. Esperava veemente que não tivesse acontecido nenhuma tragédia. Se bem que se tivesse acontecido algo, o delinquente já teria vindo lhe perturbar.

– Uma bosta. – Respondeu num resmungo, dando de ombros.

– É que você parece mal humorado. Pior que o normal... – Comentou novamente. Seus dedos tamborilavam o pequeno muro do terraço no qual estava encostado, e sua mente estava á mil por hora.

– Tenho coisas mais importantes para me preocupar, representante. – O loiro deu de ombros com o semblante emburrado. – Próximo final de semana é a nossa apresentação. Não tenho tempo á perder com besteiras.

– Ah, claro... – Nathaniel revirou os olhos prateados. Afinal, seus problemas não eram da conta de Castiel e jamais seriam. Não devia nem ter se preocupado.

O toque indicando o término do intervalo soou, e isso fez com que Lysandre despertasse. O albino saiu de seus devaneios, parando de escrever por um momento e se aproximando dos dois, para voltarem para a sala de aula.

– Tenho certeza que irá conseguir aprender á tocar guitarra, Nathaniel. Você tem uma excelente memória. – Lysandre falou com educação, sorrindo suave para o garoto de cabelos vermelhos, na intenção de encorajá-lo. Além, claro, de ser muito grato á ele, já que o representante estava determinado á ajudá-los.

– Obrigado Lysandre. – Agradeceu, entretanto não estava tão confiante assim.

– Bom, vamos voltar para a sala, o professor deve estar chegando.

– Lysandre, espere. Seu bloco de notas... – O ruivo apontou para o mesmo, que havia ficado no chão, no local onde Lys estava sentado escrevendo.

Logo o garoto percebeu estar sem o bloco de notas e voltou para pegá-lo. Em seguida os três voltaram para a sala de aula, em silêncio.

♡ ♥

O toque que indicava o final da aula era como música para muitas pessoas. Os alunos saiam como se não houvesse amanhã, parecia um bando de animais engaiolados em busca de liberdade.

Castiel guardava as coisas do loiro sem muita pressa, pois achou melhor que ele fosse para casa na frente. Não queria ser motivo para piadas e fofocas, ainda mais estando no corpo do representante, onde não podia sequer ser ele mesmo (entretanto, se tivesse que mandar alguém ir tomar naquele canto, mandaria sem dó).

– Hey Ambre. – O loiro a chamou ao se aproximar da garota que o esperava do lado de fora da sala de aula, com suas inseparáveis amigas. – Vou passar na biblioteca antes de ir para casa. Pode ir na frente. – Falou de um jeito bastante entediado, recebendo apenas um “Okay” como resposta da loira, que logo saiu dali com as demais garotas.

Agora que havia se livrado da loira azeda, poderia ir para sua casa. Enfim poderia voltar para a sua casa de verdade.

O caminho nunca lhe pareceu tão longo quanto agora. Inclusive, fazia até questão de ir á passos rápidos, querendo chegar o mais depressa possível. Ao chegar à frente da casa, chamou pelo representante idiota, batendo sem muita paciência na porta.

– Você demorou. – Nath murmurou com uma cara cansada. Havia chegado á poucos minutos, mas imaginava que ele viesse logo, e não ficasse demorando tanto após a aula, por mais que o combinado fosse que não voltassem juntos para não levantar suspeitas.

Castiel achava meio bizarro aquilo. Quer dizer, aquela cena... Olha só que hilário (para não dizer ridículo): Estava sendo recepcionado em sua própria casa por si mesmo. Talvez não faltasse ver mais nada em sua vida.

O loiro apenas deu de ombros e entrou em sua casa. Ah, como sentiu falta daquele lugar! Ao escutar os latidos de Dragon não tardou ao ir andando em direção aos fundos da casa, animado e morrendo de saudades do animal. Entretanto, o cachorro parecia não estar muito alegre quando o viu, visto que o mesmo mostrou os dentes e começou a latir de um jeito bem assustador ao ver a figura do loiro do outro lado do portão de grades.

– Acho melhor não chegar perto... – Nathaniel murmurou ao notar que o cachorro estava visivelmente estranhando o verdadeiro dono (que no momento já não era mais tão verdadeiro assim).

– Ah que droga... Eu não acredito que o Dragon não ta me reconhecendo! – Resmungou irritado. Pelo o visto o cachorro realmente não estava o conhecendo. Queria poder abraçar Dragon e matar a saudades de seu cachorro, entretanto se fizesse isso corria o risco de perder uma mão ou um braço inteiro.

Após um suspiro pesado e mais alguns resmungos o loiro saiu de perto da entrada do quintal, indo em direção ao seu quarto com o chato do representante. Era melhor começar com a droga do ensaio de uma vez por todas, pois Castiel não queria, em hipótese alguma, perder aquela apresentação de ouro. Porém, ao abrir a porta do seu quarto o loiro se deparou com uma cena que, para si, era deveras desagradável: O quarto estava todo em ordem.

– Mas que porra você fez aqui?

O ruivo apenas ergueu uma sobrancelha, sem entender o porquê da reclamação de Castiel.

– Você arrumou meu quarto?!

– Você não pensou que eu fosse dormir naquele muquifo fétido, não é? – Nathaniel respondeu, revirando os olhos acinzentados. Sério que Castiel estava reclamando da arrumação que fez no quarto dele? Ele deveria lhe ser grato, isso sim!

– Você é fresco demais, puta que pariu... – Resmungou, entrando no cômodo e pegando sua guitarra que estava encostada ao lado da mesa do computador, abrindo a capa e tirando a fender stratocaster vermelha de dentro da mesma. Os olhos dourados até pareciam iluminar-se ainda mais ao ver o objeto escarlate.

Céus, como sentiu falta daquela guitarra!

Nathaniel apenas revirou os olhos ao escutar aquela ofensa, deixando que o outrem matasse a saudades da guitarra. Sentou-se no chão do quarto, encostando suas costas na cama enquanto fitava a forma tão amorosa que Castiel tocava naquela guitarra. Era esquisito se ver tocando algumas notas.

Após dedilhar o instrumento por alguns segundos, Castiel entregou a guitarra (com muito dó) nas mãos do representante. Talvez só tivesse fazendo aquilo porque Nathaniel estava no seu corpo, porque senão jamais o deixaria tocar na sua tão amada fender. Em seguida pegou o violão, que também estava encostado no mesmo local onde estava a guitarra, para voltar para perto do ruivo, sentando-se de frente á ele.

– Eu andei vendo na internet algumas coisas sobre guitarra. Cifras, cordas, notas... Essa coisa toda de teoria. – Nathaniel informou ao ajeitar a guitarra em seu colo, olhando para a mão esquerda enquanto ajeitava os dedos nas cordas, tentando formar alguma nota.

Castiel não imaginou que ele estaria tão disposto a ajudá-lo, não ao ponto de ir sozinho atrás de aprender mais sobre guitarras. Mordeu o lábio inferior, dando de ombros e achando melhor ignorar aquela informação.

Ora, ele só estava fazendo o que deveria fazer!

– Então você já deve ter visto que cada dedo tem uma numeração diferente e essencial na hora de tocar qualquer instrumento de corda. – Ao receber um aceno positivo de cabeça, o loiro continuou a falar, posicionando os dedos nas cordas do violão. Em Seguida, passou a explicar como fazer cada nota, onde ele deveria posicionar cada dedo, na corda e nas casas indicadas, formando as notas.

Entretanto, apesar de todo o esforço, Nathaniel não era bem o tipo de cara que nasceu para ser o gênio da guitarra. Tinha uma boa memória, era um garoto inteligente e estava se esforçando de verdade. Mas ter agilidade na hora de trocar de nota, passar o dedo para outra corda, em outra casa, era um tanto complicado, principalmente na hora de fazer mais rápido.

– No Dó menor o dedo dois fica nessa casa. – O loiro se inclinou um pouco e segurou a mão do outro para colocar o dígito no local certo, corrigindo-o.

Aquela cena era bastante esquisita, e não apenas por estar ensinando alguém com a sua cara á tocar guitarra. Mas por saber que aquele cara era Nathaniel. Não tinha como não achar aquilo bizarro...

Castiel observou bem como ele estava concentrado nas suas instruções. Na verdade, achava que provavelmente aquela aula não ia render em nada, já que ambos não se suportavam. No entanto aquele momento estava, de alguma forma, o pegando de surpresa, por mais que ele não demonstrasse realmente isso. Nathaniel mantinha os olhos acinzentados fixos no braço da guitarra, olhando mais especificamente para as notas na quais ele tentava fazer.

Ele estava realmente empenhado a lhe ajudar.

Enquanto observava o esforço do outro, um som bastante desagradável chegou aos seus ouvidos, o “acordando” para o momento ao notar que uma corda havia arrebentado.

– Ah não... – Nathaniel murmurou para si mesmo ao notar que havia quebrado uma corda, já prevendo o escândalo que Castiel iria fazer agora. – Foi sem querer, eu... – O ruivo tentava explicar enquanto pegava a corta e levava sem o menor jeito até as tarraxas da guitarra. Ele sequer sabia como colocar aquilo ali.

Ele realmente estava se preocupando.

Espera... Ele realmente estava se preocupando?

O loiro mordeu o lábio inferior mais uma vez e se aproximou novamente. Deixou o violão de lado e pegou a corda arrebentada da mão do outro, analisando se ainda seria possível reutilizar aquela corda.

– Valeu... – Castiel murmurou num tom de voz tão baixo que, se ele não tivesse vindo um pouco mais para perto talvez Nathaniel não o escutasse.

Não é como se Castiel quisesse agradecê-lo. Só que... Sei lá, talvez se continuasse sendo ignorante demais com o representante babaca ele parasse de lhe ajudar. É, era apenas por isso que estava agradecendo. Apenas por isso, óbvio.

Nathaniel ergueu um pouco a cabeça, tentando olhar nos seus olhos dourados, mas não conseguindo, já que o outrem mantinha os olhos fixos na corda. Aquela situação era bem esquisita, e não apenas por estar vendo Castiel em seu corpo enquanto analisava as cordas da guitarra. Mas pelo o fato de ele estar dizendo obrigado. Ou “valeu”, que é basicamente a mesma coisa. Estava preparado para um xingamento ou um comentário idiota, mas o que o outro falou foi exatamente o inverso...

– Hm... Tudo bem. – Murmurou de volta como resposta, entregando a guitarra ao loiro para que ele pudesse tirar aquela corda e colocar outra no lugar. Enquanto ele fazia aquilo o silêncio pareceu pesar entre eles dois. Nath engoliu em seco, discretamente, voltando a falar em seguida para quebrar o silêncio desconfortável: - Até que é bem divertido e interessante tocar guitarra... – Sorriu levemente, tentando acabar com o estranho clima que havia se formado ali.

– Você nunca foi atrás de aprender á tocar algum instrumento? – A pergunta saiu antes mesmo que Castiel pudesse pensar. Talvez tivesse sido sua gigante curiosidade que o fez perguntar aquilo, visto que na verdade o guitarrista não dava a mínima para a vida de Nathaniel, ou se ele queria ou não aprender música. Foi apenas curiosidade. Apenas.

– Bom, eu... – Coçou a nuca, em seguida começou a amarrar aquele cabelo desconfortável e comprido demais. – Eu nunca tive a chance de aprender á tocar algo. Na verdade eu acho que... Nunca pensei sobre o assunto. – Deu um meio riso sem jeito, terminando de amarrar as madeixas falsamente ruivas enquanto olhava o outro se levantar e ir até o guarda-roupa do quarto, tirando da última gaveta uma pequena caixa quadrada onde as cordas extras da guitarra estavam guardadas.

Castiel ficou por alguns segundos em silêncio. Voltou á sentar-se de frente ao ruivo, recolocando a corda que havia arrebentado.

Então ele nunca teve a chance, hm? Não teve como não reparar naquilo...

– Seu pai é chato ‘pra caralho. – Resmungou enquanto girava a tarraxa da quarta corda, ajustando-a aos poucos.

Nathaniel ergueu uma sobrancelha quando ele falou aquilo repentinamente, mas suas dúvidas não duraram muito, pois logo Cas voltou á falar:

– Ontem ele reclamou com você, por causa de um oito em álgebra. – Falou sem olhar para o outro, seus olhos dourados concentrados demais em ajustar a corda na guitarra. – Só por causa dessa merda eu tive que ouvir algumas coisas. – Resmungou.

Nathaniel mordeu o lábio inferior e tirou sua atenção de Castiel, que ajustava a nota na guitarra, fitando o violão largado ao seu lado. O que mais seu pai tinha falado? Não queria nem pensar... Que droga.

– Ele... É meio rigoroso ás vezes.

– Meio? – Castiel riu com escárnio, voltando seus olhos para o outro ao terminar de ajustar a corda. – O cara é um chato!

–... É. Ele falou mais alguma coisa ontem? – Tentou fugir um pouco do assunto das notas.

– Foi só isso. – Deu de ombros e voltou á entregar a guitarra para o outro, notando que Nathaniel havia ficado sério demais.

O engraçado era que Castiel conhecia bem demais as suas próprias feições de seu rosto, e talvez por causa disso fosse tão fácil identificar como o outro estava. Não que realmente se preocupasse, mas sua curiosidade era grande.

Até pensou em indagar se o pai dele era sempre chato assim. Ou melhor, Castiel até se perguntou se era por esse motivo (ter um pai chato) que tornava Nathaniel um cara tão irritante também. Será que aquele velho babaca era sempre tão carrancudo e rigoroso daquele jeito?

Bom, foda-se. Não era da sua conta e não fazia questão de saber. Aliás, nem deveria estar se perguntando aquilo.

Não é como se Castiel se importasse com Nathaniel. Não estava nem um pouco a fim de saber se o pai dele era sempre tão carrasco daquela forma, ou se Nathaniel estava preocupado em relação ás provas. Ele só estava ali para ensinar um pouco de guitarra para o representante babaca e pronto. Nada mais.

Sua maior preocupação era a sua apresentação. Apenas isso... Certo?

– Castiel?! – Nathaniel o chamou pela quarta vez, aumentando o tom de voz para ver se acordava o outro do transe mental que ele parecia estar afundado. – Eu falei que está tarde e que é melhor você voltar para casa. Não ouviu?

– Hã? – Ergueu as sobrancelhas para em seguida franzir o cenho. Estava distraído, pensando em besteiras enquanto fitava a madeira de tom envelhecido do violão em seu colo. Sequer escutou o que o representante de merdas estava falando.

– Está ficando escuro. Se você chegar tarde demais em casa meus pais vão fazer várias perguntas sobre a minha demora... – Explicou novamente.

– Ah sim. – Apenas concordou, levantando-se e colocando o seu violão em cima da cama. Ah, como queria dormir na sua cama... Como estava com saudades de seu quarto. Que droga! Não queria ter que voltar para aquela casa chata e tediosa!

– Amanhã é sábado, teremos aula só até o horário do almoço. – Nathaniel voltou a falar, guardando a guitarra na capa e encostando-a ao lado do computador. – Podemos treinar mais após a aula... – Sugeriu.

– É. – Castiel deu de ombros, coçando a nuca. Deveria realmente intensificar os ensaios e treinos de guitarra, pois o representante não levava o menor jeito para com o instrumento. –Bom, eu vou indo.

Nathaniel o seguiu até a saída, e ambos permaneceram em silêncio, até chegarem á porta e Castiel se pronunciar.

– Depois leva o Dragon para passear. Geralmente eu passeio com ele no período da noite... Ele parece bem estressado por ficar muito tempo em casa. – O loiro falou, dando uma última olhada dentro da casa, a sua casa. Se Nunca sentiu tanta falta daquele ambiente como agora.

Após Nathaniel fazer uma breve afirmação com a cabeça, Castiel se virou, saindo dali.

– Castiel! – Nath o chamou quando o loiro já havia passado pela pequena varanda. Ele virou o rosto com uma sobrancelha erguida, uma típica cara de “o que é que você quer?”. O ruivo coçou a nuca e pensou por alguns breves segundos, antes de voltar á falar: - Não é nada...

Castiel deu de ombros e voltou a andar, mas não sem antes o mandar praticar um pouco as notas na guitarra.

Quando o loiro sumiu de sua vista, Nath fechou a porta da casa e suspirou pesadamente. Ia falar sobre a mensagem de Debrah na noite anterior, mas achou melhor deixar isso para lá. Além de ser um assunto desconfortável de se falar - pelo o fato de tudo o que aconteceu entre eles por causa dessa garota-, não queria dar a entender que mexia no celular de Castiel.

♡ ♥

A noite havia ficado mais fria que o previsto. Castiel resmungou consigo mesmo enquanto andava pelas ruas, xingando-se mentalmente por não ter trazido um casaco ou algum outro agasalho contra aquela noite gélida.

Andava distraidamente em direção á casa do representante babaca, e tentava concentrar seus pensamentos apenas nessa maldita noite fria demais ou em sua apresentação da próxima semana. Porém, sua distração foi interrompida quando escutou alguém o chamar. Virou-se em direção á voz desconhecida, erguendo uma sobrancelha e se perguntando se realmente havia ouvido certo.

– Hey Nath! – O cara falou com um sorriso de canto, dando uma leve corrida para se aproximar do loiro.

– Hm, oi. – Castiel apenas murmurou sem muita empolgação.

– Você nunca mais apareceu nos treinos! – O garoto sorriu simpático, parecia bastante animado em rever o loiro. – O colégio deve estar puxado não é? Dizem que a Sweet Amoris pega pesado, haha!

Castiel não estava entendendo bulhufas do que aquele cara estava falando. Ergueu uma sobrancelha, dando apenas um afirmo positivo de cabeça, afinal, não sabia o que falar. Não conhecia esse cara.

– Vê se aparece lá na academia quando puder. Estou com saudades de treinar com você. – E novamente o ser desconhecido lançou um sorriso para o loiro, ainda mais animado.

Cas apenas fez uma careta de “hã”, boiando totalmente no assunto.

Mas afinal de contas... Quem é esse cara?

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

GLOSSÁRIO: 1- Fender: É uma marca de fabricantes de guitarras, baixos, etc. É uma das marcas mais conhecidas :D
2- Stratocaster: É um modelo de guitarra. Eu andei olhando a imagem do Castiel tocando guitarra(aquela imagem do show do AD), e a guitarra dele tem o modelo stratocaster, que é o modelo mais comum (mas eu sempre confundo com a telecaster e a jaguar e.e' *apanha*). Então, se eu estiver errada, me avisem -q
Acho que é só isso, se tiver mais alguma coisa que eu esqueci de falar, me alertem por favor :'3

Enfim gente, mais uma vez, desculpem a demora e os possíveis erros :c Eu realmente não queria atrasar, sinto muito ;-;
Ah, e estou chateada com o Nyah! Descobri que ele corta as notas quando você coloca o coraçãozinho! Nyah maldito, não me deixa mais espalhar amor u.ú *apanha* -QQ

Enfim, quero mais que tudo saber a opinião de vocês sobre esse capítulo, por favor. Estou insegura ;n;

Até o próximo capítulo, pessoal! Beijos e queijos da tia Pale! s2