Overdose de Loucura escrita por Pale Moon


Capítulo 22
♡ Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

POR FAVOR, LEIAM AS NOTAS INICIAIS:
PRIMEIRO: Quero pedir desculpas pela quantidade de erros no capítulo passado. Eu estava com a cabeça cheia do trabalho, além de cansaço mental, e foi bem complicado escrever aquele cap com a cabeça cheia, mas eu me forcei para não deixá-los na mão e esperando por mais tempo. Porém, eu prometo que vou tentar não me desleixar novamente nos demais capítulos. (E eu sei que vocês ficaram chateados, recebi muitas reclamações... Mas, mais uma vez, desculpem! Estou até com vergonha de mim :c)

SEGUNDO: Estou passando por um momento complicado, com a distância de uma pessoa muito querida. Porém, estou escrevendo bem mais, para ocupar minha mente com algo (e está dando certo!). Só espero que os erros não voltem a aparecer no meio da minha distração, mas qualquer coisa podem me avisar que eu corrijo!

TERCEIRO: Eu recomendo que leiam este capítulo escutando esta música da banda The xx, que se chama Fiction. LINK: https://www.youtube.com/watch?v=I8QxNM2536w

Boa leitura s2



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Ficção 
Quando nós não estamos juntos 
Confundido por uma visão 
Algo de minha própria criação 
 

Eu acordei sozinho 
Com somente a luz do dia entre nós 
Ontem à noite o mundo estava sob nós 
Esta noite vem muito longa 

 

 

♡ Capítulo 22 

Pela primeira vez em semanas, Castiel estava fitando aqueles olhos dourados novamente. Nunca imaginou tal probabilidade, mas ver os orbes dourados de Nathaniel lhe rendeu um imenso alívio. 

Aquilo era mesmo real? Estava encarando os olhos de Nath fora de si? Estava sentindo as mãos alheias do representante em seu rosto? N-não que aquele pequeno detalhe das mãos alheias importasse, claro! Mas era... Estranho. 

De repente, o normal lhe pareceu estranho. 

— Espera... - Castiel murmurou, como se por um instante ele estivesse voltando á si. - Isso é mesmo...Real? Quer dizer, eu não estou dormindo?!  

Era uma cena cômica de se ver: Castiel estava com o rosto todo amarrotado do sono, os cabelos vermelhos mais revoltos do que uma truculenta tempestade. E a sua expressão sonolenta tinha um misto de raiva, perplexidade e devaneio.  

— Eu acho que não. - Foi a resposta de Nathaniel perante o clima, tirando as mãos do rosto alheio e voltando á sua postura cética de sempre. 

De repente, um clima estranho tomou conta do local. Não sabiam o que falar. Castiel olhava as próprias mãos, depois tocou nos próprios cabelos e não teve dúvidas em constatar que estava de volta á si.  

Era como uma gota perdida no oceano, uma mudança drástica no clima, uma chuva em meio ao deserto... Esta era a sensação que pesava em ambos os garotos. 

Estranheza, dúvida e incerteza.  

Nathaniel levantou-se incerto e coçou a nuca. Percebeu que ainda estava de pijama (e era um pijama de Castiel) e repentinamente sentiu uma timidez tomar conta de si. Claro. Tudo havia retornado aos seus conformes. Agora era hora de sair dali. Era hora de vestir suas próprias roupas, e vestir sua própria vida.  

— Bom, eu... Eu vou vestir minhas roupas para poder ir. Não quero chegar atrasado na aula... - O loiro disse acuado e saiu dali, ainda cheio de imprecisão.   

Queria fugir. Fugir do clima estranho, fugir da incerteza que era olhar nos olhos acinzentados de Castiel. Fugir da dolorosa dúvida que sondava sua mente, lhe perguntando á todo instante "O que fazer agora?". Nathaniel não sabia a resposta. Era estranho, estranho demais.  

O loiro sentou-se na cama e suspirou com pesar, erguendo a cabeça e observando o teto do quarto que, agora, não mais lhe pertencia. 

A vida que não mais lhe pertencia.  

— É... Preciso retornar para meus afazeres. Para a minha casa. Para a minha vida... - Disse para si mesmo e levantou-se novamente, indo em direção ao banheiro para tomar um ultimo banho por ali.  

Mas Nath não pôde deixar de reparar no porta-retratos que estava sobre o criado-mudo, ao lado da cama alheia. E não pôde deixar de observar aquela foto uma última vez. A foto de Castiel com seus pais. 

Era algo que ele não podia ignorar. Mas era algo que ele tinha que ignorar. 

♥♡ 

Já não sabia mais quanto tempo havia ficado ali, encarando aquele espelho. Estava de volta á sua vida. Livre do fardo de ter que encarar tudo como Nathaniel encarava.  

Castiel ficou um longo tempo no banheiro social da casa. Após lavar o rosto, ele não conseguiu evitar ficar encarando o próprio reflexo. Havia conseguido sua vida de volta, e isto era bom. Mas Nathaniel também estava de volta. De volta naqueles problemas, naquela casa, naquela família sórdida...  

O que ele deveria fazer? 

— Que droga...! - Murmurou para si mesmo, lavando o rosto pela milésima vez para em seguida sair do banheiro social.  

Ao sair do cômodo, viu que o loiro já estava passando pela sala, pronto para ir embora. Embora

Ambos se encararam, mas nada disseram por um bom tempo. Os olhares falavam por si só, e ao mesmo tempo, os olhos não falavam coisa alguma. Era apenas dois olhares perdidos e incertos.  

— Bom... Eu já vou indo. - Nathaniel foi o primeiro a quebrar o silêncio desconfortável e tenso, passando a mão na franja e tirando os suaves cabelos loiros que caiam-lhe sobre o olho roxo.  

— Ah, é... - Castiel o respondeu monossílabo. Ainda pensou em perguntar se ele queria tomar café da manhã consigo (e isso seria ridículo, é claro!), mas antes que pudesse dizer algo, Nathaniel tomou a iniciativa em quebrar o silêncio... De novo! 

— E não se preocupe. Não pense que eu esqueci do nosso acordo. - O loiro tinha a mão sobre a maçaneta da porta enquanto dizia aquilo, e não encarava Castiel. Estava de costas, e com uma boa distância do outro. - Eu não vou mais perturbá-lo. Não vou mais me intrometer na sua vida pela escola... Eu... - O loiro respirou fundo e abriu a porta, encolhendo os ombros. - Obrigado por não nos denunciar e desculpe pelos ocorridos. Adeus Castiel. - E não esperou mais nada após abrir a porta e sair daquela casa, sabendo que nunca mais voltaria ali. 

♥♡ 

Estava sendo um martírio ir para Sweet Amoris. Hoje, definitivamente, Castiel não queria assistir aula; não queria sequer pisar naquela escola.  

Ele ainda estava sem reação. Quando Nathaniel falou aquilo tudo, antes de sair da sua casa, Castiel ficou sem chão, sem ação, imóvel. Estava livre do Representante! Isto deveria ser bom... Certo? 

Isto deveria ser bom... 

Mas por que não se sentia bem?  

Aquele seu drama particular era ridículo. Tinha vergonha de si mesmo por toda aquela situação ilógica. Sentir falta de Nathaniel? Isto era loucura!  

Então, do que ele sentia falta? 

Maldição

— Lysandre! - Chamou o amigo assim que o avistou pelos corredores da escola, e não tardou para arrastá-lo até o pátio, onde poderiam conversar mais á vontade.  

— Castiel...? - O amigo perguntou com um fio de dúvida, querendo saber se aquele era seu amigo ou se era Nathaniel. Mesmo depois de várias semanas, Lysandre ainda se perdia com tudo aquilo. Era confuso! 

— Sou eu sim. Castiel. - Disse sem rodeios e olhou para os lados, voltando á mirar o amigo e suspirando cansado. - Essa loucura toda se desfez. Estamos destrocados novamente! 

Lysandre apenas abriu a boca, perplexo, porém, feliz.  

— Como vocês reverteram a situação? Trocaram outro beijo? - Indagou com a sua típica expressão de quem estava perdido na vida. 

— Claro que não! - Reclamou e começou a contar tudo para o amigo. Contou que ontem á noite estavam conversando e que Castiel acabou falando algumas coisas, e que no dia seguinte estava tudo "normal". Claro, Castiel não entrou em todos os detalhes possíveis. Era uma cena patética e não queria ser motivo de piada diante do melhor amigo (por mais que Lysandre não fosse o tipo de pessoa que ria dos outros). 

Entretanto, por mais lesado que Lysandre fosse, ele parecia desconfiar de tudo. Mas nada disse. Conhecia muito bem o amigo que tinha, e se indagasse demais sobre essa noite em que eles "conversaram algumas coisas sérias", Castiel acabaria perdendo a compostura e ficando irritado.  

— Hm... Então depois de uma conversa e de alguns entendimentos, tudo se desfez... - Concluiu confuso, porém determinado em tentar compreender. 

Castiel confirmou e ficou quieto. Só estava contando tudo para o amigo porque Lysandre, bem...Lysandre era quase como um irmão. No fim, ele merecia saber. E Castiel precisava contar para alguém que não fosse Dragon. 

— É difícil saber o que realmente fez vocês voltarem ao normal. Mas fico feliz que tudo tenha dado certo no fim. - Lysandre sorriu e segurou o ombro do ruivo, amigavelmente.  

— É... Tudo deu certo. - As palavras eram mais falsas do que a cor de seus cabelos. 

Lysandre notou a estranheza no olhar do amigo. Aqueles olhos heterocromáticos podiam ser distraídos, todavia eles eram bastante atenciosos para notar algo á mais nas pessoas. Era quase como um leitor de almas. Mas novamente, o vitoriano nada disse. 

— Então vamos assistir a aula. A semana de provas acabou, e agora precisamos nos concentrar no conteúdo novo. - Lys mudou drasticamente de assunto, pois notava claramente que falar sobre Nathaniel não era a melhor escolha do momento. O amigo estava deveras perturbado, e era melhor deixar para lá. Por enquanto

♥♡ 

A sala de aula estava cheia, como sempre. Era uma turma numerosa, afinal. Contudo, era como se apenas uma pessoa existisse ali dentro. Era isso que Castiel sentia. O falso ruivo sentia um impacto lacerante no peito ao adentrar a sala de aula, tendo em seu campo de visão apenas o loiro que sentava logo na primeira fileira.  

Nathaniel também ergueu o olhar discretamente, desviando a atenção de seu caderno para os olhos cinzentos que o fitava.  

Mas a troca de olhares não durou por muito tempo, visto que ambos desviaram rapidamente, mudando o foco para qualquer outra coisa. 

Que tipo de situação era aquela?! 

Cas virou o rosto discretamente e seguiu para sua cadeira habitual, lá no fundo da sala, caminhado com as mãos nos bolsos da jaqueta. Fingia escutar o professor, que vomitava palavras e mais palavras, quando na verdade seus pensamentos divagavam por aí, a mente entrando num completo delírio insano. Os olhos só conseguiam observar a cabeleira loira lá na frente. Ele deve estar prestando total atenção na aula, é claro

Um grande engano. 

Nathaniel também não tinha sua mente em si. Olhava as coisas que o professor Faraize escrevia no quadro, e fingia escutar os comentários da prova, quando na verdade apenas uma névoa passava por sua cabeça distraída. Não podia negar que estava curioso para saber o que Castiel faria agora. Porém, haviam preocupações maiores, como seu pai. Tecnicamente, Nathaniel dormiu fora de casa ontem, após uma briga bizarra entre ele e seu pai (apesar da briga ter sido causada por Castiel, mas ninguém sabia disso). E Nathaniel ainda sentia o corpo dolorido, uma dor física que o deixava com vontade de deitar e dormir o resto do dia. Seu corpo pesava. Sua cabeça estourava... Por que isso tinha que acontecer comigo? O loiro se perguntou em meio aos pensamentos, fechando os olhos e respirando fundo. 

E o restante da aula passou assim: Com seus pensamentos afundados em suas tragédias particulares.  

♥♡ 

— O que aconteceu com seu rosto, Nathaniel? - Melody perguntou preocupada. Estava querendo perguntar faz tempo, mas só agora, na sala do grêmio estudantil, que conseguia conversar melhor com o loiro. 

— Ah, isto...? - Nath tentou sorrir ao levar a mão até o rosto, notando em meio àquele diálogo chato entre si e Melody que fazia um tempo que não falava com ela. Desde que estivera "trocado" com Castiel, não falava com a garota. Se perguntava como Castiel havia convivido com ela durante essas semanas... - Foi apenas uma queda tola. Nada de mais.  

— Entendo...  

— Melody, se quiser pode ir para casa. Eu posso cuidar dos documentos sozinho. Ando precisando desobstruir a mente, e creio que esta ocupação do grêmio será perfeita para isto. - O loiro falou da forma mais educada possível que queria trabalhar sozinho hoje. A aula havia acabado, e Nathaniel queria, ou melhor, precisava ficar ali sozinho, ocupando a cabeça com os problemas da Sweet Amoris. Era uma boa fuga momentânea estar ali, naquela sala.  

— Mas Nath... Tem muito trabalho acumulado, não posso te deixar fazer tudo sozinho. Eu te ajudo com o maior prazer... - A de cabelos castanhos tentou sorrir, mostrando-se prontamente solícita. 

— Está tudo bem, Melody. Afinal, eu que acumulei esse trabalho todo; posso resolvê-lo sozinho. Obrigado pela preocupação.  

A garota ainda pensou em insistir mais um pouco, todavia ele parecia querer ficar realmente sozinho. E Melody jamais iria querer bancar a inconveniente na presença de Nath. Suspirou derrotada e sorriu fraco, tocando o ombro do rapaz loiro.  

— Tudo bem, mas sabe que qualquer coisa você pode contar comigo. - Ela tinha as bochechas ligeiramente ruborizadas, mas Nathaniel pareceu não perceber. O garoto estava preocupado demais para notar pequenos detalhes, sua mente ainda estava á mil.  

Após a saída de Melody, Nath finalmente pôde respirar em paz. Fechou a porta do grêmio e foi de encontro á enorme pilha de papeis acumulados que haviam ficado por ali. Realmente Castiel não fez muita coisa enquanto estavam "trocados". Mas isto, de certo modo, era bom. Nathaniel precisava de algo para ocupar a mente, e aquela pilha gigantesca de papeis acumulados seria o ideal para fazê-lo ficar distraído em outra coisa que não fosse Castiel. Ao menos por enquanto. 

♥♡ 

Por mais que o loiro quisesse, o trabalho não era infinito. Quando finalmente acabou de assinar e carimbar o último documento, Nathaniel percebeu que já era noite. Esticou os membros superiores ao levantar-se da dolorosa cadeira, observando o relógio da sala. O tempo realmente passou alígero. Já era noite. Sete da noite, para ser mais exato. 

Quanto tempo ficou naquela sala, trabalhando?  

Suspirou cansado e pegou sua mochila, ponderando se deveria colocá-la nas costas ou não. Seus ombros estavam doloridos, e as marcas roxas ainda eram deveras recentes.  

Entretanto, seus ombros doloridos não era sua maior preocupação. Como voltaria para casa? Ou melhor, como encararia o seu pai? Jamais havia ido dormir fora de casa após uma discussão ferrenha com Francis.  

O loiro engoliu o seco enquanto se retirava da escola e caminhava lentamente, parecendo incerto quanto ao seu rumo. Pensava em diversas desculpas para dizer ao pai. "Desculpe pai, acho que bati a cabeça forte demais e agi fora de minha razão", ou "Eu pensei que o senhor ia preferir assim, para acalmá-lo mais e não levantar nenhuma suspeita para Ambre".  

Droga! Nenhuma desculpa parecia ser boa o suficiente. Pelo contrário, eram perfeitamente ridículas! 

Os passos lentos não tinham pressa alguma. Afinal, para quê pressa, se estava indo de encontro á sua forca? O loiro sequer percebeu que suas mãos tremiam discretamente. Não perceberia coisa alguma naquele momento. 

Aliás, ele só notou algo quando se deparou com Castiel mais á frente. Era como se o ruivo estivesse voltando o caminho e indo novamente para a escola. Mas por que ele estaria fazendo isto? 

Ambos pararam de andar quando se viram.  

Estavam á uns dez ou onze passos um do outro, uma distância não muito grande, mas também não muito pequena. Viram-se logo quando Nathaniel cruzou uma esquina, e então pararam de andar, como se um acordo silencioso tivesse sido afirmado ao cruzarem os olhares. 

E foi só então que Nathaniel notou uma coisa: Estava tomando o caminho de volta para a casa de Castiel. Que diabos eu estou fazendo?!  

— Nathaniel...? - Castiel foi o primeiro á falar desta vez. Ele não sabia se deveria se aproximar mais ou não. Aquela distância era segura? Segura de quê, afinal?! Tsc... 

— Eu... - A mão do loiro foi até a própria nuca, e nunca Castiel viu a face sempre tão fleumática de Nathaniel carregar um semblante tão perdido e desorientado como agora. Ele parecia...Aflito. - Eu peguei o caminho errado. - O loiro quis rir de si mesmo ao concluir aquilo, mas até o seu sorriso forçado era claramente angustiado. - Acho que é o costume de voltar para a sua casa. Desculpe.  

Não esperou por mais respostas ao virar de costas e sair, com uma vergonha imensa de estar indo indiretamente até a casa de Castiel. Sequer esperou o falso ruivo responder alguma coisa.  

Mas Castiel não precisava esperar para respondê-lo. Simplesmente quebrou a distância patética dos dez ou onze passos que estava entre eles, segurando-lhe o braço da forma mais leve que podia, pois sabia o quão dolorido estava o corpo alheio. E num ímpeto, virou-o de frente para si. Os olhares se cruzando mais uma vez. 

— Você ficou até agora na escola. - Aquilo não foi uma pergunta. 

— Eu só estava colocando os trabalhos do grêmio em dias, e- 

— Cala a boca. - Castiel interrompeu o outro, não o deixando concluir a sua desculpa esfarrapada. - Você não quer voltar para casa. Não quer se encontrar com aquele maldito velho que, sabe-se lá como ele vai estar te esperando!  

— E daí?! - Desta vez, Nathaniel o cortou, fazendo sua fala sobrepujar a de Castiel – Isto já não é mais um problema de sua competência, Castiel. Fizemos um acordo, não foi? Eu estou cumprindo a minha parte. Não foi minha intenção pegar este caminho distorcido, é apenas força do hábito. Agora se me der licença... - O loiro puxou o braço de volta para si, soltando-se do agarre de Castiel. - Eu preciso voltar para a minha casa. - A forma como Nath disse aquelas palavras pareciam um martírio verbal. Só de pensar nisso, doía em si. 

Mas o que Nathaniel não sabia é tal martírio também atingia outrem.  

Castiel ficava angustiado só com a ideia de vê-lo voltar para casa. 

Por que

Por que?! 

— Eu não vou deixar você voltar para aquele ninho de cobras! - O ruivo exclamou categórico, voltando á segurar os braços de Nathaniel, mas desta vez, ele segurava ambos os braços com um pouco mais de força, mas não na intenção de machucá-lo.  

— Por que?! - Nath o encarou. Perdido e irritado. - Por que faz tanta questão disso?! Sua vida já foi entregue á você novamente! Deixe-me voltar para a minha! - Sua voz estava alterada, demostrando uma irritação fora do comum. 

— Porque... - Mas que merda! Por que Nathaniel estava tão alterado? Por que ele não o deixava tentar encontrar alguma solução? Tudo estava de volta aos conformes, e o loiro parecia revoltado com isto. Castiel não estava entendendo aquela súbita reação do representante, mas pouco lhe importava agora o estado de espírito dele. Pouco lhe importava se ele ficará irritado ou não. Na verdade, Castiel não se importava com mais nada agora; quando deixou escapar aquelas palavras fora de seu controle: - Por que agora eu me preocupo com você, seu idiota! - O tom de voz do ruivo também ficou alterado.  

Nathaniel ficou calado ao escutar aquilo, parando de tentar puxar os braços. Não entendeu muito bem o que Castiel quis dizer com aquilo. E Castiel...Bom, Castiel também se calou durante aqueles longos minutos silenciosos. Ele também não havia entendido a sua própria reação.  

Os minutos foram silenciosos e constrangedores. Nenhum dos dois parecia capaz de quebrar a paz perturbadora.  

— O que você está dizendo...? - Nathaniel foi o mais corajoso ao quebrar o silêncio conturbado.  

Ele sempre era o mais cheio de coragem. Diferente de Castiel que, agora, se sentia como um covarde diante dele.  

— O que eu quero dizer é que... - Castiel ponderou as palavras. Soltou os braços alheios e coçou a própria nuca, sentindo o rosto esquentar um pouco. Apenas um pouco. - Por que você não dorme lá em casa esta noite?  

Continua...


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Notas finais do capítulo

Espero que esse capítulo tenha ficado melhor e que vocês não tenham me abandonado :(

Pale Moon.



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