Domingo, 13/03/16

Peguei meu celular pelo que parecia a milésima vez só na última hora e olhei para ele fixamente, esperando que uma chamada ou uma simples mensagem viesse, mas como sempre, nada veio e o larguei novamente. Dei um longo suspiro e me sentei na cama, pegando em cima da cômoda um envelope que estava endereçado a mim, mas que eu não tinha coragem de abrir. Me deitei e fiquei girando o envelope enquanto pensava em tudo que aconteceu a quase um mês atrás.

Flashback on

Assim que consegui me separar da Akemi-san, que estava tentando ao máximo me manter onde estava, corri para fora do clube atrás da Lety, mas não a encontrei em lugar nenhum. Fui para o lado de fora do colégio, mas também não tinha nenhum sinal dela.

—Droga! –eu gritei e sai para o meio da chuva, me molhando inteiro e olhei para os lados. –Eu...sou tão idiota… –eu disse e peguei meu celular discando o número dela. Chamou várias vezes até cair na caixa postal, então resolvi deixar uma mensagem. –Olha... –comecei a falar. –Eu...sou um grande idiota, né? –disse rindo. –Eu devia saber que a Akemi-san era capaz de algo assim e devia ter a impedido, mas no momento que você apareceu, ela me agarrou e eu fiquei sem reação. –segurei forte o telefone e respirei fundo percebendo que meus olhos estavam ficando úmidos. –Espero que me perdoe.... –e desliguei o telefone, voltando rapidamente para dentro do prédio e deixando algumas lágrimas caírem.

—Hikaru! –ouvi Jenny me chamando enquanto descia as escadas com cuidado. –Você a encontrou?! –e me olhou preocupada.

—Não.... –eu soltei baixinho, mas num tom que ela pudesse ouvir. –Já procurei em todo lugar, mas nenhum sinal dela.

—Calma, nós vamos encontrá-la. –disse Jenny me dando um leve sorriso.

—Ela deve ter ido para casa. –disse Yza se aproximando. –É a única resposta para não termos a encontrado aqui.

—Acho melhor irmos então, não? –perguntou Haruhi. –Devemos acha-la durante o caminho ou quando chegarmos.

—Eu vou com vocês! –eu disse decidido, mas Yza negou com a cabeça.

—O melhor agora é deixar que nós conversemos com ela. A Lety está muito sensível neste momento para poder ver você. –Yza me olhou um pouco triste.

—Mas...vocês sabem que eu não tive culpa... –eu disse e Jenny deu um leve sorriso.

—Ela também deve saber isso, mas quando vemos alguém que gostamos com outra, ficamos machucadas. Amanhã você vai lá e conversa com ela, ok? Tudo vai se resolver. –disse Jenny me abraçando. Apenas assenti com a cabeça e fiquei onde estava.

—Hikaru.... –ouvi Kaoru me chamar, mas não me virei para olha-lo. –A Lety vai te perdoar...

—Sinceramente, não acho que vá.... –eu disse tristemente. –Eu…devo ter a magoado muito. Um pouco antes disso acontecer, eu a chamei para sairmos amanhã. E então, a Akemi-san me beijou bem na frente dela. Neste momento, ela deve estar se perguntando o que eu sinto realmente por ela, porque uma hora eu a chamo para sair, e no outro, estou “beijando” uma garota que não é ela. Então, é quase improvável dela me perdoar. -e soltei um suspiro.

—O único jeito de você saber é perguntando a ela diretamente. –Kaoru disse e eu o olhei. –Faça o que as garotas disseram. Se encontre com ela amanhã e diga o que realmente está em seu coração. Ela verá que você a ama incondicionalmente. –e sorriu para mim, onde eu acabei sorrindo de leve.

—Você tem razão, essa complicação toda vai se resolver. –eu disse enxugando as poucas lágrimas que permaneciam no meu rosto. –Vamos para casa.

Mal consegui dormir à noite e já estava ansioso para poder ir me encontrar com a Lety desde as oito da manhã. Fiquei tentando me distrair com jogos, livros, ficar mexendo no celular, mas nada adiantava. Assim que vi que tinha passado das onze, me apressei para me arrumar e ir me encontrar com ela.

—Hikaru, me espera! –ouvi Kaoru gritando enquanto corria em minha direção. –A Jenny me pediu para ir junto contigo, e depressa.

—Será que aconteceu algo? –eu disse num tom preocupado.

—Não faço ideia. –ele disse. Entramos no carro e fomos o caminho todo até a casa delas sem dizer uma palavra, o que é totalmente estranho, já que sempre ficamos conversando. Assim que paramos em frente à casa, sai rapidamente do carro e corri para a porta, batendo nela com impaciência.

—Oi gente.... –Damon nos recepcionou com uma cara triste e nos deixou entrar. Assim que fomos até a sala, percebemos que todos estavam lá e que Jenny e Yza estavam uma em cada canto totalmente cabisbaixas.

—Jenny! –Kaoru foi o primeiro a se recuperar. –O que aconteceu?! –ele perguntou, mas Jenny apenas se virou para ele e o abraçou fortemente.

—Por que estão todos aqui?! O que houve?! –eu perguntei totalmente preocupado.

—A Lety-chan.…ela foi embora... –Honey-sempai disse chorando de leve.

—Co....como? –eu perguntei chocado.

—Quando chegamos ontem, ela tinha se trancado no quarto e não queria receber ninguém. Disse que precisava de um tempo e que falaria conosco hoje. –disse Haruhi. –Quando as garotas acordaram, foram até o quarto dela e viram que estava destrancado, mas que a Lety não estava mais lá. Tentaram ligar para o celular dela, mas estava dando fora de área. E então... –parou de dizer, vindo até onde eu estava e me entregando um papel. –Elas acharam um envelope com essa folha. –peguei a folha com a mão hesitante e comecei a ler.

“Meninas,

Sinto muito por tudo que aconteceu a vocês, espero de fundo do coração que me perdoem. E me desculpem também por não estar ai e poder falar com vocês pessoalmente, mas se soubessem o que estou prestes a fazer, vocês iriam me impedir de todas as formas possíveis, principalmente você, Jenny. Eu estou voltando para o Brasil. Tudo que aconteceu essa semana me fez tomar essa decisão. Provavelmente você, Yza, deve estar falando que eu sou uma covarde e uma idiota por me culpar tanto. Bem, eu sou mesmo, isso eu não posso negar.

Vocês, mais do que ninguém, sabem porque tive que partir. Uma das piores coisas para mim, é magoar quem se importa comigo, e acabei magoando vocês demais essa semana para que eu pudesse deixar passar. Desse jeito, o Takuya deve deixa-las em paz, como ele mesmo prometeu que faria. Se estou sendo burra de sair do Japão? Com toda certeza! Mas neste momento, não vejo outra alternativa para que parem de machuca-las, o que acaba me machucando também. Estarei longe, mas sempre presente em pensamento.

Com amor, Lety.”

—Os rapazes estavam preocupados com ela, então vieram para cá. –Haruhi disse. –Não imaginava que a Lety estava se sentindo culpada dessa maneira. –e suspirou.

—Ela…ela se preocupa mais com os outros do que com si mesma... –disse Jenny tentando enxugar as lágrimas. Eu apenas cai de joelhos no chão sem acreditar que ela tinha mesmo ido embora.

—O voo dela sai daqui a uma hora. –disse Kyoya-sempai de repente e eu o olhei. –Se correrem, pode ser que dê tempo de alcança-la. –na mesma hora eu, Jenny, Yza e Kaoru disparamos para fora e fomos até o carro, mandando nosso motorista ir o mais rápido possível até o aeroporto. Acabamos chegando faltando apenas cinco minutos e nos pusemos a correr procurando o portão de embarque que ela tinha entrado, mas assim que o achamos, era tarde demais e vimos o avião levantando voo.

—Não deu tempo…. –Kaoru disse cabisbaixo e Yza bateu no vidro da janela em que estávamos olhando o avião sumir nos céu.

—POR QUE ELA TEM QUE SER TÃO CABEÇA DURA?! –Yza perguntou totalmente irritada. –Por que na hora que não é para ser impulsiva, ela é?!

—Porque é como a Jenny disse. –eu disse sem tirar os olhos do céu e num tom sem emoção. –Ela acaba de preocupando com o bem estar de todos e não com o dela.

—Hikaru.... –ouvi Jenny dizendo, mas apenas balancei a cabeça.

—Vamos voltar, precisamos dizer a todos que não deu certo e que ela realmente se foi. –eu disse começando a andar para fora do aeroporto. Assim que nos reunirmos de novo com todos, contamos nosso fracasso de tentar alcança-la e ficamos por lá até de noite conversando para tentar melhorar o ânimo.

—Hikaru. –ouvi Jenny me chamando quando eu e Kaoru estávamos indo embora. –A Lety sabe que você não é culpado pelo que houve. Ela apenas foi embora porque a culpa estava acabando com ela.

—Eu sei, mas devia ter visto que ela estava sentindo isso. E....devia ter afastado a Akemi-san o quanto antes. –eu disse suspirando. –Acha que ela vai me perdoar?

—Ela já te perdoou. –Jenny disse sorrindo verdadeiramente. –Andei dando mais uma olhada no quarto dela e achei isso. –disse me mostrando um envelope. –Está direcionada a você. Não precisa abrir agora, porque tudo que está escrito deve ser para você, mas sugiro que abra o quanto antes, ok? –e me entregou.

—Obrigado Jenny. –eu sorri de leve e fui até o carro, onde Kaoru já estava e fomos para casa.

Fiquei três semanas sem ir ao clube direito. O Tono e o Kyoya-sempai respeitaram isso, principalmente porque comigo lá, o clima ia piorar ainda mais do que já estava. Jenny mal recebia clientes porque não gostava de atendê-los sozinha e Yza tentava ser forte e continuar agindo normalmente, mas dava para perceber que ela estava triste também. Kaoru às vezes ia sozinho, mas normalmente ele ficava junto comigo, mesmo eu falando que não precisava.

Acabei indo nesta semana inteira, já que percebi que estava sendo negligente com nossas clientes, que não mereciam isso. Bom, tirando uma, é claro. Tudo estava correndo bem, até que quarta, quando eu estava indo em direção ao clube sozinho, ouvi uma voz estridente me chamando ao longe.

—Hikaru-kun! –ouvi novamente e quando me virei, dei de cara com Akemi-san correndo em minha direção. –Ah! Aí está você! –e veio até onde eu estava. –Fiquei esses dias todos te procurando, sabia? Você ficou sem atender ninguém por semanas e só hoje descobri que você tinha voltado. Doideira, não? Acho que agora podemos conversar melhor. –e sorriu. Eu apenas fechei a cara e continuei andando em direção ao clube, onde ela me seguiu. –Espera Hikaru-kun! Eu quero te perguntar uma coisa! –segurou-me pelo braço para me deter e eu respirei fundo para não o retirar de sua mão agressivamente. Apenas me soltei calmamente e ela me olhou. –Por que você saiu correndo naquele dia? –e fez uma cara de emburrada.

—Você sabe muito bem porque! Não adianta se fazer de inocente! –eu disse com raiva e a olhando enfurecido.

—Não, não sei. O que foi? –ela perguntou num tom de dúvida.

—Akemi-san, por favor! Pare com isso que você está me deixando mais irritado ainda! –eu disse quase berrando. –Por sua causa, minha vida está indo de mal a pior! Então por que não me deixa em paz?!

—Eu te salvei, isso sim! –ela berrou e eu a olhei incrédulo. –Você realmente queria ficar com aquela...aquela... –parou de falar e se pôs a pensar. –Não tenho nem palavras para descrever aquela retardada. Isso! Você realmente queria ficar com aquela retardada da Letícia?!

—Akemi-san...eu não estou bem para atuar você agora. Por favor, me deixa em paz. –eu disse bem irritado e começando a andar de novo, a deixando para trás. Depois disso, dois dias se passaram e sábado chegou. Com nossas aulas faltando mais ou menos um mês para acabar, podia-se ouvir o murmúrio de todos preocupados com as provas que seriam dali a alguns dias. Todos já estavam quase saindo do clube quando de repente Damon entra batendo a porta e totalmente afobado.

—Vocês…precisam ver isso! –ele disse com uma cara que transmitia puro choque e um pouco de raiva.

—O que houve Damon?! Por que você está com essa cara?! –perguntou Yza indo até ele.

—Apenas, todos vocês, vejam isso. Eu estava vindo para cá quando escutei vozes vindo de uma porta que estava entreaberta. Quando olhei, era a Akemi e aquele garoto que eu bati conversando. Vocês precisam saber sobre o que eles estavam falando. –disse Damon pegando seu celular e colocando um vídeo que ele tinha ali para tocar.

‘-Takuya, não deu certo! –ouvimos e vimos uma Akemi-san gritar com ele. –Faz quase um mês que aquela garota saiu da escola e o Hikaru-kun nem me olha! Eu não devia ter confiado em você!

—Akemi-san, você é muito apressada, sabia? Ele já começou a agir normalmente, é só uma questão de tempo até ele esquecer dela e ficar contigo. –o Takuya do vídeo disse sorrindo.

—Que você esteja certo, porque já estou cansada de tanto esperar! –disse Akemi-san cruzando os braços. –Estou desde o ano passado tentando fazer o Hikaru-kun me notar, e quando estava quase funcionando, aquela ridícula apareceu e ferrou com tudo!

—Acalme-se Akemi-san, tudo está correndo como o planejado. –disse Takuya segurando os ombros dela. –O Hikaru-kun agora está totalmente sensibilizado porque a namoradinha foi embora, não? Apenas fique do lado dele que logo, logo ele será seu. E quando isso acontecer, já sabe o que fazer, não?

—É claro que sei! Tenho que arranjar um jeito de afasta-lo do clube junto com o irmão, o que vai acarretar de o Host Club procurar outra pessoa para o lugar deles e, com isso, você estará lá para pegar este lugar. Eu sei disso tudo. Mas acho bom que funcione mesmo, senão terei que mudar meu alvo para o Kaoru. E você sabe que vai ser outra dor de cabeça por conta daquela “Jenny”. –disse Akemi-san. –Mas sinceramente, você não combina com a imagem que os gêmeos desenvolveram.

—Não pedi sua opinião, pedi? –Takuya perguntou. –Mas sim, eu não combino, afinal não sou que nem eles. Mas quando saírem e eu entrar, um novo estilo será criado junto comigo e eu terei a popularidade que eles têm, até mais!

—Acho que nossos pais estavam certos de terem nos feito noivos, não acha? –Akemi-san perguntou sorrindo cruelmente.

—De fato. No início fiquei irritado porque achei que você não valeria a pena, mas você se mostrou bastante útil. –disse Takuya pegando uma mão da Akemi-san e beijando. –E quando tudo estiver no seu devido lugar, poderemos estar livres desse compromisso de noivado e ficarmos com quem quisermos. –e deu um sorriso maléfico.’

—Eles…são noivos?! Ela é a noiva dele?! –Yza perguntou olhando para todos incrédula e com raiva. –Vocês sabiam disso?!

—Sabíamos, todos nós. –disse Kyoya-sempai.

—Mas achávamos que não seria necessário contar a vocês, já que eles pareciam mal se falar aqui na escola. –disse o Tono.

—Ninguém pode substituir o Hika-chan e o Kao-chan! –disse Honey-sempai.

—E o que essa piranha está achando?! –berrou Jenny. –Ah, mas ela vai ouvir poucas e boas da minha mão na cara dela!

—Eu...sou muito ingênuo... –eu disse e todos se calaram no mesmo instante. –Por que nunca me passou pela cabeça que eles estavam tramando tudo que aconteceu?! –e bati com o punho na mesa que estava perto de mim.

—Nenhum de nós pensou nessa possibilidade, Hikaru. –Kaoru disse colocando uma mão no meu ombro. –Eles nos enganaram direitinho.

—Ah, mas vou tirar satisfações com aqueles dois safados agora! –disse Yza indo até a porta.

—Yza, espera um pouco! –Kaoru disse a detendo. –Agora que sabemos disso, podemos arrumar um jeito de virar esta informação contra eles. O melhor agora seria todos irmos para casa e pensarmos numa ideia do que poderemos fazer.

—Já estou tendo várias.... –disse Jenny com um olhar mortal.

—Eu também! Eles vão pagar bem caro pelo que fizeram conosco, mas principalmente com a Lety! –disse Yza com uma cara totalmente maligna. Todos nos despedimos e fomos para nossas casas.

Flashback off

—E aqui estou eu, um domingo a tarde, esperando uma ligação ou uma mensagem de celular... –eu disse cabisbaixo.

—Que tal ao invés de ficar jogado nessa cama olhando esse celular de cinco em cinco segundos, você não abre esse envelope que está aí na cômoda? –ouvi Kaoru dizer entrando no quarto e se sentando ao meu lado.

—Estou um pouco apreensivo do que possa estar escrito... –eu disse suspirando.

—Você nunca vai descobrir se não abrir. –Kaoru disse me dando um sorriso. –A Lety é importante para você, não? –ele me olhou e eu apenas assenti com a cabeça. –Então, do mesmo modo que a Jenny é para mim. Se ela tivesse também ido embora e me deixado um bilhete, eu ia querer saber o que estaria escrito nele, não importa o que fosse. Apenas tome coragem e leia, ok? –se levantou e foi em direção a porta do nosso quarto.

—Você está certo. –eu disse me sentando na cama e pegando o envelope. Ele apenas sorriu e saiu do quarto, fechando a porta. Abri-o e retirei a folha de  dentro dele, desdobrei-a, e comecei a ler o que nela continha.

“Hikaru,

Se está lendo isso, significa que a Jenny ou a Yza remexeram na cabeceira ao lado da minha cama e acharam o envelope que deixei. Não sei quanto tempo demoraram para achar, mas espero que o quanto antes. Provavelmente você deve estar se sentindo a pior pessoa do mundo, mas não quero que se sinta assim. Não foi por sua causa que acabei indo embora, mas sim por mim mesma. Sou fraca e facilmente enganada pelas pessoas, por isso tive que partir para que o Takuya deixasse as meninas em paz como escrevi no outro bilhete, mas também tem outro motivo.

Não sei como explicar, mas acho que a Akemi e o Takuya estão juntos e sinto que eles estão tramando alguma coisa, mas não sei exatamente o que. Se eu ainda estivesse aí, ia ser mais difícil para vocês descobrirem, por isso, tenho que deixá-los para que desvendem o que há entre eles. Acho que como a Akemi não vai te deixar em paz, já que ‘deixei o caminho livre’, ela vai ser descuidada e alguma hora vocês vão saber o que ela tem com o Takuya, assim espero.

Estarei torcendo para que o quanto antes vocês descubram a verdade sobre eles e que, com isso, nós dois possamos nos reencontrar.

Com amor, Lety.

PS: Feliz dia dos namorados, espero que goste do meu presente. Sinto muito não estar aí para dá-lo pessoalmente. ”

—Quem diria que ela era observadora a esse ponto.... –eu disse sorrindo de leve. Senti uma coisa dentro do envelope e quando olhei, vi que era uma corrente, onde as argolas ficavam intercalando entre um tom dourado e um azulado. Sorri mais ainda, me levantei da cama e sai do quarto.

—E então, o que diz a carta? –Kaoru me perguntou quando estava atravessando a sala enquanto colocava a corrente em volta do meu pulso esquerdo.

—Antes de dizer, temos que reunir todo mundo e pedirmos para arrumarem malas de viagem o quanto antes. –eu disse pegando o telefone fixo assim que consegui fixar a corrente.

—Por que? –Kaoru me olhou surpreso.

—Porque vamos precisar delas para onde iremos. –eu disse já começando a ligar para todos os hosts.