Sábado, 28/11/15

Finalmente a aula tinha acabado e já estávamos no clube nos preparando para recepcionar os clientes, enquanto organizavam algumas coisas, eu fui me sentar em uma das cadeiras e fiquei observando todos de longe enquanto pensava.

–Sozinha de novo hoje? –perguntou Hikaru sentando ao meu lado e me tirando de meus pensamentos.

–Pelo visto, você também está. –eu disse dando um leve sorriso para ele.

–Mas não sou eu que pareço triste por estar sozinho. –Hikaru disse e eu suspirei. De certa forma, era meio verdade o que ele falava. Passei a semana inteira um pouco afastada de todo mundo.

–Bom, parece que eu perdi minha irmãzinha para o seu irmão, então tenho o direito de estar um pouco triste não? –eu disse em um tom de brincadeira e rindo.

–Você mesma que fez com que eles ficassem juntos. –ele disse me olhando.

–Eu sei, estou feliz por ter feito isso. Acho que sou boa em ser cupido. –eu disse dando de ombros.

–Parece que sim, você até conseguiu juntar o Tono e a Haruhi! –disse Hikaru num tom de espanto disfarçado.

–Não foi tão difícil e você sabe disso. Vocês cinco que não sabem como fazer as coisas direito e não os juntaram antes. –eu disse rindo de leve.

–Como se você não soubesse o quão difícil é perceber o que a Haruhi está pensando... –disse Hikaru emburrado.

–Então vocês não tinham olhado direito ou não leem muitos livros de romance, acertei? –eu perguntei o olhando.

–E o que livros de romance tem a ver com isso? –ele me perguntou.

–Tudo Hikaru! –eu praticamente gritei. –Todos os sinais que a Haruhi dava e dá, está explicito que ela é apaixonada pelo Tamaki.

–Você anda lendo muito dessas coisas ultimamente... –ele disse suspirando. –O que tem de tão fascinante neles?

–Bastante coisa! A história, os personagens, o ambiente... –eu comecei a listar.

–Então…isso quer dizer que você sonha com essas coisas? –Hikaru perguntou me interrompendo.

–Bem…as vezes sim. –eu disse baixinho e um pouco corada.

–Interessante…. –disse Hikaru num tom enigmático, mas antes que eu pudesse falar alguma coisa, Tamaki veio em nossa direção e mandou irmos para nossos lugares que o clube iria ser aberto.

–Então você está realmente namorando com o Kaoru Jenny?! –um de nossos clientes a perguntou e Jenny assentiu um pouco vermelha. –Vocês até que combinam...

–Isso quer dizer que a única solteira agora é a Lety. –o do lado dele falou.

–Mas acho que não por muito tempo... –um terceiro cliente disse num tom pensativo e depois me olhou. –Você e Hikaru estão juntos, não?

–O que?! –eu praticamente gritei em choque e todo clube me olhou. Pedi desculpas a todos e me virei para o garoto. –É claro que não. Eu e ele somos bons amigos.

–Isso porque você não abre uma brecha para ele ser algo mais... –disse Jenny baixinho.

–Já imaginou se a Akemi-san escuta uma coisa dessas?! –eu perguntei não prestando atenção nela. –É bem capaz dela virar a escola de cabeça para baixo e dar um ataque! E eu não quero mais dor de cabeça do que já tenho. –eu disse suspirando.

–Se bem que ia ser hilário ver a cara dela de surpresa e incredulidade. –Jenny disse rindo e eu ri junto.

–Bom, nesse ponto ia mesmo. –eu disse sorrindo.

–Mas você e o Hikaru até que combinam também. –o primeiro disse sorrindo e me olhando.

–Bom, acho que nos parecemos um pouco porque tentamos ao máximo cuidar dos nossos irmãos mais novos. –eu disse colocando uma mão em cima da cabeça de Jenny. –Eu e Jenny podemos não ser irmãs de sangue...

–Mas somos irmãs gêmeas de alma! –eu e ela dissemos juntas sorrindo uma para outra e os clientes ficaram nos olhando fascinados. Assim que acabou o tempo deles, os levamos até a porta, e ficamos esperando os próximos que seria daqui a meia hora.

–E então, como está a vida de namorada? –eu perguntei a olhando e Jenny corou, o que me fez rir de leve.

–Você não estaria rindo se fosse você no meu lugar! –ela disse um pouco brava e depois sorriu. –Mas...é maravilhosa! O Kaoru é tão carinhoso comigo que quase sempre vou para o céu, principalmente quando ele me beija. –e corou mais ainda.

–É realmente bom ver que vocês finalmente estão juntos... –eu disse a abraçando. –Agora vou até a cozinha preparar um pouco de café, chá e pegar alguns doces para os nossos próximos clientes. –disse a soltando e me levantando indo em direção a cozinha.

Ponto de vista da Jenny

–Também seria muito bom ver você e o Hikaru juntos logo... –eu disse vendo Lety indo para a cozinha. Ela podia ser bem perceptiva quando o assunto era os outros, mas quando se tratava dela, era mais tapada que uma porta.

–Jenny! –ouvi a voz do Kaoru me chamando e na mesma hora o vi se sentando ao meu lado e passando um braço pelos meus ombros, me abraçando de lado e me dando um beijo na bochecha. –No que você está pensando?

–Em como fazer a Lety ser mais perceptiva... –eu disse corando um pouco enquanto o olhava. Essa reação sempre acontecia quando ele ficava olhando fixamente nos meus olhos.

–Isso é uma coisa bem difícil. –ele disse rindo.

–Parece que te perdi realmente para a Jenny, né? –Hikaru perguntou sentando na nossa frente e fingindo que estava magoado.

–Hikaru! –disse Kaoru indo até ele e pegando em suas mãos. –Saiba que o amor que eu sinto por ela nunca se comparará ao que sinto por você!

–Kaoru... –balbuciou Hikaru e eu tapei meus ouvidos para a reação das garotas que viria logo a seguir, o que não tardou a acontecer.

–KYAHHH! AMOR FRATERNAL! –elas gritaram eufóricas.

–Como elas ainda ficam assim todas as vezes que vocês fazem isso é que eu não entendo! –eu disse assim que destapei os ouvidos e os olhei.

–Elas sonham com o amor proibido, apenas satisfazemos suas fantasias. –disseram os dois dando de ombros.

–Queria lembrar quando foi que eu comecei a achar normal essa atuação de vocês... –eu disse pensativa.

–Jenny... –me chamou Hikaru e eu o olhei. –A Lety...ela é uma garota romântica?

–Bastante, você nem faz ideia! –eu disse sorrindo. –Todas nós três somos, mas a Lety é ao extremo. Quando ela está lendo, ela se envolve com a história e tem as mesmas reações que a principal dos livros tem. É bem engraçado de se ver.

–Ela não parece tão romântica assim... –Hikaru disse pensativo.

–Por que diz isso?! –eu o perguntei surpresa.

–Uma pessoa que ganha um bichinho de pelúcia de um garoto não deveria rir, né? –Hikaru perguntou.

–Ah sim, ela fez isso no festival quando você deu um tigre de pelúcia para ela, né? –eu perguntei e ele apenas assentiu. –Acredite, foi apenas nervosismo dela. Ela nunca tinha ganhado uma pelúcia de um garoto e....ah, não tem o que defender! Ela foi bem idiota tendo essa reação mesmo! Eu falei para mim mesma que ia ter uma conversa com ela sobre isso, mas acabei esquecendo, então vou atrás dela agora e ter essa conversa antes que os clientes cheguem. –e me levantei do sofá indo em direção a cozinha.

Ponto de vista da Lety

–Nada como um bom café... –eu disse tomando o último gole da xícara que tinha enchido para mim e indo lava-la. Assim que terminei, Jenny entrou pela porta toda esbaforida. –Jenny, o que aconteceu?! –perguntei preocupada.

–Nada demais, apenas que.... –começou Jenny a dizer e me deu um soco um pouco forte no ombro. –VOCÊ É MUITO IDIOTA!

–Ai Jenny, doeu... –eu disse a olhando emburrada. –E por que eu sou idiota? –perguntei esfregando meu ombro.

–Você chamou de clichê a atitude do Hikaru de te dar um bicho de pelúcia no festival! –ela me disse e continuou sem me dar chance de falar algo. –Eu sei que já devia ter tido essa conversa com você, mas esqueci completamente, então vou ter agora! Agora, me diz…POR QUE CHAMOU DE CLICHÊ?! –perguntou me sacudindo pelos ombros.

–PARA DE ME SACUDIR QUE EU RESPONDO! –eu gritei e ela na mesma hora me soltou e cruzou os braços me olhando brava. –Olha, eu não sei porque você está desse jeito, ok? Mas eu apenas achei clichê pelo simples fato de que eu e Hikaru não somos namorados, e apenas namorados que fazem isso, entendeu?

–Lety.... –disse Jenny apertando as têmporas com os dedos e depois me segurando de novo pelo ombro. –Você sabia que acabou CORTANDO O CLIMA DELE DIZENDO ESSAS COISAS? HEIN, SUA AVOADA? –perguntou me sacudindo de novo e parando alguns segundos depois, mas sem me soltar.

–Clima? Que cli…ah não Jenny, você realmente acha que o Hikaru gosta de mim?! –eu disse num tom incrédulo. –Vamos ser realistas por favor...

–Eu estou sendo realista! É só você que não percebe o modo como ele te olha. –Jenny disse sorrindo de leve para mim. –Por que não experimenta perguntar para ele?

–Pirou?! –eu perguntei surpresa. –Eu não vou estragar uma amizade por causa de uma suposição, desculpa. Além disso, como eu disse aos nossos últimos clientes, e você ouviu, eu gosto dele como um bom amigo.

–Quando você vai parar de enganar a si mesma? –Jenny me perguntou e eu a olhei confusa. –Deixa para lá, uma hora você vai perceber. Só prometa que não vai mais falar que algo que ele faça é clichê, por favor, ok?

–OK, ok... –eu disse rolando os olhos e Jenny sorriu alegremente e pegou uma das bandejas me ajudando a levar para a sala. O restante do dia passou rapidamente e eu, junto as meninas e o Damon, estávamos voltando para casa.

–Eu ouvi uns berros abafados de vocês duas quando estavam na cozinha. Aconteceu alguma coisa? –Yza perguntou preocupada.

–Lety não percebeu ainda o que está a sua volta, apenas isso. –Jenny disse.

–Me pergunto até quando ela vai continuar assim então... –Yza disse suspirando e me olhou. –Eu sei que você é avoada para coisas relacionadas contigo, mas uma hora você vai ter que se tocar, sabia?

–Eu não tenho nem ideia do que vocês tão falando. –olhei para elas com a maior cara de confusão que pude fazer.

–Mais é muito lerda mesmo... –Jenny e Yza disseram juntas e eu apenas suspirei. Assim que chegamos em casa, os três foram fazer alguma coisa e eu fui para o meu quarto tomar um banho e tentar relaxar. Assim que sai do quarto e desci as escadas, vi um bilhete grudado na porta e fui até ele já pressentindo o que estava escrito.

“Enquanto você estava no banho, o Kaoru me chamou para dar uma volta e a Yza aproveitou que eu estava saindo e levou o Damon a torre de Tokyo já que ele nunca foi. Desculpa não ter te esperado para falar pessoalmente, mas não devemos demorar para voltar, ok? Beijos Jenny.”

Suspirei e sentei no sofá da sala colocando o bilhete em cima da mesinha. “-Parece que por enquanto as coisas vão ser assim, pelo menos até a Jenny e o Kaoru se acostumarem com a situação deles.” –pensei enquanto sorria. O mesmo tinha acontecido quando a Yza começou a namorar o Damon. Ela ficou um mês sem sair conosco nenhuma vez e depois foi sabendo lidar com a situação de se dividir para dar atenção a todo mundo, então não estava chateada delas terem saído. É bom as vezes ficar sozinha para colocar a cabeça em dia, principalmente depois da cena que teve no Host Club quando eu e Jenny fomos servir as mesas dos clientes.

Flashback on

–Hikaru-kun, você já gostou ou se apaixonou por alguém algum dia? –escutei uma cliente perguntando a ele enquanto eu servia o chá e alguns doces para eles junto com Jenny.

–Hum…acho que posso dizer que sim. –ele respondeu dando um leve sorriso.

–Ele não se apaixonou, é apaixonado! –disse Kaoru de repente sorrindo.

–Kaoru! –gritou Hikaru vermelho e eu ri.

–Seja quem for a garota, deve ter sorte. –eu disse enquanto me afastava.

–Por que? –ouvi Hikaru perguntando e me virei para olha-lo.

–Hikaru, muitas garotas gostam de você, então a que você estiver interessado vai se sentir a mais sortuda de todas, não? –eu perguntei sorrindo.

–Isso eu já não sei... –ele disse em dúvida.

–Mas eu tenho certeza que sim! –eu disse e comecei a andar até outra mesa.

–Desde que não seja que nem você... –escutei Akemi-san falando e me virei, a olhando.

–Por que diz isso? –perguntei.

–Ah, por favor! Quem em sã consciência ia gostar de uma garota como você?! –disse Akemi-san e na mesma hora senti meus olhos virarem molhados, mas me segurei. Nesse momento, o Host Club inteiro estava em silencio. –Vamos, por um momento, fingir que um garoto tem que escolher entre você e....alguém como eu! Quem você acha que ele escolheria? –e sorriu com um ar de superioridade.

–Todos um dia encontram alguém especial Akemi-san. Se o garoto acaba apenas vendo o exterior, irá escolher você facilmente, mas se olhar o interior, vai perceber que você é uma pessoa podre por dentro e acabará escolhendo outra pessoa. –eu disse calmamente. –Sinceramente, não faça comparações de você comigo. Posso não ter a sua beleza, mas pelo menos não sou uma pessoa estúpida que precisa ficar colocando as outras para baixo para poder se sentir melhor. –no mesmo instante, Akemi-san levantou do sofá veio na minha direção e levantou uma das mãos com a intenção de me bater. Mas antes que ela conseguisse fazer isso, Hikaru me empurrou levemente e Akemi-san acabou dando um tapa muito forte no rosto dele do que no meu.

–HIKARU! –eu gritei chocada e percebi a marca da mão dela no rosto dele.

–Hikaru-kun! Por que você se meteu na frente?! –Akemi-san perguntou o olhando chocada e já andando para trás. Como ele não olhou para ela, apenas ficou na mesma posição que estava depois do tapa, ela saiu correndo da sala gritando desculpas.

–Você está bem? –Hikaru perguntou me olhando.

–Eu que deveria estar perguntando isso! Ela...deu um tapa daqueles na sua cara e você não fez nada?! –eu perguntei surpresa.

–Está vermelho, mas não doeu tanto. –Hikaru disse dando de ombros. –Ela não devia ter falado aquelas coisas para você.

–E você não devia ter levado um tapa por mim! –eu disse o olhando. –Desculpa...e obrigada também. Agora vamos tentar desinchar um pouco esse rosto. –e o puxei em direção a uma cadeira, o fazendo sentar e fui pegar um pano com gelo. Passei o restante do tempo antes de atender os clientes cuidando do rosto dele.

Flashback off

Me pergunto agora se foi certo eu ter falado aquelas verdades para a Akemi-san, mas é um pouco tarde para eu me arrepender. Mas na hora que a vi dando um tapa nele, senti uma vontade de bater nela que nunca senti antes, mas me segurei na hora, ainda bem. Tirei esses pensamentos da cabeça e me levantei, indo até a cozinha para poder preparar algo, mas naquele instante, a campainha tocou.

–Oi Hikaru! –eu disse quando atendi a porta e o vi parado na frente da mesma. –Como está o seu rosto?

–Está bem melhor graças a você. –ele disse sorrindo e eu corei de leve. -O Kaoru acabou saindo com a Jenny e como não estava fazendo nada, queria saber que quer dar uma volta comigo. –disse e deu um sorriso nervoso.

–Tudo bem, também não estou fazendo nada. –eu disse saindo e fechando a porta.

–Não é melhor pegar um casaco? –ele me perguntou.

–Acho que tem razão. –disse abrindo a porta, pegando meu casaco rapidamente, e a fechando novamente. –Pronto, vamos lá! –e coloquei meu casaco.

–Quero te levar num local que suponho que ainda não tenha ido, tudo bem? –ele me perguntou e eu assenti sorrindo. Entramos no carro em que ele veio e seguimos para o local sem trocarmos uma única palavra. Pela primeira vez em que estava sozinha com ele, me sentia nervosa por algum motivo e minhas mãos suavam. Às vezes eu percebia ele me olhando e o olhava também, mas rapidamente desviávamos o olhar no mesmo instante.

“-O que está acontecendo comigo?!” –pensei desesperada. Depois de uns trinta minutos de silencio constante, finalmente o carro parou e nós descemos. Olhei em volta, mas não tinha nada demais, estávamos apenas parados numa espécie de mirante no meio de uma estrada. –Por que estamos aqui Hikaru? –perguntei em dúvida.

–Espere e verá... –ele disse se apoiando numa grade que tinha ali e eu fiz o mesmo, olhando para o horizonte. De repente, entendi o sentido disso tudo. Dali dava para ver toda a cidade, que estava se acendendo gradativamente e, com as poucas estrelas que brilhavam no céu, ficava ainda mais bonito o visual. Olhei para tudo encantada e com um enorme sorriso no rosto. –E então, gostou? –ele perguntou sorrindo.

–Hikaru...isso é lindo! –eu o olhei fascinada. –Eu nunca imaginei que Tokyo seria ainda mais bonita a noite do que eu achava!

–Fico feliz de ouvir isso. –ele disse olhando a cidade. –Sempre me disseram que a visão daqui de cima era uma das melhores, e parece que estavam certos.

–Perai, você nunca tinha vindo aqui? –eu perguntei o olhando surpresa. –Hikaru! Essas coisas você tem que fazer com a garota que você gosta e não comigo!

–Posso te fazer uma pergunta? –ele perguntou me olhando e eu assenti. –De quem você acha que eu gosto?

–Sinceramente, não tenho ideia. Mas não importa de quem seja, darei a maior força mesmo se por acaso for a Akemi-san. –eu disse e na mesma hora senti uma pontada no coração. Eu sabia que isso era uma tremenda mentira, mas me esforçaria para gostar da pessoa, mesmo que fosse realmente ela.

–E se....essa pessoa fosse você, o que faria? –ele perguntou me olhando fixamente e sério. Eu o olhei surpresa e comecei a pensar.

–Acho que eu ficaria feliz. É sempre bom quando alguém gosta de você de uma maneira especial, mas como a Akemi-san mesma falou, por que alguém como você iria gostar de mim sendo que tem outras melhores, né? –eu disse sorrindo meio triste e voltei a olhar a cidade. Senti Hikaru pegar no meu queixo e virar o meu rosto em sua direção, fazendo eu olha-lo.

–Você não devia dar ouvidos ao que essa garota idiota fala, sabia?! Você é um milhão de vezes melhor do que ela! –disse Hikaru num tom bravo e me olhando fixamente. Eu retribui o olhar surpresa e ele suspirou. –A verdade é que…eu gosto de você. E antes que você ache que é apenas como amiga, já digo que não é! Posso afirmar com convicção que estou apaixonado por você Letícia! –ele berrou ainda segurando meu rosto e bastante corado.

–Hikaru…desde quando você... –eu tentei perguntar, mas apenas fiquei muito vermelha e desviei o olhar dele.

–Não tenho ideia! O que eu sei é que faz tempo que você não sai da minha cabeça! –ele disse e soltou meu rosto. –Olha, eu não tenho ideia se você sente o mesmo, mas eu precisava te falar o que eu sinto, ok? Melhor eu te deixar em casa que daqui a pouco vai começar a chover.

–Hikaru, e se eu te dissesse que venho enganando a mim mesmo a bastante tempo para não ter que sofrer com uma rejeição e que gosto de você da mesma maneira? –eu perguntei com o coração acelerado e ele apenas me olhou surpreso. –Já que resolveu ser sincero comigo, melhor eu também ser, né? Eu gosto das implicâncias que você faz comigo e da atenção que parece que você dá para mim. Acho que desde que você me defendeu quando eu e as meninas viramos anfitriãs, eu sinto algo por você. –eu sorri de leve o olhando e nesse momento uma fina chuva começou a cair, mas não me importei. –Mas eu não quis falar nada porque achei que você nunca iria sentir nada por mim e a Akemi-san sempre estava jogando indiretas para você. Pensei que em pouco tempo você ia ceder e ia começar a namorar com ela, então desisti e escondi esse sentimento e.... –fui interrompida por ele que rapidamente levantou meu rosto e encostou nossos lábios. Fiquei totalmente estática e ele depois de uns segundos, se afastou minimamente e olhou nos meus olhos.

–Por que parece que você nunca pensa em si mesma antes dos outros? –ele perguntou sorrindo levemente.

–É mais fácil fazer as pessoas felizes do que a si mesmo, não acha? –eu perguntei e ele apenas negou com a cabeça ainda sorrindo.

–Então que tal tentar fazer nós dois sermos felizes? –ele me perguntou. –O que acha de começarmos a namorar? Assim ninguém vai embora com arrependimentos. –ele disse se aproximando um pouco e eu sorri.

–Acho que uma proposta melhor do que essa não poderia vir em melhor hora. –eu disse e no segundo seguinte, estávamos nos beijando. Assim que ficamos sem ar, nos separamos, e corremos para o carro, já que a chuva tinha realmente apertando. Não que eu me importasse em continuar na chuva, mas poderíamos realmente ficar resfriados. Passamos o caminho de volta toda com as mãos entrelaçadas e olhando um para o outro com um sorriso no rosto. Só percebi que estávamos parados em frente à minha casa porque Hikaru me avisou e eu desci do carro depois de me despedi dele. Corri para a entrada de casa e ouvi o carro dele indo embora no instante em que cheguei a porta. Assim que entrei em casa, fechei a porta e escorreguei até o chão não acreditando em tudo que tinha acontecido.

–Devo deduzir que você finalmente percebeu? –Yza pareceu da cozinha me olhando e Jenny surgiu da sala sorrindo para mim.

–Acho que não precisa, né? E deixe-me adivinhar, vocês sabiam de tudo, né? –eu perguntei sorrindo de lado e me levantando.

–Na verdade não. Foi apenas um processo de adivinhação. Você não estava em casa e o Kaoru falou que o Hikaru também não. Somasse isso e se deduz que vocês estavam juntos! –disse Jenny dando de ombros.

–Agora você não precisa mais reclamar que está sozinha, não é? –Yza me perguntou piscando um olho.

–Pois é....parece que eu acabei sendo fisgada também. –eu disse e nós três acabamos a noite rindo e eu contando tudo que tinha acontecido a elas.