Segunda chance escrita por MylleC


Capítulo 10
Transparentes


Notas iniciais do capítulo

Eaeee gente. Eu sei, demorei. Me desculpa por isso, mas eu viajei ai quando voltei minha beta viajou kkkk além de que eu estou com problema com meu óculos que ja mudou o grau ai se fico muito tempo no PC, TV, Cel e etc começo a passar mal e tals e precisei me dedicar aos ultimos capitulo de I can't lose you que conclui ontem. Mas enfim, capitulo novo chegou kkk Boa leitura!



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Porque eu não quero perder você agora

Estou olhando bem para a minha outra metade

O vazio que se instalou em meu coração

É um espaço que agora você guarda

Mostre-me como lutar pelo momento de agora

E eu vou lhe dizer, baby, foi fácil

Voltar para você uma vez que entendi

Que você estava aqui o tempo todo

É como se você fosse o meu espelho

Meu espelho olhando de volta para mim

Eu não poderia ficar maior

Com mais ninguém ao meu lado

E agora está claro como esta promessa

Que estamos fazendo

Dois reflexos em um

Porque é como se você fosse o meu espelho

Meu espelho olhando de volta para mim

Olhando de volta para mim

( Mirrors – Justin Timberlake )

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–Felicity!

–Ãn? O que? –Perguntei meio atordoada, abrindo os olhos e me sentando na cama, olhando alarmada por todos os lados, mas no quarto não havia nada de diferente. Oliver estava sentado ao meu lado me olhando com um sorriso.

–Quero te levar a um lugar. – Explicou.

–O que? Que horas são Oliver? – Percebi que ele estava arrumado.

–Cedo, o sol logo vai nascer. Quero te levar a um lugar, Felicity. Levanta.

–Mas tem que ser agora? – Perguntei esfregando os olhos. Pra que me levar a algum lugar a essa hora? Oliver está ficando maluco.

–Sim, vamos Felicity, rápido.

–Hm, tudo bem. –Me levantei e ele sorriu, saindo do quarto e me deixando com privacidade para me arrumar.

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Sai do quarto e Oliver estava sentado no sofá vendo TV. Parei por um segundo o observando tão... Normal.

–Vamos? –Perguntou ao perceber minha presença. Assenti sorrindo, se ele estava me tirando da cama tão cedo provavelmente esse passeio valeria a pena.

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POV Oliver

Não sei bem quando a idéia de levá-la novamente ao mesmo lugar em que falei para ela dos meus sentimentos tinha surgido, apenas tinha. Mas percebo que estou cada vez mais despreocupado em ela recuperar a memória do tempo em que estava em coma, primeiro porque no dia anterior ela havia dito que estava tendo esses dejavús e sensações estranhas, talvez com o tempo tudo voltasse, mas o importante é que mesmo sem ela se lembrar sinto essa... Ligação com ela e sei que Felicity também sente.

Agora que já tínhamos dado passos maiores em nossa relação, do tipo que amigos normais não tinham sei que não irei assustá-la.

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POV Felicity

–E aonde vamos?

–Seja mais paciente, Felicity. – Oliver pegou minha mão enquanto andávamos mais rápido pelas ruas desertas da cidade. As vezes uma ou outra pessoa andando. O céu ainda estava escuro, alguns carros também passavam hora ou outra.

–E porque não vamos de carro? – Perguntei.

–Não é Longe. – Oliver respondeu, me olhando de forma misteriosa. –Você vai gostar.

Depois de andar mais eu já iria reclamar por ele ter dito que era perto e não era coisa nenhuma. Oliver parou e se aproximou mais de mim, envolvendo uma mão em minha cintura.

–Segure bem firme. – Opa, eu já havia ouvido aquela frase antes. Não consegui evitar sorrir e Oliver fez o mesmo, talvez pensado o mesmo que eu.

Coloquei os dois braços em cada lado de seu pescoço e me aproximei mais, segurando firme como ele havia pedido. Senti sua respiração pesada e deitei minha cabeça na curva de seu pescoço, deixando um leve beijo ali.

–Estou segurando. – Sussurrei.

A pele de Oliver se arrepiou. Ele colocou a mão no bolso e tirou algo dali, continuei abraçada a ele e logo senti o frio em minha barriga e o chão abaixo de nós se tornar cada vez mais distante. Fechei os olhos não deixando o medo me dominar e logo senti o solo em meus pés novamente. Me afastei lentamente de Oliver e então olhei em volta.

Estou surpresa em constatar que afinal Oliver tinha um lugar da cidade que costuma ir e que eu não sabia. E da para entender o porquê dele gostar de vir aqui, da para se ver absolutamente tudo de Starling.

Ao longe dava para se ver o céu que ameaçava mudar do azul marinho para o a alaranjado, anunciando o sol que logo nasceria. Aquilo estava despertando uma sensação estranha em mim. Era uma sensação boa, mas ao mesmo tempo estanha. Como quando você era criança e teve algum momento muito bom em um lugar e anos depois quando já está grande você volta naquele lugar, ele está um pouco diferente, mas ainda assim você o reconhece, ainda assim sua memória viaja para aquele momento bom que você teve ali.

–É lindo aqui. – Falei para Oliver, que me observava o tempo todo. Minha cabeça latejou um pouco, ignorei, provavelmente estava doendo por eu ter levantado tão cedo.

–É sim. – Respondeu, sem desviar os olhos de mim.

–Porque me trouxe aqui?

–Estava pensando sobre antes, sobre Barry.

–Barry? – Eu estava confusa, ele começaria a implicar com Barry novamente?

–Bem, não exatamente em Barry, não sei por que, mas todos os meus pensamentos sobre tudo acabaram chegando naquele em que estávamos na festa da minha mãe e...

–E você chamou Barry. – Conclui, entendendo onde ele queria chegar.

–Depois de você dizer que não dançaria comigo. – Um sorriso arteiro apareceu em seu rosto e eu observei aquilo por um momento. Oliver era sempre tão fechado, mas nos últimos dias ele tem se mostrado tão diferente, soltando pequenos detalhes sobre seu jeito de ser.

–Onde quer chegar com isso Oliver? – Perguntei.

–Sabe, no dia eu realmente me segurei para não falar nada, mas pensando bem hoje... Você me deve isso. – Pegou o celular e começou a mexer nele e logo uma musica começou a tocar.

–Eu te devo isso? Não lhe devo nada, você que foi... – Parei de falar quando ele se aproximou. Pensei que me beijaria, mas ele apenas repousou a mão me minha cintura e me conduziu delicadamente para mais perto dele, os olhos fazendo um convite mudo.

Mordi o lábio inferior e decidi me calar e apenas aproveitar aquele momento.

–Pensei que não dançasse.

–Exatamente. Disse que não dançava, não que não sabia. Sinceramente, posso contar nos dedos de uma única mão quantas vezes eu realmente dancei com uma garota esse tipo de dança, você sabe, não é o tipo de dança que acontece em baladas e etc.

–Se pisar no meu pé você vai ver. – Brinquei.

Oliver gargalhou divertido e beijou minha bochecha em um beijo estalado, começando a se movimentar comigo ao som da musica que tocava em seu celular. Não parecia ser uma musica especifica, era apenas o instrumental.

–Pode deixar, Smoak.

Fechei meus olhos e encostei a cabeça em seu ombro, sua mão estava em minha cintura enquanto balançávamos calmamente ao ritmo da música. Meu coração batia forte em meu peito, espalhando um sentimento bom por meu corpo, me aquecendo. Aquele sentimento que estava constantemente em mim, mas que se intensificava ainda mais quando eu estava perto de Oliver. Era um sentimento bom e eu queria continuar a senti-lo e eu sentia.

Mesmo longe de Oliver aquele sentimento estava ali, era algo quase palpável. Sempre que me olho no espelho, vejo algo diferente, diferente de antes do acidente. Meus olhos transmitem isso, mais brilhantes, meu coração pulsa mais fortemente com mais vontade de viver. Eu já tinha esse sentimento antes, mas eu lutei contra ele por muito tempo, eu acreditava que Oliver não os retribuía, portanto eu evitava ao máximo pensar nesses sentimentos, na intenção de evitar o sofrimento. Agora que parei de ignorar, de lutar contra, tudo parece mais fácil. Parece que estou transbordando desse sentimento. Amor.

Amor não é só uma palavra forte, na verdade o que é forte é todo o sentimento que ela carrega, e é incrível como quando você diz a palavra "Amor" ela sai absurdamente forte quando o sentimento é verdadeiro. Pessoas enganam outras usando a palavra amor, muitas a usam de forma banal sem ter realmente o sentimento dentro de sí, mas alguma hora a farsa é descoberta. Nada se compara a forma que ela é dita e sentida quando é verdadeira. Não é algo que se de para entender, a pessoa praticamente grita para as outras o quão grandioso é carregar esse sentimento dentro de si, e agora eu vejo que eu lutei tanto contra esse sentimento que quase consegui mesclá-lo dentro de mim, quase achei que tinha o misturando com os outros sentimentos e quase acreditei que tinha conseguido controlá-lo, arrancado-o de mim. Mas basta eu pensar em Oliver, estar perto dele e olhá-lo que todo o esforço que fiz para afastar o sentimento se torna em vão, pois ele volta com total força que eu não posso mais o controlar. Não consigo mais controlar isso, não quero mais controlar isso. Eu quero que Oliver saiba, que ele veja. É um sentimento bom demais para manter para mim mesma.

Abro os olhos percebendo que ainda nos embalávamos calmamente á música. Oliver também abriu os olhos e eu o enxerguei, mergulhei dentro de seu olhar intenso, e eu vi ali o que eu via em meus próprios olhos, quase como que a imagem refletida, brilhando e cheio de vida. Queimando os meus como se também me enxergasse, uma conversa muda de sentimentos não pronunciados e não tendo a necessidade de serem. Pois só naquele olhar tudo já era dito, podia sentia o ar a nossa volta, não muito frio nem muito quente, agradável. O céu ainda escuro e com estrelas brilhando sobre nós, ao longe pouco dava para se ouvir o som dos carros em movimento. Tantas coisas a nossa volta, mas a única coisa que importava no momento era nós dois, era aquele olhar que nenhum de nós ousou quebrar, era a conversa muda dos nossos olhos, a conversa muda dos nossos corpos juntos se movimentando juntos suavemente ao som da música ao fundo, eram nossos lábios que pareciam estar sendo atraídos um para o outro lentamente, para conversarem também, para sentir.

E então eles se tocaram, lábio com lábio, um beijo castro e os olhos ainda abertos. Nenhum de nós passou a língua tentando aprofundar, era apenas os lábios macios encostados, sentindo. As batidas do meu coração pulsavam em meus ouvidos e então eu sorri, os lábios ainda levemente encostados com os de Oliver que também sorriu, e como se fosse uma pequena peça que faltava em todo o quebra-cabeça que nossa vida havia se tornado uma enxurrada de memórias me invadiram. Não de forma dolorosa ou bruta, mas agradavelmente e bem vinda. Eu sabia, dentro de mim eu sabia que não era um sonho ou apenas sensações, haviam memórias faltando e elas estavam ali, guardadas esperando o momento certo para voltarem e o momento havia chegado. Nosso primeiro encontro estranho onde nenhum dos dois sabia o que estava acontecendo, os pequenos medos que enfrentamos juntos, os problemas que enfrentamos juntos e os sentimentos que enfrentamos juntos. Nossas bobas provocações e então a despedida. Tinha havido uma despedida, mas não um adeus. Nunca seriamos capazes de dizer adeus um ao outro, pois sem um não havia o outro, simplesmente por sermos exatamente o que o outro precisava, o pedaço que faltava na vida de ambos, o pedaço que nenhum de nós dois ousou quebrar.

Apenas salvamos um ao outro, éramos a luz na vida um do outro para estar nos momentos bons e iluminar os ruins apenas por estar ali. E aqui, nesse momento estamos enfim entendendo a segunda chance que a vida tinha nos dado. A segunda chance para enxergarmos o que antes ignorávamos, o que antes lutávamos com todas as forças contra, o amor, o simples e puro amor um pelo outro.

–Eu amo você - Sussurrei, apenas o suficiente para que ele ouvisse. -Tudo aquilo... Não foi um sonho. – Algo quente escorreu por minha bochecha, uma única lagrima eu caíra. Oliver sorriu, seus olhos brilharam mais um pouco parecendo emocionados, ele levou uma mão até meu rosto e passou o polegar carinhosamente ali.

–Não foi um sonho. Foi uma chance, mais uma chance. - E ali estava, a conversa falada que ate então apenas nossos olhos estavam tendo em silêncio. -Eu amo você, Felicity Smoak. -Oliver concluiu, enfim me apertando para mais perto de si, parando de se balançar com a música e selando seus lábios aos meus, agora em um beijo cheio de mais palavras, mais sensações, mais sentimentos e mais desejo. Espalhando arrepios prazerosos por nossos corpos e então senti algo claro queimar em meus olhos fechados e os abri, olhando mais uma vez para o horizonte da cidade. O sol nascia, brilhando e anunciando mais um dia que começaria. Um novo, onde Oliver e eu enfim havíamos parado de lutar contra nós mesmo e começaríamos a enfim aproveitar a segunda chance que tínhamos tido.


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Notas finais do capítulo

Eaeee gostaram? Calma que ainda não é o fim, teremos o epilogo, ainda preciso escrever então pode demorar mais alguns dias, mas vou tentar postar terça feira ok. Bjssss comentem o que acharam.