Acalme-se comigo

Me cubra

Me abrace

Deite-se comigo

E me segure em seus braços

O seu coração contra meu peito

Seus lábios pressionados em meu pescoço

Eu estou me apaixonando por seus olhos

(Kiss me – Ed.Sheeran)

Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

“–Você não está aqui...

–O que? Claro que estou aqui!

–Não! Você está em coma no hospital! “

Xxxxxxxxxxxxxxxxx

Aos poucos comecei a ouvir os sons a minha volta, uma pouca claridade em meus olhos, não chegando a ser incomoda, mas ainda ali presente. Tentei me mexer, mas então senti algo quente envolto da minha cintura e... Minha cabeça sobe e desce lentamente, acompanhando a respiração de... Oliver! É claro, Oliver dormiu aqui. Ele ainda está aqui, será que está acordado já? Eu devo abrir os olhos?

Pela sua respiração ele ainda dormia. Abri os olhos lentamente, me acostumando com a pouca claridade que passava pela janela fechada, parecia que o sol já estava forte la fora, o que era estranho para aquela hora da manhã.

“–Prometo que estarei aqui quando acordar amanhã e nos próximos dias também.

–Promete? –Perguntou sonolento.

–Eu prometo. –Sussurrei de volta.”

Ergui os olhos até Oliver que como previ, dormia serenamente. Mordi o lábio inferior levemente, tentando reprimir todas essas sensações que acordar com Oliver ao meu lado trazem. Senti seus braços me apertarem um pouco mais e sorri, me segurando para não deslizar minha mão que estava apoiada em seu peito por toda a extensão de seu abdômen. Apesar de estar com camisa todos os seus músculos eram perceptíveis nela. Voltei novamente a olhar seu rosto e fitei demoradamente sua boca. Passei a língua levemente entre meus lábios e suspirei.

Pare de bater desse jeito. –Sussurrei para mim mesma. Brigando com meu coração que parecia ter resolvido fazer uma festa dançante dentro de mim e ainda convidou as borboletas para a “Sala Vip - estômago”.

Olhei o relógio pensando em quanto tempo demoraria para o despertador tocar. Talvez desse para eu dormir mais um pouco. Foi minha noite mais bem dormida desde que acordei do acidente. Não havia aquele vazio ou aquelas sensações estranhas, só havia... Oliver.

Dez e quarenta? Pisquei os olhos pensando se estou vendo direito. Meu relógio marca dez e quarenta da manhã? O que?

Me estiquei um pouco, pegando meu óculos em cima do criado mudo e colocando-o em meu rosto. Sim, são dez e quarenta!

–Oliver! –Chamei desesperada. Eu estava absurdamente atrasada para o trabalho, alias, nós dois estávamos absurdamente atrasado para o trabalho.

–Hmm. –Resmungou, virando de lado e por seus braços ainda estarem fortemente abraçados a mim acabei por me virar junto. Seu queixo descansou no topo da minha cabeça e senti seu coração bater forte em minhas costas. Ele respirou fundo. Esperei, pensando que logo ele acordaria direito e perceberia que eu havia o chamado. Mas isso não aconteceu, ele parecia ter voltado a dormir.

–Oliver! –Chamei novamente, tentando me soltar de seus braços. Não consegui, toda aquela massa de músculos era demais para eu lutar contra. –Oliver, nós estamos atrasados, não entendo porque o despertador não despertou.

–Despertou. –Sua voz grossa e rouca sussurrou perto do meu ouvido, fazendo um arrepio em minha nuca e uma leve descarga elétrica por meu corpo. Respirei fundo, tentando novamente ignorar tudo isso. –Eu o desliguei, estava com sono e você dormia feito pedra.

–Você fez o que? –Esbravejei, novamente tentando me livrar de seus braços e novamente falhando. –Oliver, pelo amor de Deus, nós estamos atrasados, são dez e quarenta. Levanta.

–Felicity, eu sou a droga do presidente da empresa, não vamos morrer por nos atrasar um dia.

–Mas não é um atraso qualquer, é um atraso de horas. Levanta!

–Não, vamos ficar mais um pouco. –Sussurrou novamente. Em nenhum momento abrindo os olhos.

Virei meu corpo entre seus braços e fiquei de frente para ele, seus braços me apertaram ainda mais, se é que isso era possível e por um momento o pensamento de ceder e ficar ali com ele passou por minha cabeça. Espera, era isso que ele queria. Quero dizer, não de literalmente ficar ali comigo, mas de me impedir de ir trabalhar.

“–Acabei percebendo ultimamente o quanto você adora me provocar. Ótimo, minha vez de me divertir Queen.

–Felicity... –Deu um passo para trás. –O que você vai fazer?”

–Oliver Queen. –Falei, controlando minha voz para não sair irritada demais. –Me deixe levantar dessa cama agora ou vai se arrepender.

Ele riu pelo nariz e o sorriso se desenhou em seus lábios, mas ele não se mexeu, não dando confiança na minha ameaça. Bufei e me aproximei de seu pescoço, roçando meus lábios ali primeiramente. Sua pele se arrepiou e sorri, abrindo a boca e arrastando meus dentes suavemente por sua pele, fechado e mordendo levemente, puxando um pouco sua pele. Beijando suavemente depois. Aproveitei sua evidente distração com a surpresa da provocação que fiz, para tentar novamente me livrar de seus braços, tendo sucesso dessa vez. Sorri me ajoelhando no colchão e me levantando, ficando de pé desviando de suas mãos que tentava me segurar novamente. Ri e me virei para sair da cama e ir tomar banho, mas Oliver se ajoelhou no colchão e suas mãos fortes puxaram minha cintura, novamente me derrubando na cama e prendendo meus braços com as mãos e, ainda ajoelhados no colchão, passou uma perna de cada lado da minha cintura, deixando alguns palmos de distancia de nossos corpos, mas me impossibilitando de sair dali. Não segurei a rápida gargalhada com sua atitude.

Droga, eu deveria estar brava, estávamos atrasados, e não me divertindo. Abri os olhos e encontrei os dele, com um largo sorriso no rosto.

–O que você pensa que fez senhorita Smoak. –Disse.

–Oliver... Nós precisamos ir trabalhar. –Tentei fazer ele entender que tínhamos que levantar. Tentei me livras de suas mãos que seguravam meus braços, mas foi inútil.

–Eu já disse que sou o CEO.

–Pode ter uma reunião importante. –Sussurrei, me sentindo levemente ser hipnotizada por aqueles olhos azuis que me olhavam tão intensamente.

–Não tem. -Sussurrou de volta. Seus lábios fitaram minha boca e fiz o mesmo. A brincadeira parecia não ser mais uma brincadeira como segundos atrás. Senti meu corpo formigar, meu coração não dando uma trégua e disparando cada vez mais dentro de mim. Umedeci meus lábios e observei o pescoço de Oliver, notando uma leve marca avermelhada ali onde eu havia brincado com meus dentes.

–Você está marcado. –Sussurrei.

Oliver franziu o cenho, mas logo pareceu entender. Um sorriso arteiro brincou em seus lábios e ele se aproximou mais. Segurei a respiração me perguntando o que ele faria, me repreendendo por querer que ele fizesse algo. Deus, Oliver vai me deixar louca.

–E eu não serei o único. –Sussurrou. Franzi o cenho e antes que eu pudesse entender suas palavras senti seus lábios quentes escorregarem por meu pescoço, a ponta de seus dentes roçando levemente minha pele.

Conti um gemido que queria sair e fechei meus olhos fortemente.

–Oliver... –Sussurrei, sem ter nenhuma frase concreta formada em minha mente.

Ele não respondeu, seus lábios sugaram meu pescoço e senti sua língua úmida acompanhar seus movimentos e os dentes mordicarem provocativamente ali. Oliver se afastou parecendo relutante, abri meus olhos encontrando os dele e então ele sorriu, fitando meu pescoço.

–Talvez não seja o suficiente. –Sussurrou. Voltando a beijar meu pescoço. Não sei se ele se referiu a marca que com certeza havia deixado ali ou a todo aquele contato físico que estávamos tendo, pois seus lábios escorregaram do meu pescoço para meu maxilar. Beijando levemente meu queixo e depois fez o caminho inverso, passando do meu pescoço para a clavícula. O objetivo ali não estava mais sendo deixar marca alguma.

Suas mãos não apertavam mais meus braços como há minutos atrás e eu poderia sair facilmente caso quisesse. Mas eu não queria. Deixei o suspiro sair por meus lábios e foda-se tudo. Escorreguei minhas mãos para baixo, desviando de seus braços que antes os seguravam ao lado da minha cabeça. O corpo de Oliver se tencionou, talvez por pensar que eu me afastaria, mas levei minhas mãos até a barra de sua camisa e escorreguei minhas unhas pelo pouco pedaço de pele exposto de suas costas e as deslizei para cima até a metade, levando sua camisa junto. Oliver gemeu baixinho e antes que eu pudesse raciocinar qualquer coisa seus lábios deixaram meu pescoço e tomaram meus lábios para si avidamente.

A explosão de sentimentos e sensações aconteceu. Nossas línguas se exploraram sem preliminares, como se a muito quisessem ter esse contato e só agora déssemos conta dessa urgência. Seus lábios eram macios e experientes pressionados aos meus, as mãos de Oliver foram até minha cintura e colaram nossos corpos, antes levemente separados, um no outro.

Arranhei seu pescoço com uma das mãos enquanto a outra escorregou das costas para seu abdômen. A camisa atrapalhava e percebi Oliver também sedento por mais contato com minha pele. Seus lábios separam dos meus por um segundo, me fazendo perceber que o ar faltava. Passo sua camisa pela cabeça e voltou os lábios em meu pescoço, descendo novamente pela clavícula e voltando aos lábios que se provaram novamente tão intensamente quanto da primeira vez.

Oliver ergueu minha blusa fina de dormir até o alto da minha barriga, as mãos grandes acarinhando minha pele, indo até minhas costas e voltando. Sem a camisa tive o caminho livre para passar minhas mãos ansiosas por todo seu peito, abdômen e os músculos de seus braços, fazendo o caminho de volta.

Oliver parecia estar se segurando, provavelmente temendo passar de limites que eu mesma não estava pensando muito. Oliver fazia meu cérebro parar de funcionar com razão e a única coisa que comandava ali era o desejo e a paixão. Mas agora que me permiti pensar as duvidas resolveram aparecer. E o que aconteceria depois se nós fossemos mais alem? Eu era mais uma na lista de Oliver ou existia a mínima possibilidade de ele ter sentimentos por mim?

“-Senti falta de tudo, senti falta da Felicity Smoak. Minha parceira, mas acima de tudo. Minha amiga, minha garota”

Era normal todas essas.. Visões estranhas estarem inundando minha mente no momento? Essas imagens parecendo lembranças de momentos que eu nunca tive? Ou pelo menos, não me lembrava de ter?

Oliver parecia ter percebido que eu havia parado com os movimentos e apenas estava me permitindo receber suas caricias, pois suas mãos pousaram na lateral da minha cintura e seus lábios beijavam os meus com calma e ternura. Não mais desesperadamente como começamos.

Nos separamos alguns centímetros, o suficiente para olharmos nos olhos um do outro. Eu não era mais uma em sua lista. A forma como seus olhos brilhavam, transbordando emoção de um sentimento que eu conhecia provavam isso. Oliver sorriu e eu sorri de volta, fazendo um leve movimento com os dedos em seus cabelos curtos.

“-Mas é a verdade, eu... Eu amo você.”

Todas aquelas imagens estavam confundindo minha cabeça, mas não queria que Oliver achasse que tinha algo de errado.

–Eu... –Comecei, minha voz saindo fracamente. Tomei fôlego e continuei. –Vou tomar banho e me arrumar, porque precisamos ir trabalhar.

Ainda sorrindo ele enfim assentiu, se inclinando devagar em minha direção e depositando um beijo demorado em meus lábios inchados. Mais imagens vieram a minha cabeça e mais confusa eu fiquei.

“Mordi o lábio inferior e passei a ponta da língua sobre ele. E enfim me aproximei dele, encostando levemente nossos lábios e como acontecia com nossas mãos quase podíamos sentir. Fechamos os olhos, tentando capturar cada mínima sensação do quase encostar.”

Me desvencilhando delicadamente de Oliver, fui até o banheiro e fechei a porta atrás de mim. Minha respiração estava ofegante e as imagens confusas estavam me enlouquecendo, me impedindo até mesmo de refletir sobre o grande amasso compartilhado com Oliver agora apouco.

Balancei a cabeça, tentando parar de pensar por um segundo e fui até o chuveiro, o ligando. Talvez um banho resolvesse tudo isso da minha cabeça. Me relaxasse e me permitisse pensar com clareza.

“Levantei a mão no meio de nos dois e a abri. Um gesto um pouco tolo, já que ambos sabíamos que não podíamos nos tocar, mas eu o fiz. Oliver sorriu e também abriu sua mão, a aproximando da minha, parando antes que elas se atravessassem como se tivéssemos nos tocando.Um brilho estanho se fez no meio de nossas palmas quase unidas e eu quase podia sentir o toque. Fechei os olhos, aproveitando a sensação daquele “quase”.”

Xxxxxxxxxxxxxxxxxx

Sai do chuveiro minutos depois, ainda confusa com tudo isso vinda na minha cabeça. Não tenho idéia do que seja isso, talvez seja a minha imaginação, ou lembrança de algum sonho que tive. O estranho é em como tudo isso parece estar ligado, cada acontecimento parece se seguir ou anteceder ao outro.

Oliver não estava mais em meu quarto, me arrumei e fui até a cozinha, encontrando minha mãe e Oliver tomando café.

–Está tudo bem agora. –Oliver disse a ela, antes que os dois percebessem minha presença.

–Bom dia. –Falei para minha mãe, beijando sua bochecha.

–Bom dia querida. –Disse animada, seus olhos brilhavam para mim, olhando maliciosamente de mim para Oliver e eu sabia que ela devia estar surtando por ter “encontrado” Oliver dormindo aqui e devia estar pensando em mil e uma coisas... Bem, ou pensando em só uma coisa, coisa que nós dois quase fizemos realmente.

Peguei uma torrada e mordi, colocando suco em um copo. Depois de devidamente alimentados, apressei Oliver para irmos, ele teria que ir até sua casa e se arrumar ainda.

Xxxxxxxxxx

Chegamos na empresa quase meio dia, apenas iríamos passar e ver como as coisas estavam, depois iríamos sair para almoçar e só então voltar para a empresa e trabalhar de verdade. Estou animada por finalmente estar voltando a minha rotina, mal posso esperar para chegar de noite e star de volta no team. Oliver e eu não tocamos no assunto do que aconteceu mais cedo, afinal não tinha muito o que se falar. O clima entre nós não ficou estranho, na verdade parece até que ficou ainda mais leve e mais a vontade. Não sei aonde toda essa liberdade vai nos levar, mas não farei nada a respeito por enquanto, até porque fico pensando nas estranhas imagens que vem aparecendo em minha mente e isso não deixa que eu faça do que aconteceu entre Oliver e eu um problema. Então estamos apenas convivendo com isso.

A parte difícil é nos manter quietos. Parece que depois de ter experimentado todo aquele contato hoje mais cedo apenas queremos mais, só de olhar para Oliver já sinto uma vontade absurda de beijá-lo como fizemos antes, minhas mãos pinicam para tocá-lo como fizemos antes, talvez até um pouco mais. Estou ficando assustadoramente viciada em Oliver.

Chegamos na sala da presidência e a secretaria antiga de Oliver vinha em nossa direção, com uma caixa nas mãos e uma expressão não muito legal.

“Saímos do elevador e Oliver seguiu até sua sala e a Srta. Martin já se levantava de sua cadeira.

–Bom dia Sr.Queen. Trouxe um café pro senhor.

–Agora sei por que não quer demiti-la.”

Ela passou por nós, parecendo nem querer olhar em nossa direção por muito tempo. Quase me senti mal por ela estar sendo demitida.

Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

POV Oliver

Estou literalmente o dia todo com uma guerra interna dentro de mim. Desde o momento que tive com Felicity minha mente e meu corpo estão brigando. Minha cabeça esta ganhando, me impedindo de obedecer meu corpo e pegar Felicity nos trancar em uma sala e parecer um louco falando tudo o que aconteceu enquanto ela estava em coma, dizer a ela que a amo e com sorte terminar o que começamos de manhã. Até agora consegui me comportar, mas é difícil evitar de encará-la o tempo todo.

No almoço havíamos saído para almoçar e tomamos sorvete. Felicity pegou o de chocolate, dizendo o quanto estava sentindo falta de tomar sorvete de chocolate. Isso me fez lembrar do pequeno momento constrangedor que ela me fez passar dias atrás com um sorvete. Ela não parece estar lembrando das coisa, mas pelo menos nossa relação parece estar evoluindo e estou pensando em como tem um momento certo para dizer a ela as coisas que eu sinto, de um jeito que não estrague tudo entre nós. Do tipo ficar um clima estranho ou coisa assim caso ela ainda não saiba dos próprios sentimentos.

Isso é um pensamento estranho e um tanto contraditório. Se um amasso daquele não tinha deixado um clima estranho é meio bobo pensar que as palavras “Eu te amo” vão. Mas ainda assim não consigo tirar esse receio de mim.

O crime parecia ter dado uma trégua hoje, impedimos apenas dois assaltos e isso foi tudo. Roy quis ficar responsável pela ronde hoje, então Digg foi para casa.

–Feliz? –Perguntei para Felicity enquanto íamos para sua casa. Não sei se ela deixará que eu durma novamente em sua casa, mas só irei pensar nisso quando chegarmos la.

–Sim. –Respondeu. –Foi legal finalmente voltar a fazer alguma coisa.

Tirei os olhos da estrada apenas para observar seu sorriso por um momento. Lindo e sincero. Isso me fazia bem, saber que ela estava feliz. Em pensar que isso quase não seria mais possível, fico feliz de ter cometido a loucura de tentar roubar seu corpo.

Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

POV Felicity

Ótimo, essa é a primeira vez que me perguntei se Oliver irá repetir o que fez noite passada e dormir comigo. Quero dizer, não comigo, mas... Ao meu lado. Quero dizer, só dormir. Não sei se estou realmente preocupada se o que aconteceu pela manhã se repetir, mas também não estou totalmente despreocupada. Esta tudo muito confuso. Será que eu devo dizer a Oliver? Que venho tendo essas... lembrançasimagenssonhos? Será que ele vai me achar louca ou coisa assim?

De uma coisa tenho certeza. Não vou conseguir dormir hoje de jeito nenhum, pelo menos não sozinha. E é ai que entra a outra parte do conflito em minha mente. Se Oliver dormir aqui vou me fazer todas essas perguntas, se não dormir eu não vou dormir também.

Bem, estou cansada então melhor optar por ter uma boa noite de sono e isso significa: Chamar Oliver para dormir comigo novamente.

Parei em frente a porta de casa e me virei para ele que parecia estar esperando que eu tomasse uma decisão. Sorri para ele e isso pareceu ser o suficiente. Abri a porta e entrei sendo seguida por ele.

–Vou pedir uma pizza. –Falei.

O tempo todo fiquei pensando se falava ou não com sobre tudo, as conseqüências do que aconteceria se eu falasse e etc. E enfim chegou naquele ponto em que Oliver se cansa de me ver viajando em meu mundo e pergunta o que estava acontecendo.

Estava arrumando a cama para deitarmos e ele ficou o tempo todo para me olhando.

–Felicity. O que está acontecendo?

Suspirei, sabendo que ele não aceitaria qualquer desculpa que eu desse.

–Estou quieta e não prestando atenção no que você esta falando de Nov não é?

Ele assentiu e veio em minha direção, parando em minha frente e sorrindo de forma encorajadora. Pegou minha mão e me puxou devagar até a cama, nos deitamos nela e ficamos um de frente para o outro.

Isso me fez lembrar de uma das imagens em minha cabeça, de quando juntávamos as mãos. Algo que ainda não consegui entender.

–Me conta. –Pediu em um sussurro.

Respirei fundo e optei por contar meia verdade.

–Estava pensando em como é estranho que todas as sensações estranhas que eu estava sentindo tenham sumido ontem quando você veio dormir aqui. É como se... –Devo ter corado enquanto prosseguia, mas não iria mudar de idéia nas palavras. –Como se fosse você que estivesse faltando, não sei explicar... E fico tendo esses deja-vús estranhos e não sei o que esta acontecendo.

Havia novamente aquele brilho nos olhos de Oliver, uma nova sensação me atingiu, a sensação de que ele... Sabia de algo? Isso fazia menos sentido ainda.

–Tenho medo do que tudo isso possa significar. –Continuei. –E se eu consegui dormir direito apenas quando você veio me fazer companhia... O que vai acontecer quando você não estiver aqui?

–Felicity. –Oliver tocou meu rosto, movendo o polegar carinhosamente em minha bochecha. –Eu vou sempre estar aqui por você, para o que precisar, por quanto tempo precisar. Até quando você não precisar eu vou esta aqui enchendo seu saco. –Brincou. –Não se preocupe com isso, talvez daqui alguns dias tudo isso de estranho que esteja acontecendo pare ou tenha algum sentido. Você acordou de um longo coma há apenas alguns dias trás, esta tudo bem se algumas coisas não estiverem normais.

Sorri, já me sentindo melhor e menos preocupada.

–Você só não pode se esquecer ou duvidar que eu vou sempre esta aqui por você, porque você Felicity, é a minha garota.

Naquele dia em que Oliver disse isso pela primeira vez, não pensei que essas palavras tomariam o significado que elas estavam tomando ou que... Elas enfim soariam diferentes em minha cabeça diferentes do que soaram aquele dia. Eu gostava de ouvi-las e Oliver parecia gostar de dizê-la. Sorri novamente para ele e me aproximei, o abraçando de forma um pouco desajeitada por estarmos deitado. Encostei a cabeça em seu peito, gostando do som que seu coração fazia em meus ouvidos.

–Obrigada Oliver. –Sussurrei,sentindo meus olhos pesados.

O senti beijar carinhosamente minha cabeça.

–De nada.

Fechei meus olhos, sentindo o sono me dominar mais e mais, não antes de mais uma das imagens se fazer presente.

“–Fica comigo.”

Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Então me beije como você quer ser amada

Você quer ser amada

Você quer ser amada

Este sentimento é como se apaixonar

Apaixonar-se

Nós estamos nos apaixonando

Acalme-se comigo

E eu vou ser a sua segurança

Você vai ser minha garota
(Kiss me – Ed.Sheeran)