Diário de um Felino escrita por Mitlestoe


Capítulo 20
Praia! - parte 3 e...VOCÊ DE NOVO?


Notas iniciais do capítulo

Yo! - sorrio forçadamente
— senhora, você prometeu que não ia atrasar mais capítulos!
— Eu nunca disse nada disso!
— disse sim, nós temos gravado!
*corre*
senhora? senhora!



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Enquanto adentrávamos a água, uma ideia se formou em minha mente: vou assustar Alice! Tenho o jeito perfeito, é só esperar uma chance...

Vamos lá, só preciso de mais uma daquelas ondas que não quebram e só te levantam um pouco!

Depois de meia hora brincando na água e levando ondas nas costas, uma onda desse jeito surge, e quando ela passa, afundo o corpo e me mantenho em baixo d’água, esperando Ali perceber que não saí dali debaixo.

– Tom, seu louco, para de brincar assim! – diz ela, rindo de uma maneira um tanto forçada e estranha – Eu sei que daqui a pouco você sai daí debaixo! – afirma, como se estivesse tentando se acalmar – Tom? – pergunta, a voz um pouco angustiada – Meu Deus do céu, TOM! CADÊ VOCÊ? TOM! – e começa a bater com as mãos, tateando sobre a água. Começo a rir um pouco, mas me contenho. Olhando pra cima, percebo que ela está perto de mim, mas de costas. Me aproximo vagarosamente, e subo tão silenciosamente quanto faria se eu ainda fosse um gato. Pegando-a de surpresa, a abraço por trás e percebo o quanto está pálida.

– Ah, você... – começa ela – VOCÊ NÃO TEM O DIREITO! – reclama, se soltando do meu abraço e me dando tapas no ombro – VOCÊ. NÃO. PODE. FAZER. ISSO. COMIGO! TÁ OUVINDO?! – exclama, apontando o dedo pra mim. Sem me conter, começo a rir. Muito, muito mesmo.

– Nunca mais... nunca mais faça isso! – diz ela, a voz sumindo aos poucos. Sua expressão se fecha, e ela sai da água pisando duro.

– Ei! Era só uma brincadeira, volta aqui! – exclamo, e corro atrás dela, sem muito sucesso.

– Vejam só, você conseguiu irritar ela! – diz Gabi, chegando perto de mim e me encarando – que feio, senhor Tom! Muito, muito feio! – e começa a rir, acompanhada de Bia.

– Há, Há, há. Muito engraçado – resmungo, indo em direção à Alice.

– Ei, me desculpe – falo, me sentando ao lado dela, sobre a canga azul e vermelha estirada na areia quente da praia.

– Hm – resmunga ela – você não devia brincar desse jeito comigo, eu achei que você... que você... – começa ela, encarando o chão – achei que tinha sido levado pelo oceano! Que iria morrer, ou virar comida de tubarão! – continua, agora sorrindo fracamente mas com algumas lágrimas nos olhos – só... não faça isso, ok? – finaliza, encarando-me.

– Ah, Ali... Me desculpe, de verdade – falo, puxando ela pra mais perto de mim e a aconchegando em meus braços – Ok, eu não faço mais isso.

– Tudo bem, então. – fala ela, um pouco baixo.

– Podemos voltar pra água? – pergunto, depois de alguns minutos.

– Aaaah, nãããão!

– Sim, sim! Vamos! – falo, gentilmente afastando ela e levantando, logo em seguida a ajudando a se levantar também.

– OK... – murmura ela.

Ficamos bastante tempo jogando água uns nos outros, Gabi e Bia também participaram. Enquanto eu me levantava de mais um caldo que tomei de uma onda, uma bola veio quicando até mim, e atrás dela vinha um garotinho.

– Aqui – falo, pegando a bola verde e entregando pra ele.

– Obrigada, tio!

– Disponha – falo, abrindo um sorriso.

– Quer brincar, tio? Só estamos eu e o meu amigo, o Carlos. Ah, e meu nome é Miguel! – propõe ele, logo depois se apresentando.

– Queremos sim! – disse Alice, chegando mais perto e respondendo por mim.

Com os olhos brilhando, o garotinho saiu correndo pra chamar seu amigo.

– Acho que eles estão jogando futebol – diz Alice, se virando pra mim – lembra? Que uma vez eu joguei aquele jogo lá, FIFA alguma coisa?

– Acho que sim, mas não entendi aquele negócio não: são dois times, lutando por uma única bola pra tentar fazer ela entrar num buraco!

– Mas é exatamente isso a definição de futebol! – exclama ela, rindo um pouco.

– Eu não sei se consigo jogar isso não. - solto, meio confuso.

– Ah, é mais fácil do que parece! – fala, e correndo em direção aos dois meninos joga com eles como se fosse realmente a coisa mais fácil do mundo. Aos poucos que vou olhando, entro na brincadeira e jogamos por vinte minutos. Os meninos pareciam mesmo agradecidos.

– Vocês jogam muito bem! Quase que perdemos pros dois! – afirma Carlos, amigo de Miguel – Formam uma bela dupla!

– Ora, obrigada – falo – tchau!

– Tchau tio!

Depois dos dois sumirem de vista, voltamos pra água, à procura de Bia e Gabi.

– Ah, cansei de procurar elas!

– Eu também. Ei, você acha que elas...?

– Elas o qu...... Ah... bem, é possível – falo, constrangido.

– Deixa quieto então – fala, rindo um pouco – vamos pra água de novo!

Junto com Alice, gritamos ‘’VEM MONSTRO!’’ várias vezes, e às vezes a onda nos empurrava pra frente bem mais do que o planejado.

[...]

– Nossa, ficar o dia inteiro na água cansa pra caramba – falo, iniciando uma conversa durante a volta (ou ida, já que não tínhamos entrado na pousada, só Gabi e Bia).

– Verdade, quando chegarmos lá vou tomar um banho e dormir um pouco – fala Alice, já meio sonolenta.

– Ah, mas eu ia dormir também! – protesto.

– Ué, pode dormir os dois na mesma cama, não é como se vocês estivessem quebrando uma regra muito importante! – interfere Bia.

– Além de que, vamos lá! VOCÊS TEM QUE FICAR MAIS TEMPO JUNTOS! – exclama Gabi.

– Mas a gente já passa quase o dia inteiro juntos! – falo confuso.

– Não foi bem isso que ela quis dizer – fala Alice, dando um tapa no ombro da Gabi.

– Também não precisa agredir! – diz Bia, rindo.

Continuamos a caminhada rápida até a pousada, falando sobre qualquer coisa que viesse na mente.

– CHEGAMOOOOOOS! – grito, abrindo a porta do apartamento e entrando. Olho pros lados e tento gravar o espaço: logo na entrada, à alguns metros da porta, se via uma mesa redonda de quadro cadeiras, branca. Divisada por uma mureta, uma pequena cozinha se encontrava ali, com uma pia, uma bancada e dois armários, um pra pratos e copos e o outro pra temperos. Uma pequena geladeira cinza com uma aparência um tanto antiga ficava ao lado da pia, e, do outro lado, um fogão quatro bocas. Perto da mesa, tinha um pequeno corredor. Entrando por ele, contei quatro portas, duas delas eram quartos médios, com cama de casal e uma mesinha em cada quarto. As outras duas portas levavam à banheiros pequenos, com uma ducha, uma pia e uma privada cada um. No pequeno apartamento também tinha uma sala, com dois sofás, cada um com dois lugares, além de um raque com uma televisão antiga, daquelas com uma caixa atrás.

– A última porta aí do corredor é o quarto seu e o da Alice, e o banheiro do lado também é de vocês. As outras portas são minha e da Bia. – explicou Gabi.

– Tá! Agora sai da frente que eu preciso ir no banheiro! – anunciou Alice, disparando em direção à porta.

– Eu espero aqui, então. – falo, me sentando no sofá, sobre a canga que eu tinha carregado até aqui.

[...]

Depois de todos terem tomado banho e se vestido, decidimos assistir um filme de terror.

Eu acabei dormindo no meio do filme, e aparentemente Gabi e Bia também. Quando acordei, Alice estava encolhida ao meu lado, grudada no meu braço.

– Ei, não precisa ter tanto medo desse filme aí não, é tudo mentira e efeito especial – falo.

– Eu sei – murmura ela – mas eu tenho um pouco de medo da história, principalmente por ser baseada em fatos reais!

– Baseada em fatos reais? – pergunto, arregalando os olhos.

Alice acenou positivamente com a cabeça, apontando pra tela. Ao final dos créditos, em uma fonte como se as letras tivessem sido pichadas, lia-se:

Esta história foi baseada em fatos reais

– Bom, continua sendo um filme – afirmo, me levantando em seguida pra beber água.

– Espera! Não me deixa aqui não!

– Mas é só a uns 5 metros de distância!

– Tá...

Bebi minha água e ajudei Alice á acordar Bia e Gabi, que feito zumbis foram caminhando até o quarto delas.

[...]

Depois de usar o banheiro e escovar os dentes, me joguei em um dos lados da cama e me virei de costas pra Ali.

Como não estava conseguindo dormir, me virei pras costas de Alice e comecei a brincar com uma mecha do cabelo dela. Por um tempo, eu fiquei em um estado de quero-dormir-tô-com-sono-mas-não-consigo-relaxar-o-suficiente-pra-isso. Até que Ali começou a murmurar coisas do tipo ‘’não me mata!’’ ou ‘’sai daqui’’ e começou a tremer também. Ela realmente se assustou com aquele filme que eu só assisti o começo. É estranho imaginar ela se assustando com algo... Mas é nessas situações que me sinto um pouco útil, ainda não entendi muito bem a ideia do louco do Phill, por enquanto vou me contentar em poder ajudar abraçando ela e dormindo por perto, como estou fazendo agora. Surpreendentemente, tentando acalmar ela, eu consegui adormecer.

[...]

‘’Hoje temos que ir embora’’ foi a segunda coisa que eu pensei ao acordar. A primeira foi em como Ali parece meio morta quando está dormindo. Com esse pensamento idiota, comecei a rir sozinhoenquanto voltava do banheiro. Encarei a porta fechada, me lembrando que tinha deixado ela aberta quando saí do quarto. Bati na porta, esperando uma resposta.

– NÃO ABRE A PORTA – ouvi, depois de alguns segundos.

– Tá, não abro, calma! – falo, rindo um pouco.

[...]

Passamos algumas horas arrumando o apartamento e depois fomos ‘’nos despedir do mar’’.

– A gente ainda volta aqui, né? – perguntei, depois de entrarmos no carro.

– Vou tentar falar com meu amigo que conseguiu a estadia lá na pousada, mas acho que voltamos sim – diz Gabi.

– Depois fala que não gosta de água – fala Alice, rindo – bom, vai demorar umas duas horas, se vocês dormirem ou fizerem qualquer coisa tirando ficar olhando as horas, passa rapidinho!

Mais uma vez, dormi como se tivesse passado a noite em claro.

[...]

Paramos na casa da Gabi depois de chegarmos na cidade, e a ajudamos a descarregar as bolsas do carro. Repetimos o processo depois de chegarmos na casa da Bia.

– CASAAAAAAAA – gritei, assim que Alice virou na rua. Ao estacionar na frente da ‘’nossa’’ casa, percebi que um cara e mais alguém estavam parados na frente do portão.

– Não é que nos vimos outra vez, Thomas? – provocou Phill, me encarando.


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Notas finais do capítulo

''QUE QUE ESSE TIU TÁ FAZENU AQUI?!''
próximo capítulo oWo



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