Diário de um Felino escrita por Mitlestoe


Capítulo 12
Quem diria...


Notas iniciais do capítulo

HEY o/ Estou conseguindo manter esse ritmo um capítulo por semana 'u' espero que gostem. Ah, e a partir de agora vocês vão ter que se acostumar com...
continuo nas notas finais e.e
Aproveitem 'u'



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Eu e Alice concordamos silenciosamente em esquecer meu sonho maluco. Observo mais uma vez Gabi andar em círculos falando sobre nós. Preciso para-la, já está me dando nos nervos!

– Ei, Alice, lembra que você me falou que ia andar de skate qualquer dia desses? Não pode ser hoje? Estou com vontade de aprender! – Exclamo, obtendo a atenção das duas. Alice entende a dica e fala:

– Ah, sim, o skate! Mas eu duvido que você consiga fazer um skipfly! – desafia ela, que felizmente, recebe um apoio de Gabi:

– O Tom? Fazendo um skipfly? Essa eu pagava pra ver! Mas não posso, tenho que terminar um trabalho pra faculdade... se você puder gravar ele caindo, eu agradeço!

– Pode deixar, gravo TODOS os tombos do Tom pra você! – fico indignado. Sério, EU ESTOU AQUI.

– Parem de discutir sobre minha falta de habilidade no skate como se eu não estivesse aqui! – reclamo, logo em seguida emendando – eu nunca SUBI em um skate. Não dá pra mim aprender assim de boa uma manobra de primeira!

– Mas skipfly é a manobra mais fácil! – impõe Alice.

– Mas EU não sei andar nem em linha reta! Imagina fazer manobra?

– Ah, eu adoraria ficar observando vocês dois discutindo feito um casal, mas eu realmente tenho que ir! – interrompe Gabi. Olhamos para ela e paramos imediatamente de discutir.

– Vamos, Tom. Eu vou te emprestar meu skate, e te ensino a pelo menos andar em linha reta. – fala Alice, logo em seguida caminhando até Gabi, e pedindo uma carona até a pista de skate, que segundo ela fica no caminho até a casa de Gabi. Depois, vai até seu quarto e pega o skate, enquanto eu espero do lado de fora da casa.

Na primeira vez que estive aqui, como humano, nem reparei na fachada da casa. Como um felino, não tinha muita importância, mas preciso aprender a reconhecer a casa pela sua cor e número, já que antes eu me guiava pelo cheiro dela. Observo as paredes: são azuis, com uma única porta na frente, que é de um vermelho escuro, bem próximo do marrom. Na frente, um pequeno canteiro cheio de flores amarelas, bem pequenas. Uma pequena ‘’estrada’’ de pedras leva até a porta da frente. O número é 378, preciso guarda-lo: fico pensando 378, 378, 378, 378, até ouvir o barulho de porta abrindo, e vejo Alice e Gabi saírem, Gabi carrega sua mochila nas mãos e Alice leva um skate vermelho com um raio desenhado em cima nas costas. Observo Gabi retirar de seu bolso um pequeno aparelhinho com dois botões, dos quais aperta um, fazendo com que o carro dela destranque, emitindo um leve ‘’click’’. Entro no carro e me sento no banco de trás.

Depois de cerca de 14 minutos Gabi estaciona em um parque e eu e Alice descemos.

– Juízo, vocês dois! – provoca Gabi, recebendo um ‘’cala boca’’ de Alice. Andamos até a pista e Alice tira o skate e o coloca no chão.

– Para começar, você precisa ‘’dominar’’ seu corpo para encontrar um equilíbrio. Não é muito difícil, considerando que você já foi um gato – explica Alice – vou dar uma demonstrada rápida, pra você ter uma ideia de como é.

Dito isso, sobe no skate com um dos pés e dá impulso com o outro, depois de alguns segundos pegando velocidade, ela sobe o outro pé, colocando-o atrás do pé esquerdo. Observo como ela inclina um pouco pra frente nas curvas, mas fica normal e relaxada em linha reta. Não parece ser tão difícil... vou tentar!

– Minha vez! – falo, enquanto vou até o skate e levanto Alice no ar, logo em seguida colocando-a no chão. Tento subir em cima daquela prancha com rodas, mas levo um tombo: em uma fração de segundos, estou caído no chão. Começo a rir, e percebo que Alice estava gravando. Vou até ela e tomo o celular de suas mãos. Olho a tela, e percebo que era uma pegadinha: não estava nem aberto na câmera, o menu com os vários aplicativos reluzia naquele pequeno retângulo. Tento várias vezes, sem obter muito sucesso: caí umas oito vezes. Alice riu em todas.

– Ah, que sede! – reclama ela – vou ali beber água, tá? – anuncia, apontando para um bebedouro tão longe que quase não consegui enxergar.

– Tudo bem – falo, me sentando na grama.

Ok. Algo aconteceu. Já faz mais de 20 minutos que Ali foi beber água e ainda não voltou. Decido ir atrás dela. Me levanto e pego o skate do chão, andando (leia-se correndo) em direção ao bebedouro. Chegando lá, olho para todos os lados, mas nem sinal dela. Começo a ficar preocupado, mas me lembro de uma coisa: o meu faro de felino ainda não foi totalmente embora! Começo a seguir o cheiro do shampoo de Ali.

Percorro o parque por alguns minutos, até chegar na área de limpeza. Começo a ouvir algumas...ameaças? Ando até o lugar que acho que seriam os tanques de água, e me deparo com uma discussão um pouco, digamos, injusta: Alice está parada de frente para um cara que desconheço, que está de costas para mim, e com a mão erguida. Percebo o que vai acontecer: ela vai...apanhar. Alguma coisa, não sei bem o que, se apodera de mim. Ando em direção ao homem e dou um soco na lateral de sua cabeça. Ele cai no chão, um pouco zonzo, e se vira para mim, exclamando:

– Ficou louco?!O que raios você pensa que está fazendo?! – reclama, mas acho que para ao perceber que, bem, eu sou mais alto. O encaro, e logo em seguida volto meu olhar para Alice, que se empurrou contra a parede, e olha para mim com cara de ‘’QUE ISSO TOM?!’’

– Quem é você? – pergunta o cara desconhecido – Acha que pode se intrometer assim na vida alheia? Você nem sabe quem eu sou!

– Fique.longe.dela... – rosno - Se levantar um dedo contra Alice eu te quebro a cara! – grito.

Ele se encolhe, e Alice olha de mim para ele. Sua expressão demonstra um pouco de medo misturada com espanto. Nem EU sei direito o que estou fazendo... só sei que, quando vi ele ameaçando Alice, fiquei com uma raiva imensa! Será possível... ciúmes? Acho que não...eu só estou ajudando uma amiga, só isso. Ah, quem estou querendo enganar? Eu... estou com ciúmes da minha humana. Pronto, falei! Mas, voltemos ao presente e esqueçamos minhas divagações.

– E-este é Marcos – interfere Alice – ele... ele é meu ex-namorado...ele só estava... tirando satisfações, só isso.

– E desde quando ‘’tirar satisfação’’ inclui levantar a mão pra você? Ele ia te bater, Ali! – reclamo.

– Afinal, quem é você cabeça-de-fogo? – debocha o tal de Marcos.

– EU sou o namor... o amigo dela – falo, um pouco constrangido com minha própria frase – e vim procurar a Ali depois dela sumir por 20 minutos, sendo que ela só tinha ido beber água – falo, encarando-o e cruzando os braços – E NÃO me chame de cabeça-de-fogo.

– Teu novo namorado é meio esquentadinho, em Alice? – diz ele, ao que Alice responde:

– Ele NÃO é meu namorado!

– Como não? – falo, indignado, recebendo logo em seguida um olhar dela que dizia ‘’é O QUE?’’ – quer dizer, isso, não sou não... ainda não – confirmo e... espera aí... EU DISSE AS DUAS ÚLTIMAS PALAVRAS EM VOZ ALTA? Caramba, que vergonha – Ai, eu só falo coisa errada... mas é que eu simplesmente não suportei a ideia de ver você apanhando desse infeliz Ali! – tento consertar e percebo que estou me ferrando ainda mais... pra completar, o ex-namorado da Alice fala:

– HÁ! Agora o cabeça-de-fogo está com a cara da mesma cor da cabeça!

– Depois pergunta por que terminei com você – resmunga Alice, bem baixinho, o suficiente para que eu, que estou ao lado dela ouvisse. Dou uma risada baixa, e um pouco esquisita aos meus ouvidos.

– Ah, agora vão ficar de conversinha? – exclama Marcos – Já que estão em um ponto de falar baixinho um para o outro, por que não namoram logo? – resmunga ele, apontando para nós dois, que levantamos a cabeça rapidamente, e o encaramos em silêncio.

A partir de agora, ficou um pouco, como Alice costuma dizer, bugado. Não faço a mínima ideia de como aconteceu, mas, em um intervalo com cerca de 17 segundos, virei-me de frente pra Alice e a beijei. Não me julgue, eu simplesmente... bem, não sei explicar. Logo em seguida, como se estivéssemos sozinhos e o Marcos não estivesse com a boca tão aberta quanto um jacaré que vai engolir uma presa grande demais, eu...bem, eu pedi Alice em namoro. O mais estranho? Ela aceitou e me devolveu o beijo. Foi estranho? Talvez... quem diria, que, em algum momento do espaço-tempo, um felino namoraria sua humana? Quem diria que, um dia, eu amaria Alice?

***X***

Gabi simplesmente endoidou. Basicamente, depois de Alice aceitar meu pedido (soou como se eu tivesse pedido ela em casamento, mas calma, foi apenas em... em namoro. Ainda soa estranho para mim, mas fazer o que). Bem, chegamos em casa, e Alice entrou no quarto e se trancou lá dentro, alegando que precisava de um banho. Depois de alguns minutos, ouvi ela ligar pra Gabi, e pronunciar o que para ela deviam ser as palavras mais mágicas de todo o mundo: ‘’eu e Tom começamos um namoro’’ e a Gabi? Gritou tão alto que eu ouvi da sala: ‘’EU SABIA QUE VOCÊS SE AMAVAM!!!’’ Alice começou a ter um acesso de riso, e eu tentei a acudir. Mas, no fim, ela teve que usar a máquina de inalação. Por que ela tem uma dessas? Não sei, fiquei com medo de perguntar.

Pedimos uma pizza e ela me ensinou a jogar GTA. Quem pensaria que seria divertido namorar minha humana?


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Notas finais do capítulo

(continuação das notas iniciais) ...TOMICE O/
gostaram? amaram? comentem!