It's You escrita por Malina


Capítulo 43
Capítulo "Especial"


Notas iniciais do capítulo

OLÁ!!! Olha como eu sou linda, eu ia postar esse capítulo amanhã, mas pensei "elas são tão lindas, imagina que legal elas acordarem, entrarem no Nyah e verem que atualizei? Elas merecem pelos comentários" Foi mais ou menos isso kkkk

Por que esse capítulo é especial? Porque eu fiz uma pequena homenagem aos dias dos pais :3 espero que gostem.



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Três meses, três exatos meses que eu fui embora, três meses de dor, três meses de saudade, três meses de lágrimas antes de dormir. Eu podia ter ficado, podia ter lutado, ter enfrentado, fui covarde. As poucas notícias que recebo de Jane não são o suficiente para cessar a dor que sinto, nada é suficiente. Angela diz que preciso seguir em frente como pedi para que Jane fizesse, mas não é tão simples assim. Minha mãe já me armara diversos encontros, tantos que não sei mais quantos, mas Jane ainda está em mim, meu coração ainda clama por ela, por sua presença, claro que ele não faz isso, o coração é apenas um órgão, não tem capacidade de fazer essas coisas, mas são essas as coisas que Jane me acostumou a fazer, ir além do possível.

Eu trabalho todos os dias o dia todo, faço o possível para me ocupar, mesmo nos meus dias de folga eu trabalho em casa, não posso evitar, eu preciso distrair minha mente de querer a todo instante me lembrar do que perdi, da saudade, da falta.
Saudade não só de Jane, mas de Boston, da minha família, Angela, Frankie, Tommy, Frost, Korsak... Todos me fazem falta, ainda mais agora que não tenho tempo de telefonar. Hoje tenho tempo, mas não sei o que lhes dizer, não sei como conversar com Angela, sei que ela não me culpa por nada, mas não pode deixar de pensar que culpe pelo menos um pouco pela infelicidade de sua filha, pelas castas notícias que recebi Jane não estava nos seus melhores dias, ouvi que nos primeiros dias ela não se alimentava, não se cuidava e passaria mal se não fossem pelos amigos que lhe ajudaram, isso meu doeu, me partiu não só o coração como a mim mesma, morri por dentro. Como pude causar tanto mal, tanta dor à pessoa que mais amo? Eu quero voltar pra ela, mas não posso, a causei tanto mal acho que se me visse me xingaria de todos os nomes possíveis, ainda mais agora que ela está começando a superar minha partida.

Não posso me conter, preciso telefonar.

— Angela?

— Oi querida! Quanto tempo você não liga. Como você está?

— Estou bem, com saudades.

— também estamos morrendo de saudades. Como estão as coisas trabalhando em um hospital?

— É diferente, sinto falta do mistério...

Um silêncio se fez. Eu queria perguntar, precisava, mas não conseguia.

— Como você está?

— Jane está bem.

— Não foi o que eu perguntei

— Mas era o que queria saber.

Sorri com sua resposta. Ela me conhecia bem até demais.

— Como ela está? - perguntei.

— Está bem, com saudades também. Ela tirou umas férias, mas não está sabendo aproveitar, vive aparecendo no precinto.

Eu rio, isso é bem a cara de Jane.

— Ela... - tento cuspir as palavras, mas simplesmente não saem, eu preciso perguntar, forço minha mente - Ela pergunta sobre... Mim?

Ouvi um suspiro do outro lado.

— Ela não sabe que eu mantenho contato com você.

— Então não, ela não pergunta - a decepção em minha voz era notável.

— Ela está tentando seguir em frente, querida, Jane tenta o máximo não falar sobre você. E você a conhece Maura, sabe que ela não fala sobre essas coisas comigo. Frost deve saber.

— Frost não fala comigo, sei que não é por mal, ele só não quer fazer as coisas pelas costas de Jane.

— Ele é um bom rapaz.

— Ele está cuidando dela?

— Sempre. Frost está sendo um grande amigo.

— Okay, eu tenho que desligar agora, nos falamos depois.

— Você vai voltar?

— Eu não sei ainda.

— Tudo bem querida, nos falamos depois.

Nos despedimos e desliguei a ligação.

Hoje era meu dia de folga, a princípio eu pretendia passá-lo no shopping, indo de loja em loja, mas de repente me vejo desanimada e mudo meus planos por completo. Tomo um banho de banheira relaxante, enquanto leio uma revista de medicina sobre doenças raras; logo depois coloco meu pijama mesmo sendo uma hora da tarde, vou até a cozinha onde preparo um cappuccino e o levo até a sala. Na televisão não aparecia nada de interessante, mas acabei parando em um canal por reflexo, desenhos animados, eles sempre me lembravam sábados preguiçosos com Jane em meu sofá, rindo como uma criança dos personagens. Sinto falta dos sábados preguiçosos. Ouço a porta abrir, mas não me dou o trabalho de olhar sabendo que seria minha mãe. Estava enganada.

— Maura?

Virei meu corpo para a porta sem sair do sofá, e encontrei o homem em minha porta.

— Pai! O que faz aqui?

— Minha reunião encerrou mais cedo que o esperado. O que está assistindo?

— Segundo o guia de TV, Bob Esponja.

— Isso é novo - ele diz franzindo o cenho e me dando um sorriso.

Eu sei o que ele quis dizer, não é muito comum, nem um pouco comum pra ser honesta, me encontrar assistindo tal coisa.

— Sua mãe? - ele pergunta se sentando ao meu lado. Apoio minha cabeça em seu ombro.

— Não faço ideia.

— Posso te fazer uma pergunta?

— Claro - levanto meu olhar.

— Por que você veio para Londres?

— Mamãe não contou ao senhor?

— Não. Deveria?

— Absolutamente, eu só achei que ela mencionaria.

— E então?

Eu não quero mentir para meu pai, até porque não sou muito boa nisso, mas por algum motivo o olhar que ele me passa me faz confiar nele.

— À princípio eu não queria vir.

— Por que veio então? Não que eu não goste de sua companhia, eu amo, mas você não me parece muito feliz aqui.

— Esse lugar não me faz feliz. Não me entenda errado, eu assim como o senhor amo sua companhia, mas dada as circunstâncias fica difícil me afeiçoar com o local.

— Como assim?

— Como eu disse, eu não queria vir, mamãe me forçou.

— O que? Por que ela faria isso?

— Ela acha que não estou cuidando corretamente da minha vida em Boston, tem medo que eu suje o nosso nome por eu ser quem sou.

Ele nada disse, mas percebi seu interesse e sua expressão me dizia que eu poderia continuar se quisesse. Me deixei em seu peito enquanto seu braço me envolvia de um jeito confortante.

— Eu estava com alguém, eu estava finalmente feliz depois de tanto tempo, os dias eram mais coloridos, tudo parecia ter mais vida... Mas então Constance ficou sabendo e resolveu que ficar com essa pessoa estragaria minha reputação e mancharia o nome da nossa família.

— Você a amava? - ele perguntou olhando para a tv.

— O que?

Me assustei com a pergunta, imaginando que ele soubesse de que eu estava falando de Jane.

— A pessoa com quem você estava. Você a amava?

— Sim, incondicionalmente. Ainda a amo.

— Então o que está fazendo aqui? Por que não está à caminho de Boston?

— Não é tão simples assim. Eu gostaria de estar lá, mas minha partida... Eu causei muita dor na pessoa que amo, ela não vai querer me ver.

— Pessoas apaixonadas se machucam o tempo todo, isso faz parte. Essa pessoa, se ela te ama de verdade... Ela vai querer te ver todos os dias pelo resto dos seus dias.

As palavras do meu pai me emocionaram, sinto as lágrimas descerem lentamente minha bochecha. Ele levanta meu rosto e em um gesto delicado limpa minhas lágrimas.

— Eu sou seu pai, só quero sua felicidade então podemos parar de fingir que não sei que estamos falando daquela detetive Risty.

— Rizzoli - corrijo sorrindo.

— Ah... Então eu estava certo - ele sorri de volta.

— Você não vai me punir por isso? - pergunto brincando.

— Por amar e ser amada? Jamais.


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Notas finais do capítulo

Agora imaginem ter uma mãe como a Angela e um pai como o da Maura (esqueci o nome dele e estou com preguiça de pesquisar), seria meu sonho?