It's You escrita por Malina


Capítulo 42
Baby Steps


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, desculpa a demora, mas é que agora eu comecei a fazer estágio e estou sem tempo pra escrever, vou fazer meu máximo pra não ficar em falta aqui.

Esse capítulo está um pouco diferente dos outros, eu não sabia direito como continuar a fic, e fazendo um POV da Jane me ajudou a sair do bloqueio, então espero que gostem.



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     Mais um dia começando no meu mês entediante e monótono, faz três meses desde que Maura foi embora e finalmente consegui convencer Cavanaugh a me dar algumas semanas de férias, talvez eu tenha ameaçado dar um tiro em mim mesma novamente, mas isso são detalhes. Frankie vem a todo momento me visitar, um pé no saco, ele acha estranho eu ter me afastado deles tão fortemente depois que Maura se foi, eu tenho vontade de contá-lo, mas ele não está pronto pra isso. Ma é outra que não para de me ligar, inclusive está me ligando agora mesmo. Me recuso a atender qualquer telefonema que não seja algum caso às nove da manhã, ainda nem comecei a viver o dia gente. Finalmente me levanto e vou direto pra cozinha onde preparo meu cereal, meu expresso, e me sento no sofá comendo meu café da manhã enquanto assisto à tv. E o telefone toca novamente, desisto.

— O que? - atendo.

— Isso é jeito de falar com a sua mãe?

— É cedo demais pra isso ma

— Bom, liguei pra avisar que vou pra aí mais tarde junto com seu irmão.

— O que? Por que? - Não! Me deixem no meu lindo ninho de paz e sossego.

— Porque nós queremos.

— E como já dizia o filósofo Jeager: você não pode ter tudo o que você quer.

— Mas se você tentar às vezes você ganha o que você quer - ela disse terminando de citar a música.

— Saia. Você não pode citar Rolling Stones.

— Estaremos aí ao meio dia.

— Ta bom - digo desistente.

Depois de desligar o telefone volto aos meus desenhos da manhã, mas então percebo a bagunça que meu apartamento está, não querendo ouvir sermões da minha mãe, eu arrumo o local, arrumo igual a minha cara, mas arrumo. O tempo parece não passar não importa o que eu faça, os dias são sempre os mesmos, sigo sempre com desânimo, o motivo de eu ter pedido umas férias merecidas, férias que não tiro há um bom tempo. Eu estaria mentindo se dissesse que isso não é pela saudade, pela necessidade de tê-la perto de mim, nunca pensei que o efeito disso seria tão forte, digo, ela é minha melhor amiga, chegou a ser uma quase namorada, e sim, eu a amava desse jeito, mas nunca senti algo assim, uma saudade tão forte que parece estar arrancando meu coração e meus pulmões de modo lento e torturante. Fiz de tudo pra tirá-la do meu dia a dia, troquei meu papel de parede, diminuí a quantidade de fotos minhas e dela pelo apartamento, troquei o nome do seu contato, me proibi de dizer seu nome, de pensar nela, mas é inevitável, afinal Maura está em todo lugar, está em mim, e se eu tirá-la de mim eu fico incompleta. Acabar a existência dela em mim é como acabar com a minha própria, e por isso estou me acostumando a conviver com a saudade, uma saudade que não é saudável. Minha família e meus amigos... Ou melhor, minha família apenas, meus amigos fazem parte dela, eles não tem de ser listado separadamente. Enfim, minha família me ajudou muito à me animar, eles me fizeram compreender que eu não estava bem, isso no primeiro mês em que mal me alimentava, não cuidava de mim, tudo o que fazia era ligar incessantemente para Maura. Era como se eu estivesse perdida em uma floresta escura e eu não enxergava meu caminho, quando Maura me atendeu foi como se uma clareira parecesse no meio da floresta, e na mesma velocidade que apareceu, desapareceu. Eu estava novamente perdida no escuro.
     Com esse novo mês começando eu pretendo esquecer, fazer o que Maura me pediu. Não quero seguir em frente, não quero substituí-la, não estou preparada pra isso, mas quero esquecê-la, não quero ter essa necessidade que eu sinto dela. Uma batida na porta me tira dos pensamentos.

— Jane?! Chegamos! - minha mãe gritou enquanto entrava.

— Posso ver - sorrio indo abraçar ambos ela e meu irmão.

Eles estranham o meu ato carinhoso, mas não hesitam em retribuir.

— Trouxe almoço pronto, só precisa esquentar - ma colocou as sacolas na mesa.

— Você sabe que estamos só em três né? Pra que tanta comida?

— Coloque a mesa – ela disse ignorando meu comentário.

Reviro os olhos e faço o que foi pedido. Sentamos na mesa e almoçamos entre conversas e risadas, Frankie contava sobre o novo caso que aparecera.

— É um serial killer interestadual, parece que o FBI estava procurando ele em Washington, e agora aqui estão eles.

— Estão dividindo o caso? - pergunto interessada.

— Uhum - ele assente com a boca cheia de comida.

— Graças à deus eu peguei férias. Meus casos são meus casos, esses engomadinhos não tem que se meter.

— Ainda não entendi o porquê de você ter tirado férias.

— Porque ela é idiota - ma respondeu.

A olho desaprovadora.

— O que eu estou perdendo? - Frankie perguntou.

— Nada - respondi ríspida.

Não demorou muito tempo e eu ouvi o que estava imaginando que iria acontecer, ma suspirando, ela vai ficar falando sobre Maura e o porquê de ela ter viajado, que eu me prendo muito à ausência da loira.

— Jane... - começou. - Você deveria conhecer mais pessoas, sair um pouco, você se lembra da Victoria? A filha da nossa vizinha de anos atrás, vocês brincavam de bola direto quando eram pequenas, ela está morando por aqui, trabalha na prefeitura. Ela é muito querida, seria ótimo pra você conhece-la.

Isso não estava acontecendo. Minha mãe estava realmente tentando fazer amigos pra mim? Cheguei a esse ponto? Estou tão fundo no poço?

— Você está tentando me arranjar uma nova melhor amiga? - digo esperando ouvir que era uma brincadeira.

— Claro que não! - ela faz uma expressão como se o que eu tivesse dito tinha sido um absurdo, sua expressão suavizou ao continuar. - Estou tentando te arranjar uma namorada nova pra você.

Acho que tive um mini enfarte agora, eu e Frankie tossíamos descontroladamente, nossos rostos estavam quase roxos.

— Por favor né Jane? Eu fazia isso quando você namorava homens, por que não faria agora que você namora mulheres? - Ma disse enquanto tomava seu vinho calmamente.

— O que? Como assim? - Frankie perguntou enquanto limpava a garganta.

— Jane, você tem que seguir em frente, hoje faz três meses que ela foi embora, isso não é saudável, você precisa voltar à namorar, vai te fazer bem.

— Ma!

— Namorada? O que Maura tem a ver com isso tudo?

— Agora, o seu irmão sim é um perdido.

— Ma! Por favor, alguém pode me explicar o que está acontecendo? Que história é essa de namorada nova? Você tinha uma antiga?

Suspiro cansada e massageio a ponte do meu nariz ao responder.

— Sim, eu e Maura estávamos namorando, mais ou menos...

— EU SABIA!!! - ele pulou da cadeira e começou a fazer uma dancinha com os braços.

Não pude deixar de rir. Ao contrário do que eu pensava, Frankie aceitou muito bem, até demais, achei que ele não iria gostar muito da ideia de Maura e eu namorando pelo fato de ele já ter sido apaixonado por ela. Terminamos nosso almoço em meio à risadas, mas logo eles se retiraram para voltar ao trabalho na BPD, e eu voltei ao meu sofá, mas logo Jo veio ao meu colo, ela estava elétrica e não parava de pular e correr em círculos, peguei sua coleira e resolvi levá-la pra passear.

*****

16:45

Meu dia não passava e eu estava começando a me sentir irritada, já corri, já passeei com Jo, fiz mais exercícios, assisti à filmes e programas, até limpei a casa novamente. O que era pra ser minhas férias pra relaxar está se tornando minhas prisão, preciso voltar ao trabalho urgentemente. Resolvo fazer uma visita à minha família da BPD.

Passo pela catraca de segurança cumprimentando os guardas ali, sentia saudades daquele local mesmo não fazendo muito tempo que me afastei. Subi para a sala dos detetives, mas ao tentar entrar fui barrada.

— Estamos estudando um caso, a senhora não pode entrar - a mulher disse

— É detetive - digo corrigindo ela e lhe mostrando o distintivo.

— Você não faz parte desse caso.

— Você não faz parte desse precinto.

— Vou pedir pra você se retirar – ela cruzou os braços.

— Vou pedir pra você calar a boca e sair da minha frente ou eu vou quebrar a sua cara.

— Rizzoli? - ouço Cavanaugh me chamando do fim do corredor - O que faz aqui?

— Saudades, - sorri tentando me livrar de qualquer problema - mas essa... Essa, não está me deixando entrar - a olho ameaçando.

— Detetive Rizzoli, essa é a Agente Collins.

— Uma engomadinha? - aperto a mão da morena em cumprimento.

— Engomadinha? Sério?

— Por favor, permita a entrada de Rizzoli. - ele disse para a agente que pareceu não acreditar no que ouviu, e então se virou para mim - só estou fazendo isso porque não quero me estressar. Nada de gracinhas, não se esqueça que esse caso não é seu.

Aceno em consentimento e entro na sala olhando para a agente mostrando minha vitória.

— Jane! - Frost levantou de sua mesa me recebeu com um grande sorriso e braços abertos.

Logo depois Korsak me abraçou e Boucher apenas apertou minha mão, me entregando um sorriso amigável. Eu e Sam ainda não nos consideramos superamigos, apenas colegas de trabalho, ainda não confio nele.

Sentei com os meninos e ficamos conversando um pouco sobre as novidades, Frost a todo momento comentava algo sobre o relacionamento dele e de Amélia, aparentemente estavam muito bem, é bom vê-lo embarcar em um relacionamento sério depois de todas as noites casuais que ele tivera com outras mulheres. Korsak falava dos filhotes que adotara há pouco tempo, do trabalho que estavam dando e das reclamações dos vizinhos. Rimos de algumas piadas e histórias, mas percebi que estava atrapalhando o serviço deles, então os deixei trabalhar um pouco e saí da sala lançando um olhar nada amigável e desafiador para a agente Collins, que devolveu na mesma intensidade.

Já em minha cama, eu estava com meu computador no colo, movia todas as minhas fotos com Maura para uma pasta específica na área de trabalho, quando pronto precisava nomear a pasta, por mim colocaria letras aleatórias e salvaria, mas acho que seis anos de amizade e algum tempo de quase namoro merecem uma pasta com nome. Eu ia colocar nossos nomes, mas queria algo original, algo nosso. Sorri lembrando-me do que Maura sempre me dizia, e digitei.

"It's you."

Desliguei o computador e me preparei para dormir, talvez eu devesse tentar fazer todos me aconselham e seguir em frente, acho que no fundo eles sabem que Maura não vai voltar e que estar à sua espera é um desperdício de tempo. Talvez eu siga em frente, talvez não, estou fazendo tudo em passos de bebê, levando uma coisa de cada vez e acredito que seja o melhor a se fazer por enquanto. Sei que é o melhor que eu posso fazer.


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Notas finais do capítulo

Yuhu, saudações. O que acharam? Vocês preferem Pov dos personagens ou do narrador?



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