Era sete horas da tarde de um sábado quando minha casa foi invadida por três torcedores gritantes e alegres pelo jogo que passaria mais tarde. Sentaram todos no sofá, Frost, Frankie e Amélia; eu estava na cozinha preparando os petiscos para comermos quando o jogo começasse. Amy apareceu na cozinha dizendo que queria ajudar, pedi para que pedisse duas pizzas para nós comermos.
Quando faltavam cinco minutos pro jogo a campainha tocou.

— A pizza já chegou? - perguntei estranhando

Fui em direção à porta e ao abrir, não era a pizza.

— Agente Collins? - o que ela está fazendo aqui?

— Ah, Jane, eu convidei ela. Cassie, pode entrar! - Frankie gritou da sala.

Ela me olhou como se perguntasse se podia entrar, a olhei em desafio, mas concedi sua entrada.

— Eu trouxe cervejas - ela levantou uma sacola com alguns cascos.

Então a agente Collins não é tão inútil assim... Todos nós nos sentamos no sofá apertado, os rapazes então sentaram no chão pra não ficarmos espremidos.

O jogo começou e acabou bem, Red Sox jogou contra Cardinals e ganhou. Nós todos fazendo uma festa gigante entre nós, felizes com a vitória do nosso time. A esse ponto a pizza já tinja chego há um tempo e já acabara no mesmo momento. As cervejas estavam pra acabar, ainda tinham algumas já que Amy não estava bebendo.

— Tem certeza que não quer uma cerveja? - Frost perguntou.

— Tenho uma consulta no médico daqui há pouco, é melhor que eu não beba.

— Eu só quero declarar que não vou fazer comida pra ninguém, então todo mundo gosta de japonesa? - perguntei segurando o telefone.

— Ah Jane! Porque não faz aquele nhoque que só você sabe fazer?

— Quem disse que eu sei fazer? Mamãe tentou me ensinar várias vezes, mas o trabalho não deixa eu ter um sábado em família pra praticar, já até esqueci a receita. - eles riram.

— Eu posso fazer algo se vocês quiserem - Agente Collins disse - e é claro, se você deixar, detetive Rizzoli.

— Sim!!! - todos gritaram em uníssono.

— Okay, acho que não tem problemas. Vai precisar de ajuda?

— Só pra encontrar as coisas.

Peguei as coisas pra que ela pudesse fazer o nhoque que todos queriam, não demorou tanto tempo para que ficasse pronto. A Agente Collins quando a conheci imaginei que fosse arrogante, e ainda não vou muito com a cara dela, mas agora ela me parece não ser tão ruim assim.

— Isso. Está. Fantástico! - Amy disse ao comer do nhoque.

— Sim! Você é uma ótima cozinheira, Agente Collins - concordei.

Os outros também elogiaram a comida da mulher que estava realmente fantástica, só não falo que está melhor que a da minha mãe porque se não vai dar ruim pra mim.

— Então você é de Washington, Cassie? - Amy perguntou.

— Sim, estou morrendo de saudades da minha casa, não me levem à mal, vocês são incríveis, mas eu sinto falta das pessoas de lá.

— Das pessoas ou de uma pessoa específica? - Frost perguntou malicioso. Nós rimos.

— Mais ou menos isso, mas sim, eu vim pra cá então tive que deixar meu namorado por lá - sorriu, mas podia-se ver seus olhos brilhantes das lagrimas querendo sair.

— Não sei como você consegue, sou muito apegada.

Frost olhou assustado para Amélia quando ela disse isso. Eu ri por dentro, mas permaneci neutra percebendo que a agente não estava em seus melhores estados. Nas últimas semanas em que visitei o precinto nunca vi Collins sair de sua pose de durona, mas agora ela saiu do personagem, sua máscara caiu um pouco, mas logo foi colhida rapidamente.

— Eu tenho que ir, tenho uma consulta. - Amy se despediu de todos um por um, e pegou sua bolsa saindo.

— Por que você não leva ela, cavalheiro? - Frankie perguntou.

— Eu ofereci, ela não achou necessário - deu de ombros - mas também estou indo, amanhã tem almoço de família.

Frost se despediu e foi embora, Collins aproveitou e foi juntamente.
Eu estava em pé no meio da minha sala junto com Frankie que estava sentado no sofá.

— Por que vocês se odeiam?

— Quem? - perguntei confusa.

— Você e a Cassie.

— Cassie?

— É, a Cassandra... - ele percebeu minha confusão - a Agente Collins.

— Ah sim! Faz sentido agora... Não nos odiamos, eu apenas não vou com a cara dela.

— No serviço, porque aqui vocês não estavam tão tensas.

— Sei lá, não gosto da ideia de ela estar no nosso território.

— Mamãe pediu pra que eu trouxesse ela quando ela soube que iriamos nos encontrar pra assistir ao jogo.

— Ma pediu isso? Por que? Não me diz que ela estava pensando em me amarrar com ela, por favor.

— Não Jane, claro que não, ma sabe que ela não gosta da mesma fruta que nós. Ela só pensou que você poderia usar uma amiga, uma pessoa pra conversar além de Frost.

— Frost dá ótimos conselhos.

— Cala a boca - ele me dá um soquinho no ombro e rimos.

— Vem, me ajuda a arrumar isso aqui - falo pegando a caixa de pizza.

— Puts, acho que está na minha hora - ele olha pro relógio do pulso - Não vai dar não, quem sabe outro dia? - em menos de três movimentos ele pegou suas coisas, me deu um beijo na bochecha e saiu pela porta.

Como ele foge rápido.

                Eu limpo a bagunça rapidamente, mas de um jeito prático, já que ao olhar no relógio reparo que era meia noite. Estou cansada do dia não tão cheio que tive, hoje não acontecera muita coisa, de manhã eu visitei os rapazes no precinto e depois fiquei o resto do dia fazendo vários nadas até o horário que eles chegaram aqui em casa.

Depois do banho já estou na cama me preparando para dormir, quando fecho os olhos ouço meu celular tocando na sala. Ignoro. Ele toca mais uma vez e então resolvo levantar pensando que poderia ser importante.

— Alô? – digo sonolenta.

— Jane?

— Frost? Você sabe que horas são?

— Jane...

Percebo que sua voz está diferente, algo acontecera e dava pra notar perfeitamente.

— O que aconteceu?

— É sobre a consulta da Amy...