A Arte da Guerra escrita por clariza


Capítulo 18
// Hematomas nas suas coxas, iguais as minhas digitais //


Notas iniciais do capítulo

Hey there folks, preparados pros tiros?
capitulo novinho pra vocês, espero que gostem, e obrigado pelos comentários. eles me deixam muito feliz.
E eu queria perguntar uma coisa pra vocês, eu tô com uma ideia, um fic passada nos anos 40, com o Bucky e a Freya, eu tenho a ideia pronta mas eu to com medinho de flopar, e queria saber a opinião de vocês, leriam?
xx



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Eu corri e me vesti mais rápido do que você possa dizer Matthew Mcconaughey assim que vimos os carros capotados e pegando fogo do outro lado da rua, as pessoas correndo e gritando e sirenes de policia e bombeiros berrando próximo de nós, minha mente gritando como uma infecção, eu deveria ter visto isso vindo. Eles viriam, era a temporada de caça eles eram os caçadores e eu era a raposa, acuada e aterrorizada. Eu sempre odiei a caça.

―Eles estão aqui ― foi tudo o que eu consegui proferir, enquanto corria pelo apartamento nos meus esconderijos e recolhendo as coisas que eu havia plantado no apartamento ao longo dos meses quando Bucky não via, recolhi os mapas com todas as rotas de fuga possíveis, as bolsas com suprimentos para alguns dias, maços de dinheiro, duas pistolas e as chaves de um carro que eu estacionei algumas quadras da nossa casa. ―Temos que ser mais rápidos que eles e basicamente chegar à rodoviária.

―Quanto tempo tem planejado isso? ― ele perguntou, pegando as armas e escondendo nas suas costas e virando o mapa para si o olhando.

―Desde que chegamos ― respondi, colocando a mochila nas costas e pegando Yuri nos braços James colocou a sua mochila nas costas, determinado ―Então, esse plano tem vinte por cento de chance de dar certo.

―E os outros 80 por cento?

―Quer dizer que podemos morrer horrivelmente ou sermos pegos e torturados numa base secreta na Croácia, mas é um plano bem solido. ― entreguei pra ele uma nova carteira com um passaporte e uma identidade falsa ― Estamos oficialmente casados nos nossos novos documentos, eu sei que estamos indo rápido demais no nosso relacionamento, mas é necessário.

―Tudo bem ― ele olhou o seu documento e o meu segurou o meu pulso me trazendo para perto do corpo dele e me beijando ― Vamos para a nossa lua de mel numa zona de guerra, minha adorável esposa Barbara O’Connor.

Saímos pela porta dos fundos, quando todos os nossos vizinhos estavam ocupados demais com as explosões e corremos pelas ruas pavimentadas e apinhadas de curiosos e carros dos bombeiros com suas sirenes ligadas em desespero, tentamos passar despercebidos pela multidão, ninguém nos parou, mas eu podia sentir que estávamos sendo perseguidos, dobremos duas esquinas antes que Bucky me fizesse parar e me esconder atrás de uma pilastra de mármore. Eu fiz o que ele me mandou, ele esperou ao meu lado quando dois homens armados passaram por nós, Bucky partiu para cima deles, socando a cabeça do primeiro e tendo uma luta com o segundo, James conseguiu deixar o soldado inconsciente no chão e tomou as suas armas agarrando as minhas mãos e forçando as minhas pernas a se moverem no ritmo das dele. Arrependi-me de todas as corridas que ele fez e eu não o acompanhei, se eu tivesse ido não seria um peso morto.

Fomos até o carro, onde eu não era um peso morto. Jogamos nossas bolsas no banco traseiro e eu parti para o banco do motorista e pedi para que ele colocasse o cinto de segurança, sem nem olhar no retrovisor eu arranquei com o carro e pisei com força no acelerador nos lançando na pista vazia e ligue o GPS, que indicava dois pontos de congestionamento logo a frente, eu teria que fazer o caminho mais longo para chegar a rodoviária.

―Como alguém pode te dar permissão para dirigir? Você dirige como uma louca ― Bucky disse, segurando firme com a sua mão metálica na porta e a mão de carne e osso segurando o corpinho de Yuri.

―Eu não tenho, meu instrutor disse que minha direção é perigosa e potencialmente mortal. ― respondi, sem tirar os olhos da estrada, notando os carros na minha cola ― Acho que você vai precisar deixar Yuri no chão e pegar a pistola, quem sabe passar o delineador pra guerrear.

Bucky colocou o gato no chão, tirando as armas que estavam presas entre as suas costas e a calça jeans e abaixou o vidro, quando o primeiro carro preto se aproximou de nós revelando dois capangas fortemente armados.

―O termo correto, é pintura de guerra ― ele disse antes de colocar parte do seu corpo para fora e começar a atirar, ele atiraram de volta e ocasionalmente eu tinha que me abaixar para não ser pega por nenhuma das balas ― Se aproxime ― ele gritou para mim, e quando eu o fiz ele acertou com um soco o motorista do carro que nos seguia e tomou o seu rifle deixando o carro desgovernado acertar outros dois que o seguia e transformar o transito atrás de nós num caos de fogo e metal retorcido. Faltavam 20 minutos para o nosso destino.

Ele se aproximou de mim, colocando uma de suas coxas no banco do motorista e apontando o rifle para o carro ao lado, que começou a atirar desesperadamente antes que Bucky acertasse as rodas do carro e provocasse mais um acidente, o carro capotou três vezes antes de parar na frente do que eu diria, me fazendo desviar violentamente e jogar o meu soldado contra a porta, me desculpei. Parei o carro de baliza perto da rodoviária e resolvi que seria mais seguro seguirmos a pé.

Foi uma caminhada rápida até chegarmos a confusão controlada de onde os ônibus para fora da cidade saiam, fui até o primeiro estande e perguntei no meu português ridículo para onde ia o próximo ônibus e quanto tempo iria sair de lá, ela me informou o destino e que sairia em cinco minutos comprei as nossas passagens e corri para fora, segurando a mão que Bucky estendia para mim e fomos andando e tentando nos misturar na multidão. Deveria ser fácil, passos lentos como se olhássemos a arquitetura, braços dados, sorrisos trocados e respirações calmas, a primeira regra da fuga é se misturar a multidão.

O primeiro tiro passou a centímetros da minha cabeça e eu só o percebi quando a multidão começou a correr e dispersar a minha primeira reação foi correr o mais rápido possível, mas antes que eu pudesse fazer isso algo juntou os meus pés presos juntos me levando ao chão numa queda dolorosa e sendo arrastada para trás, eu gritei antes que Bucky atirasse na corda e me fizesse parar desesperada soltando os meus pés e tentando me por de pé. Ele atirou mais vezes, acertando mais capangas e escapando das balas por milímetros, ele me segurou erguendo-me e indo até um quiosque de sorvete onde nos afundamos nos protegendo das balas, uma delas atravessou uma casquinha parando perto dos meus dedos, não eram as tradicionais balas acobreadas e sim um vidro cheio de uma substância azul liquida dentro dela. Tranquilizantes, reforçando a minha teoria de o que a Hydra queria de mim não era o meu cadáver e sim o meu cérebro, toquei a minha recém adquirida medalha de são kazimierzs.

Minha mente perdida no mesmo labirinto dos meus sonhos, os sons dos tiros me transportando pra quando eu era pequena quando os rebeldes atacaram a minha cidade e eu voltava da escola, quando Oskar morreu, depois tudo que eu podia uvir era o som do meu coração batendo rápido demais, a minha respiração se descontrolando num nível absurdo, Bucky estava em seus joelhos, atirando em tudo que se mexia e era inimigo, quando ele se abaixou para recarregar a pistola eu o puxei pela camisa, ele me olhou austando.

―É melhor você não me deixar aqui, isso está fodido, mas pode ficar pior ― eu sussurrei ― eu não quero obedecer.

―Temos que correr até o outro lado, você consegue? ― eu não respondi de primeira, já que o meu cérebro estava no automático, o outro lado parecia algo bobo até eu piscar os olhos e perceber as milhares de fibras dissolvidas ao nosso redor e que o quiosque estava de desfazendo ―Boneca, você consegue chegar ao outro lado? ― ele perguntou novamente e eu balancei a cabeça positivamente, Yuri tremendo em meu colo.

Nós corremos por uns bons 500 metros até a minha perna estourar numa dor lancinante, que me fez cair soltando a mão dele e sentindo o meu corpo leve e os olhos pesados automaticamente o chão pareceu um colchão macio no meu corpo, o som dos tiros um sonho distante, ouvi passos se aproximando de mim a medida que os tiros e o som de luta se afastavam de mim, pisque algumas vezes até ver um par de botas pretas perto do meu tronco, o dono das botas se abaixou ao meu lado, tocando o meu maxilar e fazendo um carinho na minha bochecha com o polegar. Ele tinha olhos azuis felinos, pele clara e um cabelo preto bem penteado, ele sorriu para mim.

―O tempo da sua pequena aventura acabou ― ele disse num polonês perfeito ― é hora de voltar a vida real doutora K.

Eu tentei responder, eu tentei gritar por Bucky, mas tudo que eu fiz foi fechar os meus olhos e cair na imensidão negra da inconsciência. .


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Notas finais do capítulo

And you're a cherry blossom
You're about to bloom
You look so pretty, but you're gone so soon
Centuries - fall out boy